ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO AQUOSO DO FRUTO DE PLINIA CAULIFLORA OBTIDO POR INFUSÃO A 80 ºC

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO AQUOSO DO FRUTO DE PLINIA CAULIFLORA OBTIDO POR INFUSÃO A 80 ºC
Autores
  • Ivan Bruno Cipriano Rocha
  • Patricia Figueredo Parede
  • amanda silva costa machado
  • Alanys Rafaela Bononi da Silva
  • Brenda Ingrid Torres Medina
  • Maicon Matos Leitão
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/502332-atividade-antimicrobiana-do-extrato-aquoso-do-fruto-de-plinia-cauliflora-obtido-por-infusao-a-80-c
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Jabuticaba, antimicrobiana, bactérias, fungo, extrato
Resumo
Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2018, 22 países haviam relatado casos de resistência microbiana, sendo que em um período de 2 anos este número triplicou (Cordeiro, et al. 2020). O alto número de resistência a antibióticos demonstra a necessidade de novas pesquisas na área farmacológica para novos antimicrobianos, seja de origem sintética ou natural, incentivado ainda pela Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, que objetifica amparar a utilização segura de plantas medicinais e desenvolver ferramentas de auxílio nas pesquisas da área fitoterápica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). A jabuticaba (Plinia cauliflora), fruta típica brasileira, pertencente à família Myrtaceae, é utilizada tanto para fins culinários quanto medicinais, possui alto valor nutricional, apresenta ampla disponibilidade e fácil acesso. Ainda se sabe pouco sobre os efeitos dos compostos ativos presentes na planta, como as antocianinas, flavonóides e os fenólicos, o que favorece o estudo de diferentes métodos de extração para avaliação de suas atividades farmacológicas (PALOZI et al., 2019). Contudo, alguns trabalhos demonstraram que extratos das folhas de Plinia cauliflora apresentam propriedades antioxidante, antibacteriana e antifúngica (OLIVEIRA, 2001; SOUZA, 2007; SOUZA-MOREIRA et al., 2010). Logo, objetivou-se investigar a atividade antimicrobiana, a concentração inibitória mínima e a concentração bactericida, e fungicida, mínima do extrato aquoso da casca do fruto de P. cauliflora, obtido por infusão a 80º C (EAPC), onde a casca do fruto foi seca em estufa com circulação forçada de ar à 40ºC por cinco dias. Após a secagem, o material foi submetido à pulverização em moinho de facas. O material vegetal seco e moído (100g) foi submetido ao processo de extração por infusão com 1L de água a 80ºC por cinco minutos. O resíduo sólido (material vegetal) foi separado por filtração (PALOZI et al., 2017). O extrato obtido foi seco em estufa de circulação forçada à 40ºC e armazenado em freezer (-20 ºC) até a sua utilização, de acordo com metodologia descrita por (PALOZI et al., 2017). Dentre os microrganismos analisados estavam: Escherichia coli 25922, Staphylococcus aureus 25923, Pseudomonas aeruginosa 27851, Enterococcus sp. (isolado clínico), e a Candida albicans (isolado clínico). Os ensaios in vitro, realizados em triplicatas, por meio de bactérias e fungo de interesse médico, aconteceram nos laboratórios multidisciplinares e no laboratório de análises clínicas do Centro Universitário Unigran Capital. Inicialmente os microrganismos foram inoculados em caldo BHI (Brain Heart Infusion) e incubados a 37°C, por 24h para reativação das cepas. Após esse período efetuou-se as semeaduras em placas contendo ágar Mueller Hinton (Ágar MH), incubando-os a 37° C por 24h em estufa bacteriológica para o crescimento de colônias isoladas. Depois, foram utilizados inóculos, padronizados em salina a uma turvação equivalente ao tubo 0,5 da escala de McFarland (1 x 108 UFC/mL) para a realização da técnica de “poços”, semeando-os, de forma homogênea, na superfície das placas de ágar MH com auxílio de swabs estéreis. Em seguida, realizadas perfurações de 6 mm de diâmetro com auxílio de ponteiras de plástico estéreis, adicionou-se em cada cavidade o equivalente a 100 µL de EAPC na concentração de 10 mg/mL e do controle cefalexina (30 mcg). A avaliação da atividade antimicrobiana deu-se pela observação da formação, ou não, de halos de inibição do crescimento microbiano ao redor das cavidades (NCCLS, 2018). Na avaliação da concentração inibitória mínima (MIC) foram adicionados 100µL de caldo Mueller Hinton em microplacas de 96 poços e 100 µL de EAPC realizando-se microdiluição seriada em oito poços. Os microrganismos foram padronizados em solução salina em uma turvação equivalente ao tubo 0,5 da escala de MacFarland e diluído 1:10, também em salina. Após a diluição, volumes de 10 µL foram transferidos para as cavidades de microplacas esterilizadas, contendo volume final de 100 µL de caldo Mueller-Hinton, acrescido das diferentes concentrações finais do extrato (0,039 – 5mg/mL), resultando em um inóculo final de aproximadamente 10 x 105 UFC/mL, os quais posteriormente foram levados à estufa a 37ºC, por 24 h. A determinação do MIC foi realizada por meio da observação do padrão de turvação, comparada ao branco e controle negativo, para a observação da menor concentração onde o extrato foi capaz de inibir completamente o crescimento microbiano (NCCLS,2018). Já na avaliação da concentração bactericida mínima (MBC) foram retiradas alíquotas dos poços onde não ocorreram crescimento microbiano no teste anteriormente descrito, sendo estas amostras semeadas em ágar Muller-Hinton. Incubou-se as placas à temperatura de 37°C, por 24 h. O MBC considerado é o com a menor concentração na qual não há crescimento dos microrganismos nas placas de Petri (NCCLS, 2018). Quanto ao ensaio realizado pela técnica de poços, não obteve-se resposta inibitória para nenhum dos microrganismos em estudo. Já no ensaio da concentração inibitória mínima (MIC) foi observado inibição do crescimento microbiano frente a todas as bactérias e levedura testada na concentração de 5,0 mg/mL. No ensaio de concentração bactericida e fungicida mínima verificou-se que frente às espécies E. coli e Enterococcus sp., na concentração máxima (5,0 mg/mL), o EAPC desempenhou efeito bacteriostático, enquanto que igualmente na concentração máxima (5,0 mg/mL), obteve-se efeito bactericida ou fungicida aos demais microrganismos testados. A concentração inibitória mínima para E. coli de 5 mg/mL, foi superior ao de 250 µg/mL do extrato obtido por meio de álcool etílico, a 99,5%, da farinha da casca submetida à secagem em estufa a 40 ºC e trituração em moinho de porte industrial (ARAÚJO, 2017). Mas foi mais efetivo do que o extrato in natura extraído com álcool etílico 99,5% (ARAÚJO, 2017), que não demonstrou sensibilidade. Em relação ao MIC para P. aeruginosa, observou-se um resultado sobressalente, levando em consideração o valor de 6,25 g/L obtidos pelo extrato proveniente de um processo de agitação por 6 horas sem luz, de uma mistura de 1:3 de casca e água, que foi posteriormente filtrada e o material bruto concentrado a 1/3 de seu volume inicial a partir de um evaporador rotativo a 60°C acoplado a uma bomba de vácuo (BALDIN, et. al., 2014). Quanto à concentração bactericida mínima, pode-se constatar menor rendimento para a P. aeruginosa, quando comparado aos valores de 0,39 mg/mL do extrato etanólico e 3,13 mg/mL do extrato aquoso segundo Bona e colaboradores, 2014. Assim, em virtude do que foi observado e mencionado, confirma-se que o extrato da casca do fruto da Plinia cauliflora possui atividade bactericida, bacteriostática e fungicida aos microrganismos em questão, quando sujeita a temperatura de 80°C. Novos testes podem ser feitos a fim de evidenciar os mecanismos de ação envolvidos no referido efeito antimicrobiano. Referências Bibliográficas: FERNANDES, Luana. ALIMENTO FUNCIONAL: PROPRIEDADES DA JABUTICABA (Myrciaria cauliflora). Revista Farol, Edição v. 6, n. 6 (2018). Disponível em: < http://revistafarol.com.br/index.php/farol/article/view/93> MINISTÉRIO DA SAÚDE DESENVOLVE AÇÕES PARA BUSCAR RESPOSTAS CONTRA RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS. Ministério da Saúde, 2018. Disponível em: <https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/42953-ministerio-da-saude-desenvolve-acoes-para-buscar-respostas-contra-resistencia-aos-antimicrobianos>. Acesso em: 7 de Agosto de 2020. MOREIRA, S.D.S. et al. Toxicological safety evaluation in acute and 28-day studies of aqueous extract from Serjania marginata Casar. (Sapindaceae) leaves in rats. Journal of Ethnopharmacology Volume 231, 1 March 2019, Pages 197-204. OMS: aumenta número de países reportando resistência antimicrobiana. 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Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ROCHA, Ivan Bruno Cipriano et al.. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO AQUOSO DO FRUTO DE PLINIA CAULIFLORA OBTIDO POR INFUSÃO A 80 ºC.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/502332-ATIVIDADE-ANTIMICROBIANA-DO-EXTRATO-AQUOSO-DO-FRUTO-DE-PLINIA-CAULIFLORA-OBTIDO-POR-INFUSAO-A-80-C. Acesso em: 04/05/2025

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