PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIABÉTICOS ACOMPANHADOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE.

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIABÉTICOS ACOMPANHADOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE.
Autores
  • Amanda Silva
  • Rafaella Santos Matos
  • SONIA APARECIDA VIANA CÂMARA
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/362419-perfil-epidemiologico-dos-pacientes-diabeticos-acompanhados--em-unidade-basica-de-saude
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
paciente diabético, perfil epidemiológico de pacientes diabéticos, hiperdia, fatores de risco para diabetes, complicações no paciente diabético.
Resumo
O diabetes mellitus (DM) é uma alteração metabólica, identificada pela hiperglicemia no organismo decorrente da ausência, resistência ou produção insuficiente de insulina, podendo ocasionar complicações irreversíveis. Sua prevalência tem aumentado mundialmente, nas últimas décadas, tornando um problema de saúde pública. No mundo cerca de 463 milhões de adultos convivem com a doença (IDF, 2019). De acordo com Organização Mundial da Saúde estima que 1 em cada 11 pessoas têm diabetes (BRASIL, 2018). No Brasil, entre os anos de 2006 a 2016 ocorreu um aumento de 60% de casos da doença, com estimativa para o dobro em até 2030 (BRASIL, 2018.). Em 2017, o Brasil ocupou o 4º lugar no mundo, com 12,5 milhões de pessoas com diabetes entre 20 a 79 anos, e a previsão para que ocupe o 5º lugar em 2045 com 20,3 milhões de pessoas (IDF, 2019). Conforme os dados disponibilizados pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL), Campo Grande, em 2019, apresentou a prevalência de 5,9% de adultos (=18anos) que referiram ter diagnóstico médico para diabetes, sendo 6,1% no sexo masculino, e 5.8% feminino, sendo que as maiores prevalências se encontram a partir de 55 anos em ambos os sexos (BRASIL, 2020). De acordo com o Ministério da Saúde, em 2016 a prevalência foi de 8,9% da população com diabetes. O Brasil é considerado o quarto país com maior número de pessoas adultas com a doença, resultando em um gasto de aproximadamente R$6,6 bilhões com diabéticos anualmente pelo sistema de saúde (IDF, 2019). Além do impacto financeiro deve ser levado em consideração alguns outros impactos, como ocupação de leitos, e realização de cirurgias, como amputação de membros, onde 70% são em pacientes diabéticos (BRASIL, 2017). Os principais tipos de Diabetes são identificados como: Diabetes tipo 1, tipo 2 e gestacional, apresentando algumas diferenças relacionadas à causa, podendo ser autoimune, associado a genética, hábitos de vida ou alterações hormonais, bem como diferenças referentes ao tratamento (GOLBERT, 2019). Na DM1 ocorre pela ausência de insulina, devido destruição das ilhotas de Langerhans, causada por questões genéticas, ambientais e imunológicas. A DM2 é uma forma silenciosa caracterizada pela resistência a insulina ou produção insuficiente da insulina. O tipo 2 é uma doença crônica cuja ausência de tratamento e controle da glicemia pode desenvolver várias complicações, como: cegueira, amputação de membros, maior incidência de problemas cardiovasculares, pé diabético, retinopatia, e problemas renais. O objetivo do estudo foi conhecer o Perfil Epidemiológico dos pacientes diabéticos tipo 2 atendidos em Unidades Básicas de Saúde, em diferentes regiões do Brasil. Tendo como principal foco contribuir para ações preventivas na saúde pública de Campo Grande. Trata-se de um estudo descritivo quantitativo do tipo revisão bibliográfica para identificação de características sociodemográficas, dos fatores de risco e presença de complicações crônicas, através de pesquisas em artigos no idioma português, nas plataformas: Scientific Electronic Library Online (Scielo), e Google Acadêmico, no período de 2014 a 2018, com as seguintes palavras chave: paciente diabético, perfil epidemiológico de pacientes diabéticos, hiperdia, fatores de risco para diabetes, complicações no paciente diabético. Dos 9 artigos analisados, em oito, os pacientes diabéticos tipo 2 apresentaram a prevalência no sexo feminino, observando o predomínio do sexo masculino (54,75%) em Maceió, AL, no estudo de Santos et al., 2018, esta situação pode ser justificada pelas ações de saúde voltadas para a mulher no Sistema Único de Saúde, caracterizando a necessidade de incentivo e programas para o gênero masculino. Identificou-se incidência maior a partir dos 40 anos, com maiores taxas a partir dos 60 anos, porém, nas localidades de Salvador, Rio de Janeiro, Maceió e região do Nordeste notaram-se prevalência na faixa etária jovem (0 a 19 anos e 20 a 39 anos), de acordo com os autores: Palmeira & Pinto, 2015; Quarto et al., 2018; Santos et al., 2018; Macedo et al., 2018, respectivamente. O aumento da incidência em adolescentes e jovens está associada a epidemia mundial de obesidade e da ausência de atividade física. Foi observado que nas localidades: Ijuí, Salvador, Agudos, Piauí e Região Nordeste não apresentaram dados referentes a escolaridade. A baixa renda, o analfabetismo e o baixo grau de escolaridade, assim como as condições precárias de habitação e ambiente tem um papel muito importante nas condições de vida e saúde, uma vez que impacta na expectativa de vida. O grau de escolaridade é um fator importante para o controle da doença, pois, pode limitar o acesso a informações em saúde e dificultar a compreensão das orientações sobre prevenção e/ou tratamento do DM, ocasionando um cuidado reduzido com a saúde, como identificado pelos autores Santos et al., 2018. A obesidade e sobrepeso impactam em torno de 80 a 90% dos indivíduos com esta doença (ABESO, 2016). A inatividade das práticas físicas pode ser justificada pelo avanço da tecnologia. O sedentarismo causa grande impacto no aumento da glicemia, pois, a prática de exercícios físicos faz com que haja um aumento da ação da insulina contribuindo para o controle de glicose e peso. Portanto, pessoas que são cada vez menos ativas possuem um maior risco de adquirir DM2 (SANTOS, 2016). Outro fator bastante presente nos pacientes com DM, são as alterações renais, causada pela hiperglicemia onde as células renais e vasculares sofrem lesões e disfunções, estas alterações sendo mencionadas somente nos artigos das regiões: Salvador- BA, Piauí- PI, Regiões nordeste do Brasil, Erval Seco- RS e Criciúma- SC. Além dos fatores modificáveis, o diabetes possui fatores genéticos que contribuem para o seu desenvolvimento. Existem cerca de cinquenta genes envolvidos que interagem com os fatores ambientais, acima de tudo fator de qualidade de vida modulando o metabolismo bioquímico e regulatório, e as vias de sinalização que regulam a transcrição do DNA. A história familiar é caracterizada pela presença de parentes de primeiro grau (pais e irmãos) e de segundo grau (avós e tios) na família paterna ou materna, aumentando risco para desenvolver DM2. Esta condição genética foi relatada apenas em 2 artigos nas localidades do Rio de Janeiro (Quarto et al., 2018) e em Criciúma (Bin, Canever & Rosa, 2014). Percebe-se que embora a doença possua relação genética, o risco de desenvolvimento do diabetes mellitus tipo 2, também está associado ao estilo de qualidade de vida, pois, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes cerca de 95% dos casos poderiam ser evitados através de dietas equilibradas e prática de atividade física (GOLBERT, 2019). Observou-se presença do fator de risco tabagismo entre os pacientes diabéticos das seguintes regiões: Ijuí- RS, Agudo- RS, Piauí- PI, Maceió- AL, Regiões nordeste do Brasil, Erval Seco- RS e Criciúma- SC (Winkelmann & Fontela, 2014; Dicow, 2015; Santos, Souza e Barros, 2018; Santos et al., 2018; Macedo et al., 2018; Cargnin et al., 2014; Bin, Canever & Rosa, 2014.). De acordo com alguns estudos o tabagismo usado em um longo período aumenta o risco de desenvolver a doença pelo fato da presença de nicotina atuar sobre a sensibilidade da insulina (ZHU, et al., 2017). O pé diabético foi predominante nas regiões de Ijuí- RS, Salvador- BA, Piauí- PI, Regiões nordeste do Brasil e Erval Seco- RS (Winkelmann & Fontela, 2014; Palmeira & Pinto, 2015; Santos et al., 2018; Santos, Souza e Barros, 2018; Cargnin et al., 2014). Essa complicação ocorre devido ao mal controle glicêmico do paciente, caracterizado pela hiperglicemia elevada, podendo chegar ao caso de amputação, cuja incidência foi identificada nas localidades de Salvador- BA (Palmeira & Pinto, 2015), Piauí-PI (Santos et al., 2018), Regiões nordeste do Brasil (Santos, Souza e Barros, 2018), Erval Seco- RS (Cargnin, 2014; Cubas et al., 2013). Os altos níveis de glicose na corrente sanguínea podem gerar lesões no coração e causar uma complicação conhecida como AVC (acidente vascular cerebral). Esse tipo de complicação foi predominante em Salvador- BA (Palmeira & Pinto, 2015), Piauí- PI (Santos et al, 2018) e Regiões nordeste do Brasil (Santos, Souza e Barros, 2018). A hiperglicemia também pode causar doenças renais pela lesão das suas células, levando a disfunção (AMORIM et al., 2019). As regiões que apresentaram essa incidência de doenças renais foram: Salvador- BA (Palmeira & Pinto, 2015), Piauí- PI (Santos et al., 2018), Regiões nordeste do Brasil (Santos, Souza e Barros, 2018), Erval Seco- RS (Cargnin et al., 2014) e Criciúma- SC (Bin, Canever & Rosa, 2014). Este estudo apresentou certas limitações quanto a dificuldade de tabular os dados devido a diferentes pontos de cortes ou não registro das variáveis estabelecidas como estudo, porém, contribuiu para identificar o impacto do DM nas diferentes regiões brasileiras. Os resultados encontrados reforçam a necessidade de planejamentos e programações com ações para enfatizar o controle glicêmico, hábitos alimentares saudáveis e estímulos de atividades físicas. É importante ressaltar ás autoridades o incentivo a tais práticas físicas, disponibilizando a estas populações mais parques e academias ao ar livre. Referências ABESO. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. 4ªed. 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Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro,2016 ZHU, P., PAN, XF., SHENG, L. et al. Tabagismo, Diabetes e Complicações do Diabetes: Chamada para Ação Urgente. Curr Diab Rep, v.17, n.78, p. 210-230 ago. 2017.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Amanda; MATOS, Rafaella Santos; CÂMARA, SONIA APARECIDA VIANA. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES DIABÉTICOS ACOMPANHADOS EM UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE... In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/362419-PERFIL-EPIDEMIOLOGICO-DOS-PACIENTES-DIABETICOS-ACOMPANHADOS--EM-UNIDADE-BASICA-DE-SAUDE. Acesso em: 09/12/2025

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