COMPARAÇÃO DAS PORÇÕES ALIMENTARES (PEQUENA, MÉDIA E GRANDE) DO GRUPO DOS LEITES E DERIVADOS ENTRE AS TABELAS PHILIPPI (2018) E TBCA (2020)

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

Título do Trabalho
COMPARAÇÃO DAS PORÇÕES ALIMENTARES (PEQUENA, MÉDIA E GRANDE) DO GRUPO DOS LEITES E DERIVADOS ENTRE AS TABELAS PHILIPPI (2018) E TBCA (2020)
Autores
  • Juliana Maria Antenor dos Santos
  • ANDREIA DE OLIVEIRA MASSULO
  • PATRICIA CINTRA
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/359591-comparacao-das-porcoes-alimentares-(pequena-media-e-grande)-do-grupo-dos-leites-e-derivados-entre-as-tabelas-phi
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Grupos alimentares, valor nutricional, tabelas de composição de alimentos.
Resumo
Introdução: De acordo com a RDC nº 359, de 2003, a porção alimentar é definida como “a quantidade média do alimento que deveria ser consumida por pessoas sadias, maiores de 36 meses de idade em cada ocasião de consumo, com a finalidade de promover uma alimentação saudável” (BRASIL, 2003). Os alimentos podem ser estratificados em grupos alimentares, considerando características semelhantes quanto composição química e valor energético, por porção. O grupo dos leites e derivados apresenta importância devido ao teor de cálcio e também pela propriedade tecnológica de emulsificação, proporcionada pela gordura presente em sua composição. Ele apresenta versatilidade de uso como: chantilly, manteiga, nata, iogurtes e queijos, além de também participar de preparações culinárias diversas, dentre elas: pudins, manjares, molhos, suflês, bolos, tortas e pães. Além disso, segundo dados da Embrapa, somente em 2018 o consumo per capita estimado de leite no Brasil foi de 166,4 L/habitante, os dados ainda informam que o produto lácteo mais consumido no País é o leite longa vida (SIQUEIRA, 2019). O presente estudo se propôs a realizar comparações das porções dos alimentos do grupo dos leites e derivados entre as tabelas Philippi (2018) e TBCA (2020), objetivando propor um debate sobre as características de cada uma, para contribuir na decisão de escolha da referência a ser utilizada. Este estudo é uma continuidade de um projeto de extensão, realizado e aprovado pelo Centro Universitário da Grande Dourados, no período de 2016 a 2018. Objetivos: Comparar as porções alimentares (pequena, média e grande) do grupo dos leites e derivados entre as tabelas Philippi (2018) e TBCA (2020). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva que analisou as porções alimentares do grupo dos leites e derivados e fez comparações dessas porções entre as tabelas Philippi (2018) e TBCA (2020), em uma abordagem quali-quantitativa, observando os seguintes dados das porções alimentares (pequena, média e grande): valor energético (kcal), carboidratos (g), monossacarídeos (g), açúcares adicionados (g), lactose (g), proteínas (g), gorduras totais (g), gorduras saturadas (g), gorduras monoinsaturadas (g), gorduras poli-insaturadas (g), colesterol (mg), gorduras trans (g), fibra alimentar (g) e sódio (mg). Para a determinação da porção média foi utilizada a referência do valor energético da porção alimentar empregada por PHILIPPI (2014) e pela Instrução Normativa (IN) nº 75, de 2020. Os dados foram tabulados utilizando planilhas do programa Microsoft Excel®, versão 2016. O cálculo para mensurar a porção média foi feito utilizando a metodologia da regra de três simples. Para a obtenção da porção pequena e grande foi feito o cálculo percentual, em função do valor da porção média, assim, a porção pequena correspondeu a 50% menos da porção média e, a porção grande correspondeu a 50% mais da porção média. Resultados: O presente estudo avaliou os seguintes alimentos pertencentes ao grupo dos leites e derivados: leite fluido desnatado, semidesnatado e integral, leite em pó desnatado e integral, leite de cabra integral, creme de leite, coalhada, cream cheese, iogurte integral natural, manteiga com e sem sal, queijo cottage, minas, muçarela, parmesão, parmesão ralado, provolone e ricota. Totalizando 19 alimentos, foi verificado que a tabela TBCA (2020) não possui referências para iogurte integral natural, queijo cottage e parmesão. As porções (pequena, média e grande) calculadas conforme a metodologia apresentaram diferenças no peso em gramas ao serem comparadas entre as tabelas. Dos 16 alimentos comparados entre elas, foi verificado que aqueles trazidos pela Philippi (2018) forneciam porções com valores superiores aos da TBCA (2020) para o mesmo alimento em 75% dos casos. O peso das porções pequenas, quando calculado a partir dos valores energéticos de tabelas diferentes, variou de 0,23 a 44,86 gramas, das porções médias de 0,47 a 89,51 gramas e das grandes de 0,71 a 134,27 gramas, para o leite integral em pó e leite fluido semidesnatado, respectivamente. Embora apresentem a mesma composição nutricional, observou-se que o leite integral em pó reconstituído possui um valor energético e de carboidratos 3 vezes maior do que a do leite integral em estado fluido, a comparação foi feita entre alimentos da mesma tabela. De acordo com Cintra (2021), ao desidratar o leite, ocorre uma concentração maior dos demais nutrientes como proteína, gordura, vitaminas e minerais, pois a retirada da água é quase total. Ao avaliar a composição nutricional dos alimentos pelas tabelas, percebeu-se que, no geral, os dados fornecidos por ambas diferem apenas em alguns décimos. Ambas fornecem a maioria dos dados requisitados por este estudo, com exceção da tabela Philippi (2018), que não avalia os açúcares adicionados (g), monossacarídeos (g) e lactose (g). A tabela TBCA fornece informação individual de cada tipo de carboidrato presente no alimento em documento anexo intitulado Tabelas Complementares - Perfil de carboidratos (TBCA, 2019), entre eles estão a glicose e a frutose, que compõem os monossacarídeos, além da lactose, principal carboidrato do leite. Esses dados são de suma importância para os usuários que apresentam a patologia diabetes mellitus e restrições alimentares como intolerância à lactose. Dos alimentos avaliados pela tabela Philippi (2018), 42,10% traziam dados sobre gorduras mono e poli-insaturadas e 47,36% sobre o colesterol. Já pela TBCA (2020), todos forneciam dados sobre essas gorduras, 68,75% traziam dados sobre os açúcares adicionados e 6,25% forneciam dados sobre os monossacarídeos e lactose. Discussões: As tabelas de composição são instrumentos muito utilizados na área da Nutrição, por expressarem o teor de nutrientes por 100 gramas de alimento. A conversão destes dados em porções alimentares pode ser mais uma ferramenta para otimizar as ações de saúde em grupos de populações, orientações sobre medidas caseiras e demais estratégias. Neste estudo foram calculadas as porções pequena, média e grande dos 19 alimentos a partir dos cálculos da composição nutricional em 100 gramas e considerando a caloria do grupo =120 kcal. A quantidade de alimento ingerida é comumente sub-relatada pelas pessoas e de acordo com um estudo britânico pessoas obesas tendem a relatar uma ingestão energética mais baixa (PRYER et al., 1997). Nesse sentido, a determinação de diferentes tamanhos de porções alimentares pode auxiliar na aplicação dos inquéritos alimentares tanto da prática acadêmica quanto clínica ao contribuir na decisão de escolha da referência a ser utilizada, evitando assim vieses de sub-relato ou super-relato. O consumo dos leites e derivados apresenta benefícios diversos como serem ricos em proteínas, vitaminas, cálcio, em sua forma integral, ricos em gorduras saturadas. Berkey et al. (2005) concluíram em seu estudo que a ingestão aumentada de leite, mesmo dos desnatados, pode resultar em excesso de energia e aumento no peso corporal em adolescentes. Portanto, não há apenas um grupo de alimentos responsável pelo excesso de peso, mas o aumento no tamanho das porções de diferentes alimentos pode contribuir para o aumento do peso corporal (PEREIRA et al., 2016). As tabelas de composição alimentar servem para avaliar com maior precisão o que e quanto é consumido de cada nutriente, além de facilitar o planejamento de planos alimentares. A comparação do teor de nutrientes, presentes nas porções alimentares, entre diferentes tabelas pode auxiliar o pesquisador ou profissional de saúde na escolha daquela que melhor se enquadre em suas necessidades. Observou-se que a tabela TBCA (2020) apresenta maior variedade de alimentos, descrição de amido resistente, monossacarídeos e de lactose para alguns alimentos pesquisados, descrições mais específicas em relação à forma de preparo, porcentagem de gordura, processamentos a que foram submetidos, marca, entre outros. Tais características podem estar associadas ao meio de veiculação da tabela, pois online pode-se atender uma demanda maior de consultas, dada maior complexidade dos dados informados, ao contrário da tabela Philippi (2018), que é veiculada em meio impresso. Conclusões: A comparação dos valores de nutrientes calculados por porção entre diferentes tabelas pode auxiliar o pesquisador ou profissional de saúde na escolha daquela que melhor se enquadre em suas necessidades. O presente estudo encontrou que, embora a tabela TBCA (2020) apresente maior complexidade dos dados informados, não está descartada a possibilidade de uso de mais de uma tabela de composição alimentar como referência para complementar os achados. Referências bibliográficas BERKEY, Catherine S. et al. ( 2005 ) Milk, dairy fat, dietary calcium, and weight gain: a longitudinal study of adolescents. Arch. Pediatr. Adolesc. Med. 2005. jun, v. 159, n. 6, p. 543-50. doi: 10.1001/archpedi.159.6.543. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 359, de 23 de dezembro de 2003. Aprova regulamento técnico de porções de alimentos embalados para fins de rotulagem nutricional. Diário Oficial da União, Brasília 26 dez. 2003b, (251), p. 28; Seção 1. BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Instrução Normativa N° 75 DE 8 de outubro de 2020. Estabelece os requisitos técnicos para declaração da rotulagem nutricional nos alimentos embalados. Brasília, 2020. Publicada no DOU em: 09/10/20, edição 195, seção 1, página 113. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-in-n-75-de-8-de-outubro-de-2020-282071143. Acesso em: 21 maio. 2021. CINTRA, Patricia. (2021) Material sobre leite. Disponível em: https://prezi.com/i/view/h55C8mpCgBIj4TRmTAdL. Acesso em: 20 maio 2021. PEREIRA, Jaqueline Lopes. et al. (2016) Associação do Excesso de Peso com o Tamanho da Porção Alimentar de Adultos de São Paulo - Brasil. PLoS ONE. v. 11, n. 10. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0164127. PHILIPPI, Sonia Tucunduva. Pirâmide dos alimentos: Fundamentos básicos da nutrição. Barueri, SP: Manole, 2014. 399p. PHILIPPI, Sonia Tucunduva. 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Acesso em: 13 maio. 2021.
Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTOS, Juliana Maria Antenor dos; MASSULO, ANDREIA DE OLIVEIRA; CINTRA, PATRICIA. COMPARAÇÃO DAS PORÇÕES ALIMENTARES (PEQUENA, MÉDIA E GRANDE) DO GRUPO DOS LEITES E DERIVADOS ENTRE AS TABELAS PHILIPPI (2018) E TBCA (2020).. In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/359591-COMPARACAO-DAS-PORCOES-ALIMENTARES-(PEQUENA-MEDIA-E-GRANDE)-DO-GRUPO-DOS-LEITES-E-DERIVADOS-ENTRE-AS-TABELAS-PHI. Acesso em: 05/05/2025

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