CENTRO DE ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA- CASA RENASCER

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
CENTRO DE ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA- CASA RENASCER
Autores
  • Dielly Louveira
  • LILIANE CARVALHO ROSA
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Arquitetura e Urbanismo
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/502477-centro-de-assistencia-a-populacao-em-situacao-de-rua--casa-renascer
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Morador de Rua; Abrigo Emergencial; Centro de Acolhimento; Centro Pop; Arquitetura
Resumo
(I) Introdução: Diante do agravamento de questões sociais no Brasil, ter a rua como única forma de moradia é um dos reflexos mais aparente da situação social no Brasil, conciliando com a pandemia COVID-19, que acarretou em um grande aumento de pessoas em situação de rua. Mas não podemos afirmar que essa situação começou, durante este período pandêmico, pois são diversos fatores que comprovam e colaboram para esse agravamento, e ao crescimento da quantidade de indivíduos nessa situação, entre eles: a rápida urbanização ocorrida no século XX, a migração para grandes cidades, a formação de grandes centros urbanos, agregadas com a desigualdade social, pobreza, desemprego, o preconceito da sociedade com relação a essa população e, muitas vezes a falta de políticas públicas eficientes (moradia, saúde, educação, assistência social, etc.).Podemos concluir que diante desta realidade, que o resgate da identidade dessas pessoas em situação de rua é de caráter emergencial, antes mesmo de qualquer outra demanda, ela precisa recuperar a sua própria percepção de que é um ser humano, como todos os outros. E como um conjunto, a nossa sociedade não pode continuar fingindo que não está vendo essa população. Seria necessário mudar a percepção e passar a enxergar esses moradores como pessoas fragilizadas, vivendo em situações precárias, mas que contém muitas potencialidades, e diretos como um cidadão, como outro qualquer. Pesquisas estimam que haja em média mais de 100 mil pessoas em situação de rua no Brasil, sendo que a maior concentração está em municípios com grande número populacional, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA,2020). Hoje, contamos com espaços destinados a abrigar essas pessoas, como albergues e abrigos temporários, para auxilia-los, que por algum motivo os levaram a essa situação de dificuldade. Dentro do contexto, destes espaços há necessidade de discutir sua relevância, pois o que leva a questionar, o porquê diante de diversos ataques, riscos, não há uma apropriação desses abrigos? Diante disso, o tema justifica-se com a intenção de contribuir através da arquitetura, com espaços que supram a necessidade daqueles que utilizam e forneçam conforto, acessibilidade e sua boa utilização. (II) Objetivo: Baseando-se na realidade e necessidade da população de rua atualmente, este trabalho de concluso de curso se encontra em desenvolvimento, com intuito da elaboração de um anteprojeto arquitetônico, de um Centro de apoio para pessoas socialmente vulneráveis na cidade de Campo Grande- MS, conhecer as necessidades, levantar estudos de dados e pesquisas, considerar as legislações que asseguram o morador e analisar os centros existentes na capital. (III) Metodologia: Esta pesquisa, portanto, se torna qualitativa devido a busca de base teórica através dos autores e documentos, propondo um conhecimento específico e aprofundado do tema abordado. Com sua natureza básica, nesta pesquisa, foram realizadas seleções de artigos científicos, livros, como também materiais disponibilizados virtualmente como no Google acadêmico, SciElo, contribuindo a pesquisa bibliográficas. (IV) Resultados: O contexto histórico da população de rua, ocorre durante o período da Revolução Industrial (1760-1840), a escassez de trabalho e um grande número de desemprego, fez com que a população, passasse a viver aos redores das industrias, buscando sobreviver. As ações dos movimentos sociais puderam contribuir para a formulação do marco das ações, junto à população em situação de rua que, possibilitou a garantia de diversos direitos. Um abrigo, torna- se fundamental em uma situação de emergência, tonando uma chave para salvar vidas e prolongar a sobrevivência e as Instituições religiosas, são as que iniciaram a assistência para os moradores de ruas, sugiram entre os anos de 1970 e 1980 as primeiras entidades no Brasil, liderada pelas ações das igrejas católicas. (BASTOS, 2003; CANDIDO, 2006). A existências de diversas modalidades de equipamentos sociais, disponíveis atualmente para pessoas em situação de rua, são elas: albergues; casas de Convivência/Centros Pop; acolhimentos institucionais; abrigos; casas de passagem; repúblicas. Para que o equipamento seja eficiente ao usuário, é necessário saber a sua necessidade, mas quando tratamos de moradores de rua, traçar um perfil se torna mais complexo, e nos faz buscar entender a sua realidade, dificuldades e necessidades reais, e sem descartar a grande heterogeneidade deste grupo. Através de algumas pesquisas, é possível se ter algumas respostas, sobre essa população em situação de rua. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) juntamente com a UNESCO (2007/2008) realizou uma pesquisa em 71 municípios do Brasil, com média de 300 mil habitantes. A pesquisa indica que uma maior população predominante formada por homens (82%), com 53% sendo com idade média de 25 a 44 anos e sendo a proporção de (67%) que se encaixam na raça negra. A pesquisa aponta, que os principais motivos por aqueles que optavam por não dormir em serviços de acolhimento e, a falta de liberdade, sendo também mencionadas as dificuldades com horários e a proibição do uso de álcool e outras drogas, fatores que podem também estar relacionados à falta de liberdade. (V) Discussão: Abordagem nas ruas de Campo Grande é realizado pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), oferecendo cobertores, mantas e abrigo para pessoas, e encaminhada para uma das unidades da Capital sendo elas, Unidade de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias (UAIFA); Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua - CENTRO POP; A Casa de Passagem Resgate; Associação de Apoio à População de Rua São Francisco. Na busca de criar espaços mais eficientes, a análise de obras correlatas, serviu de suporte para a elaboração de um anteprojeto, como referência de tecnológica e a funcionalidade, o edifício The Bridge Homeless Assistance Center, por possuir um programa diversificado que oferece diversas atividades, dividido em cinco edifícios, posicionados formando um pátio aberto central, com um refeitório como foco, criando um espaço externo com áreas verdes ao ar livre, amplo. Por conta de suas múltiplas características sustentáveis, como sua sala de jantar com telhado verde, sistema de reciclagem de água cinza e iluminação natural usada em todos os edifícios, tornasse uma referência de tecnologia e eficiência energética. Para a resolução da plástica do espaço, serviu como precedente o edifício Clube Tamboré, pois conta com três blocos principais, organizam o programa principal do complexo e essa como também a grande cobertura metálica com forro de madeira. Para a estrutura o precedente escolhido foi o Edifício Ágora Tech Park, pelo uso de apenas as passarelas e escadas em estrutura metálica no espaço central e os fechamentos externos apresentarem, distinções sutis para destacar as diferenças volumétricas, no piso térreo, utiliza-se telha corrugada opaca, cinza escuro, nos pisos superiores, são utilizados painéis de cor cinza claro (feitos de cimento e madeira).(VI) Considerações finais: Tratar de pessoas, que um dia tiveram um lar e a vida rotineira de trabalho, e em algum momento se viram diante de uma situação, sem solução que os obrigou a viver nas ruas. Sendo que em muitos casos, se depararam com a dependência ou uso contínuo de drogas e álcool, que por muita das vezes não consegue se desvincular, acabando optando por viver nas ruas, onde a facilidade de adquirir e consumir é maior. Pessoas essas, que muitas vezes se tornam “invisíveis” para a sociedade e pelo poder público, deixando de lado a dignidade do mesmo. O uso de uma arquitetura como mecanismo que proporciona através de espaços, acolher e devolver uma qualidade humanitária, sendo voltada para o real cliente, é ir além do cumprimento de uma lei, ou até mesmo dar somente um teto para esse ínvido, mas olhar com uma outra perspectiva, pois, cabe a nós estudamos e seres humanos ter uma empatia por essas pessoas, para a recuperação de sua dignidade (VII) Referências: ANTUNES, R. Ricardo (Org). A classe trabalhadora ampliada. Agencia Brasil de Fato, Rio de Janeiro – RJ, Julho, 2009.ABREU, Marina Maciel; CARDOSO, Franci Gomes. Mobilização Social e práticas educativas. In: Serviço Social: Direitos e Competências Profissionais. Edição CFESS/ABEPSS. Brasília. 2009.BASTOS, C.M. et al. Pastoral do povo de rua: vida e missão. São Paulo: Loyola, 2003.BRASÍLIA. Decreto n. 7053, de 23 de dez. de 2009. DECRETO Nº 7.053 DE 23 DE DEZEMBRO DE 2009. Política Nacional para a População em Situação de Rua.Brasília-DF, p. 1-4, dez. 2009. 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Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LOUVEIRA, Dielly; ROSA, LILIANE CARVALHO. CENTRO DE ASSISTÊNCIA À POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA- CASA RENASCER.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/502477-CENTRO-DE-ASSISTENCIA-A-POPULACAO-EM-SITUACAO-DE-RUA--CASA-RENASCER. Acesso em: 03/05/2025

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