A ACEITAÇÃO DO CONSUMIDOR EM INSERIR INSETOS NA SUA DIETA ALIMENTAR.

Publicado em 04/08/2021 - ISBN: 978-65-5941-292-1

DOI
10.29327/144454.2-1  
Título do Trabalho
A ACEITAÇÃO DO CONSUMIDOR EM INSERIR INSETOS NA SUA DIETA ALIMENTAR.
Autores
  • Afonso Guilherme Ferreira Egidio Antiqueira
Modalidade
Resumo expandido
Área temática
Interdisciplinaridade / Interprofissionalidade
Data de Publicação
04/08/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2021/350602-a-aceitacao-do-consumidor-em-inserir-insetos-na-sua-dieta-alimentar
ISBN
978-65-5941-292-1
Palavras-Chave
Insetos, Percepção, Agronegócios, Consumidor, Marketing e Comunicação.
Resumo
RESUMO: Introdução: Segundo os dados da FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2015) “se o ritmo de consumo global continuar, em 2050 o mundo precisará de 60% mais de alimentos e 40% mais de água”. Com a taxa de natalidade crescendo, até 2050 passaremos a ter 9 bilhões de habitantes a nível global. Sendo assim, a população precisa começar a pensar sobre os impactos que podemos ter nas gerações futuras, como: falta de alimento, falta de água, aumento da fome, pobreza e os impactos ambientais. A temática dessa pesquisa foi escolhida por crer que a inclusão de insetos na dieta da população, pode ser uma opção sustentável para contribuir com a escassez de proteína e com os problemas futuros que o mundo possa a ter em relação com a falta de alimentos. Diversos estudos têm mostrado que a “carne” dos insetos é composta das mesmas substâncias encontradas na carne dos animais vertebrados, como o boi, o porco, a galinha e o peixe (DeFoliart, 1988). Os insetos tem uma quantia de proteína maior que a carne de frango, demonstrando que possuem um grande teor nutricional para o ser humano. A Organização das Nações Unidas (ONU), lançou os objetivos de desenvolvimento sustentável, uma agenda até 2030 com 17 objetivos para evitar que o mundo entre em um colapso, e essa pesquisa contribui com alguns objetivos, como: fome zero, consumo e produção responsáveis; indústria, inovação e infraestrutura; erradicação da pobreza e vida sobre a terra. Vários países do oriente já faz o consumo de insetos, mas os países do ocidente tem uma certa barreira, justamente pela cultura. Portanto, essa pesquisa consiste em investigar a opinião do consumidor em incluir insetos nas suas refeições diárias e se seria viável a venda dos mesmos no mercado. Objetivos: Argumentar como os insetos podem ser uma opção sustentável para evitar a falta de proteína nas próximas gerações; Analisar a opinião do consumidor em aceitar ou não a inclusão de insetos nas refeições; Analisar a viabilidade de investimento nesse ramo alimentício (com base na opinião dos consumidores); Investigar a irracionalidade do consumidor. Materiais e métodos: A metodologia utilizada para a pesquisa de opinão sobre percepção, tomada de decisão e valores nutricionais dos insetos se deu através da pesquisa bibliográfica em livros de autores renomados e em sites com trabalhos publicados sobre o tema, destacando também pesquisas realizadas via internet, livros e outras publicações. A pesquisa de opinião foi desenvolvida de forma eletrônica, utilizando o Google Formulários e disponibilizada na internet, sendo que participaram da entrevista 104 pessoas, escolhidas de forma aleatória. Resultados e Discussões: O questionário foi composto de 18 (dezoito) questões que tinham por objetivos fundamentais investigar a opinião do consumidor se consumiria ou não insetos nas suas refeições. As entrevistas foram disponibilizadas na internet através de um link do Google Formulários e divulgadas nas mídias sociais (Instagram, Facebook, LinkedIn e WhatsApp), os entrevistados se interessavam pela temática e entravam no formulário para dar a sua opinião, ou seja, as 104 pessoas responderam o questionário por iniciativa própria. Tivemos entrevistados de 12 à 70 anos de idade, sendo a maior parte entre 21 à 40 anos. 71,2% sexo feminino e 28,8% sexo masculino. 95% moradores em Dourados, MS e os outros 5% de outras regiões e cidades. 62,6% não possuem ensino superior e 37,4% possuem. 75% fazem ingestão mais de carne vermelha, 23,1% carne de frango e 1,9% não faz ingestão de nenhuma carne. 59,6% conhecem os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, enquanto 40,4% não conhecem. 34,6% dos entrevistados não se imaginam comendo outra proteína que não seja animal, 29,8% talvez comeria e 35,6% comeriam sem problemas. 62,5% dos entrevistados fazem ingestão de carne no almoço e jantar, 23,1% apenas no almoço, 1,9% não faz ingestão de carne e 12,5% faz ingestão em todas as refeições do dia. 42,3% dos entrevistados acreditam que faltará comida até 2050, 23,1% acreditam que não faltará e 34,6% acreditam que talvez faltará. 44,2% não incluiria produtos feitos à base de insetos, como farinha por exemplo, na dieta alimentar, 26,9% talvez e 28,8% incluíram. 54,8% não conhecem os valores nutricionais dos insetos e 45,2% conhecem. 51,6% dos entrevistados toparia fazer um teste e comer insetos, 48,4% não. 50% dos entrevistados acharam esse tema interessante, 30% acham que não é relevante e 20% não souberam opinar. 42,3% dos entrevistados falaram que talvez comprariam insetos industrializados no supermercado, 38,5% não e 19,2% comprariam sem problemas. 73,1% dos entrevistados leva em consideração na comida o sabor, 22,1% o preparo e 4,8% o preço. 52,9% dos entrevistados falaram que quando compram um produto o preço chama mais atenção, 20,2% o ponto de venda e 26,9% a embalagem. 73,1% do entrevistados acharam o questionário fácil, 23,1% médio e 3,8% difícil. Conclusão: O mundo está em constante transformação, a raça humana existe para se adaptar as mudanças. O hábito alimentar está diretamente ligado com a cultura da população. Podemos analisar conforme a pesquisa de opinião aplicada, a maioria dos entrevistados fazem a ingestão de carne vermelha e uma pequena minoria de frango, isso é algo característico da cultura dos países do Ocidente, caso aplicado esse questionário no Oriente, por exemplo, o resultado seria outro. Os insetos além de ter um grande valor nutricional, tem uma cadeia de produção sustentável: não é utilizada quantias altas de água, a emissão de gases de efeito estufa é praticamente nenhum, a reprodução dos insetos são rápidas e a alimentação dos mesmos é feita através de dejetos, ou seja, dessa forma irá contribuir com o meio ambiente, reduzir o desperdício alimentar, pois os insetos se alimentam de material orgânico (comida desperdiçada) e em contra partida, para o produtor rural, terá um custo muito menor em comparação a produção de gado, por exemplo. Conforme a pesquisa de opinião, os consumidores ainda não conseguem enxergar os benefícios agregados no consumo de inseto como: maior teor nutricional, produção sustentável e racionalização de alimentos, por esse motivo, não seria viável o investimento financeiro em criação de insetos, justamente por não ter clientes no mercado para consumir e comprar esse produto. No livro de Dan Ariely “Previsivelmente irracional: as forças ocultas que influenciam as nossas decisões”, ele cita como o ser humano pode ser irracional, em um dos seus testes ele percebeu que quando a pessoa tem conhecimento sobre o ingrediente que compõe determinada comida, a percepção de gosto do consumidor pode ser alterada, mesmo que a pessoa faça a ingestão do alimento, tenha gostado e depois de alguns minutos tem conhecimento que esse alimento tem um ingrediente que não é do seu agrado, automaticamente o cérebro passa a mensagem que aquela comida que a pessoa havia gostado na verdade é algo extremamente ruim e incomível. Na pesquisa, a maioria das pessoas informaram que em uma comida o que é mais levado em consideração é o sabor, ou seja, dependendo do preparo culinário desses insetos, pode ser que tenha uma aceitação. Esse assunto ainda é novo, poucas pessoas tem informações sobre os benefícios do consumo de insetos, acredito que as informações ainda precisam ser mais disseminadas na nossa sociedade. Conforme a pesquisa, algumas pessoas tem curiosidade, acham o assunto interessante e até aceitariam fazer um teste em inserir os insetos em uma dieta alimentar. Talvez podemos ter um mercado no futuro e quem sabe pode ser viável financeiramente para o produtor rural. Esse assunto ainda tem muitas lacunas e precisam ser exploradas com urgência pelo meio científico em estudos futuros. Referências A influência do Neuromarketing na tomada de decisão. Disponível <https://rubenssantanna.blog.br/neuromarketing/a-influencia-do-neuromarketing-na-tomada-de-decisao/>. Acessado 10/11/2019. ARIELY, Dan. Previsivelmente irracional: as forças ocultas que influenciam as nossas decisões, Portugal: Sociedade Editorial, 2008. Entenda o que é neuromarketing e como aplicar essa ciência na sua estratégia de marketing. 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Título do Evento
2º CONIGRAN - Congresso Integrado UNIGRAN Capital 2021
Título dos Anais do Evento
Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
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Como citar

ANTIQUEIRA, Afonso Guilherme Ferreira Egidio. A ACEITAÇÃO DO CONSUMIDOR EM INSERIR INSETOS NA SUA DIETA ALIMENTAR... In: Anais do 2º CONIGRAN - Congresso Integrado Unigran Capital. Anais...Campo Grande(MS) Unigran Capital, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2021/350602-A-ACEITACAO-DO-CONSUMIDOR-EM-INSERIR-INSETOS-NA-SUA-DIETA-ALIMENTAR. Acesso em: 02/07/2025

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