ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO ETANÓLICO DA ALTERNANTHERA BRASILIANA (L.) KUNTZE. (AMARANTHACEAE)

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

DOI
10.29327/144454.2-12  
Título do Trabalho
ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO ETANÓLICO DA ALTERNANTHERA BRASILIANA (L.) KUNTZE. (AMARANTHACEAE)
Autores
  • Robert Willian Da Silva Lemes
  • Aryenne Power Coelho Rossignol
  • Amanda Bento Nogueira
  • Graziele Sandim
  • amanda silva costa machado
  • Maicon Matos Leitão
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/366029-atividade-antimicrobiana-do-extrato-etanolico-da--alternanthera-brasiliana-(l)-kuntze-(amaranthaceae)
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Alternanthera brasiliana, Atividade antimicrobiana, extrato etanólico.
Resumo
Introdução: Para suprir as demandas atuais, o desenvolvimento de novas alternativas se faz necessário devido ao grande número de microorganismos resistentes. Abrigando a maior biodiversidade do planeta, o Brasil possui seis biomas muito bem distribuídos e muito vastos de espécies vegetais, proporcionando um bom campo para estudos de compostos fitoterápicos. As plantas possuem várias ações comprovadas cientificamente e citadas pela população, sendo utilizadas no tratamento de dores, hemorragias, pedra nos rins, ácido úrico, diabetes, diarreia, doenças pulmonares, vermífugo, cicatrizantes, problemas digestivos e até antidepressivo, além de atividades anti-inflamatórias e antimicrobiana, dentre outras ações não citadas (OLIVEIRA et al, 2019). A forma mais comum de administração dos fitoterápicos pela população é pela via oral na forma de chá. Partes mais consumida são as folhas, cascas e frutas, variando de acordo com o bioma em que ela está inserida e suas particularidades (PENIDO et al, 2016). Existem substâncias de interesse ao ser humano que são extraídos das plantas, extratos naturais, e outras substâncias produzidas a partir delas em laboratório, sendo semissintéticas ou sintéticas. Historicamente, a importância do uso dessas plantas se desenvolveu em maio de 2006, ano em que nasceu a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde (SUS), tornando oficial a utilização de plantas medicinais e fitoterápicas no tratamento de diversas patologias (BRASIL, 2006). Neste contexto, se destaca a Alternanthera brasiliana (L) Kuntze pertencente à família Amaranthaceae, onde há relatos e estudos demonstrando sua atividade antimicrobiana, o tema chama atenção para a contribuição de novas hipóteses para a grande problemática dos dias atuais, a resistências a antibióticos, além disso, as conclusões posteriores in vitro podem servir como base para outros estudos na área de interesse médico, que futuramente in vivo, irão ajudar no combate das superbactérias e o descobrimento de novos antimicrobianos. Objetivo: O objetivo do estudo é testar a atividade antimicrobiana da planta A. brasiliana, frente a microrganismos de interesse médico. Metodologia: A pesquisa antimicrobiana in vitro foi exercida no laboratório multidisciplinar e laboratório de análises clínicas do Centro Universitário Unigran Capital. Os ensaios foram desempenhados em duplicata, sendo consideráveis resultados qualitativos positivos ou negativos. Foi testado extrato etanólico das partes aéreas da planta Alternanthera brasiliana (L) Kuntze, fornecido pelas professoras Drª. Candida Kassuya (UFGD) e Drª. Claudia Cardoso (UEMS), seguindo metodologia anteriormente descrita por BALIN et al., 2018. Foram analisados os seguintes microrganismos: Escherichia coli CEFAR E003, Klebsiella Pneumoniae ATCC 700603, Pseudomonas aeruginosa CEFAR P003, Streptococcus pneumoniae ATCC 49619, Salmonella typhimurium NEWP 0023 e Pseudomonas aeruginosa NEWP 0053, que foram inoculados em caldo Brain Heart Infusion e incubados a 37 ºC, por 24h para reativação das cepas. Após esse período os microrganismos foram semeados em placas contendo ágar Mueller Hinton e incubados a 37ºC, por 24 h em estufa bacteriológica para o crescimento de colônias isoladas. Logo depois foi realizada a Técnica de “poços”, que consiste na preparação do inoculo bacteriano em salina a uma turvação equivalente ao tubo 0,5 da escala de MacFarland (1 x 10 8 UFC/mL), sendo posteriormente semeados na superfície de placas de ágar Mueller Hinton com auxílio de swabs estéreis de forma homogênea. Em seguida, foram realizadas perfurações de 6 mm de diâmetro com tubos de vidro estéreis e adicionados em cada cavidade o equivalente a 100 µL do extrato etanólico da planta em estudo na concentração de 41250 µg/mL e do controle levofloxacina (5µg/mL). A avaliação da atividade antimicrobiana foi realizada observando-se a formação de halos de inibição ao redor das cavidades padronizadas (NCCLS, 2002). Seguindo com os estudos foi realizado o teste para saber a Concentração inibitória mínima (CIM), com isso foram adicionados 100 µL de caldo Mueller Hinton em microplacas de 96 poços e 100 µL do extrato etanólico da planta em estudo, realizando-se as microdiluições. Os microrganismos foram padronizados em solução salina em uma turvação equivalente ao tubo 0,5 da escala de MacFarland e diluído 1:10 também em salina. Após a diluição, volumes de 10 µL foram transferidos para as cavidades de microplacas esterilizadas, contendo volume final de 100 µL de caldo Mueller-Hinton, acrescido das diferentes concentrações finais do extrato (20000, 10000, 5000, 2500, 1200, 650, 320 e 160 µg/mL), resultando em um inóculo final de aproximadamente 10 x 10 5 UFC/mL, os quais posteriormente foram levados à estufa a 37 ºC, por 24 h. As CIMs foram determinadas através da observação visual do padrão de turvação de cada poço da microplaca, comparado ao grupo controle, observando-se a menor concentração na qual o extrato foi capaz de inibir completamente o crescimento microbiano (NCCLS, 2018). Após isso foi avaliado se o extrato teria ação bactericida por meio da Concentração bactericida mínima (CBM), para isso foram retiradas alíquotas dos poços onde não ocorreu crescimento microbiano no teste anteriormente descrito e, estas amostras foram semeadas em ágar Muller-Hinton. As placas foram incubadas à temperatura de 37 °C, por 24 h. A CBM foi considerada como a menor concentração na qual não houve crescimento dos microrganismos nas placas de petri (NCCLS, 2018). Resultados: Foi desenvolvida a pesquisa antimicrobiana in vitro, onde se usou a técnica de “poços” em duplicata, observou-se que não foi identificada a formação de halos de inibição nos testes contendo as seguintes bactérias: Escherichia coli (CEFAR E003), Klebsiella pneumoniae (ATCC 700603), Salmonella typhimurium (NEWP 0023) e Streptococcus pneumoniae (ATCC 49619), sendo assim as cepas descritas não apresentaram sensibilidade ao extrato na técnica de “poços”. Formando um halo de inibição de 30 mm (placa 1) e 25 mm (placa 2) a Pseudomonas aeruginosa (CEFAR P003) apresentou sensibilidade ao extrato da A. brasiliana. Considerando os resultados com o antibiótico Levofloxacina 5µg que foi utilizado como controle positivo, confirmam-se os testes realizados com todas as bactérias do estudo. Partindo dos resultados obtidos pela técnica de “poços”, foi avaliada a concentração inibitória mínima da Alternanthera brasiliana, pela técnica de microdiluição que apresentou resultado bacteriostático, com CIM de 10000 µg/mL nas bactérias Escherichia coli (CEFAR E003), Klebsiella pneumoniae (ATCC 700603) e Pseudomonas aeruginosa (NEWP 0053) e 5000 µg/mL quando testadas nas cepas de Salmonella typhimurium (NEWP 0023) e Streptococcus pneumoniae (ATCC 49619). As bactérias que pertencem a familia das Enterobacteriaceae como a P. aeruginosa, E. coli e K. pneumoniae podem apresentar prioridade critica quando resistente aos carbapenêmicos e nos casos de E. coli e K. pneumoniae podem ser produtoras de ESBL (ß-lactamases de espectro estendido), ou seja resistente a mais de um medicamento do grupo dos beta lactâmicos, sendo assim o resultado do CIM se mostrou de grande relevância, dada a importância das bactérias em questão. O CIM da Salmonella foi um dos menores no estudo, o que se torna de grande valia já que esse microrganismo está muito relacionado a infecções gastrointestinais e pode apresentar resistência a fluoroquinolonas, sendo de prioridade alta. S. pneumoniae é o principal agente relacionado a infecções respiratórias, algumas cepas não possuem sensibilidade a penicilina, no resultado foi uma das cepas com menor CIM. Resultados satisfatórios foram obtidos frente à cepa de P. aeruginosa, levando em consideração sua importância clínica, por se tratar de um bacilo gram-negativo não fermentador, que assola pacientes em hospitais, especificamente em UTIs e casas de repousos, pois mostra sua agressividade em causar infecções, que muitas vezes levam a morte. Discussão: Em confronto com o estudo de Coutinho et al em 2017, primeiro estudo exploratório da ação entre o extrato etanólico de Alternanthera brasiliana e um antibiótico a gentamicina, pode-se afirmar um sinergismo da ação do antibiótico, no mesmo estudo podemos destacar a concentração inibitória mínima (CIM), que mesmo considerada irrelevante para o autor, foram semelhantes aos nossos resultados sendo superior que 1024µg / mL. Embora detectado por método diferente ao nosso estudo, os resultados foram maiores para as bactérias de P. Aeruginosa e E. coli mostrado neste artigo com 10000µg / mL. Visto que não há uma quantidade significativa de estudos disponíveis na literatura, para a comparação adequada dos estudos relacionados ao extrato etanólico de Alternanthera brasiliana, no estudo de SPÉZIA, 2020 usou-se o extrato hidroalcoolico contra as bactérias K. pneumoniae e E. Coli, sendo o CIM maior que 1000µg / mL e enfatizou seu resultado sendo irrelevante como Coutinho et al, 2017,relatou ainda que em seu estudo e em trabalhos anteriores, que eles não corroboram os efeitos terapêuticos relatados pelo uso popular. No presente artigo vamos de contra resposta já que nosso resultado foi significativamente relevante apresentando um CIM de 10000µg/mL, além de testada a concentração bactericida mínima (CBM), tendo resultado de 20000 µg/mL em relação a P. aeruginosa, sendo de extrema importância para definição de uma só vertente, o extrato etanólico para estudos futuros. Conclusões ou Considerações Finais: O presente estudo contribui para o conhecimento a respeito da Alternanthera brasiliana e de suas ações populares e seus efeitos benéficos, reintegrando a real importância de alternativas de baixo custo para o combate a microrganismos multirresistentes. Sendo assim, novos estudos necessitam ser realizados para o aprimoramento dos resultados e posteriormente uma possível solução para a problemática. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Programa de Fitoterápico e Plantas Medicinais. Disponível:https://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/cebas/processo-de- certificacao/693-acoes-e-programas/40041-programa-de-fitoterapico-e-plantas- medicinais.Acesso em: 31agosto 2020. Coutinho HDM, Oliveira-Tintino CDM, Tintino SR, Pereira RLS, Freitas TS, Silva MAP, et al. Toxicity against drosophila melanogaster and antiedematogenic and antimicrobial activities of Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze (Amaranthaceae). 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Ethnobotanical study of medicinal plants in Imperatriz, State of Maranhão, Northeastern Brazil. Acta Amazonica, v. 46, n. 4, p. 345-354, dez. 2016. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-4392201600584. Disponível: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59672016000400345. Acesso em: 12 setembro 2020. SPÉZIA, F.P.; SIEBERT, D.; TENFEN, A.; DE CORDOVA, C.M.M.; ALBERTON, M.D.; GUEDES, A. Avaliação da atividade antibacteriana de plantas medicinais de uso popular: Alternanthera brasiliana (penicilina), Plantago major (tansagem), Arctostaphylos uva-ursi (uva-ursi) e Phyllanthusniruri (quebra-pedra).RevistaPan- Amazônica de Saúde, v. 11, p. 1-11, mar. 2020. DOI: http://dx.doi.org/10.5123/s2176- 6223202000127. Disponível: http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232020000100010. Acesso em: 17 setembro 2020.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

LEMES, Robert Willian Da Silva et al.. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DO EXTRATO ETANÓLICO DA ALTERNANTHERA BRASILIANA (L.) KUNTZE. (AMARANTHACEAE).. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/366029-ATIVIDADE-ANTIMICROBIANA-DO-EXTRATO-ETANOLICO-DA--ALTERNANTHERA-BRASILIANA-(L)-KUNTZE-(AMARANTHACEAE). Acesso em: 17/07/2025

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