GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM
Autores
  • Janaina Michelle Oliveira do Nascimento
  • Beatriz Servian Alvares
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Enfermagem
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/365970-gravidez-na-adolescencia-e-a-atuacao-da-enfermagem
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Gravidez. Adolescência. Enfermagem
Resumo
INTRODUÇÃO: A adolescência é uma fase da vida de desenvolvimento e maturação, compreendida entre os 10 e 19 anos. Nesse momento, o indivíduo passa por um intenso processo de crescimento, com transformações mentais, fisiológicas, anatômicas e em seus hábitos sociais. Nessa fase também ocorre o início da fertilidade sexual, variando a idade exata de pessoa para pessoa (MARTINS et al., 2011).Embora uma adolescente seja fértil, uma gravidez nessa fase da vida não é desejável, já que traz uma série de consequências nos campos fisiológico, emocional, social e até mesmo afetando a futura vida profissional, por atrapalhar os estudos e as interações sociais (FERREIRA et al., 2012). Cerca de 25% das mulheres em todo o mundo têm o seu primeiro filho na adolescência. Em países em desenvolvimento, como o Brasil, 33% das mulheres têm seus filhos na adolescência (MARTINS et al., 2011). A gravidez na adolescência, portanto, é um problema que demanda atenção no desenvolvimento de políticas sociais e na área da saúde no país. Existem muitos estudos a respeito das consequências da gravidez na adolescência. Pode ser traçada uma correlação da gravidez precoce com complicações, tanto na gestação, quanto no parto. As adolescentes são mais propensas a sofrerem complicações médicas, e possuem um risco 75% maior de terem um parto prematuro, se comparadas com as mulheres adultas (SANTOS et al., 2014). Existem também consequências econômicas e psicossociais. Como a adolescente ainda atravessa um período de desenvolvimento físico, social e emocional, ela pode adquirir distúrbios comportamentais e emocionais em decorrência dessa gravidez. Igualmente, há dificuldades para continuar com os estudos e, futuramente, para entrar no mercado de trabalho, com repercussões econômicas para ela e para o recém-nascido (TABORDA et al., 2014). As consequências ainda atingem o feto, com maior incidência de nascidos abaixo do peso ou de partos prematuros no grupo de mães adolescentes. Como, no Brasil, o parto prematuro responde por 70% da mortalidade perinatal, a gravidez na adolescência contribui fortemente para esses números, elevando a possibilidade de nascimento prematuro (FIEDLER; ARAÚJO; SOUZA, 2015). Todas essas condições são problemas de saúde pública, sobretudo pelo fato de que a prematuridade é um fator que contribui para o desenvolvimento de outras doenças ao longo da vida da criança (AZEVEDO et al.; 2015). Por todas essas questões, é importante investigar a respeito dos fatores que contribuem para a gravidez na adolescência e suas consequências, permitindo assim um melhor atendimento a essas jovens mães e o desenvolvimento de campanhas de conscientização e orientação para esse problema. Assim, o objetivo deste estudo foi descrever o papel da enfermagem na gravidez precoce. METODOLOGIA: A metodologia adotada para o desenvolvimento do artigo científico foi a qualitativa, por meio de revisão de literatura integrativa. Foram selecionados trabalhos publicados entre 2015 e 2020 em português, identificados por meio dos descritores: “gravidez”, “adolescência”, “enfermagem”. Foram excluídas teses, dissertações, monografias e trabalhos de conclusão de curso. A pesquisa foi realizada nas bases de dados científicas SCIELO e Google Acadêmico. Na base de dados SCIELO não foi encontrado nenhum artigo sob os descritores eleitos. Na base de dados Google Acadêmico, foram identificados 18 artigos contendo os descritores em seu título. Após a leitura dos resumos dos artigos e sua identificação com o tema, foram selecionados 10 trabalhos. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo de Barreto et al. (2019) avaliou a evolução das taxas de gravidez na adolescência no Brasil, identificando que ela reduziu nos últimos anos. A despeito dessa redução, o Brasil ainda assim está acima da média da América Latina, conforme pesquisas realizadas no decênio 2005-2015. Fernandes et al. (2020) analisaram a gravidez na adolescência e como ela pode ser associada a questões socioeconômicas, como a pobreza. Ainda foi possível correlacionar o fenômeno com as relações de gênero, a conscientização a respeito da educação sexual no espaço familiar e outros elementos culturais que impactam em sua ocorrência. Os autores demonstraram que as principais ações de enfrentamento consistem em intervenções que promovam a educação sexual. A presença do profissional enfermeiro em locais destinados ao atendimento a adolescentes e sua orientação pode ser de grande valia na tarefa de reduzir os índices de gravidez precoce. O estudo de Costa et al. (2020) dedicou-se a avaliar a atuação do enfermeiro na prevenção da gravidez na adolescência. Conforme os autores, essa atuação é baseada em cuidados, como a orientação dos familiares sobre a importância da educação nos temas sexuais. Também se destaca a atuação dos enfermeiros junto da escola, a realização de consultas em enfermagem, com respeito ao sigilo dos adolescentes, e a abordagem livre de preconceitos e tabus. Tudo isso permite oferecer segurança e promover confiança, num melhor trabalho de comunicação, de modo a promover a educação em saúde, abordando direitos individuais, questões de gênero e orientações a respeito dos métodos contraceptivos. Essas abordagens devem promover a participação e o diálogo, assim como ressaltar as consequências de uma gravidez precoce. Deve haver estímulo ao autocuidado e à responsabilidade com o corpo. Lameira et al. (2020), analisando como a formação do enfermeiro o prepara para lidar com a gravidez na adolescência concluíram que ações educativas também devem ser estimuladas na formação do profissional de saúde. Para isso, é preciso haver reflexões sobre a temática, de modo a resultar no auxílio adequado junto aos adolescentes. Barbosa, Almeida e Abirached (2019) buscaram identificar a relação da a gravidez na adolescência e as consequências para a adolescente em sua vida pessoal e profissional, e também para a criança. Diante das severas consequências para o binômio mãe-filho de uma gestação precoce, é fundamental a atuação do enfermeiro junto à família e à escola, disponibilizando uma assistência eficaz e a transmissão de informações precisas a respeito dos protocolos contraceptivos, de modo a reduzir as possibilidades de uma gravidez indesejada. O estudo ainda ressalta que é indispensável a assistência em enfermagem, de modo a oferecer estratégias efetivas na prevenção, como a constante visita domiciliar, o atendimento individual e em grupo, a realização de atividades voltadas para a família e, sobretudo, ações que eduquem e promovam a saúde. Na ocorrência de gestação na adolescência, seja ela desejada ou não, será necessário um constante acompanhamento, de modo a promover a saúde e reduzir a vulnerabilidade do binômio mãe-filho. O estudo de Silva et al. (2019) buscou correlacionar o atendimento de pré-natal nos serviços de saúde com a promoção de um atendimento de qualidade e que proteja a saúde da gestante adolescente e seu bebê. Conforme o estudo trata-se de uma atuação de fundamental importância, embora apenas este atendimento não supra todas as necessidades desta adolescente. Isso ocorre, conforme apontado pelos autores, em razão da magnitude dos problemas enfrentados pela mãe em uma gravidez precoce, uma vez que este processo envolve sua saúde, sua educação, suas necessidades sociais e outros tópicos, de modo que a atenção deve envolver profissionais de várias áreas. Isso é ressaltado no estudo de Araújo et al. (2015), que buscou avaliar os cuidados de enfermagem com uma gestante adolescente que não tinha apoio da família. O estudo evidenciou que o aconselhamento consolou a gestante e a estimulou a buscar uma vida mais saudável, dando-lhe forças para lidar com os desafios da gestação e para promover o autocuidado e o cuidado de seu filho. O estudo de Cavalcante et al. (2018), analisando as principais dificuldades das gestantes adolescentes, aponta que elas precisam de uma perspectiva de vida sólida. Em geral, as suas condições culturais e socioeconômicas tendem a favorecer uma gravidez precoce mal assistida, havendo dificuldade no acesso a diversos direitos e facilidades, como transporte, educação, renda e lazer. É inevitável que a gravidez precoce traga prejuízos aos projetos de vida das mães adolescentes, afetando seus estudos e sua formação, além de projetos no campo pessoal. Junto a esses riscos, também existe o perigo de contágio de infecções sexualmente transmissíveis e de aborto. Santos, Teixeira e Nicolette (2015) avaliaram a atuação da Unidade Básica de Saúde no trabalho de prevenir a gravidez precoce, tanto orientando as adolescentes, como fornecendo preservativos e anticoncepcionais. Em geral, a percepção é que ela tem contribuído nas duas frentes, tanto na prevenção do contágio de doenças, quanto na prevenção de gravidez. Os autores entendem que se trata de ações muito importantes, permitindo o diálogo sobre esses temas fundamentais. Por fim, o estudo de Guedes et al. (2015) buscou as causas da gravidez precoce, identificando que há vários fatores determinantes para a sua ocorrência, como a falta de cuidado, o uso incorreto do método contraceptivo, a dificuldade de acesso à informação e a promiscuidade. Cabe ao enfermeiro a promoção da educação sexual para o público adolescente realizando esclarecimentos sobre as dúvidas e ensinando as formas de prevenção. A atuação do enfermeiro deve ser contínua, apoiado pela família e pela comunidade em que a adolescente se insere. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A presente pesquisa teve como objetivo investigar as principais consequências da gravidez na adolescência para a mãe e para a criança. Foi possível identificar, inicialmente, que a gravidez precoce decorre de questões socioeconômicas, de falta de informação e orientação sobre o sexo e a prevenção, e pela adoção de comportamentos de risco por parte do público adolescente. As consequências envolvem principalmente prejuízos para a vida social, para os estudos, para a vida profissional futura, maiores riscos de complicações na gravidez e no parto, maiores riscos de parto prematuro e maior incidência de óbito do feto ao nascer. Assim, é fundamental que os enfermeiros atuem junto a esse público, tanto na prevenção, quanto no acompanhamento, uma vez tendo ocorrido a gravidez. Trata-se de um público muito vulnerável, e a gravidez precoce traz um enorme impacto social, com prejuízos não só para a mãe e para a criança, mas para as pessoas envolvidas diretamente com eles e para o sistema de saúde, considerando as complicações que podem decorrer dessa gestação. REFERÊNCIAS: BARBOSA, Ana Lívia Nogueira Elizeu; PANTELEÃO LEITE ALMEIDA, Ethellany; MARIA TASSI ABIRACHED, Hercília. Assistência de enfermagem na gravidez na adolescência. Revista de trabalhos acadêmicos–universo Juiz de Fora, v. 1, n. 9, 2019. BARRETO, Ananda Samara Pereira et al. Gravidez na adolescência e a atuação de excelência do profissional de enfermagem. Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde, 2019. COSTA, Caroline Magna de Oliveira et al. Cuidados de enfermagem na prevenção da gravidez na adolescência. Revista Remecs-Revista Multidisciplinar de Estudos Científicos em Saúde, p. 102, 2020. COSTA, Evaldo Lima da; SENA, Maria Cristina Ferreira; DIAS, Adriano. Gravidez na adolescência: determinante para prematuridade e baixo peso. Comunicação em Ciências da Saúde, p. 183-188, 2011. FERNANDES, Daiana Evangelista Rodrigues et al. Produção científica de Enfermagem sobre a gravidez na adolescência: revisão integrativa. Aquichan, v. 20, n. 2, p. 5, 2020. FERREIRA, Rosiane Araújo et al. Análise espacial da vulnerabilidade social da gravidez na adolescência. Cadernos de Saúde Pública, v. 28, n. 2, p. 313-323, 2012. GUANABENS, Marcella Furst Gonçalves et al. Gravidez na adolescência: um desafio à promoção da saúde integral do adolescente. Revista brasileira de educação médica, v. 36, n. 1, p. 20-24, 2012. GUEDES, Cláudia Rosane et al. Gravidez na adolescência e o papel educativo do enfermeiro: uma reflexão dos acadêmicos de enfermagem. Revista Presença, v. 1, n. 1, p. 204-217, 2015. LAMEIRA, Nicole Râmilly de Oliveira et al. Boas práticas de enfermagem voltadas à gravidez na adolescência: relato de experiência. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NASCIMENTO, Janaina Michelle Oliveira do; ALVARES, Beatriz Servian. GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA E A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/365970-GRAVIDEZ-NA-ADOLESCENCIA-E-A-ATUACAO-DA-ENFERMAGEM. Acesso em: 02/08/2025

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