RELAÇÃO ANTAGÔNICA ENTRE GENES COMUMENTE ENCONTRADOS NO CÂNCER E DOENÇA DE ALZHEIMER

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
RELAÇÃO ANTAGÔNICA ENTRE GENES COMUMENTE ENCONTRADOS NO CÂNCER E DOENÇA DE ALZHEIMER
Autores
  • Nayra Laiz Mancuelho Da Silva
  • RENATA MATUO
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Biomedicina
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/260481-relacao-antagonica-entre-genes-comumente-encontrados-no-cancer-e-doenca-de-alzheimer
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
Câncer, Alzheimer, relação, Pin1, p53, BRCA1
Resumo
Nayra Laiz Mancuelho1 , Renata Matuo1 1. Centro Universitário Unigran Capital, Campo Grande MS INTRODUÇÃO A Doença de Alzheimer (DA) é descrita como um distúrbio neurodegenerativo multifatorial, caracterizada pela perda de funções cognitivas por consequência da morte de células neuronais. As características histopatológicas mais apresentadas na DA são a presença de placas senis que são depósitos da proteína ß-amilóide, que causam danos às células neuronais e também apresentam acervo de emaranhados neurofibrilares intracelulares, perda de sinapses e estresse oxidativo. Estudos recentes apontam correlações antagonistas em alguns genes envolvidos na DA e no câncer, que é um grupo de doenças definidas pela multiplicação descontrolada de células com mutações, causando tumores em diferentes tecidos do corpo. OBJETIVOS Descrever os genes específicos relacionados ao câncer e a doença de Alzheimer, compreender sua relação antagônica e relatar genes que poderiam ser utilizados como marcadores tumorais para o diagnóstico das patologias descritas. METODOLOGIA Foi realizado um estudo qualitativo e descritivo, com revisão de literatura sobre o tema, utilizando artigos acadêmicos dos anos 2006 a 2018, nos idiomas português e inglês, disponibilizadas nas plataformas online SciELO e Google acadêmico, e livros do acervo do Centro Universitário Unigran Capital, usando os descritores: câncer, Alzheimer, relação, Pin1, p53, BRCA1. RESULTADOS E DISCUSSÃO A literatura reporta que existem alguns genes comumente envolvidos na DA e câncer. Segundo Cheng (2018) e Butterfield (2006) Pin1 é um importante regulador mitótico, o qual também atua em várias fases do ciclo celular, regulando diversas proteínas. Pin1 regula a expressão da proteína ciclina D1, o principal regulador do ponto de verificação da fase G1, de modo que seu desequilíbrio acarreta uma proliferação celular descontrolada. Além disso, Pin1 regula a transição das fases G1 para S, G2 para M e a regulação da citocinese. Observou-se também que Pin1 coordena as funções de p53 que corresponde a danos no DNA no decorrer da progressão do ciclo celular. Desta forma, a superexpressão de PIN1 promove a proliferação celular e como consequência, um tumor que desencadeia o câncer. Contrariamente ao câncer, Lopes (2017) e Butterfield (2006) afirmam que a deficiência de Pin1 acarreta na alteração da atividades de proteínas importantes, e conforme Butterfield, Pin1 é modificado através de uma oxidação, onde comprova que sua atividade e expressão é reduzida no hipocampo de pacientes com DA. Em um cérebro humano normal, Pin1 encontra-se principalmente nos núcleos dos neurônios, enquanto que no encéfalo com DA é localizado no citoplasma dos neurônios, pois a Pin1 liga-se a proteína tau fosforilada, e redirecionada para o citoplasma neuronal, diminuindo a sua disponibilidade. A proteína tau possui função de oferecer estabilidade aos microtúbulos, sustentando o citoesqueleto neuronal. Sendo assim, a hiperfosforilação da proteína tau pode levar a perda da forma celular, ruptura dos mecanismos de transporte axonal entre outros desequilíbrios. TP53, segundo Chang (2012) e Snustad (2013), é um gene que codifica a proteína p53, conhecida como “guardiã do genoma” e responsável pelo desenvolvimento do ciclo celular, diferenciação e apoptose, por conta disso, seus produtos são rapidamente degradados. Seu papel na regulação inclui a estimulação dos genes pró apoptóticos na mitocôndria e no núcleo. Conforme os estudos de Chang (2012), na DA, constatou-se que a p53 é extremamente elevada. Isso contribui com o aparecimento de disfunções mitocondriais, que podem culminar em anomalias sinápticas, redução do metabolismo da glicose, desordens no transporte axonal, e sobretudo, um transporte mitocondrial impreciso. Além disso, observa-se uma diminuição de Bcl-2 - um oncogene que impede a apoptose - juntamente com o aumento de Bax (regulador pró-apoptótico). No caso de Bcl-2, p53 associa-se a um mRNA, com o intuito de degradar os transcritos de Bcl-2. Em contrapartida, Snustad (2013) afirma que mutações em p53 que podem contribuir com a perda da função da mesma, interferem na capacidade de detectar lesões no DNA, contribuindo assim para a multiplicação descontrolada das células. Dessa forma, também podem ocorrer a superexpressão de Bcl-2, oncógene anti apoptótico, e em casos mais avançados pode ter a capacidade de criar resistência ao tratamento de câncer, como exemplo o câncer de próstata, que o aumento de Bcl-2 pode criar resistência a terapia de privação de androgênio. Segundo Snustad, o BRCA1 é considerado um gene supressor tumoral, e como características principais incluem controle do ciclo celular, reparo de danos no DNA e controle do metabolismo celular Coelho e colaboradores (2018) afirmam que BRCA1 codifica uma proteína responsável por reparo no DNA por recombinação homóloga e também por excisão de nucleotídeos, e atua na regulação do ciclo celular. Essa proteína é expressa quando o estrogênio provoca uma instabilidade genômica. No câncer de mama ele é comumente associado com o gene BRCA2, que codifica uma proteína que interage com RAD51, reparando as quebras nas duplas fitas de DNA. BRCA1 e BRCA2 são genes recessivos, sendo assim, para o desenvolvimento do câncer é necessário haver mutação nos dois alelos, de modo que ocorra a perda da função dos mesmos. As funções de BRCA1 e BRCA2 incluem codificar proteínas que interagindo com outras promovem reparo quando há quebras no DNA. Caso a interação não ocorra, são indutoras de apoptose celular. Estudos de Wezyk e Zekanowski (2018), explicam que BRCA1 possui uma região abundante em locais de ligação a proteínas codificadas pelos exons 11-13. Porém, algumas isoformas se encontram ausentes no exon 11. Com isso, a isoforma não possui sinal de localização celular. Para transportar a isoforma BRCA1-?ex11 para o núcleo pode-se utilizar a enzima ubiquitina E2. Na falta dessa enzima, a isoforma se concentra no citoplasma. Estudos indicam que superexpressão de BRCA1-?ex11 foram encontrados em células neuronais de pacientes com DA. A superexpressão de BRCA1 induz vias de sinalização pró apoptóticas, envolvendo interações com proteínas e ativação de caspases, como a caspase-9.Sendo assim Wezyk e Zekanowski afirmam que o aumento de BRCA1 têm como consequência a morte de neurônios. CONCLUSÃO: Existem genes comumente envolvidos no controle do ciclo celular, onde o mesmo é superexpresso em uma patologia e reduzido em outra, o que explica a relação antagônica. A detecção destes genes possibilita contribuir para um diagnóstico molecular mais preciso, podendo ser usados como marcadores para a detecção por exames moleculares. REFERÊNCIAS: BUTTERFIELD, D. Allan; ABDUL, Hafiz Mohmmad; OPII, Wycliffe; NEWMAN, Shelley F.; JOSHI, Gururaj; ANSARI, Mubeen Ahmad; SULTANA, Rukhsana. REVIEW: Pin1 in Alzheimer's disease. Journal Of Neurochemistry, [s.l.], v. 98, n. 6, p.1697-1706, 26 jun. 2006. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/j.1471-4159.2006.03995.x. CHANG, J. Robert; GHAFOURI, Mohammad; MUKERJEE, Ruma; BAGASHEV, Asen; CHABRASHVILI, Tinatin; SAWAYA, Bassel E.. Role of p53 in Neurodegenerative Diseases. Neurodegenerative Diseases, [s.l.], v. 9, n. 2, p.68-80, fev. 2012. S. Karger AG. http://dx.doi.org/10.1159/000329999. Cheng, Chi-Wai, and Eric Tse. “PIN1 in Cell Cycle Control and Cancer.” Frontiers in pharmacology vol. 9 1367. 26 Nov. 2018, doi:10.3389/fphar.2018.01367 COELHO, Aline Silva; SANTOS, Marielle Anália da Silva; CAETANO, Rosecleide Inácio; PIOVESAN, Camila Fátima; FIUZA, Larissa Aparecida; MACHADO, Ricardo Luiz Dantas; FURINI, Adriana Antônia da Cruz. Hereditary predisposition to breast cancer and its relation to the BRCA1 and BRCA2 genes. Revista Brasileira de Análises Clínicas, [s.l.], v. 50, n. 1, p. 17-21, abr. 2018. Revista Brasileira de Analises Clinicas. http://dx.doi.org/10.21877/2448-3877.201800615. LOPES, Heraldo Carvalho; SILVA1, Gustavo Victor Lucas e; VASCONCELOS JUNIOR, Francisco Clezion Franca; ALMEIDA, Daniela Moura Parente Férrer de. Alzheimer e Câncer: uma linha tênue. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, Brasília, v. 6, n. 3, p.372-383, out. 2017. SNUSTAD, D. Peters. SIMMONS, Michael J. Fundamentos de genética. 6. Ed. Rio de janeiro: Guanabara Koorgan, 2013 WEZYK, M.; ZEKANOWSKI, C.. Role of BRCA1 in Neuronal Death in Alzheimer’s Disease. Acs Chemical Neuroscience, [s.l.], v. 9, n. 5, p. 870-872, 10 abr. 2018. American Chemical Society (ACS). http://dx.doi.org/10.1021/acschemneuro.8b00149.
Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Nayra Laiz Mancuelho Da; MATUO, RENATA. RELAÇÃO ANTAGÔNICA ENTRE GENES COMUMENTE ENCONTRADOS NO CÂNCER E DOENÇA DE ALZHEIMER.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/260481-RELACAO-ANTAGONICA-ENTRE-GENES-COMUMENTE-ENCONTRADOS-NO-CANCER-E-DOENCA-DE-ALZHEIMER. Acesso em: 12/05/2025

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