CONSUMO DE MICRONUTRIENTES E EXCESSO DE PESO: EXISTE RELAÇÃO?

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
CONSUMO DE MICRONUTRIENTES E EXCESSO DE PESO: EXISTE RELAÇÃO?
Autores
  • Priscila Silva Borges Zuffo
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/260512-consumo-de-micronutrientes-e-excesso-de-peso--existe-relacao
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
vitaminas, minerais, micronutrientes, obesidade, patologias
Resumo
Introdução: O elevado acúmulo de tecido adiposo no organismo é definido como obesidade,excesso esse que leva a comprometimento da saúde e estado nutricional comprometendo as funções metabólicas 1 . A obesidade é considerada porta de entrada para patologias como: doença cardiovascular, diabetes mellitus tipo 2, alguns tipos de câncer e dislipidemias 1 . De etiologia multifatorial é contemplada por fatores variados pelo caráter cultural, biológico,ambiental, psicossocial 2 . A obesidade atingi 10% da população mundial segundo OMS 3 . No Brasil através de estudos foram encontrados casos de emergência da obesidade na população.Segundo alguns estudos a ascensão da obesidade ocorreu por alterações no padrão de vida,correlacionados com a economia, sociedade e demografia diante da modernização 1,5 . Que gerou mudanças no padrão alimentar e de atividade física da população 1,5 . Também conforme a OMS foi identificado um elevado consumo de alimentos super calóricos para estes indivíduos, superando as necessidades diárias, sendo a maioria alimentos industrializados 3 . Segundo dados do IBGE encontrou-se um decréscimo na aquisição de alimentos como: arroz, feijão, carnes e frangos 4 . Bem como grande insuficiência no consumo de frutas, verduras e legumes em toda a população brasileira 4 . Num estudo no Brasil foi identificado o consumo inadequado de micronutrientes: vitaminas A, C, E, D, K, magnésio 6 . Estudos internacionais também revelaram ingestão inadequada de certos micronutrientes 7 . Este consumo inadequado está entre os maiores fatores de risco preveníveis (terceiro maior) no surgimento de doenças e agravos não transmissíveis 8. Sendo necessário a ingestão de micronutrientes a fim de oferecer suporte às funções metabólicas no organismo e melhor qualidade de vida 9 . Objetivo: Avaliar e identificar a deficiência de alguns micronutrientes, ressaltando a importância destes na prevenção de patologias e no equilíbrio homeostático do organismo. Oferecendo qualidade de vida e saúde. Metodologia: Revisão de estudos baseados em artigos nacionais e internacionais entre o período de 2000- 2011, em análises de investigação de micronutrientes e estado nutricional, através de busca temática foram utilizados os descritores: “saúde”, “estado nutricional”, “excesso de peso”, “consumo alimentar” e “consumo de micronutrientes”. Tendo como bases de dados de consulta: Scientific Eletronic Library on-line ( SciELO), Literatura Latino- Americana e do caribe em ciências da saúde (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online ( Medline) da National Library of Medicine. Resultados: A avalição de micronutrientes consumidos foi aplicada em 150 municípios no Brasil, sendo identificada deficiência no consumo de vitaminas A, C, E e D 6 . Além de outros estudos que identificaram a inadequação de micronutrientes consumidos na cidade de Bambuí-MG que avaliou adulto e idosos 10 . Em estudo na área metropolitana de São Paulo ouve diferença de consumo em relação ao sexo e a idade, sendo maior consumo de algumas vitaminas e minerais em indivíduos do sexo masculino e grupo etários mais jovens, sendo esses medianos para a saúde pública em relação a vitamina A e cálcio mediano em homens e pouco menor em mulheres, já na população idosa foi identificada ingestão bem menor, não atingindo as recomendações para populações da América Latina, apresentando risco de deficiência na população 11 . Na Espanha além da deficiência de vitamina D e micronutrientes também foi identificado maior peso corporal, e estudo identificaram as deficiências de micronutrientes relacionada a adiposidade abdominal e obesidade 19 . Discussão: Alguns micronutrientes estão intimamente ligados a possível relação com o excesso de peso, sendo brevemente contemplados as vitaminas A, C, D e os minerais cálcio e zinco. Vitamina A é primordial para a manutenção crescimento e proliferação do tecido epitelial e corporal bem como na manutenção desses, é uma vitamina lipossolúvel, no brasil é sua deficiência é considerada, poia se apresenta em crianças, mulheres no climatério sendo observada inadequação dos níveis de carotenoídes e B- carotenos, também são encontrados casos de obesidade mórbida em pacientes, encontrando correlação inversa entre o retinol sérico e o a- tocoferol com o IMC. Pode haver relação entre ingestão de vitamina A e excesso de peso, sendo esses relacionados ao metabolismo da tireóide, sua deficiência provoca efeitos no eixo hipófise-tireóide, envolvidos na produção de TSH pela hipófise, em crianças essa deficiênciatem consequências. Em estudos supõe-se que a enzima retinol saturase inibe a adipogênese, oferecendo papel importante na biologia dos adipócitos, sendo diminuída na obesidade, devido a infiltração de macrófogos que possivelmente a inibe. Conforme estudos uma relação foi estabelecida diante da presença de proteína do soro do retinol (RBP), obesidade e resistência à insulina , sendo as concentrações sérica de proteína do soro do retinol (RBP) foi duas vezes maior em obesos comparados a não obesos e em contraste a taxa de retinol/RBP foi bem menor em obesos. Vitamina C é hidrossolúvel e está relacionada a mecanismo antioxidante no pulmão e na imunidade e síntese de colágeno, no Brasil apenas 20% atingiu a ingesta adequada desta, sendo a maioria insuficiente em outro estudo que identificou insuficiência em 93% da população que apresentava síndrome metabólica, em estudos prospectos europeu verificou a inversa entre a concentração de vitamina C e risco de diabetes mellitus tipo 2, também identificou-se correlação inversa entre vitamina C e a concentração de proteína c reativa, o que identifica a influência da vitamina c contra o processo inflamatório, sendo estas associações serem relacionadas ao nutriente participar da síntese das catecolaminas e atuar na síntese da carnitina , sendo responsável pela oxidação de gordura e envolvida no transporte de ácidos graxos no interior da mitocôndria para a produção de energia, sendo assim a vitamina C é associada na obesidade diante de sua deficiência ou adequação. Vitamina D é um hormônio envolvido na homeostase do cálcio e qualidade da saúde óssea, é sintetizado pela pele através da radiação ultravioleta, sendo esse o indicador desta vitamina em nosso organismo, estudos na Europa, América do norte, do sudoeste da Ásia e a região do Pacífico Sul, foram encontradas deficiências da vitamina D e do cálcio na população e com maior índice sendo na população idoso, infantil, crianças e adolescentes, especialmente em pessoas em condições socioeconômicas debilitada, assim como os outros estudos ouve indicativo de deficiência em todos os casos, o que é relevante destacar que estudos foram feitos em pessoas de vários países com público economicamente semelhante, e na sua maioria com obesidade, hipercolesterolemia e baixa escolaridade, sendo que em outra avaliação do NHANES pessoas aonde foram encontradas alta incidência de vitamina D está relacionado a uma dieta de qualidade e baixa gordura corporal e sem distúrbios metabólicos, estuda-se essa insuficiência não seja apenas pela menos exposição ao sol, mas também pelo acúmulo de tecido adiposo que diminui ou impede a biodisponibilidade da vitamina D no nosso organismo, e da mesma maneira impede a sensação de saciedade e estimula a fome e diminui o metabolismo, sendo essa cascata de reações ocasionada no hipotálamo, o que pode elevar os níveis de paratormônio e diminui a sensibilidade a insulina e eleva os níveis de cálcio, o que foi identificado que a deficiência da vitamina D pode provocar várias patologias no decorrer como doenças inflamatória, cardiológicas, câncer, hipertensão e outras. Cálcio é o mineral mais comum no corpo humano, representa de 3 a 105 do peso corporal está envolvido na produção óssea, coagulação sanguínea, contração muscular, transmissão nervosa. Segundo estudiosos o cálcio está envolvido na cinética lipídica adipocitária e quando em excesso altera a utilização lipídica no tecido intra-adipócito favorecendo a lipogênese, em estudos foi detectado que quanto menor consumo de cálcio em indivíduos obesos sendo também associado a resistência à insulina, na Austrália em estudos com homens e mulheres, encontrou-se relação entre a circunferência abdominal está inversamente relacionada a adiposidade abdominal, a ingestão de cálcio está relacionada ao controle de peso, iniciando no trato gastrintestinal diminuindo a absorção de ácidos graxos, no controle da temperatura corporal atuando na termogênese que também atua na antiobesidade, além de influenciar nos processos metabólicos e nos níveis séricos de vitamina D e paratormônio. Zinco é o mineral envolvido no sistema imunológico, suporte para manutenção da forma e disposição espacial das enzimas, proteínas e crescimento, também no balanço acidobásico e função reguladora nos neurônios e na memória. Estudos em países desenvolvidos detectaram deficiência de zinco, como retardo no crescimento, baixo desenvolvimento cerebral, diarréia, pneumonia, malária. Sendo prevalente e crianças com obesidade, a indícios que o mineral está envolvidos em processos que aonde a deficiência no plasma e eritrócitos em indivíduos obesos, e que a suplementação pode auxiliar na resistência a insulina. Também encontraram relação do zinco com a concentração de leptina, sendo este hormônio relacionado a saciedade, sendo o zinco em nível insuficiente encontra-se baixa concentração de leptina, não sendo ainda claro como esse processo ocorre. Conclusão: A obesidade mundial é um fator de preocupação e um problema de saúde pública, que reflete no decorrer do tempo no campo social, econômico, cultural, demográfico e de saúde. O que leva a vários desequilíbrios no organismo e evolui para patologias variadas. Esse novo conceito alimentar, que inclui excesso de alimentos ultraprocessados e a deficiência de frutas, legumes e verduras que oferecem suporte para o sistema homeostático do organismo. As vitaminas e os minerais são responsáveis por vários processos que envolvem o controle de peso. As evidências foram direcionadas ás vitaminas A, C e D, e os minerais cálcio e zinco, sendo responsáveis por processos metabólicos e endócrinos. Os micronutrientes são essenciais para o equilíbrio do organismo, proporcionando melhor qualidade de vida e saúde a partir de uma alimentação saudável e essa deve ser prioridade para a conscientização da população. Impedindo processos de oxidação que levam a sobrecarga do organismo e em consequência a uma série de patologias. Referências: 1-Kac G, Velásquez-Melendez G.A transmissão nutricional e a epidemiologia da obesidade na América Latina. Cad Saúde Pública 2003;19;4-52. 2-Popkin BM. The nutrition transition and obesity in the developing world. J Nutr 2001; 131. 3-World Health Organization. Diet, Nutrition and prevention of chronic diseases: report of a joint WHO/FAO expert consultation; 2002 11. 4- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 . 5-Monteiro CA, Mondini L, Costa,RBL. Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil 1988-1996. Rev Saúde Pública 200, 34 (3): 251-8. 6-Pinheiro MM, Schuch NJ, Genaro OS, Ciconelli RM, Ferraz MB, Martini LA. Nutrient intakes related tosteoporotic fractures in men and women: The Brazilian Oseoporosis Study. Nutr J 2009: 1-8. 7-Majem SL et al. Trends in energy and nutrientes intakes and risk of inadequate intakes in Catalonia, Spain 1992-2003, 1354-67. 8- World Health Organization. The world health report 2002: reducing risks, promoting healthy life 2002. 9- Silvia M Franciscato Cozzolino. Biodisponibilidade de Nutrientes.2007, 219-250. 10-Lopes ACS, Caiaffa WT, Sichieri R,Mingoti AS, Lima-Costa MF. Consumo de nutrientes em adultos e idosos em estuo de base populacional, projeto Bambuí. Cad Saúde pública 2005; 21 (4): 1201-9. 11- Velásquez- Meléndez G, Martins IS, Cervato AM, Fornés NS, Marucci MFN. Consumo alimentar de vitaminas e minerais em adultos residentes em área metropolitana de São Paulo, Brasil. Ver Saúde Pública 1997;(31): 157-62.
Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

ZUFFO, Priscila Silva Borges. CONSUMO DE MICRONUTRIENTES E EXCESSO DE PESO: EXISTE RELAÇÃO?.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/260512-CONSUMO-DE-MICRONUTRIENTES-E-EXCESSO-DE-PESO--EXISTE-RELACAO. Acesso em: 04/05/2025

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