MUSICOTERAPIA COMO PRÁTICA INTEGRATIVA EM CUIDADOS PALIATIVO

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

DOI
10.29327/144454.2-10  
Título do Trabalho
MUSICOTERAPIA COMO PRÁTICA INTEGRATIVA EM CUIDADOS PALIATIVO
Autores
  • Gabriela Landvoigt Dos Santos
  • ANA PATRÍCIA RICCI
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Enfermagem
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/364449-musicoterapia-como-pratica-integrativa-em-cuidados-paliativo
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Cuidado paliativo. Musicoterapia. Equipe multiprofissional
Resumo
Introdução: O Cuidado Paliativo (CP) tem como objetivo proporcionar bem-estar aos pacientes e o alívio da dor. Existem algumas práticas complementares nesse cuidado, dentre elas a musicoterapia que tem tido efeito facilitador da analgesia, reduzindo que o paciente tome mais medicações. A música atua no sistema nervoso proporcionando um alívio a dor, diminuindo a ansiedade, trazendo momentos de descontração no ambiente (Sacks,2007). O CP visa oferecer um suporte que possibilite ao paciente viver ativamente até que o momento da sua morte. Auxilia no suporte dos familiares durante o processo de doença e o enfrentamento dos problemas devido ao estado do paciente. A importância da musicoterapia como prática complementar em cuidados paliativos tem como objetivo atingir tanto a população leiga quanto o profissional da área da saúde (Sekis, Galheigo,2010). Os enfermeiros desempenham papel de grande relevância na assistência em CP, uma vez que permanecem ao lado do paciente em tempo integral e atuam proporcionando controle e alívio de vários sintomas inclusive a dor, com isso proporciona conforto, apoio e cuidado humanizado, levando sempre em consideração a singularidade e os desejos da pessoa (Sacks,2007). Para Pessini (2017), a palavra paliativo procede do latim pallium, que significa "manto". É o alívio do doente na hora da agonia e dor. Assim sendo especifica-se diretamente aos cuidados dispensados a aqueles pacientes que já se esgotaram os tratamentos para mantê-los com vida e saúde. O profissional enfermeiro e demais que compõem a equipe multiprofissional devem oferecer base que ampare as pessoas doentes a oportunidade de terem seus últimos momentos da melhor forma possível com a ajuda de enfermeiros capacitados que ofereçam cuidados paliativos para auxiliá-los (Pessini, Bertachini, 2017). A música entre outras opções, pode ser usada como complemento na ajuda nesse momento de dor. Pois a música tranquiliza o paciente o deixa mais calmo e harmoniza o ambiente de forma confortativa (Antunes, et al, 2012). Objetivo: Identificar a produção científica sobre a aplicação da musicoterapia aos pacientes em cuidados paliativos, conceituar cuidados paliativos em enfermagem e apresentar os benefícios da musicoterapia como Prática Integrativa em cuidados paliativos. Metodologia: Realizada uma revisão integrativa da literatura. As seguintes etapas foram realizadas: estabelecimento da hipótese ou questão de pesquisa, amostragem ou busca na literatura, categorização dos estudos, avaliação dos estudos incluídos na revisão e interpretação dos resultados (Mendes et al, 2008). Resultados e Discussão: Foram utilizados, para a busca dos artigos, os seguintes descritores: “Cuidados Paliativos”, “Musicoterapia” e “Enfermagem”. Foram analisados 20 artigos, após critérios de inclusão e análise foram selecionados 13 estudos. De Sousa, Silva, Paiva, (2019) ; Gallagher, Lagman, Rybicki, (2018) Caires, et al; (2014); Pawuk, Schumacher, (2010) apresentam evidências de melhoria de saúde quando como terapia e cuidados paliativos se faz uso da musicoterapia em ambientes que se encontram pessoas já em fase final de vida, devido a fragilidade de sua saúde. Sugerem que a música seja parte do processo de cuidados paliativos nas práticas de enfermagem. Gallagher, Lagman, Rybicki, (2018) admitem que o impacto da musicoterapia resultam em efeitos estatisticamente e clinicamente significativos; mas ainda existe a necessidade de mais estudos para certificar o uso da musicoterapia como tratamento paliativo em pacientes terminais. Caires et al; (2014) alertam que seja qual for a opção de tratamento alternativo na atividade ou modalidade de tratamento paliativo, deve-se o profissional de saúde, no caso o enfermeiro estar habilitado para tal. No caso da musicoterapia, cabe ao profissional conhecer gostos do paciente e ter bom senso para despertar no paciente tão somente sentimentos que corroboram para a melhoria de seu estado clínico/físico. Todas as terapias podem propiciar benefícios desde que sejam corretamente praticadas. Tucquet, Leung, (2014) corroboram com os demais autores quando mencionam os benefícios que a musicoterapia apresenta no tratamento de crianças com câncer, descritos por seus familiares. Pawuk, Schumacher, (2010) descreveram sobre a musicoterapia no tratamento de pessoas com em fase final de vida acometidas de doenças tal como Alzheimer, pois a música persiste na memória de uma idosa que balbucia alguns versos de canção de ninar e sente-se confortável em fazê-lo. Tinker (2013) descreveu que falar sobre música, já ajuda o paciente, mesmo sem ouvi-la, o assunto música proporciona calma para os que discutem sobre a temática, os envolvem de forma salubre e proporciona motivação e calma, pois a música entre os seus propósitos tem efeito curativo; a música ajuda as pessoas de todas as idades e de todas as esferas da vida a encontrar cura e esperança; bem como uma oportunidade de retribuir aos outros e faz o doente se sentir incluído como um todo; assim, descrevem impacto significativo que a música tem pessoas que sofrem de doenças crônicas em fase terminais, como também pessoas com câncer. Silva, Alvim, Marcon, Silva (2014) evidenciaram que a música envolve a pessoa de forma que a sua história pode ser lembrada a partir de uma junção momento e musicalidade. Cabe ao enfermeiro saber identificar as necessidades do paciente e atender de modo que o trabalho com a música seja sempre a favor de seu bem estar físico e espiritual. Wood, et al; (2019) descreveram as evidências sobre a potencialidade de cura da musicoterapia, como benefício para amenizar sintomas de dores. Oliveira, et al.; (2017) ressaltaram a partir de suas pesquisas que adolescentes em cuidados paliativos: tiveram avultante melhoras com o tratamento e o uso da música, sempre com a observação de escolhas de músicas calmas e que agradassem aos pacientes, tornando-os mais calmos e com menos queixas de dores. Caires, et al; (2014) ressaltaram sobre terapias com músicas e outras terapias alternativas como (massagem e acupuntura) juntamente com o tratamento convencional, ajudam a aliviar a ansiedade, a depressão e a dor dos pacientes, promovendo relaxamento e facilitando a relação e a interação entre profissional-paciente-família. Para da Silva, Marcon, Sales, (2014) as possibilidades de integralização e humanização do cuidado de enfermagem à família, subsidiando conforto, reflexão e motivação diante das adversidades naturais atuais que existem no cuidado de pessoas doentes. Cuidadores e ou familiares acompanhantes devem também sentirem-se acolhidos em situação de terem que compartilhar do sofrimento do ente querido. A música, poderá de fato proporcionar a todos uma experiência reconfortante. Ao proporcionar encontros musicais para essas pessoas sentem-se acolhidas e recarregam suas energias para cuidarem de seus pares. Assim sendo, os encontros musicais contemplam outros pressupostos filosóficos dos cuidados paliativos, pois integram os aspectos psicossociais e espirituais do cuidado ao paciente e sua família (Da Silva, Marcon, Sales 2014). O interesse da enfermagem em utilizar esse recurso tem aumentado e a produção de conhecimento demonstra sua importância na humanização do cuidado. Sales, et al. (2011) revelaram que o uso da música no cuidado dos seres que vivenciam o câncer pode proporcionar bem-estar aos pacientes e cuidadores. Os autores Silva, Alvim, Marcon, Silva (2014) salientam a importância de respeitar a identidade e opção musical pois há de se considerar que cada pessoa traz consigo elementos culturais, espirituais. O cuidado da enfermagem deve estar atendo para esses elementos não serem afetados e forma a prejudicar o tratamento paliativo. Considerações finais: O cuidado paliativo visa proporcionar bem-estar aos pacientes e o alívio da dor; algumas práticas complementares nesse cuidado, a musicoterapia tem o objetivo de acolhimento e permite que o enfermeiro em especial estar mais perto e integrado ao paciente e seus familiares, criando um clima humanizado e utilizando alternativas de clicados paliativo para o bem-estar do paciente. Referências: ANTUNES. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

SANTOS, Gabriela Landvoigt Dos; RICCI, ANA PATRÍCIA. MUSICOTERAPIA COMO PRÁTICA INTEGRATIVA EM CUIDADOS PALIATIVO.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/364449-MUSICOTERAPIA-COMO-PRATICA-INTEGRATIVA-EM-CUIDADOS-PALIATIVO. Acesso em: 15/05/2025

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