DOULA NA PARTICIPAÇÃO DA HUMANIZAÇÃO DO PARTO: REVISÃO INTEGRATIVA LITERATURA

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
DOULA NA PARTICIPAÇÃO DA HUMANIZAÇÃO DO PARTO: REVISÃO INTEGRATIVA LITERATURA
Autores
  • Mariana Duarte Nóbrega
  • KARINA ANGÉLICA ALVARENGA RIBEIRO
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Enfermagem
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/365886-doula-na-participacao-da-humanizacao-do-parto--revisao-integrativa-literatura
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Doula, Parto, Humanização.
Resumo
Introdução: Doula é de origem grega com significado de mulher que serve. Passou a ser reconhecida em 1976, nos Estados Unidos pela antropóloga Dana Raphael, que descreveu que a Doula, seria pessoas que ajudavam antes do parto e na amamentação (SILVA et al., 2011). A Lei Federal nº 11.108, de 07 de abril de 2005, conhecida como a Lei do Acompanhante, visa o direito da gestante de indicar alguém de sua confiança para ser o seu acompanhante, durante o período do trabalho de parto, sendo ele normal ou cesariana. Com essa volta da assistência humanizada, o suporte intraparto pode ser realizadas por enfermeiras, parteiras ou por uma acompanhante leigas treinadas, denominado Doula (LEÃO, BASTOS, 2001). O Ministério da Saúde, através de sua publicação “Parto, Aborto e Puerpério – Assistência Humanizada à Mulher”, descreve que Doula é o que presta constante apoio a gestante e ao seu acompanhante, durante o trabalho de parto, encorajando, aconselhando medidas para um conforto maior e informando sobre qualquer procedimento que está sendo realizado (BRASIL, 2001). Para tanto, o movimento de humanização, inseriu um profissional colaborativo assistencial, com finalidade de oferecer apoio no ciclo gravídico puerperal, sua atividade passou por desafios até a sua regulamentação e diante disso surge a hesitação: O que o projeto de Lei Nº 8.363, DE 2017, preconiza para o exercício da atividade da Doula? Quais são os benefícios da atividade do exercício de doulagem para o parto e pós-parto? Objetivo: Analisar a produção cientifica que descreve os benefícios do exercício da atividade da Doula no parto e pós-parto e identificar os avanços e retrocessos da profissionalização. Método: Essa pesquisa tratou-se de um estudo de revisão bibliográfica de caráter integrativo que permite a incorporação de evidências científicas seguindo as seis fases, sendo elas; a elaboração da pergunta norteadora; busca ou amostragem na literatura; coleta de dados; análise crítica dos estudos incluídos; discussão dos resultados e por fim, apresentação da revisão integrativa (SOUZA, SILVA, CARVALHO, 2010). Essa pesquisa foi realizada através de bases de dados, que são disponibilizadas, direcionadas ao Scientific Eletronic Library Online – SciElo, Literatura Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS, Biblioteca Virtual de Saúde – BVS. Foram utilizadas as palavras chaves, Doula e Parto Humanizado certificados pela base de dados dos Descritores em Ciência da Saúde – DECS. Utilizou-se na pesquisa o operador boleano “AND”, sendo assim DOULA and PARTO HUMANIZADO. Resultados: Com a pesquisa em bases de dados, houve o resultado de 40 artigos, sendo que no LILACS foram encontrados 11, no BVS 21 e por final, no SciELO 08 artigos. Foi-se necessário fazer uma listagem de itens, para que pudesse selecionar os artigos que seriam manuseados, sendo assim, LILACS 08 artigos foram salvos, BVS 04 e SciELO 07. Após a leitura da integra, o LILACS resultou em 05, BVS em 03 e SciELO em 04 artigos com linguagem portuguesa e espanhola. Foram excluídos 28 artigos, pois estavam inadequados para a pesquisa, havia artigos que estavam com duplicidade nas bases de dados, não estavam de acordo com a temática proposta e incompletos ou como outra forma de apresentação. A análise desses revelou que somente 12 artigos atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos para a pesquisa. Discussão: Dos estudos encontrados, verificou-se que todos enquadram na primeira categoria, que trata do “exercício da atividade da Doula: benefícios no parto e pós-parto”. Mulheres que atuavam ao lado de mulheres no momento gestacional, de parto e após o parto, eram as mesmas que hoje, segundo, recebem o título de Doula. Sendo o exercício desta atividade no cuidado da mulher no período do ciclo gravídico e puerperal, fornecendo apoio físico, emocional, social e espiritual (SOUZA, SCHEID, 2014). Outro ponto em destaque está nas ações da Doula que já atuavam antes mesmo de serem denominadas como tal, no momento gestacional, do parto, e após o parto. Destas maneiras, teoricamente, o trabalho de doulagem é ofertado em suporte informacional, emocional, físico e espiritual. Assim, a realização de massagens, musicoterapia, cromoterapia, hidroterapia, meditação, uso de bolas ou cavalinhos, são atividades que são desenvolvidas para proporcionar ao parto tranquilidade e segurança, sendo tais métodos defendidos pela política de humanização e pela doutrina relacionada ao tema. (SOUZA, SCHEID, 2014). Outra contribuição revelada nos estudos está na presença da Doula durante o parto, onde foi observada que ocorre um menor tempo de trabalho de parto, menor ocorrência de problemas perinatais, baixa utilização de métodos farmacológicos para agilizar o processo de parto, como também o bom contato de mãe e filho após o nascimento e desenvolve a amamentação orientada contribuindo com a prevenção da mãe apresentar quadros clínicos de depressão pós-parto (LINS et al., 2019). As diversas vantagens observadas na atuação da Doula, dentre elas: a diminuição em 50% das taxas de cesáreas; diminuição em 60% dos pedidos de anestesia e a diminuição em 40% do uso da ocitocina, são relatadas por Oliveira et al., (2009). A segunda categoria, “Arcabouço da profissionalização da Doula”, foi elaborada após a leitura crítica e rigorosa dos artigos selecionados. Para tanto, Doula é um termo de origem grega que significa escrava, nesta cultura, a mesma foi atribuída para assistir mulheres no parto e consequentemente ajudar nos afazeres domésticos da puérpera. Em 1976, ela torna-se reconhecida, após a antropóloga Dana Raphael, descrever sua experiencia com uma Doula, ganhando assim popularidade para instruir nos partos que apresentavam grande possibilidade de se tornar cesárea, ofertando apoio e suporte a parturiente (SILVA, et al., 2011). No Brasil, desde 2001, a figura da Doula está sendo referenciada com o papel de influenciar movimentos de humanização durante o parto, nas políticas públicas de saúde, na diretriz de “parto, aborto e puerpério: assistência humanizada a mulher”. Mesmo com diretrizes norteadoras, que objetivam a humanização no parto, por meio da assistência prestada a mulher no parto e pós-parto, existem desafios no exercício de doulagem entre decisões gerenciais e relações profissionais (GRECIA et al.,2019). Conforme Borja et al. (2018), o reconhecimento da Doula é válido por anos, por desenvolverem atividades assistenciais no trabalho de parto, parto e pós-parto. Um dos marcos históricos da Doula, foi em 2013, quando as Doulas se tornaram reconhecidas pela ocupação laboral no Brasil, na classificação brasileira de ocupações do Ministério do Trabalho (CBO 3221-35), dentro da classificação de tecnólogos e técnicos em terapias complementares. Após isso, em 2015, no estado da Paraíba, a lei 13.080/2015, regulamentou a permissão da presença de Doulas durante o ciclo gravídico puerperal, no acompanhamento de consultas e exames do pré-natal, trabalho de parto e pós-parto, que são solicitados pela gestante, foi sancionada, promovendo assistência obstétrica e neonatal de forma humanizada. A Doula embora não ser uma técnica na área, tem conhecimento específico (prático) sobre a fisiologia do parto, métodos não farmacológicos, cuidados após o parto e orientação sobre a amamentação. Fato que corrobora com o entendimento das equipes de enfermagem que admitem que a presença da Doula auxilia muito nos cuidados humanizados com a parturiente, trazendo assim tranquilidade a mãe e a equipe de saúde (HERCULANO et al., 2018). O exercício de doulagem, torna-se indispensável para Moura et al., (2020), que observou que a Doula acompanha a parturiente em tempo integral visando a satisfação assistencial humanizada para o parto. Deve-se frisar, que os autores acima relatam, sobre o papel pedagógico exercido por esta profissional ao ensinar a gestante sobre os procedimentos e intervenções necessárias e desnecessárias, dando a ela o conhecimento para saber os limites do seu corpo, conduzindo assim a gestante para um parto mais humanizado possível. Assim, o exercício de doulagem deve ser vista de forma positiva ao parto e a parturiente, a mesma, passa a ser referenciada em diretrizes e manuais do Ministério da Saúde, desde 2001, com o intuito de promover uma assistência humanizada, antes e durante o processo de nascimento, mas, mesmo com normas e regulamentações, a profissional Doula, ainda tem dificuldade em atuar no âmbito hospitalar, por questões de relação profissional e gerenciais. Contudo, a atuação das Doulas tem rompido tais barreiras, uma vez que, diversas cidades no Brasil têm reconhecido e promovido a profissionalização destas especialistas, agregando-as em maternidades, visando o acesso igualitário de seus benefícios à todas as mulheres brasileiras (BORJA et al., 2018). Conclusão: Os resultados deste estudo mostra de forma consistente que o exercício da atividade da Doula passou por diversos desafios, até a sua regulamentação e reconhecimento profissional. Ao analisar a produção cientifica, verificou-se que a Doula é uma profissional que atua de forma humanizada, utilizando métodos não farmacológicos, que são preconizados pelo projeto de Lei Nº 8.363, DE 2017, ofertando apoio físico, emocional, informacional e espiritual a parturiente. Deste modo, o exercício de doulagem, contribui com um parto mais tranquilo, reduzindo o tempo de trabalho de parto e as cesáreas evitando o uso excessivo de medicações para facilitar o parto. Além dessas características a Doula estimula o parceiro a desenvolver técnicas para o alívio da dor, assim como atribui suporte informacional a gestante, antes, durante e após o parto, como também o direcionamento ao aleitamento materno seguro. Esta profissional, que anteriormente era vista como mulher que auxiliava parteiras e ajudava nos afazeres domésticos da parturiente, hoje, é reconhecida pela classificação brasileira de ocupações do ministério do trabalho, como Doula. Nota-se que dos artigos utilizados, a doulagem se torna benéfica para a parturiente e para os profissionais da saúde, trazendo sensibilidade a estes profissionais, que por conta de suas rotinas com sobrecarga de trabalho, não fornecem o amparo emocional e psicológico necessário a parturiente, ficando estas sem o cuidado integral e consequentemente gerando um hiato neste momento mais delicado. Por fim, deve-se mencionar que o seu reconhecimento profissional ainda é vago, na atuação das cesáreas, no âmbito hospitalar, e na sua participação com uma equipe de saúde, mesmo com todos os estudos terem validados os seus benefícios e a sua importância para o resgate da humanização, durante o trabalho de parto. Referências BORJA, T.J; FREITAS, W.M; SANTOS, L. S, et al. O cuidado prestado por Doulas em uma maternidade pública: O olhar das puérperas. Revista de Enfermagem do Centro Oeste Mineiro, v.8, p. 2878, outubro. 2018. GRECIA, L.M.R, et al. Percepção e ações de doulas no processo de humanização do parto. Revista Mineira de Enfermagem – REME, v. 23, p. 1209, jul. 2019. HERCULANO, T.B, et al. Doulas como gatilho de tensões entre modelos de assistência obstétrica: o olhar dos profissionais envolvidos. Saúde debate, v.42, n.118, p. 702-713, jul-set.2018. LEÃO, M.R.C; BASTOS, M.A.R. Doulas apoiando mulheres durante o trabalho de parto: experiência do hospital Sofia Feldman. Revista Latino-am Enfermagem. v. 9, n. 3, p. 90-4, maio. 2001. LINS, H.N.S; PAIVA, L.K.M; SOUZA, M.G. et al. Vivências na assistência à mulher: percepção das Doulas. Revista de enfermagem – UFPE on line, Recife, v. 13, n. 5, p. 1264 – 9, maio. 2019. MOURA, N.A.S; HOLANDA, V.R; et al. Análise de práticas na assistência ao parto e pós-parto hospitalar. Rev Rene, v. 21, 2020. OLIVEIRA, S.C; OLIVEIRA, M.C.C; ROSA, R.A.O; et al. Conhecimento dos profissionais da saúde sobre as doulas em uma maternidade do Recife, PE. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NÓBREGA, Mariana Duarte; RIBEIRO, KARINA ANGÉLICA ALVARENGA. DOULA NA PARTICIPAÇÃO DA HUMANIZAÇÃO DO PARTO: REVISÃO INTEGRATIVA LITERATURA.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/365886-DOULA-NA-PARTICIPACAO-DA-HUMANIZACAO-DO-PARTO--REVISAO-INTEGRATIVA-LITERATURA. Acesso em: 05/05/2025

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