CÂNCER COLORRETAL: ANÁLISE DE DADOS DO HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL ENTRE OS ANOS DE 2013 À 2016

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
CÂNCER COLORRETAL: ANÁLISE DE DADOS DO HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL ENTRE OS ANOS DE 2013 À 2016
Autores
  • Alexandre Moreira
  • RENATA MATUO
  • Jade Alexandra Silva Name
  • Isabela Cristina de Oliveira Campos
  • Victória Maria Ramos Salomão
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/269284-cancer-colorretal--analise-de-dados-do-hospital-regional-de-mato-grosso-do-sul-entre-os-anos-de-2013-a-2016
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
CÂNCER COLORRETAL, TUMORES DO RETO, NEOPLASIA.
Resumo
INTRODUÇÃO O câncer pode ser caracterizado como uma doença genética resultante de diversas mutações no DNA, as quais desencadeiam transformações celulares até tornarem-se malignas (DANTAS, 2009). Pode ser definido como uma coleção de doenças nas quais ocorre multiplicação celular descontrolada e disseminação. Atualmente a incidência de câncer vem aumentando nos países em desenvolvimento e está relacionada com diversos fatores, entre eles o envelhecimento da população (MATUO, 2012; SOUZA, 2012). Com isso, defini-se câncer colorretal como uma neoplasia maligna de desenvolvimento lento, que se inicia como um tumor ou crescimento de tecido no invólucro interior do reto ou do cólon (MARLEY E NAN, 2016). Sua etiopatogenia é representada por fatores étnicos, dieta, idade, depressão, uso de álcool e tabaco, micro-organismos, e condições como retocolite ulcerativa, doença de Crohn e polipose familiar (RÊGO et al, 2011). Ademais, outros fatores ambientais também são importantes no desenvolvimento deste tipo de câncer, tais como hábitos de vida abrangendo obesidade, sedentarismo, alcoolismo, tabagismo, “dieta ocidentalizada”, elevados níveis de insulina no sangue, inflamação gastrointestinal e certos métodos de cozimento de carne, além da influência significativa da base genética (MARLEY E NAN, 2016). Por sua vez, a população de maior risco são indivíduos acima de 50 anos ou que possuem história pessoal ou familiar de pólipos e câncer de intestino, retocolite ulcerativa, doença de Crohn, câncer de mama, ovário ou útero. O grupo de risco, deve iniciar o rastreamento aos 40 anos, com exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes, retossigmoidoscopia e colonoscopia. Para os indivíduos de baixo risco, com idade igual ou superior de 50 anos, devem iniciar o rastreamento por meio de exame de fezes, anualmente e retossigmoidoscopia a cada 5 anos. A partir dos 60 anos, deve-se realizar colonoscopia ou enema opaco a cada 10 anos (CHIA, 2002). O câncer colorretal representa a terceira neoplasia mais frequente no mundo entre homens e mulheres, é a quinta mais diagnosticada no Brasil. Afetando homens em 5,1% e 6,9% nos anos de 1996 e 2012, respectivamente, e mulheres em 6,9% no ano de 1996 e 8,2% no ano de 2012, dos óbitos por câncer no país. As maiores taxas padronizadas observadas foram nos estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (OLIVEIRA et al., 2018). OBJETIVOS Este trabalho teve como objetivo analisar os perfis dos pacientes de câncer de colorretal do Hospital Regional Rosa Pedrossian. METODOLOGIA O presente trabalho foi um estudo transversal exploratório retrospectivo, observacional analítico, no qual foram coletados dados obtidos do prontuário eletrônico (MV PEP 2.0) do Hospital Regional Rosa Pedrossian (HRMS) na cidade de Campo Grande – MS, do período de 2013 a 2016, sendo avaliados os perfis dos pacientes com Câncer Colorretal. Foram investigadas as seguintes variáveis: Localização do câncer de cólon, faixa etária, sexo, diagnóstico e estadiamento, presença de pólipos, tratamento recebido e resposta ao tratamento. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética, CAAE: 71731617.9.0000.5159, sendo respeitado e seguindo os princípios estabelecidos pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Foram avaliados 135 prontuários de paciente com câncer colorretal. Os dados coletados foram padronizados e organizados em uma planilha, utilizando o programa Excel, para posteriores análises estatísticas. As variáveis qualitativas foram apresentadas através das frequências absolutas (n) e as frequências relativas (%), para idade foram apresentados a média, a mediana e valores mínimos e máximos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos prontuários analisados, foram registrados 135 casos de câncer colorretal no HRMS. Dentre eles, 78 (58%) eram do sexo masculino e 57 (42%) do sexo feminino. A faixa etária com maior prevalência foi entre 50 anos ou mais (80%), seguida pela faixa de 31 a 40 anos (9%). A localização do Câncer de Cólon mostrou que os Tumores de Reto foram os mais encontrados entre todos os pacientes analisados (83%), seguido de Tumores de Cólon (19%). Os dados obtidos apresentaram escassez de informações acerca da presença de pólipos por motivos de não constar se houveram ou não. Porém, 22 pacientes (16%) apresentaram a presença de pólipos. O Tratamento mais utilizado por médicos nos 135 pacientes foi a Quimioterapia (46%), seguida de Cirurgia (29%). Com os dados destes, sobre a resposta ao tratamento foi visto em primeiro lugar o maior número de óbitos (46%), seguido de cura/tratamento (31%). O câncer colorretal (CCR) é uma das neoplasias de maior relevância na atualidade, tanto pela sua prevalência como por sua incidência (JÚNIOR et al., 2005). Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, a mortalidade causada por esses tumores continua alta e mantém-se praticamente as mesmas nas últimas 4 décadas, de tal maneira que sua sobrevida média global em 5 anos tem sido descrita como em torno de 55% nos países desenvolvidos e de 40% para países em desenvolvimento(RÊGO et al, 2012). Seus sintomas iniciais se caracterizam de acordo com o tipo e localização do tumor. Podendo ser citado como principais: tumores localizados no cólon direito desencadeiam sintomas como a diarréia e dor breve no abdômen. Nos períodos mais avançados, pode surgir anemia e outros sintomas associados, com tumor palpável no quadrante inferior direito. Em tumores do cólon esquerdo, surgem obstipação intestinal progressiva, fezes afiladas, escuras ou eventualmente com sangue, podendo ocorrer alternância entre desarranjo intestinal e constipação. Já nos tumores do reto, o sangramento é frequente, misturado ou não com fezes, muco ou purulência. Neste caso, é frequente a sensação de evacuação incompleta (BALLESTER et al., 2016; MALLMANN, 2017). A neoplasia colorretal ocorre, predominantemente, em pessoas idosas, sobressaindo-se em pacientes do gênero masculino e de idade superior à 60 anos, representando uma grande causa de morbidade e mortalidade nesse grupo etário. Todavia, nos últimos anos, tem sido observado maior número de diagnósticos em jovens, relata-se que os tumores diagnosticados em pacientes mais jovens têm mostrado indicadores de maior agressividade e indiferenciação, o que justificaria a alta taxa de doença avançada ao diagnóstico, menor possibilidade de cura e pior prognóstico nesses pacientes (RÊGO et al, 2012). Já o diagnóstico para esta patologia pode ser realizado de diversas maneiras, tendo como as mais comuns: a prova do sangue oculto nas fezes pode ser realizada por vários métodos sendo o método de colheita das fezes em papel impregnado com guaiaco, um dos mais utilizados. O exame proctológico inclui a inspeção, palpação, toque digital, anuscopia e a realização da retossigmoidoscopia. O toque digital do reto permite a identificação da lesão, determinação de sua distância da borda anal, superfície retal mais acometida e grau de penetração do tumor na parede intestinal. O exame colonoscópico é reservado a pacientes com pesquisa positiva de sangue oculto nas fezes e quando a origem do sangramento não foi detectada pelo toque retal ou retossigmoidoscopia e para população de risco moderado a alto risco de desenvolvimento de câncer colorretal (além de complementar achados radiológicos duvidosos e permitir a realização de biópsias em lesões não alcançadas pela retossigmoidoscopia). E, por fim, A obtenção da biópsia representa uma etapa importante do diagnóstico ao definir as características histológicas da lesão como o grau de diferenciação celular ou o conteúdo celular de DNA, e viabiliza a aplicação tratamento neoadjuvante não cirúrgico (quimioirradiação) ainda no período pré-operatório (SILVA E ERRANTE, 2016) Contudo, há um aumento progressivo dos casos no Brasil que deve-se à evolução do do processo de industrialização, se igualando a características de países mais desenvolvidos, onde o consumo de carnes, gorduras e carboidratos é significativo e o câncer colorretal é a segunda ou terceira causa mais importante das neoplasias malignas (BIN, 2002; SILVA e ERRANTE, 2016). Com isso, a expectativa de casos nesse país para 2016 era de que 16.660 homens e 17.620 mulheres fossem diagnosticados com câncer de cólon e reto. Demonstrando que este é o quarto tipo de câncer mais incidente na população masculina e o terceiro mais frequente na população feminina no país (SILVA E ERRANTE, 2016). A partir disso, foi realizado um estudo das disparidades na mortalidade de câncer colorretal nos estados brasileiros. Referindo-se que no estado do Mato Grosso do Sul houve grande aumento na letalidade da população feminina utilizando uma proporção com base em óbitos por 100 mil habitantes ao ano (OLIVEIRA et al., 2018). CONSIDERAÇÕES FINAIS Segundo Fang Chia Bin (2002), o exame de colonoscopia é importante na prevenção deste tipo de câncer e diminui a mortalidade. A neoplasia maligna do reto é mais comum em homens e, principalmente em pacientes com idade acima dos 51 anos de idade. Deste modo, observou-se que os dados obtidos estão de acordo com a literatura (REGO et al, 2011). Este tipo de trabalho é de suma relevância, pois permite alertar os profissionais da saúde e a população sobre os riscos desta doença, uma vez que afetam a qualidade de vida das pacientes. REFERÊNCIAS ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; organização MARIO JORGE SOBREIRA DA SILVA –6. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: Inca, 2020. 112 p. BALLESTER, Veroushka; RASHTAK, Shahrooz; BOARDMAN, Lisa. Clinical and molecular features of young-onset colorectal cancer. World journal of gastroenterology, v. 22, n. 5, p. 1736, 2016. BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo Patologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 1472 p. DANTAS, E. L. R. et al. Genética do câncer hereditário. Rev Bras Cancerol, v. 55, n. 3, p. 263-9, 2009. DA SILVA, Márcio; ERRANTE, Paolo Ruggero. Câncer colorretal: Fatores de risco, diagnóstico e tratamento. UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 13, n. 33, p. 133-140, 2017. CHIA, Bin Fang. Rastreamento para câncer colorretal. Revista da Associação Médica Brasileira, [S.L.], v. 48, n. 4, p. 286-286, dez. 2002. Elsevier BV. MALLMANN, Giovanna Delacoste Pires et al. Câncer colorretal. Acta méd.(Porto Alegre), p. 7-7, 2017. MATUO, Renata. Avaliação dos mecanismos envolvidos na resposta aos danos no DNA induzidos pelo agente antitumoral 5-fluorouracil. 2012. 256 f. Tese (Doutorado) - Curso de Biologia Celular e Molecular, Centro de Biotecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, Ufrs, Porto Alegre, 2012. GRAZIELA SOARES RÊGO, A.; VIEIRA BORGES, I. C.; DE VASCONCELOS VALENÇA, R. J.; MENDES TELES, J. B.; SALMITO SOARES PINTO, L. Câncer Colorretal em Pacientes Jovens. Revista Brasileira de Cancerologia, v. 58, n. 2, p. 173-180, 29 jun. 2012. SOUSA, Fabrício Garmus. Efeito citotóxico do Olaparib em células de câncer colorretal : estudo da influência de defeitos genéticos. 2012. 172 f. Tese (Doutorado) - Curso de Biologia Celular e Molecular, Centro de Biotecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, Ufrs, Porto Alegre, 2012.
Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MOREIRA, Alexandre et al.. CÂNCER COLORRETAL: ANÁLISE DE DADOS DO HOSPITAL REGIONAL DE MATO GROSSO DO SUL ENTRE OS ANOS DE 2013 À 2016.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/269284-CANCER-COLORRETAL--ANALISE-DE-DADOS-DO-HOSPITAL-REGIONAL-DE-MATO-GROSSO-DO-SUL-ENTRE-OS-ANOS-DE-2013-A-2016. Acesso em: 04/07/2025

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