PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITAS EM CRIANÇAS: DOS FATORES DE RISCOS ÀS CONSEQUÊNCIAS DESTE PARASITISMO.

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITAS EM CRIANÇAS: DOS FATORES DE RISCOS ÀS CONSEQUÊNCIAS DESTE PARASITISMO.
Autores
  • Sandra Morais
  • Carla Catieli De Oliveira
  • Alcilene Fernandes Garcia de Moraes
  • Beatriz Servian Alvares
  • Jeniffer Michelline de Oliveira Custódio
  • Janaina Michelle Oliveira do Nascimento
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/266047-prevalencia-de-enteroparasitas-em-criancas--dos-fatores-de-riscos-as-consequencias-deste-parasitismo
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
enteroparasitas, doenças parasitárias, infância.
Resumo
INTRODUÇÃO: As enteroparasitoses são doenças cujos agentes etiológicos são helmintos ou protozoários, os quais em pelo menos uma das fases do ciclo evolutivo localizam-se no aparelho digestivo do homem, provocando várias alterações patológicas. Estas enfermidades incluem-se no grupo de doenças tropicais negligenciadas, elevadamente presente entre as populações de áreas desprovidas de saneamento básico ao redor do mundo. Estima-se que 7 milhões de crianças ao redor do mundo continuam sendo afetadas (SILVA et al., 2010). A maioria das infecções parasitárias é adquirida através da transmissão fecal-oral, causada pela ingestão de água e alimentos contaminados. Assim, fatores ambientais como a condição climática, tipo de solo, saneamento, juntamente com os hábitos culturais e de higiene das populações são fatores frequentemente associados à exposição e à colonização por parasitas intestinais (SILVA et al., 2014). A doença parasitária ocorre quando se rompe o equilíbrio entre o hospedeiro e o parasita, com a atividade parasitária depauperando os recursos vitamínicos e energéticos desse hospedeiro. A intensidade da manifestação clínica, de maneira geral, depende da idade, estado nutricional, carga parasitária, espécie do parasita e de associações com outros vermes (FREI; JUNCANSEN; PAES, 2008; LUDWING et al., 1999). Assim sendo, ressaltando que as parasitoses intestinais podem representar sérios riscos ao desenvolvimento físico e mental, principalmente em crianças, emerge a necessidade de investigar a frequência e distribuição dos diferentes enteropatógenos com o intuito de detectar precocemente e, especialmente, associar aos fatores de risco de modo a desenvolver medidas profiláticas que visam reduzir a prevalência e o impacto que estas parasitoses provocam. OBJETIVO: Descrever com base na literatura cientifica a prevalência de enteroparasitas em crianças. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, do tipo revisão sistemática (RS) da literatura. Para guiar a RS, formulou-se a seguinte questão norteadora: Qual a prevalência de enteroparasitas em crianças? Para seleção dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: enteroparasitas; doenças parasitárias; infância. Os critérios de inclusão utilizados neste estudo foram: artigos publicados entre 2010 a 2020, artigos indexados na base de dados Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (LILACS), na Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e no Google Acadêmico e disponibilizados no idioma português e inglês e artigos que retratavam a prevalência de enteroparasitas em crianças. Foram os excluídos os artigos que não atenderam os critérios de inclusão e os que não apresentavam a sua versão completa. O levantamento bibliográfico foi realizado em março de 2020 e análises foram desenvolvidas no período de março a abril de 2020. A autenticidade das ideias foi preservada, na medida em que os aspectos éticos foram mantidos de acordo com os conceitos e definições dos autores pesquisados, uma vez que foram executadas as respectivas citações e referências de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Por se tratar de uma revisão de literatura, não foi necessário aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A intensa disseminação de enteroparasitoses está relacionada com as condições de saneamento básico, deficiência da higiene, idade, condições de moradia precárias, baixo nível socioeconômico e cultural, entre outros (SANTOS, MALHEIROS, 2011). Nesta pesquisa, considerando os critérios de inclusão e exclusão, foram encontradas inicialmente 100 publicações na base de dado Lilacs. Após a leitura do resumo, foram excluídos 80 artigos, restando apenas 20 artigos. Destes, após a leitura do texto completo, foram excluídos 12 artigos, totalizando 8 no final. Na base de dados do Scielo, foram encontrados 10 artigos, destes após a leitura foram excluídos 4, restando apenas 6. Na base de dados do Google acadêmico, foram encontrados 08 artigos correspondentes à pesquisa, sendo que 04 foram excluídos por não abordar o tema proposto. Os artigos selecionados foram comparados entre as três bases de dados, Lilacs, Scielo e Google acadêmico a fim de visualizar publicações em duplicata. Foi constatada a repetição de 06 artigos, sendo 01 na base de dados do Google acadêmico e 05 no Scielo. Assim, foram utilizados 12 artigos acerca da prevalência de doenças parasitárias em crianças. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), as parasitoses se tornou uma doença comum em todo o mundo, que atinge em torno de 50% de toda população mundial e, é responsável por boa parte das consequências negativas na saúde de todos os indivíduos em especial as crianças e idosos. No Brasil, essa expectativa é de até 36% de toda a população, que sofre por alguma parasitose, no público infantil, a prevalência chega a 55,3% (FERNANDES et al., 2011). Estudos apontam que as crianças estão mais susceptíveis às infecções parasitárias, por terem maior contato com objetos potencialmente contaminados e ao ambiente externo, e também é nesta fase que é introduzido alimentos e consequentemente maior contato com os agentes agressores. Alguns autores ressaltam que é nessa faixa etária de 2 anos que as crianças tem o hábito de levar tudo a boca aumentando ainda mais o risco de adquirir parasitas intestinais (ANDRADE et al., 2010; BELO et al., 2012; SILVA et al., 2010). MELO et al. (2015) mencionam que as enteroparasitoses são mais graves e frequentes em crianças, que têm necessidades nutricionais proporcionalmente maiores que os adultos e imunidade deficiente. Assim, as faixas etárias que demonstram alta prevalência de enteropasitoses são as entre 0-5 anos (47,7%) e 6-12 anos (60%) (VIANA et al., 2017). Damaceno; Costa (2017) pesquisando a Incidência de enteroparasitoses em amostras de 619 pacientes atendidos em hospital universitário da cidade de Goiânia observaram que 23,4% eram positivas para um ou mais enteroparasitas (espécies comensais e patogênicas). Destes, 53,8% (78/145) eram crianças de 1 a 11 anos de idade. O sexo masculino apresentou maior incidência nesta casuística. O sexo masculino é o mais acometido em virtude da maior exposição ao peridomicílio durante as atividades de lazer (MELO et al., 2015). Os parasitas intestinais mais citados nos 12 artigos selecionados foram: Ascaris lumbricoides, Giardia lamblia, Trichuris trichiura, Entamoeba coli, Endolimax nana, Enterobius vermiculares, Entamoeba histolistica, Taenia sp. MIRANDA; DATTOLI; LIMA (2010) Segundo Andrade et al. (2010) e SANTANA; ARSKY; SOARES (2011) a prevalência das enteroparasitoses está associada a fatores socioeconômicos e culturais que permitem a manutenção e disseminação de ciclos biológicos de vários parasitas, tais como precariedade de saneamento básico, de higiene e de moradia além da baixa escolaridade e idade. MIRANDA; DATTOLI; LIMA (2010) com objetivo investigar a frequência de parasitos intestinais e possíveis fatores de risco em crianças e adolescente (2 a 14 anos) em uma área quilombola da Bahia verificaram que a frequência de pelo menos um parasito foi de 79,3% em relação aos aspectos socioeconômicos e sanitários, 67% vivem com renda média de meio salário mínimo mensal, mais da metade 61% não consomem água tratada, 51% não possuem banheiros em suas residências e a falta de esgoto esta em 96,6% dos domicílios. A perpetuação do enteroparasitismo incide sobre a pauperização do indivíduo e da comunidade, além de onerar o sistema de saúde pública insurgindo sobre o rompimento do ciclo da pobreza, que é definido como um conjunto de fatores e eventos que, uma vez iniciado, provavelmente continuará por, no mínimo, três gerações, a menos que ocorra uma intervenção externa (SANTOS; MALHEIROS, 2011). A doença parasitária pode resultar na debilidade do organismo, por envolver quadros de desnutrição, anemia por deficiência de ferro, má absorção de nutrientes, acarretando em alterações físicas e intelectuais/psicológicas (BUSATO et al., 2014). Além disso, podem induzir sangramento intestinal, causar obstrução intestinal, prolapso retal e formação de abscessos, em caso de uma superpopulação, podendo levar o indivíduo à morte (BOEIRA et al., 2010). A intensidade da manifestação depende da idade, estado nutricional, carga parasitária, espécie do parasito e de associações com outros vermes (SANTOS; MALHEIROS, 2011). As parasitoses intestinais são responsáveis pela diminuição da qualidade de vida da população causando grandes perdas econômicas, diminuição de sua produtividade em razão dos prejuízos em alguns órgãos vitais e da desnutrição. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Sabemos que nos últimos anos vem acontecendo um grandioso aumento no tratamento e no diagnóstico das enteropasitoses, no entanto, esta ainda é problema de saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento. As principais complicações associadas à enteroparasitoses na infância incluem a anemia, desnutrição, baixo rendimento escolar, diarreia e baixo crescimento pondero estatural, isso pode ser atribuído, principalmente as altas cargas parasitárias, bem como constantes reinfecções. As parasitoses precisam de uma ação redobrada pelos órgãos de saúde pública, principalmente pelos altos índices de morbidade. Nesse aspecto, é necessário avaliar as formas de transmissão e principalmente ações de educação e orientação em saúde com o objetivo de prevenção contra estes parasitas. REFERÊNCIAS:ANDRADE, E. C.; LEITE, I. C. G.; RODRIGUES, V. O.; CESCA, M. G. Parasitoses intestinais: uma revisão sobre seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Revista de Atenção Primária à Saúde, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 231-240, abr./jun. 2010. BELO, V. S. et al. Factors associated with intestinal parasitosis in a population of children and adolescents. Revista Paulista de Pediatria, v. 30, n. 2, p. 195 – 201, 2012. BOEIRA et al. Educação em saúde como instrumento de controle de parasitoses intestinais em crianças. Revista Varia Scientia, 35-43, 2009. BUSATO, M. A et al.. Relação de parasitoses intestinais com as condições de saneamento básico. Rev. 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Parasitoses intestinais e a inter-relação com os aspectos socioeconômicos de indivíduos residentes em um povo rural (Rosápolis de Parnaiba -PI). Scientia Plena, 13(8):1-10, 2017.
Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MORAIS, Sandra et al.. PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITAS EM CRIANÇAS: DOS FATORES DE RISCOS ÀS CONSEQUÊNCIAS DESTE PARASITISMO... In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/266047-PREVALENCIA-DE-ENTEROPARASITAS-EM-CRIANCAS--DOS-FATORES-DE-RISCOS-AS-CONSEQUENCIAS-DESTE-PARASITISMO. Acesso em: 12/05/2025

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