NUTRIÇÃO MATERNA: BENEFICÍOS DA AMAMENTAÇÃO PARA SAÚDE DA MÃE E DO BEBÊ

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
NUTRIÇÃO MATERNA: BENEFICÍOS DA AMAMENTAÇÃO PARA SAÚDE DA MÃE E DO BEBÊ
Autores
  • Endy Eduarda Ortega
  • Fernanda Moura Ferri Júnior
  • Anna Paula De Melo Alencar Lima
  • Murillo Penze Cardoso
  • Jeniffer Michelline de Oliveira Custódio
  • Janaina Michelle Oliveira do Nascimento
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/502008-nutricao-materna--beneficios-da-amamentacao-para--saude-da-mae-e-do-bebe
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Saúde mãe e filho, Aleitamento Materno, Desmame Precoce, Nutrição.
Resumo
O ato de amamentar é um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho com repercussão no estado nutricional do bebê, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional. O conhecimento materno sobre sua importância e, o apoio da família e de profissionais capacitados é de grande relevância para o sucesso do mesmo (BRASIL, 2009). A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda aleitamento materno exclusivo (AME) até o sexto mês de vida do bebê e a manutenção da amamentação de forma complementar até os 2 anos, com base nos benefícios que a amamentação promove na saúde da criança e da mãe lactante, além dos impactos econômico (OMS, 2008). O leite materno por possuir em sua composição uma alta concentração de gordura, vitaminas, minerais e proteínas é facilmente digerido e assimilado pelo lactente, além de ser livre de impurezas e estar sempre na temperatura ideal. Estudos mostram a superioridade do aleitamento materno sobre as demais formas de alimentar a criança durante seus primeiros dois anos de vida, embasando-se em pesquisas comprovam que o aleitamento materno é fundamental para redução da mortalidade infantil (CAPUTO NETO, 2013). Segundo Amaral; Basso (2009), a substituição do leite materno pelo leite artificial além de ser oneroso, aumenta o número de óbitos de crianças em cerca de 1,5 milhões/ano no mundo, a grande maioria por diarreia principalmente em lugares onde não há água potável para o preparo das mamadeiras e a higiene é precária (SALIBA et al., 2008). No Brasil, de acordo com o artigo 392 do Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de 1943, a empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário e dois intervalos especiais de 30 minutos cada, durante a sua jornada de trabalho para amamentar seu filho, até que este complete seis meses de idade (BRASIL, 2015). Em face do exposto e uma vez que o profissional nutricionista pode participar ativamente da promoção e da manutenção de processo com vista em melhorar os aspectos nutricionais do bebê e da mãe, este trabalho teve como objetivo descrever com base na literatura científica os benefícios da amamentação para saúde da mãe e do bebê. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo revisão integrativa (RI) da literatura. Este método de pesquisa permite a incorporação de evidências na prática clínica. Foram cumpridas seis etapas pré-estabelecidas: definição do tema e da pergunta norteadora; busca na literatura; definição de critérios para categorização dos estudos que correspondam aos dados coletados (período de tempo; de critérios inclusão/ exclusão; escolha das bases de dados); categorização dos estudos; avaliação dos estudos selecionados; análise e interpretação dos dados; apresentação dos resultados da revisão. Para guiar a RI, formulou-se a seguinte questão norteadora: quais os benefícios da amamentação para saúde da mãe e do bebê? Quais os fatores associados ao desmame precoce? Para seleção dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: saúde mãe e filho, aleitamento materno, desmame precoce e nutrição. Os critérios de inclusão utilizados neste estudo foram: artigos publicados entre 2000 a 2020, artigos indexados na base de dados Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS) e na Scientific Eletronic Library Online (SciELO), artigos disponibilizados no idioma português. Foram os excluídos os artigos que não atenderam os critérios de inclusão e os que não apresentavam a sua versão completa. O levantamento bibliográfico foi realizado em agosto de 2021 e análises foram desenvolvidas no período de agosto a outubro de 2021. Por se tratar de uma revisão de literatura, não foi necessário aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a seleção, foram obtidos 515 publicações referentes ao tema, dos quais apenas 35 estavam de acordo com os critérios de inclusão definidos. Desses 35, foram selecionados os 11 artigos para compor esta pesquisa. Segundo Silva et al. (2019) o aleitamento materno pode ser classificado em cinco tipos: 1) Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos; 2) Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais; 3) Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. 4) Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo; 5) Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite. Ademais, Segundo Saliba et al. (2008) torno de seis milhões de vidas de crianças estão sendo salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva. E, apesar do aumento desta taxa e da vasta rede de orientações e comprovações científicas, um alto índice de mamães por demasiados fatores não conseguem promover a aleitamento. Além disso, a duração da amamentação superior a 20 meses e prevalência de AME em bebês até o sexto mês acima de 50,0% caracterizam que o país alcançou um panorama satisfatório em relação à amamentação (AMARAL; BASSO, 2009). Assim, surge a importância das campanhas nacionais governamentais de incentivos a amamentação, pois por meio delas, o tema é divulgado e permanece em evidência na sociedade, ampliando os conhecimentos maternos a cerca do tema. O amamentar é uma função por excelência da mulher e, de acordo com as expectativas culturais, constitui-se momento de realização plena da feminilidade, de satisfação pessoal, mesmo sob a influência do meio social (CABRAL et al., 2013). O leite materno contribui positivamente para o crescimento e desenvolvimento da criança e apresenta vantagens imunológicas, psicológicas e nutricionais. Adicionalmente, leva a considerável redução na mortalidade infantil por todas as causas, principalmente por patógenos de transmissão fecal-oral, além de contribuir para saúde materna (MOURA et al., 2017). Para Silva et al. (2007) e Trindade (2005) o aleitamento materno é considerado um dos pilares para a promoção e proteção da saúde infantil. Os autores mencionam ainda que durante o período de lactação, as deficiências nutricionais da nutriz podem contribuir para a manutenção de baixas reservas de nutrientes nos lactentes, aumentando as chances para o desenvolvimento de carências nutricionais nos primeiros anos de vida, período em que há maior prevalência de agravos à saúde infantil, além disso, a criança que sofre de desnutrição fetal e, possivelmente de desnutrição pós-natal apresentam maiores chances de desenvolver doenças do adulto tais como, diabetes, hipertensão, cardiopatias, entre outros. Para Silva et al. (2017) a superioridade do leite materno está na sua composição bioquímica, especialmente quanto à presença de micronutrientes. Em consonância, Oliveira et al. (2009) mencionam que os minerais são importantes para o crescimento, desenvolvimento e a manutenção da saúde dos tecidos corporais e, por isso a necessidade de micronutrientes é maior para o recém-nascido em comparação a crianças e adultos, isso porque o recém-nascido apresenta rápido crescimento corporal e metabólico para atender os mecanismos envolvidos no desenvolvimento motor e imunitário (SILVA, 2017).Quanto aos benefícios maternos, de acordo Alves et al (2020); Morais e Cassab (2018) a amamentação ajuda na recuperação após o parto por liberar ocitocina durante a mamada acelerando o retorno do útero ao seu tamanho normal, reduz sangramentos pós-parto bem como o acometimento de alguns tipos de fraturas ósseas, reduz o risco de morte por artrite reumatoide, retarda a volta da menstruação e contribui para a perda de peso. Silva; Barros (2018) observaram em seu estudo que a maior parte das mães entrevistadas amamentaram seus filhos entre um e quatro meses, apesar das recomendações fornecidas pela Organização Mundial da Saúde. Das 50 mulheres envolvidas no estudo, sete (14%) tinham 15 anos, 14 (28%) tinham 19 anos e 13 (26%) tinham 23 anos. A mediana da idade foi de 23 anos, a moda 19 e a média 24 ±7,44 anos. Observou-se ainda durante a coleta de dados, que essas mães, principalmente as menores de idade sentiam-se despreparadas para esta nova fase da vida. Os autores ressaltaram ainda que as mães de 15 anos moravam com os pais, não dispondo, portanto, o apoio dos seus parceiros. Quanto maior a rede de apoio à essa mãe, maior será a sua adesão ao aleitamento materno exclusivo, aconselhamentos e orientações sobre o aleitamento materno devem ser iniciadas desde o pré-natal, é importante a participação dessas gestantes em grupos de apoio, roda de conversa sobre os benefícios da amamentação exclusiva para ela e para o bebê, essa promoção de saúde faz com que envolva essa mãe e as pessoas mais próximas a ela, levando informação e cada vez menos acontecendo o desmame precoce por falta de informação. Silva; Barros (2018) observaram em seu estudo um grande índice de desmame precoce. Das 50 mulheres participantes da pesquisa, 54% acometeram seus bebês ao desmame precoce. Resultado semelhante ao observado por Souza; Sodré; Silva (2015) em que das 46 mães estudadas, 26% evoluíram para o desmame precoce. Segundo Araújo OD et al. (2008) várias variáveis contribuem para o desmame precoce entre elas, tipo de parto, idade materna, presença paterna, números de filhos, experiência com amamentação. Além disso, variáveis socioeconômicas, como renda familiar, escolaridade materna e paterna, tipo de trabalho do chefe da família e relacionadas à assistência pré-natal e pós-natal. Os autores mencionam ainda que, o estresse e a ansiedade materna, o uso de medicamentos pela mãe e pelo bebe e a introdução precoce de alimentos contribuem para o desmame precoce. Para Moraes et al. (2012) a diminuição do conhecimento ou mitos adquiridos pelas mães acerca do aleitamento materno pode interferir diretamente na amamentação consequentemente levando ao desmame precoce, assim como a falta de preparação do profissional na hora de transmitir às mães as informações adequadas, ações governamentais vulneráveis relacionadas à promoção do aleitamento materno, e o papel das mães com o exercício profissional fora do lar. CONSIDERAÇÕES FINAIS: É importante o acompanhamento de um profissional de saúde, no sentido de “identificar e compreender o processo do aleitamento materno no contexto sociocultural e familiar e, a partir dessa compreensão, cuidar tanto da mãe e do filho”. Para Brandão et al. (2012) é de extrema importância que a equipe de profissionais que assistem essa comunidade conheça as condições sociais e socioeconômicas que essa mulher está inserida, sempre ouvindo suas preocupações e aflições, esclarecendo dúvidas, desfazendo mitos existentes no senso comum e que são consolidados por uma cultura passada de geração para geração e que podem influenciar de forma negativa todo o processo de amamentação. Através de uma equipe multidisciplinar, na qual pode estar presente um profissional da nutrição para orientar quanto à importância do aleitamento materno e assistir as mães com atendimento de qualidade para que elas se sintam à vontade em retirar suas dúvidas, angústias, medos, crenças, de modo a proporcionar para gestante e nutriz confiança na prática da amamentação. REFERÊNCIAS: AMARAL, Simone., et al. Aleitamento Materno e Estado Nutricional Infantil1. Disciplinarum Scientia. Série: Ciências da Saúde, Santa Maria, v. 10, n. 1, p. 19-30, 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Promovendo o aleitamento materno. Álbum Seriado. 2 ed. Revisada. Brasília. 2007. MORAIS, A. M. B. et al. Vivências da amamentação por trabalhadores de uma indústria têxtil do Estado do Ceará. Revista Brasileira de Enfermagem, v.64, n.1, p.66-71, 2012. NUNES, Leandro Meirelles. Importância do aleitamento materno na atualidade. Bol. Cient Pediatra. 2015;04(3):55-8. SANTANA, J. da M.; BRITO, S. M.; SANTOS, D. B. dos. Amamentação: conhecimento e prática de gestantes. O Mundo da Saúde, São Paulo, 2013.SILVA, Luciane et al. Micronutrientes na gestação e lactação Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., 7 (3): 237-244, 2007. SOUZA MHN; SODRÉ VRD; SILVA FNF. Prevalência e fatores associados à prática da amamentação de crianças que frequentam uma creche comunitária. Rev Ciencia Enfermería 2015;1(1):55-67. TRINDADE, Cleide E. P Importância Dos Minerais na Alimentação do Pré-Termo Extremo. Jornal de Pediatria - Vol. 81, No1(Supl), 2005.
Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ORTEGA, Endy Eduarda et al.. NUTRIÇÃO MATERNA: BENEFICÍOS DA AMAMENTAÇÃO PARA SAÚDE DA MÃE E DO BEBÊ.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/502008-NUTRICAO-MATERNA--BENEFICIOS-DA-AMAMENTACAO-PARA--SAUDE-DA-MAE-E-DO-BEBE. Acesso em: 03/05/2025

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