TRANSTORNOS ALIMENTARES: ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS E ABORDAGEM MEDICAMENTOSA

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
TRANSTORNOS ALIMENTARES: ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS E ABORDAGEM MEDICAMENTOSA
Autores
  • Emerson de Oliveira Aguirre Júnior
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Psicologia
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/364574-transtornos-alimentares--aspectos-neuropsicologicos-e-abordagem-medicamentosa
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Transtornos alimentares, DSM, neuropsicologia, medicamentos
Resumo
Transtornos mentais refere-se a um conjunto de comportamentos desadaptativos como respostas a situações sociais e pessoais, essas respostas têm intensidades e desencadeadores individuais, são delineados pelas políticas que regem o ambiente do indivíduo, sendo elas culturais, sociais e familiares, estes comportamentos são considerados desadaptativos quando a capacidade do sujeito é reduzida acarretando em sofrimento e em prejuízo à terceiros. Para uma melhor compreensão os transtornos mentais foram subclassificados, uma destas classes são os transtornos alimentares que será apurado neste trabalho, por sua vez são definidos como alterações no comportamento alimentar, segundo o DSM-5 “são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial”. O sistema de recompensa se torna o protagonista na compulsão alimentar, composto por circuitos neuronais ponderado pelas ações reforçadas positivamente e negativamente, devido a alterações fisiológicas é necessário a introdução de intervenção medicamentosa. Este estudo tem como objetivo geral analisar as características dos transtornos alimentares. Assim, como objetivos específicos entender a compulsão alimentar, nova perspectiva deste transtorno e as influências neurofisiológicas. Com o intuito de maior compreensão desse aspecto, optou-se por uma revisão bibliográfica acerca do assunto em questão, tendo como base os referenciais Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-5 e a Classificação Internacional de Doenças – CID 10. A revisão bibliográfica trouxe a compulsão alimentar como um transtorno alimentar que vem ganhando novo destaque com o nome popular de “dependência de comida”, onde os indivíduos ingerem comidas de forma inadequada porém gerando prazer, e quando experimentamos prazer, nosso cérebro aprende a associar essa sensação com as condições que o predispõe a isso, sensação de prazer em si, assim como das sugestões ou comportamentos que o precederam. Compulsões são comportamentos realizados de ordem interna para externa, devido a demandas internas o sujeito objetiva sua exigência executando tal ato, caracterizados como comportamentos repetitivos ou rituais, sendo atos voluntários com o objetivo de eliminar sentimentos indesejados que incomodam o sujeito, onde o mesmo não consegue resistir a estes rituais compulsivos, tal impulsividade é encontrada em transtornos alimentares como o TCAP (transtorno da compulsão alimentar periódica) caracterizado por comportamentos de ingestão de quantidades irregulares de alimento em determinado tempo, acometendo a sensação de descontrole, sentimentos de angústia, vergonha e culpa, implicando em fatores subjetivos e objetivos, diferenciando-se de outros transtornos alimentares como bulimia nervosa e anorexia, pois eventos purgativos ocorrem com frequência mínima, já as dietas e controle para ingestão de alimentos são tentativas fracassadas, e neste tipo de transtorno a ingestão de alimentos é aumentada em pessoas obesas. O estresse é um fator que pode levar ao aumento das compulsões alimentares. durante situações estressantes, o cortisol é liberado estimulando a ingestão de alimentos e o aumento do peso (GLUCK, 2001). Já a dependência em séculos anteriores ao XIX, era considerado como incorreção de caráter, visto como uma escolha, porém com a contribuição de estudos e a criação de associações, ganhou nomenclatura de doença no contexto biomédico, já no campo da psicologia foi classificado como transtorno, sendo comportamentos impulsivos e repetitivos onde o indivíduo adquire ganhos secundários (prazer, fuga da realidade e gozo resultado da satisfação de uma atividade), em meio a estas definições foi criado manuais de critérios para diagnosticar tal transtorno, ambos os manuais DSM-5 e o CID-10 utilizam critérios semelhantes para diagnosticar a dependência como tolerância, compulsão , perda de controle, síndrome de abstinência, negligência de atividades, tempo gasto e uso apesar do prejuízo, para ser classificado como transtorno de dependência estes critérios devem ser exibidos em um período de 12 meses, já a ocorrência durante este intervalo divergem nos manuais sendo no DSM-V pelo menos dois critérios e no CID-10 três ou mais critérios. Ambas se correlacionam em seus aspectos de perturbação na alimentação onde o objetivo é esconder o conteúdo emocional que causa dano e ou sofrimento, porém o que distingue ambas de uma forma mais abrupta é que a compulsão alimentar é uma forma de aliviar um sintoma e a dependência alimentar o alimento apreendido como recompensador é necessário para desencadear sensações de alívio. O comandante neuropsicológico para este distúrbio é o sistema de recompensa, tal sistema em sua explicação básica consiste em motivações objetivas para garantir a continuidade da espécie, contudo o mundo moderno não apresenta motivos drásticos para o indivíduo buscar a sobrevivência, os estímulos de ativação do sistema de recompensa são, interação social, alimentos, experiências místicas, ambientes agradáveis, sexo e drogas. Este sistema consiste em circuitos neuronais onde as sensações de prazer e satisfação são processadas, composto por estruturas do sistema límbico, como hipocampo, hipotálamo e amígdala, tendo a atuação do giro do cíngulo em situações prazerosas, seus axônios fazem comunicação entre o sistema límbico e córtex, evocando memórias, ou seja um controle entre emoção e razão. Outras áreas ativadas em situação de prazer abrange o núcleo accumbens, área tegmental ventral e o córtex pré frontal. A compulsão alimentar se diferencia dos outros distúrbios alimentares como anorexia e bulimia, ambas já bem difundidas e pesquisadas quanto no âmbito medicamentoso quando terapêutico, a compulsão alimentar não existe um medicamento assertivo para o tratamento, pois ele pode estar atrelado a outras morbidades, algumas classes de medicação que podem ser utilizadas são antidepressivos com ação de recaptação da serotonina, sibutramina inibição da recaptação da noradrenalina, serotonina e dopamina trazendo sensação de saciedade e anti-impulsivos ou seja estabilizadores de humor. Contudo não está tudo perdido a Food and Drug Administration (FDA), aprovou o uso do fármaco Dimesilato de Lisdexanfetamina (Vyvanse), para o tratamento da compulsão alimentar. A evidência de que aspectos nos transtornos alimentares podem estar correlacionados, porém é necessário compreender suas particularidades para um melhor diagnóstico assim o indivíduo é direcionado para um tratamento mais qualitativo, devido ser um distúrbio que vem ganhando forte representatividade mas com conhecimentos curativos ainda em fase de descoberta, por se tratar de uma combinação de fatores internos e externos que são capazes de modular o funcionamento do comportamento do indivíduo acometido. O estudo realizado pode nos mostrar, como os transtornos interferem na dinâmica do que representa o bem-estar aprendido pelo indivíduo, por onde o indivíduo utiliza a comida de forma inadequada na tentativa de camuflar o conteúdo emocional e na busca por sensações de prazer moduladas pelo cérebro. Com isto compreendemos que o cérebro é capaz de aprender e consequentemente memorizar as informações, as situações desagradáveis são evitadas por causar desconforto, fazendo com que ações agradáveis sejam repetidas reforçando tal comportamento. REFERÊNCIAS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde: CID-10 Décima revisão. Trad de Centro Colaborador da OMS para a Classificação de Doenças em Português. Vol 2, 3 ed. São Paulo: EDUSP, 1996. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Código Internacional de Doenças. Washington, DC, USA: APA, 2013. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2016. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV-TR). 4. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. AZEVEDO, Alexandre Pinto de; SANTOS, Cimâni Cristina dos; FONSECA, Dulcineia Cardoso da. Transtorno da compulsão alimentar periódica. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo , v. 31, n. 4, p. 170-172, 2004 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832004000400008&lng=en&nrm=iso>. access on 15 Mar. 2020. https://doi.org/10.1590/S0101-60832004000400008. GARCIA-MIJARES, Miriam; SILVA, Maria Teresa Araujo. Dependência de drogas. Psicol. USP, São Paulo , v. 17, n. 4, p. 213-240, 2006 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642006000400012&lng=en&nrm=iso>. access on 28 Apr. 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-65642006000400012.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

JÚNIOR, Emerson de Oliveira Aguirre. TRANSTORNOS ALIMENTARES: ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS E ABORDAGEM MEDICAMENTOSA.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/364574-TRANSTORNOS-ALIMENTARES--ASPECTOS-NEUROPSICOLOGICOS-E-ABORDAGEM-MEDICAMENTOSA. Acesso em: 16/05/2025

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