EFEITOS DO ÓLEO DA SEMENTE DE MAMÃO (CARICA PAPAYA LINN.) FRENTE AO CONSUMO ALIMENTAR, GANHO DE PESO E HORMÔNIOS DE ANIMAIS TRATADOS COM DIETA HIPERCALÓRICA

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
EFEITOS DO ÓLEO DA SEMENTE DE MAMÃO (CARICA PAPAYA LINN.) FRENTE AO CONSUMO ALIMENTAR, GANHO DE PESO E HORMÔNIOS DE ANIMAIS TRATADOS COM DIETA HIPERCALÓRICA
Autores
  • LIDIANI FIGUEIREDO SANTANA
  • Diana Figueiredo de Santana Aquino Aquino
  • Rita de Cássia Avellaneda Guimarães
  • Karine de Cássia Freitas
  • PRISCILA AIKO HIANE
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/361930-efeitos-do-oleo-da-semente-de-mamao-(carica-papaya-linn)-frente-ao-consumo-alimentar-ganho-de-peso-e-hormonios-
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Carica papaya Linn; obesidade; hormônios
Resumo
Introdução: O Brasil destaca-se pela grande biodiversidade em seu território, e por conter cerca de 13% das espécies catalogadas no mundo, fornecendo material biológico suficiente para exploração tecnológica e recursos terapêuticos para tratamento de diversas doenças. Nesse sentido, estudos voltados à investigação de derivados de frutas e sua aplicabilidade terapêutica vêm se ampliando, assim como o incentivo na utilização de partes de frutos que geralmente são desperdiçados e que apresentam potencial nutricional por conterem em sua composição fibras, vitaminas, minerais e compostos fitoquímicos que manifestam ação antioxidante, anti-inflamatória, anticancerígena, hipolipidêmica e antimicrobiana. O Carica papaya Linn (mamão formosa) tem desperdício de aproximadamente 50% do fruto, ao se descartarem cascas e sementes, produzindo quantidades significativas de resíduos. Suas sementes apresentam em sua composição, isotiocianato de benzila, glicosinolatos, ácidos graxos oleico, palmítico, linoleico e esteárico; bem como a e d-tocoferol, ß-criptoxantina, ß-caroteno, carotenóides e compostos fenólicos, podendo dessa forma serem aproveitados como coadjuvantes no tratamento de diversas patologias. Objetivos: Avaliar os efeitos do óleo das sementes do mamão (Carica papaya Linn.) frente ao consumo alimentar, ganho de peso e parâmetros hormonais de animais tratados com dieta hipercalórica. Metodologia: O projeto foi aprovado pelo protocolo n° 980/2018 (CEUA). Foram utilizados camundongos Swiss, machos, adultos, divididos nos grupos experimentais: grupo controle (CT - ração Nuvital® – tratamento salina), grupo AIN-93 (ração AIN-93 – tratamento salina), grupo HPL (ração hipercalórica - tratamento salina), grupo HPL OS (dieta hipercalórica - tratamento óleo de soja), grupo HPL AZ (dieta hipercalórica - tratamento azeite de oliva) e grupo HPL OM (dieta hipercalórica - tratamento óleo da semente de mamão). Os animais receberam por gavagem (via oral) os tratamentos, 1 mL/Kg, por 8 semanas. Foi avaliado o peso corporal e consumo alimentar (balança digital Camry®). Ao final do experimento os animais foram submetidos à eutanasia e o sangue foi coletado para quantificação de leptina, insulina e resistina (kit comercial MADKMAG-71K® da Merck). Os resultados foram expressos em média±erro padrão da média (SEM), software Prisma 5.0 (GraphPad Software, USA) (p=0,05). Resultados: No primeiro mês de estudo, o consumo alimentar foi menor entre os grupos HPL AZ e HPL OM que o CT (p<0,005), e no segundo mês todos os grupos que receberam dieta HPL apresentaram valores menores quando comparados com o CT, e o HPL OM apresentou diferença em relação ao CT com consumo menor que os AIN-93 e HPL (p<0,05). No início do experimento, todos os animais foram pesados e distribuídos uniformemente nos grupos (p=0,938). Na primeira e segunda semanas o HLP OM apresentou peso menor que os HLP OS e HPL (p<0,05) com a modificação da dieta e suplementação, e na terceira, quarta e quinta semanas a diferença foi entre os grupo HLP e OM com relação ao grupo CT (p<0,01). Já na sexta e sétima semanas o grupo CT além do grupo HLP, manifestou diferença com o grupo HPL AZ (p<0,01); e não última semana não apresentou alteração (p=0,114). Na avaliação de leptina verificou-se valores maiores no grupo HPL OM (p<0,001) e os valores de resistina e insulina foram semelhantes aos grupos controle. Discussão: A composição da dieta pode influenciar no consumo alimentar, pois dietas com maior quantidade de gordura tendem a promover saciedade por mais tempo, fazendo com que reduza a quantidade consumida, tal fato somado com a suplementação com óleos faz com que reduza ainda mais o consumo e modifique as características de ácidos graxos, micronutrientes e compostos bioativos, impactando no consumo final. Durante o experimento houve redução na alimentação, no segundo mês de suplementação, no entanto a redução na ingestão calórica é notada durante o primeiro e segundo mês experimental, e na ingestão calórica total; e além da carga calórica, o grupo que recebeu óleo das sementes de C. papaya apresenta em sua composição, 2,1 g/100g-1 de fibras e 2,6 g/100g-1 de proteínas, nutrientes que podem promover aumento da saciedade e retardo no esvaziamento gástrico. No entanto, não impediu o ganho de peso corporal, contrapondo o que foi observado em um estudo no qual animais diabéticos foram suplementados com polpa de mamão (4g) por 28 dias e apresentaram redução significativa do peso quando comparado com os demais grupos, e em outro que suplementaram com suco de mamão nas doses de 0,5 e 1,0 mL/kg de peso do animal por 12 semanas, ratos alimentados com dieta hipercalórica e observaram redução significativa do peso corporal se igualando ao grupo que consumia dieta balanceada. Confirmando assim que a composição nutricional, principalmente das sementes, inibe a lipase pancreática, retardando a digestão de lipídios, e consequentemente, a absorção de ácidos graxos. Outro aspecto identificado foi com relação às concentrações de hormônios como, por exemplo, a leptina, que é predominantemente (embora não exclusivamente) secretada pelo tecido adiposo. A inativação genética do gene lep no tecido adiposo leva a níveis indetectáveis de leptina na circulação. Devido sua capacidade de promover o gasto de energia e reduzir a ingestão de alimentos em ratos magros está bem documentada. No entanto, em ensaios clínicos iniciais, o tratamento a longo prazo de pacientes obesos com doses supra fisiológicas de leptina lançou dúvidas sobre a capacidade da leptina recombinante de agir como um fator antiobesidade. Bem como observou-se que animais alimentados com dieta hiperlipídica não apresentaram mudanças significativas no peso corporal, mas com consumo energético menor, e exibiram melhor tolerância à glicose e sensibilidade à insulina e ligeira redução da inflamação do tecido adiposo, sem efeitos sobre alterações hepáticas; e mantiveram um nível mais alto de sensibilidade à leptina. Comportamentos semelhantes aos observados neste estudo, apoiando que a suplementação do óleo de semente de mamão associada a uma alimentação hiperlídica, demonstra, no contexto de um estado sensível à leptina, o aumento dos níveis de leptina pode realmente reduzir a ingestão de alimentos e o peso corporal, e apresentar efeitos sob a produção e ação da insulina. Já com relação à resistina, que apresenta como função de bloquear a ação central da leptina, que é a indução da saciedade, é uma pequena proteína secretora que tem papel pleiotrópico em roedores e humanos, além disso, a resistina de camundongo provoca a RI e contribui para o diabetes mellitus tipo 2, enquanto a resistina humana desempenha um papel na inflamação. Para tanto, mesmo sem apresentar diferença estatística, o grupo HPL OM apresentou valores de resistina, baixos, e no TSI houve prevenção na RI, fato que pode estar relacionado com suas baixas concentrações. A insulina também consegue avançar a barreira hemato-encefálica por meio de receptores no hipotálamo cerebral, interagindo com os neurônios Y, gerando mais saciedade, sendo considerada um potente sinalizador anorexígeno no sistema nervoso central, levando à redução da expressão dos genes que regulam a saciedade no hipotálamo. Conclusão: Observou-se que, o óleo da semente do mamão reduziu consumo alimentar e o peso corporal, bem como reduziu concentrações de leptina, insulina e resistina, sendo assim eficaz no combate das alterações metabólicas provocados pela dieta hiperlipídica. Referências: CAMPUZANO-BUBLITZ, M. A.; ROLÓN, L. E.; VERA, L. M.; KENNEDY, M. L. Efectodel consumo de pulpa de Caricapapaya sobre la glicemia y peso de ratones normo e hiperglicémicos por aloxano. Archivos Latino americanos de Nutrición,v. 68, n. 2, p. 132-140, 2018. CARVALHO, D. V.; GALLÃO, M. I.; DE BRITO, E. S. Obesidade e fibra dietética: destaque para a fibra de caju. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 7, p. 43474-43488, 2020. DUCA, F. A.; SAKAR, Y.; COVASA, M.The modulatory role of high fat feeding on gastrointestinal signals in obesity. The Journal of Nutritional Biochemistry, v. 24, n. 10, p. 1663-1677, 2013. FRIEDMAN, J. M. Leptin and the endocrine control of energy balance. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

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SANTANA, LIDIANI FIGUEIREDO et al.. EFEITOS DO ÓLEO DA SEMENTE DE MAMÃO (CARICA PAPAYA LINN.) FRENTE AO CONSUMO ALIMENTAR, GANHO DE PESO E HORMÔNIOS DE ANIMAIS TRATADOS COM DIETA HIPERCALÓRICA.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/361930-EFEITOS-DO-OLEO-DA-SEMENTE-DE-MAMAO-(CARICA-PAPAYA-LINN)-FRENTE-AO-CONSUMO-ALIMENTAR-GANHO-DE-PESO-E-HORMONIOS-. Acesso em: 09/09/2025

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