ALTERAÇÕES LABORATORIAIS ENCONTRADAS NA COVID-19

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
ALTERAÇÕES LABORATORIAIS ENCONTRADAS NA COVID-19
Autores
  • Thais Amanda Rodrigues Gonçalves
  • Isabella Beatriz Nunes Menezes
  • Suellen Rolon de Souza Silva
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/269715-alteracoes-laboratoriais-encontradas-na-covid-19
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
SARS-CoV-2 (Covid-19), alterações hematológicas, tempestade de citocinas
Resumo
Os coronavírus são uma família de vírus responsáveis por causarem doenças respiratórias, sendo que já são conhecidos sete coronavírus humanos (HCoVs), sendo eles HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCov-HKU1, SARS-CoV, MERS-CoV e o novo SARS-CoV-2. Apesar de há muito conhecido, sua primeira aparição de maior importância foi em meados de 2002/2003, após a epidemia de síndrome respiratória aguda (SARS-CoV). Em 2019, em Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China, iniciou-se uma contaminação de origem desconhecida que em 30 de Janeiro de 2020 foi considerado Emergência de Saúde Pública e classificado como Pandemia em 11 de Março de 2020 pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Denominado como SARS-CoV-2 ou Covid-19, essa nova cepa foi identificada como nunca antes tendo sido a causadora de infecções em seres humanos. Os sintomas são semelhantes aos encontrados em resfriados comuns, como febre, dor de garganta, tosse, coriza e dificuldade para respirar, não havendo ainda nenhuma forma de vacina ou medicamentos específicos, além de que os tratamentos continuam em fase de teste e estudo. Para manifestações mais leves da doença, a recomendação é o isolamento social e a permanência em casa, mantendo uma dieta saudável e a hidratação do paciente, sempre que possível fazendo a limpeza e desinfecção das superfícies tocadas frequentemente. Já para pacientes com quadros mais graves da doença, é necessário o encaminhamento para uma unidade de saúde. Uma minoria de pessoas tem a manifestação dos estágios mais avançados da doença, mas apresentando alta mortalidade, sendo a síndrome respiratória aguda (SARS) a complicação mais severa. Para o diagnóstico laboratorial da Covid-19, pode-se fazer testes rápidos e a PCR-RT que tem sido considerada padrão ouro até o momento. Dentre as alterações laboratoriais encontradas, é possível notar algumas que se destacam, como a tempestade de citocinas, que tem sido considerada a principal causadora da SARS e da falência múltipla de órgãos. A coagulopatia Intravascular Disseminada (DIC) também tem sido relatada, além de trombose venosa e arterial, que podem estar correlacionadas a elevação dos valores do D-dímero. Em meio à preocupação com a vida dos pacientes infectados, ter conhecimento dos fatores alterados pela patologia são de extrema importância, tanto a fim de acelerar o diagnóstico mais eficaz como a nível de conhecimento científico. Este trabalho tem como objetivo analisar e expor as diferentes alterações hematológicas causadas pela Covid-19, apontando os principais achados até o momento e sua influência no quadro clínico dos pacientes portadores do vírus SARS-CoV-2, podendo identificar fatores hematológicos que auxiliam a prever o estágio da patologia. O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura no qual o recorte temporal contemplou o período compreendido de Janeiro a Junho de 2020. Foram analisados artigos científicos e periódicos eletrônicos obtidos por meios da plataforma digital Pubmed (US National Library of Medicine), sendo utilizadas as seguintes palavras-chave: Covid-19, hematologic e laboratory. De acordo com Debuc e Smadja (2020), a Covid-19 é uma infecção respiratória que possui um impacto significativo no sistema hematopoiético e na hemostasia, podendo levar a complicações cardiovasculares, pois as concentrações plasmáticas de interleucina-6, interleucina-1ß, TNF-a, fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) ou proteína induzível por interferon ? (IP10) aparecem elevadas drasticamente em pacientes positivos para Covid-19 e ainda mais altas nos pacientes de unidade de terapia intensiva (UTI). A síndrome de liberação de citocinas em pacientes Covid-19 está associada a linfopenia, sendo que a mesma resulta na diminuição significativa especialmente das células T e auxilia a prever o estágio de gravidade da doença. Por conseguinte também foi proposto que os linfócitos B estivessem envolvidos no Covid-19, uma vez que pacientes com Agamaglobulinemia sem linfócitos B tiveram um curso clínico leve; também é importante ressaltar que as células B de crianças possuem uma capacidade melhor de gerar anticorpos naturais a novos patógenos. Por conseguinte, sabe-se que a infecção causada por Covid-19 está relacionada a uma coagulopatia, reconhecida por um aumento de fatores pró coagulantes como o fibrinogênio, juntamente com uma elevação exacerbada de D dímero que foram associados a uma mortalidade mais alta. Tornando-se sugestivo a abordagem de tratamento desses pacientes com medicamentos anti-inflamatórios direcionados à anticoagulação ou terapias com células-tronco. A pesquisa realizada por Connors e Levy (2020) entra em concordância com os pesquisadores Debuc e Smadja (2020), afirmando que a COVID-19 pode estar correlacionada a uma coagulopatia. Achados sólidos de alterações inflamatórias induzidas por infecção, estão em concordância aos observados em pacientes com coagulopatia intravascular disseminada (DIC). A coagulopatia inicial dos portadores desta patologia apresentam elevação relevante dos produtos de D dímero e degradação de fibrina / fibrinogênio, ao passo que as anormalidades no tempo de protrombina, tempo parcial de tromboplastina, e a contagem de plaquetas é parcialmente incomum nas apresentações iniciais. Encontrou-se então os seguintes parâmetros: Os níveis progressivos de IL-6 estão associados a elevação dos níveis de fibrinogênio, a coagulopatia coincide à gravidade da doença sendo resultante da inflamação da tromboinfeção e não à atividade viral intrínseca, o D-dímero elevado está coeso ao aumento da mortalidade, sendo que essa elevação precede a falha de vários órgãos e a DIC, todavia as manifestações de sangramento não são comuns, apesar da coagulopatia, além de que a mesma se manifesta através da elevação de fibrinogênio, D dímeros elevados e alteração mínima na PT, a PTT e contagem de plaquetas nos estágios iniciais da infecção. Já Bikideli et al (2020) mencionam que os pacientes com Covid-19 podem pré-dispor a doença trombótica tanto em circulação venosa quanto circulação arterial, devido a excessiva inflamação, ativação plaquetária, disfunção endotelial e estase. Por conseguinte uma estratégia preventiva melhor necessita de maiores investigações devendo ser considerada a interação droga-droga entre agentes anti plaquetários e anticoagulantes com terapia investigativa da COVID, assim como os autores Debuc e Smadja (2020) também sugeriram, buscando uma melhor forma de prevenção e tratamento a essas irregularidades hematológicas. Com base nos aspectos mencionados no decorrer deste trabalho é possível concluir que a Covid-19 não é uma simples infecção respiratória. Possui elevada incidência de embolia pulmonar visto que o vírus é capaz de causar grandes danos vasculares, podendo até mesmo originar a ativação de coagulopatia e disfunções na hemostasia ocasionando alguns distúrbios hematológicos como trombos, todavia ainda é necessário realizar ensaios clínicos com a anticoagulação curativa. Connors JM, Levy JH. COVID-19 and its implications for thrombosis and anticoagulation. Blood. 2020;135(23):2033-2040. doi:10.1182/blood.2020006000 Cytokine Storm in COVID- 19 and Treatment, Qing Ye MD , Bili Wang MS , Jianhua Mao MD , Journal of Infection (2020), doi: https://doi.org/10.1016/j.jinf.2020.03.037 Debuc B, Smadja DM. Is COVID-19 a New Hematologic Disease? [published online ahead of print, 2020 May 12]. Stem Cell Rev Rep. 2020;1-5. doi:10.1007/s12015-020-09987-4 Frater, Jhon L. et al. COVID-19 AND THE CLINICAL HEMATOLOGY LABORATORY. Int J Lab Hematol. 2020;42(Suppl. 1):11-18. DOI: 10.1111/ijlh.13229 Ministério da Saúde. Sobre a doença. Disponível em: <https://coronavirus.saude.gov.br/sobre-a-doenca#hospitais-referencia>. Acesso em: 24 de Junho de 2020. OPAS Brasil. Folha informativa - COVID-19 (doença causada pelo novo coronavírus). Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6101:covid19&Itemid=875>. Acesso em: 24 de Junho de 2020. Siddell S.G. (1995) The Coronaviridae. In: Siddell S.G. (eds) The Coronaviridae. 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Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

GONÇALVES, Thais Amanda Rodrigues; MENEZES, Isabella Beatriz Nunes; SILVA, Suellen Rolon de Souza. ALTERAÇÕES LABORATORIAIS ENCONTRADAS NA COVID-19.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/269715-ALTERACOES-LABORATORIAIS-ENCONTRADAS-NA-COVID-19. Acesso em: 21/06/2025

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