RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS TICS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA NA UFMS

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS TICS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA NA UFMS
Autores
  • Rafael Nagy Ramos
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Interdisciplinaridade / Interprofissionalidade
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/361333-relato-de-experiencia--as-tics-no-estagio-supervisionado-em-historia-na-ufms
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Estágio Supervisionado, Tecnologia, Pandemia, Tecnologias na Educação, Covid-19
Resumo
(i) Introdução: O presente trabalho apresenta uma experiência acadêmica com o uso das TICs, nos Estágios Obrigatórios II e III, do curso de História-Licenciatura da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. A experiência se deu durante o ano de 2020, com as turmas de 9° ano do Ensino Fundamental e de 1° ano do Ensino Médio, ambas de uma escola da rede pública de ensino do Estado de Mato Grosso do Sul. O Estágio Supervisionado em História, ao proporcionar a articulação entre teoria e prática, contribui no processo de formação dos acadêmicos. Estes, que em pouco tempo, estarão nas escolas atuando como professores, tem no estágio um importante aliado na construção da identidade docente. De acordo com Garcia, Hypolito e Vieira (2005), entende-se por identidade docente a identidade profissional construída a partir dos sentidos que o (a) docente atribui a sua profissão. Após o período de observação da escola no Estágio I, nos Estágios II e III são desenvolvidas as atividades de regência, respectivamente, no Ensino Fundamental II e Ensino Médio. No ano de 2020, tais atividades foram realizadas no ambiente virtual, devido a pandemia da Covid-19. Desta forma, a escolha em relatar o Estágio II e III, entre os estágios, justifica-se pelo momento em que as atividades destes ocorreram, que pelo advento da pandemia, proporcionou um maior uso de tecnologias na educação, comparado ao período que antecede a esse contexto. Durante abril do mesmo ano, houve a aprovação, pelo Conselho Nacional de Educação – CNE, de atividades não presenciais, tanto nas escolas como também em instituições de Ensino Superior. (BRASIL, 2020). Com o estágio isso não foi diferente, passando as aulas ministradas pelo estagiário a ser realizadas, de forma assíncrona, no ambiente virtual, com o auxílio das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Assim, procurou-se aqui relatar como ocorreu a adaptação das atividades de regência nos dois estágios, descrevendo o processo de seleção de conteúdos, elaboração de materiais didáticos e produção de vídeo aulas, a serem utilizados nos meios digitais. Para atingir o objetivo estabelecido pelos estágios, foram desenvolvidos vídeos, slides e atividades avaliativas, procurando-se trabalhar, nos Estágios II e III, respectivamente, as temáticas da Primeira Guerra Mundial e do Império Bizantino. (ii) Objetivo/s: O objetivo desse relato é apresentar como se deu a experiência de se trabalhar com as TICs na produção de materiais didáticos para o ensino e aprendizagem no âmbito dos Estágios Supervisionados em História II e III. Procura-se ainda descrever o processo de elaboração dos vídeos e materiais didáticos e elencar as diferenças entre o desenvolvimento metodológico dos dois estágios. (iii) Metodologia: Este tópico apresenta o desenvolvimento metodológico da experiência desenvolvida no processo dos Estágios Supervisionados em História II e III. Com relação ao estágio II, foram produzidas cinco vídeo aulas, acompanhadas de atividades avaliativas sobre o assunto tratado em cada aula. A partir da leitura da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Currículo de Referência de Mato Grosso do Sul - Educação Infantil e Ensino Fundamental, foi escolhida a unidade temática “Totalitarismos e conflitos mundiais”, que aparece nos dois documentos. Além disso, houve também consulta e utilização dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`S). A unidade temática possui dez objetos de conhecimentos. Destes, foi escolhido para ser trabalhado, durante o segundo bimestre, o primeiro tópico da unidade, “O mundo em conflito: a Primeira Guerra Mundial”. Sobre as vídeo aulas, estas foram desenvolvidas com, em média, até 10 minutos de duração. No primeiro vídeo, conceituou-se “A Grande Guerra”, Belle Époque, imperialismo e nacionalismo; No segundo vídeo, foi demonstrado aos alunos um pouco mais do contexto que antecede o conflito; No terceiro e quarto vídeo, foram apresentados os principais eventos situados entre 1914-1918. Por fim, no quinto vídeo, foram debatidos o fim do conflito e suas consequências. Neles, foram trabalhadas imagens relativas a guerra, além de outros recursos visuais. Houve a divisão das atividades avaliativas em dois blocos distintos: o primeiro, composto por três trabalhos em grupo e o segundo, composto de duas questões discursivas individuais. No primeiro bloco, foram trabalhados a leitura, interpretação e produção de textos, a partir da análise de diferentes fontes historiográficas. No segundo bloco, foram propostas questões individuais referentes a “Paz Armada” e a participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial. Já com relação ao estágio III, neste foram produzidas duas vídeo aulas, sobre o Império Bizantino, destinadas ao 1°ano. O número menor de vídeos deve-se a metodologia aplicada neste estágio, no qual procurou-se trabalhar em dupla, com uma colega do curso, no desenvolvimento distinto de vídeo aulas em torno de eixos temáticos. Enquanto minha colega trabalhou o Império Bizantino com foco nos aspectos políticos, procurou-se aqui um enfoque maior sobre os seus aspectos culturais: a religião e a arte do império. A escolha desse tema se deu a partir da leitura dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN`S) e do Referencial Curricular do Estado de Mato Grosso do Sul - Ensino Médio. Após a leitura do referencial curricular, foi escolhida a unidade temática “Período Medieval”. De acordo com o documento, esta unidade possui apenas um objeto do conhecimento, Império Bizantino, o qual foi escolhido para ser trabalhado durante o terceiro bimestre. A utilização do referencial curricular, se deu em razão de ainda não ter havido a inserção da BNCC no Ensino Médio. Durante o primeiro vídeo, houve um enfoque na religião bizantina, sendo abordados os seguintes conceitos: Cesaropapismo, Questão Iconoclasta e Cisma do Oriente. No segundo vídeo, conceituou-se a arte bizantina, explicando as muitas formas de manifestações artísticas do Império, tais como: os mosaicos, a pintura e a arquitetura. A diferença entre o estágio II e o estágio III se deu também na preparação da Atividade Pedagógica Complementar – APC, que ocorreu durante o desenvolvimento deste último. Nele, está contida a atividade avaliativa e um texto de referência anexo, acerca dos assuntos tratados nas vídeo aulas, para auxiliar os estudantes que não possuem acesso à internet e o livro didático. Com relação a atividade, essa ocorreu através de um questionário de dez questões, sendo duas discursivas, e oito objetivas. Com o intuito de que o estudante esteja familiarizado com as questões de vestibular, e saiba como o conteúdo referente ao Império Bizantino são exigidos nessas provas, procurou-se trabalhar com essas questões na avaliação objetiva. Ademais, enquanto o estágio II, inicialmente presencial, teve de ser adaptado ao novo contexto, o estágio III já se inicia no contexto da pandemia. Utilizado com moderação, o livro didático foi de grande utilidade para a preparação de todo o material nos dois estágios. (iv) Resultados e (v) Discussão: Como visto anteriormente, os estágios II e III, mesmo que possuam diferenças relacionadas ao desenvolvimento metodológico, tem em comum a produção de vídeo aulas como forma de transmitir conhecimento. Para Libâneo (2014), é marcante a quantidade de transformações digitais que veem ocorrendo no mundo. Na educação isso não é diferente, sendo imprescindível que os professores se habilitem com as novas tendências tecnológicas. Levando em conta o cenário trazido pela pandemia da Covid-19, as vídeo aulas são um bom ponto de partida. A pandemia trouxe novos desafios na educação, como a dificuldade de acesso dos estudantes as aulas transmitidas pela internet ou disponíveis nos meios digitais. Segundo De Souza e Miranda (2020, p. 84), “[...] há casos de professores e estudantes que não possuem computador pessoal e seus aparelhos móveis, única forma de acesso à internet, por vezes, não suportam o tráfego de muitas informações e a utilização de certos tipos de aplicativos.” Desta forma, buscou-se produzir vídeos mais compactos e a elaboração de um material didático, especialmente no estágio III, que disponibilizasse o que foi discutido, ao estudante que não tivesse acesso aos vídeos. Durante a elaboração desta experiência, o desafio maior foi o de alinhar o roteiro ao tempo do vídeo. Assim, houve a gravação de muitas tentativas, para chegar ao produto final. (vi) Considerações Finais: A pandemia da Covid-19 trouxe desafios nas mais variadas áreas, principalmente na educação. Vislumbrou-se o surgimento de novas possibilidades de atuação no estágio supervisionado. O desenvolvimento das vídeo aulas possibilitaram o aprendizado, através de tutoriais, com relação ao processo de edição de vídeos. O processo de elaboração apresentou algumas dificuldades, mesmo já conhecendo plataformas e até elaborado vídeos anteriormente. A diferença da metodologia dos dois estágios deve-se ao período em que estes foram realizados: o estágio II, tinha o objetivo de atuar presencialmente em uma escola da rede pública de ensino do Estado de Mato Grosso do Sul, o que acabou não ocorrendo, devido a pandemia, e o que foi planejado inicialmente teve de ser adaptado a essa nova realidade; o estágio III, pelo contrário, foi mais sistematizado. Nele, importantes elementos que não estavam presentes anteriormente, como por exemplo, a elaboração do APC, passaram a fazer parte do dia a dia do estagiário. Por fim, aquilo que foi trabalhado no estágio II pôde ser aprimorado no estágio III. Toda essa experiência possibilitou ir além de apenas colocar os conceitos teóricos na prática, proporcionando também um maior aprendizado a respeito do uso de tecnologias digitais na educação. (vii) Referências Bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília: MEC/CONSED/UNDIME, 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Ministério da Educação. CNE aprova diretrizes para escolas durante a pandemia. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/busca-geral/12-noticias/acoes-programas-e-projetos-637152388/89051-cne-aprova-diretrizes-para-escolas-durante-a-pandemia. Acesso em: 18 maio. 2021. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

RAMOS, Rafael Nagy. RELATO DE EXPERIÊNCIA: AS TICS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM HISTÓRIA NA UFMS.. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/361333-RELATO-DE-EXPERIENCIA--AS-TICS-NO-ESTAGIO-SUPERVISIONADO-EM-HISTORIA-NA-UFMS. Acesso em: 16/12/2025

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