IMPACTO DO PADRÃO ALIMENTAR NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Publicado em 03/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-522-0

Título do Trabalho
IMPACTO DO PADRÃO ALIMENTAR NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO: UMA REVISÃO DE LITERATURA
Autores
  • Murillo Penze Cardoso
  • Eliana Luiza Campos De Arruda
  • Helena Aparecida Dos Santos Escobar
  • Anna Paula De Melo Alencar Lima
  • Jeniffer Michelline Custódio
  • Janaina Michelle Oliveira do Nascimento
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
03/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2022/494491-impacto-do-padrao-alimentar-na-qualidade-de--vida-do-idoso--uma-revisao-de-literatura
ISBN
978-85-5722-522-0
Palavras-Chave
Consumo alimentar, Nutrição do idoso, Qualidade de vida.
Resumo
INTRODUÇÃO: O envelhecimento é um processo natural progressivo do ser humano que cada pessoa vivência com diferentes intensidades. É difícil estabelecer o início dessa fase da vida com base apenas na idade, devido à crescente longevidade observada nas sociedades ocidentais. No estudo realizado em 2017, constatou-se que 17,2% da população do Brasil era composta por pessoas com mais de 65 anos e prevê-se que chegue a 29,9% em 2060. Esse aumento da longevidade e, consequentemente, da expectativa de vida são atribuídos a melhoria da qualidade de vida, a diminuição da mortalidade infantil e a melhora na assistência médica. Neste último grupo de causas, a nutrição desempenha um papel muito importante (CAVALCANTE, 2017). A maioria dos idosos apresentam em razão da diminuição do estoque homeostático do corpo uma redução acelerada da reserva fisiológica, e são acometidos pela síndrome da fragilidade, que é definida pela redução da força muscular e de energia para a realização das atividades corriqueiras. Assim, esta síndrome é responsável por acarretar maior sensibilidade ao estresse agudo e enfermidades nos idosos, por estar associada ao enfraquecimento do sistema fisiológico, envolvendo modificações na função imunológica, desregulação neuroendócrina, sarcopenia, xerostomia, alterações da capacidade mastigatória, entre outros (SBGG, 2020). Machado et al. (2015) afirmam que o processo de envelhecimento que pode estar associado ao estresse oxidativo onde o sistema do corpo humano sofre oxidação por exposição ao oxigênio ou ao encurtamento dos telômeros e/ou a mutações pode trazer mudanças na dieta, podendo esta ser diminuída e ocasionar problemas de saúde e que se não identificada precocemente pode levar à desnutrição e comprometer a qualidade de vida do indivíduo idoso. É notório o aumento da população idosa no Brasil de forma síncrona com a ocorrência de doenças crônicas avultando-se a hipertensão arterial sistêmica (HAS) e diabetes mellitus (DM), ambas correlacionadas entre outros fatores com o sedentarismo e práticas alimentares inadequadas e, que podem desencadear a obesidade (RIBEIRO et al., 2019). Assim, a população idosa manifesta continuadamente a incidência de duas ou mais enfermidades, com epíteto “multimorbidade”, que por sua vez compõe a principal fator de incapacidade e morte nessa faixa etária (LEITE et al., 2020). Para mais, Melo e Lima (2020) citam que a preponderância da multimorbidade na população idosa torna-se um desafio para a saúde pública em decorrência da complexidade e que identificar os fatores associados a este quadro pode ajudar na realização do manejo adequado. Assim, a educação nutricional desempenha papel fundamental por proporcionar maior entendimento sobre alimentação adequada e saudável de modo a contribuir para a preservação da saúde, bem como na prevenção de doenças (DA SILVA et al., 2020). Em face do exposto, o presente estudo objetivou descrever por meio da revisão literária qual o impacto dos hábitos alimentares na qualidade de vida dos idosos. A identificação dos fatores associados ao desenvolvimento de morbidade ou multimorbidade na população idosa poderá promover a formulação de políticas públicas destinadas para a prevenção, promoção e proteção à saúde. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo revisão integrativa (RI) da literatura. Este método de pesquisa permite a incorporação de evidências na prática clínica. Para guiar a RI, formulou-se a seguinte questão norteadora: de que forma os hábitos alimentares podem afetar na qualidade de vida dos idosos? Para seleção dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: consumo alimentar, nutrição do idoso, qualidade de vida. Os critérios de inclusão utilizados neste estudo foram: artigos publicados entre 2015 a 2020, artigos indexados na base de dados LILACS, na SciELO e no Google acadêmico e artigos disponibilizados no idioma português. Foram excluídos os artigos que não atenderam os critérios de inclusão e os que não apresentaram a sua versão completa. O levantamento bibliográfico foi realizado em março de 2021 e as análises foram desenvolvidas no período de agosto a outubro de 2021. Por se tratar de uma revisão de literatura, não foi necessário aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram encontradas inicialmente 15 publicações na base de dado Lilacs. Após a leitura do resumo, foram excluídos 06 artigos, restando apenas 09 artigos. Destes, após a leitura do texto completo, foram excluídos 07 artigos, totalizando 02 no final. Na base de dados do Scielo, foram encontrados 26 artigos, destes após a leitura foram excluídos 21, restando apenas 05. Na base de dados do Google acadêmico, foram encontrados 22 artigos correspondentes à pesquisa, sendo que 09 foram excluídos por não abordar o tema proposto. Assim, foram utilizados 20 artigos, acerca do impacto do padrão alimentar na qualidade de vida do idoso. Entende-se como idoso aquele indivíduo com faixa etária igual ou acima dos 60 anos, segundo o Estatuto do Idoso. Nesse contexto, de acordo com a pesquisa realizada por Flores (2015) é notório o aumento da população idosa no Brasil, dado que o índice de jovens no ano de 2010 correspondia a cerca de 30% dos habitantes e em 2040 irá corresponde aproximadamente a 15,5% do total da população e 13,3% no ano de 2060, isto é, uma redução de 45% da população jovem brasileira. Em contrapartida, a população idosa tende a aumentar em torno de 33% até 2030 e ao final do ano de 2060 cogita-se um aumento de 9%, levando-se em consideração a redução gradativa dessa faixa etária. Desse modo, o aumento do tempo médio de vida, não é sinônimo de melhor qualidade de vida, e a nutrição é um fator que contribui de forma positiva para melhoria da saúde e longevidade destes indivíduos. Dentre os diversos fatores que influenciam na qualidade de vida do idoso, estão aqueles que afetam a ingestão alimentar e estes são apontados como fatores facilitadores para a ocorrência da má nutrição no idoso (BASTOS, 2015). Para Macena et al. (2018), no processo de envelhecimento há a modificação de sua fisiologia devido à perda da homeostase, afetando assim o sistema imunológico, que uma vez envelhecido, apresenta menor eficácia em proteger o organismo contra agentes exógenos e endógenos, podendo desencadear no idoso, condições patológicas como doenças infecciosas, enfermidades autoimunes, entre outras. Já Tavares et. al. (2015) mencionam que a população idosa sofre pouca influência decorrente de fatores genéticos, por outro lado, sofre forte influência de fatores ambientais, como estilo de vida e a alimentação inadequada. Portanto, hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física regular devem ser instituídos como medidas indispensáveis ao envelhecimento adequado. Logo, a alimentação na terceira idade deve ser levada à sério, já que a desnutrição é um problema comum dentre os idosos tanto em ambientes hospitalares, quanto em ambiente domiciliar. Acredita-se que este problema decorre de alterações do paladar, diminuição da sensação degustativa, diminuição do interesse pela comida e diminuição na percepção de odores (MELO; OLIVEIRA; CAVALCANTI 2015). Para mais, no estudo realizado por Gomes e Granciero (2017) foi constatado a baixa ingestão de vitaminas e minerais. A pesquisa realizada com os idosos mostrou uma adequação para com o consumo de macronutrientes e em contrapartida, as vitaminas A, E, B12 e ferro estavam em níveis inadequados para a faixa etária. Angst et al. (2015) ressaltam que grande parte da população idosa ânsia pelo consumo em maior quantidade de insumos alimentícios de consistência mole, de mastigação incomplexa, com ênfase aos farináceos brancos, frutas geralmente ingeridas após o processamento (suco) e legumes na forma cozida. Os autores mencionam ainda que este padrão alimentar pode estar associado a questões sociais, que por sua vez influência à saúde e consequentemente o estado nutricional do indivíduo, proporcionando maior suscetibilidade ao desenvolvimento e/ou agravamento de enfermidades crônicas não transmissíveis. Segundo Melo et al. (2018) outro fator que contribui para alimentação inadequada nesta faixa etária, se dá pela dificuldade de adaptação e redução de autonomia, implicando no bem-estar físico e psicológico do idoso. Conforme a idade vai avançando, a autonomia funcional do idoso tende a diminuir, e existe a necessidade de auxílio para com as menores atividades diárias, tais como tomar banho, alimentar-se, entre outros exercícios. Além disso, a politerapia medicamentosa que tende a aumentar conforme a idade e pode contribuir de forma indesejável para a desordem no organismo dessa faixa etária em especial, podendo acarretar diversas carências nutricionais. Diversos artigos de revisão dão destaque à interação fármaco-nutriente, responsabilizando-a por intensificar ou atenuar a resposta do organismo ao fármaco, alterar a sua solubilidade e absorção (HINKELMANN et al., 2015). De acordo com o estudo elaborado por Fanhani et al. (2019), foi possível observar com relação aos medicamentos, o consumo exacerbado de fármacos sem qualquer tipo de prescrição médica entre a população, sem discrepância de questões culturais ou socioeconômicas, por exemplo. Entretanto, tal conduta pode contribuir de forma indesejável para ocultar o desenvolvimento de uma enfermidade ou até mesmo atrasar possíveis diagnósticos mais severos, impossibilitando a interpretação dos sinais e sintomas, bem como a análise de exames, uma vez que o paciente não relata sobre a automedicação. Em face disso, diversos autores citam que há preferência da ingesta de alimentos de rápido preparo e ressaltam para o aumento da proporção de alimentos industrializados consumidos no domicílio, como pães, biscoitos e refrigerantes. E em relação à distribuição de carboidratos, destaca-se o elevado consumo de carboidratos simples em detrimento aos complexos. Dado que, a alimentação nessa fase é um dos fatores que mais ajuda a melhoria da qualidade de vida, e sendo feita com acompanhamento de um profissional e seguida corretamente ajuda na absorção de vitaminas e minerais evitando problemas maiores (MARTINS, et al., 2016). Além disso, conforme observado na pesquisa realizada por Mello et al. (2017), fora a ingestão de açucares simples, como doces, também foi constatado o consumo excessivo de alimentos ricos em gorduras saturadas, como por exemplo, as frituras, que estão presentes na prática alimentar do grupo específico, de modo que esses hábitos podem contribuir de maneira insatisfatória para a incidência de enfermidades crônico degenerativas. Ademais, os autores alertam também para o alto consumo de carne bovina e carne de frango que apesar de serem uma fonte proteica ideal, é necessário atenção no consumo, pois tais benefícios são provenientes dos cortes magros, uma vez que a ingestão de cortes gordos tem o potencial de provocar o desenvolvimento de dislipidemias. CONCLUSÃO: Conclui-se, que os idosos sofrem várias modificações em decorrência do processo natural do envelhecimento, na qual ocorrem diversas transformações bioquímicas, comportamentais, morfológicas e psicossociais. Desse modo, a alimentação adequada desempenha função imprescindível na prevenção e tratamento de enfermidades que eles desenvolvem no decorrer dos anos vividos por minimizar os possíveis efeitos adversos de patologias associadas e/ou por manter o equilíbrio nutricional. REFERÊNCIAS: CAVALCANTE, Lilian de Souza. Aplicabilidade da MAN – Mini Avaliação Nutricional em idosos diabéticos. Nutr. clín. diet. hosp. 2017; 37(1):67-74. LEITE, Bruna Cardoso et al. Multimorbidade por doenças crônicas não transmissíveis em idosos: estudo de base populacional. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 22, 2020. MACENA, Wagner Gonçalves; HERMANO, Lays Oliveira; COSTA, Tainah Cardoso. Alterações fisiológicas decorrentes do envelhecimento. Revista Mosaicum, n. 27, p. 223-238, 2018. MACHADO, R.S.P., COELHO, M.A.S.C., VERAS, R.P. Validade da versão em português da mini avaliação nutricional em idosos brasileiros. BMC Geriatr 15, 132 (2015).MELLO, Amanda de Carvalho et al. Consumo alimentar e antropometria relacionados à síndrome de fragilidade em idosos residentes em comunidade de baixa renda de um grande centro urbano. Cadernos de saúde pública, v. 33, 2017. PEREIRA, Ingrid Freitas da Silva et al. Padrões alimentares de idosos no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 1091-1102, 2020. RIBEIRO, Ingrid Alves et al. Síndrome do idoso frágil em idosos com doenças crônicas na Atenção Primária. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 53, 2019. SBGG. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Síndrome da Fragilidade e suas especificações. Rio de Janeiro – RJ, 2020. Disponível em: < https://sbgg.org.br/sindrome-dafragilidade-e-suas-especificacoes/ > Acesso: 30 de agosto de 2021. SOUZA, Jacqueline Danesio et al. Padrão alimentar de idosos: caracterização e associação com aspectos socioeconômicos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 19, p. 970-977, 2016. SZERWIESKI, Laura Ligiana Dias et al. Capacidade cognitiva, estilo e qualidade de vida dos idosos: estudo transversal. Online Brazilian J Nurs, v. 16, n. 3, p. 298, 2018
Título do Evento
3º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2022
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CARDOSO, Murillo Penze et al.. IMPACTO DO PADRÃO ALIMENTAR NA QUALIDADE DE VIDA DO IDOSO: UMA REVISÃO DE LITERATURA.. In: Anais do 3º CONIGRAN - Congresso Integrado da UNIGRAN Capital 2022.. Anais...Campo Grande(MS) Rua Abrão Júlio Rahe, 325, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2022/494491-IMPACTO-DO-PADRAO-ALIMENTAR-NA-QUALIDADE-DE--VIDA-DO-IDOSO--UMA-REVISAO-DE-LITERATURA. Acesso em: 20/07/2025

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