EFICIÊNCIA DA PERFUSÃO EXTRACORPÓREA NA CIRURGIA CARDÍACA

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
EFICIÊNCIA DA PERFUSÃO EXTRACORPÓREA NA CIRURGIA CARDÍACA
Autores
  • Fladison Mera Vilhagra
  • SONIA APARECIDA VIANA CÂMARA
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/365949-eficiencia-da-perfusao-extracorporea-na-cirurgia-cardiaca
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Circulação extracorpórea, objetivos, complicações
Resumo
A circulação extracorpórea (CEC) é um dispositivo artificial pelo qual a circulação de sangue do paciente é total ou parcialmente transportada para fora do organismo passando por tubos e órgãos artificiais, sendo depois devolvido ao corpo do paciente (ALVES, 2018). Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica com objetivo de compreender a eficácia da técnica de circulação extracorpórea em cirurgia cardíaca. Foi pesquisado artigos científicos publicados no período de 2005 a 2020, nas bases de dados: Google Acadêmico, Pubmed e Scientific Electronic Library Online - SCIELO, através das palavras chave: circulação extracorpórea, perfusão, e cirurgia cardíaca. Os critérios de inclusão foram: artigos no período e tema estabelecido, e no idioma português, foram excluídos os artigos fora do período e tema definido, e em qualquer outro idioma que não seja o português. Para entender o uso da Circulação extracorpórea (CEC) torna-se necessário saber o processo de desenvolvimento desta técnica, muito utilizada em cirurgias cardíacas em todo o mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea (SBCEC), a primeira cirurgia com uso de circulação extracorpórea no mundo foi realizada em 1951, quando o Dr. Clarence Dennis operou uma menina com um grande defeito interatrial utilizando um protótipo de oxigenador. Entretanto, desde a década de 1930, o Dr. John Gibbon, com outros pesquisadores, já vinha pesquisando uma forma de manter a circulação e a oxigenação do paciente enquanto se operava o coração (SBCEC, 2020). No Brasil tudo começou com a ida do Dr. Hugo João Felipozze para os Estados Unidos, em 1951 em busca de formação e aperfeiçoamento em cirurgia torácica. Estagiou com Willis J. Potts, e mais doze cirurgiões com maior experiência no recém iniciado tratamento cirúrgico das cardiopatias congênitas. De volta ao Brasil trabalhou no hospital São Paulo como chefe de uma das 3 equipes de cirurgia torácica, juntou-se com o Dr. Rui Margutti e Euríclides de Jesus Zerbini, para construir o equipamento do coração e pulmão artificial visto que o custo da aquisição de uma máquina importada estava muito além da realidade nacional (GOMES, SABA, BUFFOLO, 2005). Com o advento da circulação extracorpórea criou-se novas possibilidades para a cura de doenças cardíacas, jamais imaginadas na primeira metade do século passado. O desenvolvimento desta técnica possibilitou adentrar as cavidades cardíacas, em um campo quase em colapso e corrigir defeitos congênitos ou adquiridos que limitavam a vida daqueles que apresentavam tais problemas no órgão do coração (BRAILLE, 2010). Para aplicação desta técnica são necessários conhecimentos relacionados a fisiologia da circulação, as reações do organismo às agressões cirúrgicas e ao domínio do saber em relação ao meio interno, do qual todas as nossas células estão imersas e onde o metabolismo se desenvolve com a produção de energia (BRAILLE, 2010). A homeostase do organismo deve ser mantida durante a CEC através do controle das ações do equilíbrio ácido básico e hidro salino, dominado este campo da fisiologia, foi possível entender as consequências dos desequilíbrios ácido básico e hidro salino em estados críticos como o choque cardiogênico, o choque séptico e tantos outros. Uma equipe multidisciplinar é necessária na cirurgia cardíaca compreendendo os cirurgiões cardíacos, anestesiologistas, perfusionista, intensivistas, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogo (SBCEC, 2020). Para a realização de diferentes tipos de cirurgia cardíaca, a CEC é um procedimento muito utilizado, com a finalidade de propiciar um campo cirúrgico limpo, preservar as características funcionais do coração e oferecer segurança à equipe cirúrgica (TORRATI; DANTAS, 2012). Uma das complicações mais frequentes da CEC é o desenvolvimento de uma inflamação sistêmica, na qual o corpo responde com mecanismos para combater uma infecção. Isso acontece porque o sangue entra em contato com superfícies não naturais dentro da máquina, o que acaba destruindo várias das células do sangue e provocando a resposta inflamatória no organismo. Além disso, devido às alterações na velocidade e temperatura que o sangue experimenta, aumenta o risco de formação de coágulos com suas possíveis graves consequências (embolias pulmonares e acidente vascular cerebral). No entanto, tais complicações podem ser evitadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde todos os sinais vitais são monitorados (BARROS, BANDEIRA, LEITE, 2019). Os efeitos deletérios da CEC são amplamente conhecidos tais como: edema, complicações respiratórias, aglutinação leucocitária com deposição na microcirculação, distúrbios neurológicos, lesão renal aguda, arritmias, síndrome de baixo débito, sangramento pós-operatório, infecções e dificuldade no controle glicêmico entre outros. Quanto maior o tempo de CEC, mais grave será o desequilíbrio fisiológico do paciente e as complicações que poderão ser provocadas por esse procedimento. Pacientes com maior tempo de CEC apresentaram mais déficits neurológicos, como sonolência excessiva, alteração da função cognitiva e intelectual quando comparados àqueles pacientes que permaneceram menor tempo em CEC. Ressalta-se que a incidência de disfunção cognitiva tem sido maior nos pacientes após cirurgias cardíacas do que entre os submetidos a outros procedimentos cirúrgicos. Essa incidência é ainda maior entre os pacientes mais idosos (TORRATI; DANTAS, 2012). Para substituir as funções do coração e pulmões, a circulação extracorpórea deve atingir vários objetivos, com riscos mínimos e pequenas interferências na fisiologia normal. Atualmente, ela é utilizada em mais de 80% das cirurgias cardíacas, podendo também ser empregada em cirurgias intracardíacas ou transplante de órgãos. O principal objetivo da circulação extracorpórea é manter a perfusão sistêmica com transporte adequado de oxigênio e eliminação de dióxido de carbono, preservando a homeostase, enquanto o coração e os pulmões não estão exercendo essas funções. A possibilidade de contornar o sangue fora do coração e dos pulmões, bombeando o sangue oxigenado do sistema venoso diretamente para o sistema arterial, permitiu todos os tipos de cirurgia cardíaca. A CEC também permitiu abordagens cirúrgicas para doenças complexas, como correção de aneurismas da aorta torácica, ressecção de carcinoma de células renais, tratamento de aneurismas neuro basilares, transplante de pulmão e trombo-endoarterectomia de artérias pulmonares (BARROS, BANDEIRA, LEITE, 2019). A cirurgia de revascularização miocárdica com CEC, das duas técnicas cirúrgicas estudadas, é a mais antiga e a mais utilizada na prática clínica atual, e os avanços tecnológicos e cirúrgicos têm permitido que esse procedimento se apresente com baixíssima mortalidade e morbidade, e excelentes resultados (GODINHO et al., 2012). O advento da CEC criou novas possibilidades para a cura de doenças cardíacas, possibilitou adentrar nas cavidades cardíacas, corrigindo defeitos congênitos ou adquiridos. A circulação extracorpórea é uma técnica eficiente que está sendo estudada desde a sua descoberta, por isso, ainda hoje é a mais utilizada em cirurgias cardíacas, contribuindo assim para o sucesso no tratamento do paciente e tem devolvido a vida normal a muitos deles. Referências ALVES, G.O. Aorta, Blog, Congênito, Coronária, Válvulas. 2018. Disponível em: https://seucardio.com.br/ Acesso em: 23/ set /2020 BARROS, S. R.; BANDEIRA, M. M.; LEITE, J.; Cibele R. A. P. Principais complicações da circulação Extracorpórea em Cirurgias Cardíacas em um Hospital da Região Norte. 4/jun/2019; Revista São Lucas.Edu.Br. 8 pag. Acesso dia 31/05/2021 BRAILE, D.M. Circulação Extracorpórea. Revista Brasileira Circulação Cardiovascular, São José do Rio Preto. v.25, n.4, Oct./Dec., 2010. GODINHO, A. S.; ALVES, A. S.; PEREIRA, A. J.; PEREIRA., T. S. Cirurgia de revascularização miocárdica com circulação extracorpórea versus sem circulação extracorpórea: uma metanálise. Arq. Bras. Cardiol. [online],v. 98, n.1, p. 87-94, 2012.Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2012000100014&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0066-782X. http://dx.doi.org/10.1590/S0066-782X2012000100014. Acesso em: 23/02/2021 GOMES, W. J.; SABA, J.C.; BUFFOLO, E. 50 anos de circulação extracorpórea no Brasil: Hugo J. Felipozzi, o pioneiro da circulação extracorpórea no Brasil. Rev. Bras. Cir. Cardiovascular, São José do Rio Preto, v.20, n.4, Oct./Dec. 2005. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-6382005000400002&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 26/02/2021. SBCEC - Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea - Perfusão no Brasil. Por: Nilson Antunes, Maria Helena L. Souza; 2020. TORRATI, F.G.; DANTAS, R. A. S. Circulação extracorpórea e complicações no período pós-operatório imediato de cirurgias cardíacas. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v.25, n.3, 2012.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

VILHAGRA, Fladison Mera; CÂMARA, SONIA APARECIDA VIANA. EFICIÊNCIA DA PERFUSÃO EXTRACORPÓREA NA CIRURGIA CARDÍACA.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/365949-EFICIENCIA-DA-PERFUSAO-EXTRACORPOREA-NA-CIRURGIA-CARDIACA. Acesso em: 17/05/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes