TOXICIDADE AGUDA E SUB-AGUDA DO ÓLEO DA SEMENTE DE MAMÃO (CARICA PAPAYA LINN.) EM CAMUNDONGOS SWISS

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
TOXICIDADE AGUDA E SUB-AGUDA DO ÓLEO DA SEMENTE DE MAMÃO (CARICA PAPAYA LINN.) EM CAMUNDONGOS SWISS
Autores
  • LIDIANI FIGUEIREDO SANTANA
  • Diana Figueiredo Santana de Aquino
  • Sandramara Sasso
  • Rita de Cássia Avellaneda Guimarães
  • Karine de Cássia Freitas
  • PRISCILA AIKO HIANE
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/255936-toxicidade-aguda-e-sub-aguda-do-oleo-da-semente-de-mamao-(carica-papaya-linn)-em-camundongos-swiss
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
toxicidade aguda, toxicidade sub-aguda, óleo, Carica papaya linn.
Resumo
Introdução: Desde os tempos remotos, plantas e frutos são utilizados para o tratamento de diversas doenças, pois apresentam concentrações elevadas de vitaminas e compostos bioativos, bem como composição lipídica que reduzem marcadores inflamatórios, agregação plaquetária, protegem contra trombogênese e estresse oxidativo, como também previne a hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia, que são desencadeadas com a presença da obesidade (KUMAR, KARTHIK, RAO; 2012). Nesse contexto, o mamão (Carica papaya Linn) é uma fruta popular e sua maior produção ocorre em regiões tropicais e subtropicais do mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, anualmente é produzida no mundo mais de milhões de toneladas do fruto, cerca de 389.990 hectares, sendo a Papaya C. e Papaya L. as espécies mais cultivadas, visto que na América Central e América do Sul (destacando-se o Brasil), são responsáveis por 47% de todo o volume do fruto (GOODA SAHIB, 2012). O mamão é consumido em todo mundo, tanto in natura como processada, sendo encontradas na forma de geléia, doces e polpa, bem como adicionada em alguns produtos, e para agregar valor nutricional utiliza-se também suas partes (folhas e sementes) na forma de chás e farinhas (QUAGLIARIELLO et al., 2012). A polpa apresenta em sua composição três importantes fontes de vitaminas com potencial ação antioxidante, sendo elas vitamina A, C e E (TEIXEIRA et al., 2012), além dos minerais magnésio e potássio, e vitaminas do complexo B, como o ácido pantotênico e folato (VIJ et al., 2012), como também fibras (NWOFIA et al., 2012), e é uma fruta que apresenta produção durante todo ano, sendo assim, torna-se uma importante fonte de nutrientes disponível no mercado com baixo custo e em grande quantidade. Além de todos os nutrientes supracitados, o mamão contém uma enzima papaína digestiva eficaz para aumentar a motilidade e trânsito intestinal, bem como no tratamento de traumas, alergias e lesões esportivas (ARAVIND et al., 2012), e estudos também apontam presença de enzimas proteolíticas como a quimopapaína que possuem propriedades anti-virais, antifúngicas e antibacterianas. Nas sementes encontram-se compostos fenólicos como isotiocianato de benzila, glicosinolatos, tocoferóis (a e d), ß-criptoxantina, ß-caroteno e carotenoides, bem como no óleo extraído das sementes apresentam ácidos graxos oleico, seguido do palmítico, linoleico e esteárico. E nas folhas valores elevados de fibras, e de compostos polifenólicos, flavonoides, saponinas, pró-antocianinas, tocoferol e isotiocianato de benzila (ARAVIND et al., 2012; NWOFIA et al., 2012). Todos os nutrientes envolvidos em sua composição supracitados apresentam comprovação científica de efeitos benéficos com expressiva melhora do sistema cardiovascular, protegendo contra doenças cardíacas, infartos, derrames, e estudos apontam que a fruta é uma excelente fonte de beta-caroteno (888IU/100g do fruto) que previne os danos causados pelos radicais livres, também é relatado que auxiliou na prevenção da doença cardiovascular e diabetes (tipo 1 e 2), bem como colabora para a redução dos níveis de colesterol, por apresentar quantidades elevadas de fibras que dificultam a absorção das gorduras (GOODA SAHIB, 2012). Durante os últimos anos, grande conhecimento foi obtido em relação à atividade biológica e aplicação medicinal de mamão, por tudo isso, na presente revisão, será abordado o valor nutricional da fruta e propriedades nutracêuticas e medicinais de suas várias partes na síndrome metabólica (KUMAR, KARTHIK, RAO; 2012).. Objetivos: Avaliar a toxicidade aguda e sub-aguda do óleo da semente de mamão (Carica papaya Linn) camundongos Swiss. Metodologia: O projeto foi encaminhado à Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da UFMS, adquirindo o protocolo de aprovação n°890/2018 e apenas após aprovação, o experimento foi iniciado. Durante o período experimental os animais foram alimentados com água e dieta ad libitum seguindo o protocolo da American Institute of Nutrition (AIN-93M). Foram submetidos à um período de setes dias para adaptação, e assim iniciou-se o experimento Para a toxicidade aguda foram necessários camundongos, fêmeas, distribuídas em 2 grupos (n=5): controle tratado com salina (1mL/kg) e grupo tratado com óleo de semente do mamão (5000 mg/kg). Após jejum de 4 horas, foi administrado via gavagem, salina ou óleo e tiveram o comportamento observado nos tempos, 30, 60, 120, 240 e 360 minutos, e por 14 dias após a administração (“screnning” hipocrático), juntamente a avaliação de peso corporal, consumo alimentar e hídrico. Ao final deste período todos os animais foram submetidos à eutanásia para análise e peso de órgãos vitais (fígado, rins, pulmão, coração e baço). Os dados foram expressos pelo arcoseno do peso do órgão/peso do animal. Já na toxicidade sub aguda, foram utilizados camundongos, fêmeas, distribuídas em 6 grupos (n=5): controle tratado com salina (1mL/kg) e propilenoglicol® (1mL/kg), os grupos tratados com óleo de semente do mamão (550, 750, 1750 e 5000 mg/kg). Após 4 horas de jejum, foi administrado via gavagem, salina, propilenoglicol ou óleo e tiveram o comportamento observado nos tempos, 30, 60, 120, 240 e 360 minutos, e por 28 dias após a administração (“screnning” hipocrático), juntamente a avaliação de peso corporal, consumo alimentar e hídrico. Ao final deste período todos os animais foram submetidos à eutanásia para análise e peso de órgãos vitais (fígado, rins, pulmão, coração e baço). Os dados foram expressos pelo arcoseno do peso do órgão/peso do animal. Os resultados foram expressos em média ± erro padrão da média (SEM), para dados paramétricos e mediana e intervalo interquartil, para dados não paramétricos, e analisados usando o software Prisma 5.0 (GraphPad Software, USA). A análise de variância (ANOVA) ou Kruskal-Wallis foi utilizada para comparação entre os grupos (dados paramétricos ou não-paramétricos, respectivamente). Valores de p=0,05 foram considerados estatisticamente significantes. Resultados: O óleo da semente de mamão (Carica papaya Linn), no teste de toxicidade aguda, no qual foi administrado na dose de 5000 mg/kg em animais normais (Grupo OM), não manifestou alterações nos parâmetros comportamentais analisados pelo “screnning” hipocrático quando comparados com os animais controles. Bem como não houve diferença estatística no peso (p=0,1532), consumo alimentar (p=01231), consumo hídrico (p=0,8754). Ao avaliar o peso dos órgãos, também não manifestou diferença com relação ao controle o fígado (p=0,9306), baço (p=0,3423), rins (direito: p=0,1604 / esquerdo: p=0,0602), pulmões (p=0,0167) e coração (p=0618), além de não ter sido observada alteração macroscópica. Não ocorreram óbitos ao longo do período de 14 dias de observação. No teste de toxicidade sub-aguda, que foi administrado doses de 550, 750, 1750 e 5000 mg/kg em animais normais (Grupo OM e respectivas doses), não causou nenhuma alteração nos parâmetros comportamentais “screnning” hipocrático analisados comparativamente aos animais tratados apenas com salina (Grupo CT), assim como não houve diferença no peso (p=0,5454), consumo alimentar (p=0,2361) e hídrico (p=0,9027) entre os grupos. O peso do fígado (p=0,2623), baço (p=0,4477), rins (direito: p=02083 / esquerdo: p=0,5345), pulmões (p=0,0619) e coração (p=0,0617) não apresentaram diferença significante na comparação entre os grupos, além de não ter sido observada alteração macroscópica. Não ocorreram óbitos ao longo do período de 28 dias de observação. Em ambos os testes, foi possível verificar que o óleo da semente do mamão pertence à classe 5 (substância com dose oral letal [DL50] superior a 5000 mg/kg), sendo considerado de baixa toxicidade. Conclusão: Conclui-se que, nas condições desse estudo, óleo da semente de mamão não presenta efeitos tóxicos em testes de toxicidade aguda e sub-aguda. Referências bibliográficas AOAC. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemists International.16 ed. Washington: Ed. Patrícia Cunniff, 1997, v.2, cap.37, método 942.15 e método 932.12. ARAVIND, G.; BHOWMIK, D. S. D.; HARISH, G. Traditional and medicinal uses of Carica papaya. Journal of Medicinal Plants Studies, v. 1, n. 1, p. 7-15, 2013. GOODA SAHIB, N. Plants' metabolites as potential antiobesity agents. The Scientific World Journal, v. 2012, 2012 KUMAR, G.; KARTHIK, L.; RAO, K. V. B.. Hemolytic activity of Indian medicinal plants towards human erythrocytes: an in vitro study. Elixir Appl Botany, v. 40, n. 5534, p. e5537, 2011. NWOFIA, E.; OJIMELUKWE, P.; EJI, C. Chemical composition of leaves, fruit pulp and seeds in some Carica papaya (L) morphotypes. 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Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SANTANA, LIDIANI FIGUEIREDO et al.. TOXICIDADE AGUDA E SUB-AGUDA DO ÓLEO DA SEMENTE DE MAMÃO (CARICA PAPAYA LINN.) EM CAMUNDONGOS SWISS.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/255936-TOXICIDADE-AGUDA-E-SUB-AGUDA-DO-OLEO-DA-SEMENTE-DE-MAMAO-(CARICA-PAPAYA-LINN)-EM-CAMUNDONGOS-SWISS. Acesso em: 08/05/2025

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