ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS CAUSADAS PELO ESTRESSE DO ISOLAMENTO SOCIAL NA PANDEMIA COVID-19

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS CAUSADAS PELO ESTRESSE DO ISOLAMENTO SOCIAL NA PANDEMIA COVID-19
Autores
  • Marlise Winckler De Oliveira
  • VANIA CLAUDIA OLIVON
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/361512-alteracoes-imunologicas-causadas-pelo-estresse-do-isolamento-social-na-pandemia-covid-19
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
imunidade, estresse, anticorpos.
Resumo
Introdução:Em março de 2020 a Organização Mundial de Saúde declarou estado de pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O isolamento social se faz necessário devido a incapacidade de o sistema de saúde acolher todos os potenciais infectáveis. Devido a fácil transmissibilidade e a ausência de uma droga específica para esse vírus, medidas que evitem o contato e a circulação de pessoas dificultam a propagação da doença e possibilita que o sistema de saúde consiga tratar de todos os doentes (MOREIRA; SOUSA e NÓBREGA ,2020). O sistema imunológico é um sistema que interage com bons hábitos, se beneficia com a prática de atividade física, boa qualidade de sono e de relacionamentos interpessoais saudáveis. Toda mudança é capaz de gerar alterações no ritmo biológico chamada de dessincronização. O sistema imunológico é responsável pelo reconhecimento do que é próprio e não próprio do organismo e pode funcionar como um verdadeiro maestro na regulação da sintonia e controle dos danos. As emoções e o estresse podem influenciar uma resposta imune. A imunossupressão associada ao estresse tem sido atribuída ao aumento na secreção de cortisol, que diminui a proliferação de linfócitos, inibe a produção de anticorpos, entre outros efeitos. A ativação simpática pelo estresse produz uma resposta muito rápida na contagem de glóbulos brancos, com elevação do número de neutrófilos e manutenção no de linfócitos que, no entanto, muda a proporção relativa de seus vários tipos, com aumento nas células NK e diminuição das células CD4+. Esse aumento agudo de neutrófilos e linfócitos NK poderiam atender à necessidade de aumentar a defesa imunológica numa situação aguda de estresse. O aumento posterior na secreção de glicocorticóides cumpriria a função de trazer novamente o sistema ao seu funcionamento habitual, promovendo uma redução na contagem de glóbulos brancos. (ZUARDI, 2014). O cortisol deprime o sistema imune por intermédio das interleucinas responsáveis pela diferenciação dos Linfócitos T Auxiliar, como a Interleucina 2 que atua na supressão da proliferação, diferenciação e ativação das demais células do sistema imune. Desse modo a hipercortisolemia, promove a supressão do processo inflamatório, das defesas mediadas por anticorpos, das células NK, dos linfócitos T citotóxicos que agem sobre células infectadas, e, principalmente os Linfócitos T Auxiliar responsável pela liberação de maiores quantidades de citocinas responsáveis pela comunicação entre o sistema, ativação e diferenciação dessas células. (CIRQUEIRA; GONÇALVES e ARAUJO ,2014). Objetivo: Este trabalho objetiva compreender as mudanças que podem acometer o organismo diante dos eventos ocorridos com a mudança na vida cotidiana da população. Essas mudanças podem ocorrer por um período indeterminado e se submeterem a situações que podem resultar em uma cascata de eventos fisiológicos desfavoráveis para a imunidade tornando mais suscetível a algumas patologias. Metodologia: Visando atender aos objetivos do presente trabalho, adotou-se uma pesquisa bibliográfica feita com a análise de material publicado, que se propõem à análise das diversas posições acerca de um problema, do tipo observacional possibilitando levantamento de dados e é utilizada como método de investigação, a observação nada mais é que o uso dos sentidos com vistas a adquirir os conhecimentos necessários para o cotidiano. A coleta de dados foi realizada no período de setembro de 2020 a abril de 2021, com predomínio de artigos publicados nos anos de 2020 e 2021. Para a elaboração deste trabalho foram utilizados trabalhos encontrados em plataformas como Google Acadêmico,Scielo,Bireme, PubMed, NCBI, além de sites como por exemplo stress.org, jornais, revistas e livros. Resultados: Atividade física influencia o equilíbrio do sistema imunológico e aumenta a vigilância imunológica, promove efeitos contra as consequências de doenças infecciosas e crônicas associadas ao desenvolvimento de formas graves de COVID-19. A resposta imune aguda induzida por exercício depende das características do exercício, como tipo, intensidade, duração, enível de aptidão. Longos períodos de exercícios de alta intensidade por longos períodos parecem induzir imunossupressão e podem estar associados ao aumento posterior de citocinas pró-inflamatórias. Além disso, um período de pelo menos duas semanas (de curta duração) de atividade física é suficiente para estimular positivamente o sistema imunológico. Após uma sessão de exercício vigoroso agudo ocorre um influxo dramático de células natural killer e linfócitos T CD8 + que exibe citotoxicidade elevada e potencial de migração de tecido. Aumentos de IL-6 são esperados após exercícios de intensidade baixa a moderada ou em protocolos de exercícios físicos intermitentes de menor duração. Sob exercício físico de longa duração níveis de IL-6 muscular e sanguíneo aumentam em até 100 vezes, o que é acompanhado por níveis elevados de antiinflamatórios e inibidores de citocinas, como os níveis de IL-10 (SCHEFFER & LATINI, 2020). A relação entre sono e imunidade é muito importante pela função regulatória da resposta imunológica e modulação das células de defesa. As mudanças na rotina causadas pelo isolamento afetam as crianças e os adolescentes com consequências a longo prazo, onde altera seu desenvolvimento com alterações Neurobiológicas desencadeadas pelo estresse causado pelo do surto de COVID-19. Com a pandemia, muitas mudanças trouxeram novas fontes de estresse, principalmente a preocupação da renda, falsas notícias e a preocupação com entes de alto risco, sendo assim estresse, ansiedade e depressão acabam se agravando no mundo todo, isto mostra como a preocupação em equilibrar a saúde mental deve ser priorizada por todos os problemas que podem ser desencadeados fisiologicamente e psiquicamente. A dieta associada à prática de exercício físico atua no manejo do estresse físico, gerando melhorias fisiológicas e psicológicas. O bom funcionamento do sistema imunológico confere proteção e maior resistência, tanto a resposta imune inata quanto a adaptativa estão envolvidas na imunopatogênese de COVID-19. Os sintomas de ansiedade no isolamento podem se apresentar com frequência e algumas mudanças na rotina e novas práticas podem auxiliar na manutenção do bem-estar gerando impacto na redução de fatores de risco, fortalecendo de ameaças biológicas e psicológicas. Os desafios enfrentados pelos profissionais da saúde podem ser gatilho para agravos psicológicos pelo fato do aumento da carga de trabalho e contato com paciente infectado. Esses profissionais necessitam de suporte e medidas para mantê-los saudáveis para que possam desempenhar sua função sem agravos à própria saúde. É necessário que as instituições priorizem o gerenciamento do estresse e a prevenção da saúde independente da situação epidemiológica e mantenha estratégias para adequar os profissionais priorizando a qualidade de vida e execução de uma boa rotina laboral. Discussões: A Organização Mundial da Saúde (OMS, 1946) classifica saúde não somente como a ausência de doenças, mas também um estado de completo bem-estar físico, mental e social; artigos científicos publicados no período de 2020 a 2021, onde demonstram o agravamento das mudanças na rotina afetando qualidade da alimentação, sono e desequilíbrio fisiológico. É possível observar a importância de cuidar da saúde física e mental tanto de quem está em situação de isolamento em suas residências ou no ambiente de trabalho; sobrecarga dos trabalhadores da área da saúde que executam turnos maiores e consequentemente implica no isolamento de seus familiares. O estresse desencadeia inúmeros efeitos negativos, um estresse agudo pode causar disfunção do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal sendo possível causador de problemas psicopatológicos. O estresse além de desencadear agravos à saúde tem grande participação nas escolhas alimentares, onde a busca por alimentos “de conforto” geralmente rico em calorias e gorduras podendo ser causador de obesidade, outra comorbidade ao sistema imunológico. Crianças e adolescentes que enfrentam esse período de isolamento perdem grande parte do desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ser um período de mudanças hormonais e desenvolvimento cerebral fatores que podem contribuir para o aparecimento de problemas psicológicos posteriores. Muitas pessoas em isolamento deixam de praticar atividades físicas e se tornam sedentárias, a atividade física feita de maneira correta tem efeitos benéficos para o funcionamento do sistema imune (GUIMARÃES, 2020). O sedentarismo traz consequências para o sistema imune e o exercício físico é uma estratégia terapêutica para manutenção e equilíbrio do sistema imunológico, práticas de exercícios físicos feitos de maneira correta podem ser visto como uma forma de promoção da saúde física e mental (FILGUEIRA et al., 2021). A regulação do ritmo biológico mantendo um sono adequado onde testes em camundongos comprovaram influência na regulação da resposta imunológica e das células de defesa (FERNANDES et al.,2020). A importância do estresse e sua interferência na saúde principalmente nesta época de pandemia fez crescer o interesse por estratégias não farmacológicas com abordagens acessíveis que podem influenciar no funcionamento psicocológico, neuro-endócrino e imunológico facilmente comprometido em situações de isolamento e distanciamento social (SARTÓRIO et al., 2020).De acordo com Schönrich, Raftery e Samstag (2020), a desequilíbrio da resposta imunológica influencia no processo patológico onde uma reação imune eficiente de longa duração e antígeno específicos se tornam essencial para controlar infecções virais em longo prazo e prevenir a persistência do vírus.Conclusões:A resposta imune eficaz pode ser alterada por eventos como estresse, má alimentação, desregulação do sono e sedentarismo. O estresse atua modificando atividades fisiológicas do organismo onde a liberação do cortisol atua como imunossupressor acarretando alterações na proliferação, diferenciação e ativação de células do sistema imune. O bem-estar e melhoria da qualidade de vida visa a busca por estratégias que ajudem a modular esses eventos estressores como práticas integrativas, são utilizadas em repetição diária para melhorar o estado de estresse fortalecendo o lado psíquico e imune tão afetados por essas alterações. Referências Bibliográficas CIRQUEIRA F. N., GONÇALVES, J. C., & ARAUJO, G. S. (2014). Influência Do Estresse Sobre O Sistema Imunológico. ImmunologyToday, 11(5). Disponível em: http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/844c84423cfcd7e05d2720770d2ee271.pdf . Acesso em: 09 set. 2020. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

OLIVEIRA, Marlise Winckler De; OLIVON, VANIA CLAUDIA. ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS CAUSADAS PELO ESTRESSE DO ISOLAMENTO SOCIAL NA PANDEMIA COVID-19.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/361512-ALTERACOES-IMUNOLOGICAS-CAUSADAS-PELO-ESTRESSE-DO-ISOLAMENTO-SOCIAL-NA-PANDEMIA-COVID-19. Acesso em: 02/08/2025

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