PREENCHIMENTO FACIAL COM ÁCIDO HIALURÔNICO: POSSÍVEIS INTERCORRÊNCIAS E OPÇÕES DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
PREENCHIMENTO FACIAL COM ÁCIDO HIALURÔNICO: POSSÍVEIS INTERCORRÊNCIAS E OPÇÕES DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO
Autores
  • Rosilda Gomes Dos Santos
  • Reny Silva
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/361743-preenchimento-facial-com-acido-hialuronico--possiveis-intercorrencias-e-opcoes-de-tratamento-e-prevencao
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
ácido hialurônico, efeitos adversos, intercorrências, estética facial, biomedicina estética
Resumo
Introdução: O padrão de beleza instituído na sociedade está associado à juventude, justificando a frequência na qual se busca por procedimentos estéticos invasivos e não invasivos em todo o mundo. O envelhecimento da pele maximiza a degradação e reduz da síntese de ácido hialurônico (AH), fatores que levam a perda da elasticidade e flexibilidade, gerando de rugas e desidratação. A procura por métodos seguros e eficientes para a redução de sinais de envelhecimento, por meio de preenchimentos cutâneos, permitiu uma evolução na prevenção e melhora dos sinais de idade natural da pele, sendo o preenchimento facial injetável com AH um dos procedimentos mais realizados em todo o mundo, com crescente demanda, em especial por ter as características ideais de segurança e eficácia. Este ácido é a substância absorvível com maior aplicabilidade e com dados publicados sobre seu uso na prática clínica para preenchimento de rugas e sulcos. O AH, quando aplicado, se adapta aos contornos do rosto, tratando as rugas e recuperando o volume e a hidratação natural da pele (BERNARDES et al., 2018; SALLES et al., 2009). Contudo, como todo procedimento estético, à aplicação injetável de AH, há riscos de intercorrências, complicações e danos, que se relacionam à imperícia ligada a insuficiente qualificação, a falta de habilidade, conhecimento e senso crítico dos profissionais estetas (CROCCO; OLIVEIRA; ALESSI, 2012, GERSON, 2011). Objetivos: Realizar um levantamento sobre as intercorrências mais frequentes após a utilização do AH injetável para fins de rejuvenescimento facial e enumerar as principais complicações, bem como analisar quais os melhores tratamentos existentes para o enfrentamento das mesmas. Metodologia: O estudo consiste em uma Revisão Bibliográfica de caráter qualitativo e descritivo a respeito das possíveis intercorrências em procedimentos com aplicação de ácido hialurônico com fins estéticos. Os critérios de inclusão de bibliografia englobaram: livros clássicos relacionados ao tema (independendo da data de publicação), site da Sociedade Brasileira de Dermatologia e artigos científicos. A busca e seleção dos artigos, realizou-se por meio dos descritores: “preenchimento”, “ácido hialurônico”, “intercorrências em preenchimentos”, bem como os seguintes critérios: artigos publicados sobre o assunto nos últimos 20 anos, que contenham ao menos um dos descritores selecionados (abrindo-se exceção para menções a artigos mais antigos que abordem assuntos os quais não haja novos estudos até o momento findar desta pesquisa). Os critérios de exclusão abrangeram todos aqueles que não se enquadrassem nos acima citados. Resultados: Apesar da crescente procura por tratamento com AH, as pesquisas ainda são escassas acerca das intercorrências, tendo sido necessário recorrer a artigos publicados entre 2000 e 2018, visto que os mais recentes não trazem todos os efeitos adversos existentes. A maioria dos estudos mostraram a baixa incidência de efeitos adversos com preenchimento de AH, como edemas, hiperemia, prurido, equimose, irregularidade de contorno, alteração da coloração, desconforto e aparecimento de lesões de acne no local da aplicação, contudo, o crescimento do uso de preenchimento facial com a citada substância aumentou consideravelmente a frequência de complicações. Apesar do AH ser absorvível pelo organismo e da maioria dos efeitos adversos ser apenas inestética, algumas intercorrências necessitam de tratamento agressivo e rápido, de forma a minimizar a incidência de sequelas ou morbidades. Na prática, há um número crescente de estudos acerca do efeito imediato e tardio da injeção de AH (ocorrendo de uma semana a um ano após as injeções) (SHAHRABI et al., 2012; RAULIN et al., 2000). Além dos efeitos colaterais locais transitórios não alérgicos (por exemplo, edema leve, equimoses, hipercorreção e descoloração azulada) devido a problemas técnicos durante as injeções, foram relatados sintomas e sequelas mais graves a longo prazo (por exemplo granulomas sensíveis, edema e nódulos endurecidos), o que sugere a atividade de um alérgico (HANKE, 2013; MONHEIT; ROHRICH, 2009). A variação dos compostos pode causar essas reações, porém acredita-se que uma tendência alérgica em certos pacientes agrava estes efeitos adversos às infecções por preenchimento com AH (GROSSMAN, 2005; SUNDARAM et al., 2010; HANKE, 2013). Considera-se de início imediato, complicações que ocorrem logo após a aplicação de AH. Dentre as intercorrências imediatas provenientes da aplicação injetável de AH as principais envolvem reações locais, eritema, colocação superficial do produto, ativação de herpes, infecções, hipersensibilidade aguda, protuberâncias e complicações vasculares (CROCCO; OLIVEIRA; ALESSI, 2012). São consideradas de início tardio, aquelas complicações que ocorrem após semanas a anos da aplicação de AH. As principais a serem destacadas são nódulos, granulomas e formação de biofilme (CROCCO; OLIVEIRA; ALESSI, 2012). Determinados sintomas clínicos devem levar o profissional a interromper imediatamente a injeção de AH, sendo estes: a dor, empalidecimento da pele ou alteração da cor (livedo, azul ou cinza) na distribuição dos vasos sanguíneos regionais. Além disso, imprescindível observar o retorno do sangue após a compressão digital da área, devendo-se a volta à cor normal ocorrer entre 1 a 2 segundos, sendo que o retorno mais lento do sangue capilar pode ser um sinal de insuficiência arterial. Medidas preventivas incluem o uso de pequenos volumes, cânulas maiores que 27G e injeção lenta, podendo o gelo e a epinefrina mascararem os sinais e sintomas de insuficiência arterial (DELORENZI, 2014 (a); DELORENZI, 2014 (b)). No tangente às intercorrências imediatas, pesquisadores de estudos realizados a respeito de cada tipo de intercorrência concordam ao afirmar que quanto às reações locais, o uso de cânulas pode minimizar o sangramento, o hematoma e a dor devido à redução do trauma intra-tecidual e do número de punções. Dentre as complicações por aplicação de AH para preenchimento, a mais grave e temida é a necrose induzida por injeção, que é causada por oclusão vascular ou trauma. Os pesquisadores Delorenzi (2014 (a); 2014 (b)) e Landau (2015) trazem a hialuronidase como o centro do tratamento da oclusão vascular, considerando que a mesma, por ser uma enzima de proteína solúvel, hidrolisa AH natural e reticulado. Todos os artigos analisados sugerem o tratamento para a maioria das intercorrências com a aplicação de hialuronidase, podendo esta ser injetada lenta e diretamente no local da injeção de AH. Além da hialuronidase, Parada et al. (2016) sugere o uso de 5-FU intralesional a, visto que este interage com um gene regulador de bactérias (AriR) que inibe a formação de biofilme. Já Junkins-Hopkins (2010) e BRODY (2005) em estudos voltados para biofilmes e os nódulos eritematosos por eles causados, propuseram medidas preventivas com potencial de diminuir as reações retardadas e a formação de biofilme após a injeção de preenchimentos dérmicos. Sobre estratégias para evitar intercorrências e complicações, Crocco; Oliveira; Alessi (2012) e Piel, (2011) sugerem respeitar as contraindicações para o preenchimento, sendo elas: gravidez, lactação, doenças sistêmicas autoimunes e imunodepressão, distúrbios de coagulação ou uso de anticoagulantes, inflamação ou infecção no local a ser tratado e pacientes com distúrbio de comportamento. Conclusão: O tratamento dérmico com AH está entre os procedimentos estéticos injetáveis mais utilizados no mercado da estética nacional, sendo um dos mais utilizados pelos profissionais habilitados como: médicos, biomédicos, farmacêuticos e odontologistas. Contudo, o cuidado em sua aplicação deve ser ressaltado, pois embora seja considerado muito seguro, podem ocorrer eventos adversos. A avaliação cuidadosa do paciente, o planejamento terapêutico adequado e uma técnica precisa são cruciais para alcançar os melhores resultados do tratamento. Estar preparado para avaliar e lidar com possíveis efeitos adversos prontamente é de suma importância. Sendo a imperícia profissional e/ou a escolha inadequada do produto os principais motivos de complicações às aplicações de AH injetável, pode-se afirmar que reduzir os riscos depende da adoção de procedimentos sistemáticos, padronizados e de vigilância, tais como: anamnese cuidadosa ao paciente, escolha do produto adequado para cada caso, técnica asséptica, manejo adequado do produto (incluindo diluição) e profundo conhecimento da anatomia facial, juntamente com o conhecimento acerca das possíveis intercorrências e o reconhecimento precoce delas, sendo que este último fator é preponderante para que, o tratamento seja rápido e contundente, a fim de evitar sequelas a longo prazo e aumentar a segurança na realização do procedimento. Para o tratamento de todos os tipos de intercorrências, pode-se concluir que a hialuronidase é a substância mais utilizada, por possuir um alto índice de sucesso na resolução de todos os processos relatados como complicações devido ao uso de AH. Enfim, a informação e conhecimento sobre as possibilidades de reações adversas imediatas e tardias por parte do paciente é imprescindível, bem como a adoção de mecanismos profissionais que registrem formalmente tal ciência. Considerando que os profissionais de diferentes áreas de saúde realizam esses procedimentos, faz-se necessária publicação de diretrizes específicas para o tratamento de efeitos adversos, além de estabelecimento de um protocolo para tratamento das intercorrências e complicações. Referências: BRODY, H, J,. Use of hyaluronidase in the treatment of granulomatous hyaluronic acid reaction or unwanted hyaluronic acid misplacement. Dermatol Surg ;31: 893-7; 2005. CROCCO, E.I.; OLIVEIRA, R. A..; ALESSI, C. Eventos adversos do ácido hialurônico injetável. Surgical & Cosmetic Dermatology, São Paulo, v.4, n.3, p.259-263, 2012. DELORENZI C. Complications of injectable fillers, part 2: vascular complications. Aesthet Surg J.;34(4):584-600; 2014 (a). DELORENZI C. Transarterial degradation of hyaluronic acid filler by hyaluronidase. Dermatol Surg.;40(8):832-41; 2014 (b). GROSSMAN, K, L. Hyaluronic acid gel fillers: hypersensitivity reactions. Aesthet Surg J.; 25:403-5; 2005. HANKE, C. W. Evolution of filler materials in dermatology. J Am Acad Dermatol.; 68: 858-9; 2013. JUNKINS-HOPKINS, J. M. Filler complications. J Am Acad Dermatol; 63:703-5; 2010. LANDAU, M. Hyaluronidase caveats in treating filler complications. Dermatol Surgery.;41 Suppl 1:S347-53; 2015 MONHEIT, G. D.; ROHRICH, R. J. The nature of long-term fillers and the risk of complications. Dermatol Surg.; 35:1598-604; 2009. PIEL, Latinoamericana. Capitulo 107: Preenchimentos avançados. Dermatologia IberoAmericana Online. Abr. 2011. Disponível em: <https://piel-l.org/libreria/item/1290> Acesso em: 14 mar, 2020. RAULIN, C.; GREVE, B.; HARTSCHUH, W. et al. Exudative granulomatous reaction to hyaluronic acid (Hylaform). Contact Dermatitis; 43:178-9; 2000. SALLES; A. G.; REMIGIO, A. F. do N.; SAITO, O. de C.; CAMARGO, C. P.; ZACCHI, V. B.; SAITO, P. L.; FERREIRA, M. C. Avaliação da durabilidade de preenchimento de ácido hialurônico com ultra-som facial. Arquivos Catarinenses de Medicina v. 38, n.1, 2009. Disponível em: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/719.pdf . Acesso em: setembro de 2020. SHAHRABI FARAHANI, S.; SEXTON, J.; STONE, J. D. et al. Lip nodules caused by hyaluronic acid filler injection: report of three cases. Head Neck Pathol; 6:16-20; 2012. SUNDARAM, H.; VOIGTS, B.; BEER, K. et al. Comparison of the rheological properties of viscosity and elasticity in two categories of soft-tissue fillers: calcium hydroxylapatite and hyaluronic acid. Dermatol Surg.;36: 1859-65; 2010.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Rosilda Gomes Dos; SILVA, Reny. PREENCHIMENTO FACIAL COM ÁCIDO HIALURÔNICO: POSSÍVEIS INTERCORRÊNCIAS E OPÇÕES DE TRATAMENTO E PREVENÇÃO.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/361743-PREENCHIMENTO-FACIAL-COM-ACIDO-HIALURONICO--POSSIVEIS-INTERCORRENCIAS-E-OPCOES-DE-TRATAMENTO-E-PREVENCAO. Acesso em: 25/05/2025

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