ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO DA MULHER COM CÂNCER DE MAMA

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO DA MULHER COM CÂNCER DE MAMA
Autores
  • Valdirene Guimarães De Oliveira Monteiro
  • Maria Victoria Lins Colnago
  • Débora Teixeira da Cruz
  • Gislaine Stefanini
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/501632-acolhimento-psicologico-da-mulher-com-cancer-de-mama
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Palavras-chave: Atenção Primária. Detecção Precoce. Neoplasias da Mama.
Resumo
ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO DA MULHER COM CÂNCER DE MAMA Maria Victoria Lins Colnago Valdirene Guimarães de Oliveira Monteiro Débora Teixeira da Cruz Gislaine Stefanini INTRODUÇÃO O câncer de mama é a neoplasia maligna com maior incidência em mulheres, na maior parte do mundo e, portanto, é um relevante problema de saúde pública. Desse modo, no Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para cada ano do triênio 2020 - 2022 são de 66.280 casos novos. A Organização Mundial da Saúde (OPAS) estima que ocorrerá 27 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes no ano de 2030 em decorrência do câncer, principalmente em países de renda baixa e média, embora ações de baixo custo possam interferir de forma favorável em um terço dos casos (BRASIL, 2015). Dentre os mais relevantes problemas de saúde pública da atualidade, o câncer encontra-se em destaque não só pela sua magnitude epidemiológica, mas também pelas consequências econômicas e sociais, embora seja uma doença que apresente pelo menos um terço dos casos potencialmente preveníveis. No que se refere à Saúde da Mulher, o câncer de mama merece destaque por ser o mais incidente, com exceção dos de pele não melanoma, correspondendo anualmente a 25% dos casos novos. Projetou-se para o biênio 2018 - 2019 que no Brasil, o percentual de 29% de novos casos de neoplasias entre as mulheres. Em 2018 foram 59.700 casos no país (INCA, 2019). O objetivo do trabalho foi conhecer a atuação prática do Psicólogo (a) no ambiente hospitalar, e como específicos transmitir informações sobre o câncer de mama, conscientizar e orientar a população, principalmente no atendimento a mulher positivada para o câncer de mama, sendo estas as mais afetadas. MATERIAL E MÉTODOS O delineamento do estudo é de carácter qualitativo e descritivo baseado na resolução 510 de 2016, artigo 1°, V - pesquisa com bancos de dados, cujas informações são agregadas, sem possibilidade de identificação individual, bem como VII - pesquisa que objetiva o aprofundamento teórico de situações que emergem espontânea e contingencialmente na prática profissional, desde que não revelem dados que possam identificar o sujeito. Neste sentido os insumos apresentados foram de pesquisa bibliográfica da qual utilizada para a discussão dos casos que evidenciam a prática do Psicólogo Hospitalar. O que propiciou a escrita do artigo foi o estágio supervisionado, realizado em hospital filantrópico em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, entre os dias 21/02/2022 há 09/05/2022, com a supervisora Drª Débora Teixeira da Cruz - CRP 14° 06167-2 e preceptoria da profissional local. Foram utilizados atendimentos de mulheres positivadas para câncer de mama, na qual o acolhimento evidencia a promoção e a atenção ao paciente, relacionando o histórico de vida, dando suporte emocional, identificando motivações e as dificuldades na adesão ao tratamento proposto pelo médico responsável , auxiliando na compreensão e assimilação da sua condição clínica, diagnóstico para o tratamento curativo. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo Fiocruz (2018), o método de BI-RADS, colabora para a terminologia do resultado dos exames. Começando com o Grau 0, sendo necessário uma avaliação de novas imagens comparando com as imagens anteriores. O grau 1, é um resultado negativo de lesão maligna, mas sendo necessário fazer exames anuais a partir dos 40 anos. Já o grau 2 é considerado benigno, que não possui nenhuma característica de malignidade, como por exemplo, cistos simples, nesse caso, também é necessário fazer exame todo ano. Ainda de acordo com o autor supracitado, o grau 3 indica um câncer de crescimento rápido, mais provável de se disseminar, sendo necessário fazer um acompanhamento de 6 em 6 meses. No grau 4, se tem uma certa desconfiança, então é recomendado fazer a biopsia, mesmo que não seja considerado como maligno logo no início, é de extrema importância que a paciente faça os demais exames necessários para excluir qualquer suspeita. Já os que se encaixam no grau 5, tem uma chance de 95% de ser maligno, então essas pacientes também são encaminhadas para a biopsia. O grau mais severo é o 6° onde consegue-se ver a malignidade pelos exames, nesse caso o tratamento já vai ser direcionado. Diante desse diagnóstico, é muito importante que a mulher seja ouvida, acolhida e confortada, esse papel psicossocial de apoio é essencial na vida da paciente com câncer de mama. A rede de apoio pode ser formada por pessoas próximas a mulher, como familiares, amigos e vizinhos, e por uma equipe multiprofissional de médicos e psicólogos. Outra forma interessante de ter acolhimento é buscando grupos de apoio compostos por outras pacientes e ex pacientes que venceram a luta contra o câncer de mama. Além de conversar, demonstrar compreensão, estar presente e dar afeto a mulher enferma, a rede de apoio também deve ajudar com tarefas do dia a dia, já que os sintomas do câncer de mama podem limitar a mobilidade, trocas de informações e experiências, pois o tratamento pode ser longo, cansativo e doloroso. Embora todo o avanço da medicina, muitos tratamentos para o câncer ainda são dolorosos e invasivos, causando interferência no bem-estar do paciente conforme relata Kovács, (1998, p.162). “Atualmente existe uma grande preocupação para que os tratamentos, além de combater a doença, não prejudiquem demais a qualidade de vida do paciente”. Ainda, conforme destaca Moraes, (2016, p. 32/33) o câncer de mama é: O segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres. A incidência da doença aumenta rapidamente até´ os 50 anos e, posteriormente, essa elevação ocorre de forma mais lenta. Entre os fatores de risco, a idade continua sendo um dos mais importantes. Também se podem citar aqueles relacionados a` vida reprodutiva da mulher (menarca precoce, nuliparidade, idade da primeira gestação a termo acima dos 30 anos, uso de anticoncepcionais orais, menopausa tardia e terapia de reposição hormonal além desses, a exposição a` radiação ionizante, mesmo em baixas doses, principalmente durante a puberdade, e os fatores genéticos, como a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, aumentam a chance de desenvolver a doença antes dos 70 anos de idade. Os fatores protetores seriam amamentação, prática de atividade física, alimentação saudável e manutenção do peso corporal. Os aspectos positivos revelados pelas mulheres compreenderam a multidisciplinaridade, o comportamento acolhedor e a assistência com cuidado e atenção. Nos negativos, a insegurança do atendimento prestado, o desejo de garantia de atenção médica e o desrespeito profissional são medos constantes. Diante do exposto entende-se que algumas mulheres ainda têm receio, ou muitas vezes até falta de informações sobre a importância de se fazer o acompanhamento médico para a prevenção. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando que a aplicabilidade teórica dentro dos campos dos estágios supervisionados, é de suma relevância para o conhecimento e aplicabilidade teórica aprendida, considerando que foco é o atendimento de forma imparcial e ética aos pacientes em situação de fragilidade e vulnerabilidade, ter uma comunicação clara com a equipe multidisciplinar. O estudo corroborou para entender que além da subjetividade, o profissional busca sempre focar no doente e não na doença, contudo o (a) Psicólogo (a) no atendimento, não deve ser engessada, mas ter liberdade de atuação considerando o processo de acolhimento e técnicas profissionais a ser utilizada, mas sempre seguindo o regulamento interno e o código de ética, pois cuidar de pessoas com doenças crônicas progressivas exige um conhecimento técnico, propiciando o equilíbrio entre a razão e emoção. Neste contexto é sabido que a evolução da sociedade, o conceito de saúde mental foi se modificando a ponto de gerar estudos evidenciando a Psico oncologia como uma subárea da medicina, tendo como responsável pelo trabalho o (a) Psicólogo (a). Mesmo com o descrédito de uma parcela da sociedade, é possível entender após a realização do Estágio Supervisionado a importância da saúde mental para o tratamento do câncer, é inegável o quanto a doença ela afeta todas as áreas do corpo e qualidade de vida. A partir do diagnóstico e prognóstico constatado é preciso conversar de forma clara sobre o estado de saúde do paciente, e verificar sua compreensão sobre da doença, outro fator identificado durante as práticas da Psicologia Hospitalar, é a necessidade de esclarecimento das dúvidas aos familiares, sendo essas ações essenciais para assegurar que o cuidador se sinta capaz de exercer sua função, e esse sentimento de confiança se reflete na qualidade do cuidado fornecido ao paciente oncológico. Nesse sentindo, o estágio supervisionado é o momento de contato do estudante com a área escolhida, sendo uma ótima oportunidade não apenas para compreensão da teoria, mas de aplicabilidade prática do que foi aprendido durante a graduação, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e profissional, pois além de preparar o estudante, permite novas responsabilidades, aumento da confiança, criação de uma rede de contatos na área profissional. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Clodoaldo, da Silva; et al. A importância do estágio supervisionado de enfermagem em um hospital universitário. in: anais do ll Seminário Internacional em Saúde do Adulto: tecnologias em saúde. 2019. São Paulo. Campinas, Galoá, 2019. Disponível em: <https://proceedings.science/sisa-2019/papers/a-importancia-do-estagio-supervisionado-de-enfermagem-em-um-hospital-universitario-> Acesso em: 30 maio 2022. BAPTISTA, T; RAMOS, R, G; O utente oncológico e a importância do médico de família. 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Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MONTEIRO, Valdirene Guimarães De Oliveira et al.. ACOLHIMENTO PSICOLÓGICO DA MULHER COM CÂNCER DE MAMA.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/501632-ACOLHIMENTO-PSICOLOGICO-DA-MULHER-COM-CANCER-DE-MAMA. Acesso em: 22/05/2025

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