BRCA1 E BRCA2: ALTERAÇÕES EM CÂNCERES DE MAMA E ÚTERO.

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
BRCA1 E BRCA2: ALTERAÇÕES EM CÂNCERES DE MAMA E ÚTERO.
Autores
  • Jade Alexandra Silva Name
  • Alexandre Moreira
  • Victória Maria Ramos Salomão
  • RENATA MATUO
  • FABRICIO GARMUS SOUSA
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/359718-brca1-e-brca2--alteracoes-em-canceres-de-mama-e-utero
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Câncer de Colo Uterino; BRCA; Anemia de Fanconi; Câncer de Mama.
Resumo
De acordo com o Inca (2020), o câncer de mama é a neoplasia com maior taxa de mortalidade entre as mulheres, e o de útero fica em 4º lugar apenas. Pesquisas indicam que em 2011 o número total de óbitos de câncer de mama e de útero foi de 18.385 (5160-útero e 13.225-mama) e em 2019 subiu para o total de 24664 (6596-útero e 18.068-mama) respectivamente (ATLAS ONLINE-INCA). Estes tipos de neoplasias acometem principalmente as mulheres, visto que o câncer de mama masculino não é tão preocupante como o de próstata para a mesma população. Os genes BRCA1 e BRCA2 são genes de reparo de DNA e atuam como supressores tumorais de manutenção, além de participar da via de Fanconi sendo seus respectivos alias gene o FANCS e o FANCD1 (OSÓRIO, 2013). Quando estes sofrem mutações esporádicas somáticas são responsáveis por desencadear o processo de carcinogênese, entre os tipos de câncer que ele pode causar é presente o uterino e o mamário. BRCA1 codifica uma fosfoproteína nuclear, a qual desempenha um papel na manutenção da estabilidade genômica. Ele contribui para o reparo de recombinação homóloga (HRR) por meio da sua interação direta com PALB2 (FANCN). O BRCA2 está envolvido no reparo de quebra de fita dupla, liga e promove a montagem de RAD51 (FANCR) em DNA de fita simples (DATABASE). Existem diversos fatores que contribuem para o risco de desenvolvimento de canceres em um geral, podendo citar, em específico para o câncer mamário, a menopausa tardia (hormônios e gestação), obesidade e sedentarismo (comportamento), mutações genéticas particulares a esse tipo de câncer (BRCA1 e BRCA2), hereditariedade (câncer de Ovário presente na família), exposição à agentes físico-químicos (ambiente) (ESTIMATIVA,2019). Esses genes da família BRCA são considerados de “alto-risco”, sendo os mais importantes responsáveis pela maioria das famílias com câncer de mama. As mutações nestes genes podem gerar diversos fatores que desencadeiam não só a neoplasia mamária, mas também câncer de ovário, de próstata e entre elas a de cólo de útero (ANTONIOU et. al. 2002). Algumas pesquisas nos mostram uma relação do HPV com o câncer de útero, e de acordo com Lima (2016) existe uma conexão com os genes BRCA1 e BRCA2. A maioria dos estudos envolvendo estes genes são acerca do câncer de mama, visto que ele é um gene de grande importância nos estudos deste tipo de câncer, porém devido diversas alterações e mutações em câncer de útero, é visto necessário o aprofundamento do assunto, na busca de tratamentos e terapias-alvo para o câncer uterino. No presente trabalho, foi identificado diferentes alterações nos genes BRCA1 e BRCA2 por meio de diferentes análises, a partir de bancos de dados de linhagens celulares, amostras cancerígenas e revisão Bibliográfica. Foi realizada uma análise in Silico através das plataformas CellMiner (CCLE-BROAD-MIT, GDSC-MGH-SANGER E CTRP-BROAD-MIT) e CbioPortal (32 tipos de câncer), respectivamente, junto de revisão bibliográfica nos idiomas inglês e português nos anos de 2000 a 2021 sobre a relação dos genes em questão com câncer de útero e de mama por meio do Google acadêmico e Pubmed com as seguintes palavras chaves: BRCA1; BRCA2; Câncer de mama, Câncer de útero. Como os genes atuam no reparo e supressão tumoral, quando mutados eles começam a fazer o contrário de seus papeis na reparação do DNA. Mutações em BRCA1/BRCA2 são responsáveis por aproximadamente 40% dos cânceres de mama hereditários e mais de 80% dos cânceres de mama e ovário herdados. As proteínas da anemia de Fanconi e as proteínas do BRCA formam uma rede de resposta ao dano ao DNA cujo propósito é resolver e reparar ligações cruzadas dentro e entre as fitas de DNA (KUMAR,2010). Os resultados obtidos indicaram elevadas frequências de mutação e ganhos de cópias, respectivamente, para BRCA1 (SANGER - 3%, CCLE - 4% e CTRP – 5%) e (CCLE – 10% e CTRP - 11%). Já para BRCA2 obteve-se um número um pouco maior acerca das alterações (SANGER - 5%, CCLE - 7% e CTRP – 8%) e (CCLE – 18% e CTRP - 19%). Nas amostras cancerígenas disponíveis no cBioPortal foi observado uma alta frequência de mutações em câncer uterino para os genes BRCA2 (15%) e BRCA1 (9%) e com as frequências de câncer de mama de 5% (BRCA2) e 4,15% (BRCA1). Em um estudo com 828 portadores de mutação BRCA2 foram relatados 5 casos de câncer uterino, onde 3 das 5 mulheres afetadas tinham tratamento prévio com Tamoxifeno para câncer de mama. Foram relatados alguns resultados acerca da relação de câncer endometrial com mutações de FANCD1, onde foi visto que dos 13 pacientes incluídos no estudo, 5 abrigaram mutações em BRCA2 e oito abrigaram mutações patogênicas em BRCA1 (SMITH et. al, 2019). Lima (2016) nos mostra que as proteínas E6 e E7, produzidas pelo Vírus do Papiloma Humano (HPV) estão associadas com o câncer de mama através de mutações em BRCA. Estudos in vitro mostraram que a proteína BRCA1 consegue inibir a transcrição de genes regulados pelo receptor alfa de estrógeno (ER-a) e com isso, E6 e E7 inativam o BRCA1, através dessa interação com o receptor de estrógeno, o qual estimula a divisão celular e o crescimento do tumor, resultando no aumento do risco de mutações. A correlação entre BRCA1 e as proteínas “E” citadas, tornou-se uma preocupação de grande interesse no câncer ginecológico (LIMA, 2016). Mesmo não ficando tão claro, o avanço no conhecimento sobre interação BRCA1/oncoproteínas E6/E7, eles podem ajudar na compreensão da carcinogênese de mama familiar (LIMA, 2016). Visto que esses genes mostraram uma frequência alta para o câncer de útero, sua relação com o HPV e o câncer de mama é clara, podendo ser uma questão importante no estudo oncológico. Pelo fato desses genes serem altamente alterados em câncer de útero, é demonstrado que há uma implicação biológica de relevância, a qual merece mais atenção para estudo. Porém, na literatura pouco se fala sobre isso, o que abre margem para novos estudos que possam evidenciar o papel desses genes como marcadores cancerígenos e/ou alvos tumorais nesse tipo de câncer, o qual ainda não possui bons marcadores. Conclui-se que devido a sua grande alteração, os genes estudados são ótimos candidatos para marcadores moleculares e, possivelmente, para terapias-alvo em câncer de mama, visando resultados de maior efetividade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. ANTONIOU, A C; PHAROAH, P D P; MCMULLAN, G; et al. A comprehensive model for familial breast cancer incorporating BRCA1, BRCA2 and other genes. British Journal of Cancer, v. 86, n. 1, p. 76–83, 2002. Disponível em: <https://www.nature.com/articles/6600008#citeas>. Acesso em: 14/maio/2021. 2. Atlas On-line de Mortalidade. Inca.gov.br. 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Rio de Janeiro: INCA, 2019. Disponível em: <https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-prostata/profissional-de-saude>. Acesso em: 17/maio / 2021. 8. KUMAR, V. Robbins & cotran-patologia bases patológicas das doenças 8a edição. Elsevier Brasil, 2010. 9. LEE, Y.C.; MILNE, R.L.; LHEUREUX, S.; et al. Risk of uterine cancer for BRCA1 and BRCA2 mutation carriers. European Journal of Cancer, v. 84, p. 114–120, 2017. Disponível em: <https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0959804917311127>. Acesso em: 02/maio/2021. 10. LIMA, E. G. D. Detecção e análise do Papilomavírus humano (HPV) em carcinomas mamários de mulheres do Nordeste do Brasil. Ufpe.br, 2016. Disponível em: <https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/19530>. Acesso em: 17/maio/2021. 11. OSÓRIO, Maria Regina Borges; ROBINSON, Wanyce Miriam. Genética humana. 3. ed. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2013. 775 p. 12. SMITH, E.S., DA CRUZ PAULA, A., CADOO, K.A., ABU-RUSTUM, N.R., PEI, X., BROWN, D.N., et al. Endometrial Cancers in BRCA1 or BRCA2 Germline Mutation Carriers: Assessment of Homologous Recombination DNA Repair Defects. JCO Precision Oncology. American Society of Clinical Oncology (ASCO); 2019 Dec;1–11. DOI: 10.1200/PO.19.00103. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1200/po.19.00103>. Acesso em: 02/maio/2021.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NAME, Jade Alexandra Silva et al.. BRCA1 E BRCA2: ALTERAÇÕES EM CÂNCERES DE MAMA E ÚTERO... In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/359718-BRCA1-E-BRCA2--ALTERACOES-EM-CANCERES-DE-MAMA-E-UTERO. Acesso em: 02/06/2025

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