CASTANHA DE BARU (DIPTERYX ALATA VOGEL), NUTRIÇÃO E SAÚDE: REVISÃO SISTEMÁTICA

Publicado em 30/12/2020 - ISBN: 978-65-5941-071-2

Título do Trabalho
CASTANHA DE BARU (DIPTERYX ALATA VOGEL), NUTRIÇÃO E SAÚDE: REVISÃO SISTEMÁTICA
Autores
  • Angela Ribeiro do Prado Mamedes Silva
  • Andreia de Oliveira Massulo
Modalidade
Comunicação oral (Resumo expandido)
Área temática
Nutrição
Data de Publicação
30/12/2020
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/conigran2020/247152-castanha-de-baru-(dipteryx-alata-vogel)-nutricao-e-saude--revisao-sistematica
ISBN
978-65-5941-071-2
Palavras-Chave
Baru, propriedades químicas, proteínas, nutrição, alimentação
Resumo
Introdução: O Barueiro (Dipteryx alata Vogel) é uma árvore frutífera de baru, uma leguminosa arbórea da família Fabaceae, tipicamente dos cerrados do Brasil Central, sendo bastante comum nos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal (Instituto Sociedade, População e Natureza [ISPN], 2010). O baru é um dos poucos frutos do Cerrado que apresentam polpa carnosa durante a estação seca. Visto que tanto a polpa como a amêndoa são comestíveis, vários estudos têm avaliado seu potencial alimentício. A polpa, que é o principal componente do baru, contém aproximadamente 60% de carboidratos, principalmente amido, e, 30% de fibras insolúveis (PINHO et al, 2015). Por ser um fruto regional rico em nutrientes, pesquisadores vem estudando as propriedades funcionais do baru e seu potencial como suplemento na alimentação, enriquecimento de produtos alimentícios, bem como controle e prevenção de doenças. Objetivo: O trabalho tem como objetivo descrever a composição química da castanha (amêndoa), fruta e o óleo do baru (Dipteryx alata Vogel), quanto a presença de nutrientes e outros compostos bioativos, relacionando-a com a nutrição e saúde. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática, através de pesquisa online em publicações científicas nas bases de dados Scielo e Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações. Foram utilizadas as palavras chaves: frutos do cerrado, baru, Dipteryx alata Vogel. O critério de inclusão foi a seleção de artigos e trabalhos originais, datados entre 2009 a 2019. A pesquisa faz parte de discussão temática do projeto de pesquisa da Unigran Capital “Tecnologia de alimentos e frutos do cerrado sul-mato-grossense – Determinação da qualidade físico-química e microbiológica de produtos alimentícios artesanais”, no projeto de iniciação científica “Rotulagem nutricional de alimentos à base de frutos do cerrado sul-mato-grossense”. Resultados e Discussões: O baru, Dipteryx alata Vogel, é rico em proteínas, fibras, magnésio, potássio, ferro, vitamina C e cálcio. A amêndoa do fruto também possui nutrientes importantes para a alimentação humana. O produto vem sendo disponibilizado no mercado como alimento com as características ideais para ser usado na complementação da alimentação para as pessoas carentes nutricionalmente. (LOUREDO, 2014). As amêndoas do baru possuem propriedades químicas que a destacam em sua composição centesimal, apresentando considerável fração lipídica monoinsaturada, alto teor em esteróis e baixo teor em tocoferóis (BORGES, 2013). Segundo Vera et al. (2009) apresentam também elevados teores de proteínas e maior concentração de ácidos graxos insaturados, sendo de maior ocorrência o ácido oleico e o linoleico. Para os minerais, apresentam potássio, fósforo, enxofre e ferro. Assim, a amêndoa de baru pode ser uma importante fonte alimentar, apresenta elevado valor nutritivo e grande potencial produtivo no Cerrado. A amêndoa do baru crua possui alto teor de inibidor de tripsina, que dificulta a absorção de nutrientes importantes para o organismo, sendo imprópria para consumo, por isso ocorre processamento com calor: a simples torrefação da amêndoa inativa o inibidor de tripsina (CARRAZZA E D´ÁVILA, 2010). A amêndoa de baru constitui alimento de alta densidade energética, e fontes de nutrientes com atributos específicos em relação aos benefícios à saúde: a amêndoa de baru é rica em proteína, ácidos graxos monoinsaturados, fibra insolúvel e em nutrientes antioxidantes, como zinco e vitamina E (FERNANDES, 2011). A suplementação diária de uma pequena porção de amêndoa de baru é capaz de melhorar o perfil lipídico de indivíduos adultos com hipercolesterolemia moderada. Pesquisadores observaram que a inclusão da amêndoa de baru na alimentação, promove redução significativa nas concentrações de colesterol total, LDL-c e não HDL-c. Um resultado promissor, pois no referido estudo o consumo alimentar e o padrão de atividade física dos indivíduos estudados foram mantidos e os achados foram observados apenas com a inclusão do baru na alimentação (BENTO, 2014). A farinha da amêndoa de baru crua contém elevada concentração de proteína e fibra e teores consideráveis de cobre, ferro, magnésio, zinco e cálcio, porém a qualidade de sua proteína é inferior à da farinha da amêndoa de baru autoclavada – esta pode ser utilizada como uma fonte complementar de proteínas para humanos, bem como uma boa opção para compor dietas saudáveis, ou como ingredientes de alimentos elaborados com propósito de obtenção de vantagens nutricionais ou funcionais por causa do teor elevado de fenólicos e concentração insignificante de inibidor de tripsina (SIQUEIRA, 2013). As nozes e sementes apresentam melhor perfil de aminoácidos em comparação a leguminosas como o feijão, e perfil de ácidos graxos benéficos ao organismo, destacando-se a macadâmia, noz, castanha e amêndoa de baru. Esses alimentos possuem outros compostos químicos como fitoesteróis, selênio e tocoferóis que potencializam sua ação antioxidante, inibitória de estresse oxidativo. A amêndoa de baru torrada possui perfil de ácidos graxos mono e poli-insaturados favorável à saúde e melhor que o perfil das demais sementes e nozes estudadas. Além disso, a amêndoa de baru é rica em ferro e pode ser um alimento importante no combate à anemia ferropriva na região Centro Oeste do estado de Goiás (FREITAS, 2009). Quando comparadas aos frutos secos mais consumidos no país, como: amendoim, castanha de caju, castanha do Brasil e macadâmia, as amêndoas do baru apresentam teor de fenóis cerca de cerca de dez vezes maior, além disso, teor cem vezes maior em relação a bioatividade dos extratos (BORGES, 2013). Para o óleo de baru, Borges (2013), apontou que o produto bruto obtido por prensagem mecânica a frio apresentou-se pobre em compostos bioativos, maioritariamente monoinsaturado, baixo teor em tocoferóis e baixa estabilidade oxidativa. Além disso, o aquecimento por micro-ondas ou convencional (simulando as condições reais de processo), ocasiona alterações nas propriedades do óleo de baru ao longo do tempo, principalmente pela formação de compostos primários e secundários de oxidação, decréscimo da vitamina E total e alta formação de ácidos graxos trans nos dois tipos de aquecimento. Assim, o uso a frio (sem aquecimento) é mais indicado para o óleo de baru, visto que durante o aquecimento ocorrem processos degradativos severos. Freitas (2010) menciona que a amêndoa de baru tem grande potencial para uso na indústria alimentícia, com propriedades funcionais e de alegação à saúde, tendo em vista sua elevada concentração de ácidos graxos mono e poli-insaturados, fibras insolúveis, ferro e zinco. Corroborando, Ortolan et al. (2016) trazem que o baru pode ser considerado um potencial ingrediente para adição em bolos e similares, podendo ser oferecidos aos consumidores infantis com altas expectativas de aceitação no mercado. Da mesma forma Carrazza e D´Ávila (2010) mostra que a amêndoa do baru é utilizada para fins alimentícios e medicinais e o óleo da amêndoa apresenta propriedades antirreumáticas, além de ser rica em nutrientes, sendo empregada para enriquecer a composição de alimentos como granola, biscoitos e doces. O autor expressa, ainda, que iniciativas econômicas de pequenos produtores nos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Distrito Federal e Minas Gerais, estão sendo tomadas em relação à comercialização e ao processamento da amêndoa. A casca e polpa do baru constituem ingredientes viáveis para aplicação tecnológica na elaboração de pães integrais do tipo fôrma. estudou o desenvolvimento de pães com diferentes proporções de casca e polpa de baru em substituição ao farelo de trigo e concluiu que os produtos apresentam aceitação quanto aos atributos de aparência, textura e sabor, bem como há redução do valor energético e acréscimo em até 58,2% no teor de fibra alimentar total entre diferentes formulações (ROCHA, 2009). Estudo realizado por Ortolan et al. (2016) verificou que a adição de 12% de farinha de baru em bolos do tipo cupcakes resultou em maiores teores de umidade, cinzas, proteínas, lipídios, calorias e fibra alimentar, e redução dos carboidratos digeríveis, quando comparada às formulações convencionais, que possuem cerca de 50% a mais de farinha de trigo. Outra forma de utilização é associado a sorvetes, segundo Pinho et al. (2015), o enriquecimento de sorvete com amêndoa de baru proporcionou aumento na quantidade de lipídeos, valor calórico total, proteínas e de fibras alimentares, quando comparado ao padrão utilizado no estudo, além de ser bem aceito quanto aspecto sensorial (aparência, textura e sabor). Os estudos mostram grandes expectativas e muitas informações ainda a serem descobertas sobre este fruto (Dipteryx alata Vogel), com grande potencial na fabricação e industrialização de alimentos para comunidades, quanto aspectos nutricionais e econômicos. O fruto possui muitas propriedades químicas que podem ajudar no controle de diversas doenças e na demanda de composição de alimentos para pessoas com deficiência alimentar. Conclusão: Ao realizar o levantamento sobre a importância da amêndoa de Baru, nota-se que é um fruto do cerrado de larga escala alimentícia e de grande potencial nutricional para todas as idades e acessível economicamente à população brasileira. Referências: BENTO, A. P. N. Efeito do Consumo da Amêndoa de Baru Sobre o Perfil Lipídico e o Estado Oxidativo de Indivíduos Moderadamente Hipercolesterolêmicos. Dissertação de Mestrado apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás, como exigência para obtenção do Título de Mestre em Nutrição e Saúde. Goiânia 2014. BORGES, T. H. P. Estudo da caracterização e propriedades das Amêndoas do baru e óleo de baru bruto Submetido ao aquecimento. Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, como exigência para obtenção do título em Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Goiânia, 2013 CARRAZZA, L. R., D´ÁVILA, J. C. C, Manual Tecnológico de Aproveitamento integral do Fruto do Baru (Dipteryx alata). Brasília – DF. Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). 56 p.; il. - (Série Manual Tecnológico) Brasil, 2010. FERNANDES, D. C. Efeito da amêndoa de baru, amendoim e Castanha-do-pará no perfil sérico e na Peroxidação de lipídios em ratos com dieta Hiperlipídica. Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, como exigência para a obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2011 FREITAS, J. B. Qualidade nutricional e valor protéico da amêndoa de baru em relação ao amendoim, castanha-de-caju e castanha-do-pará. Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola de Agronomia e Engenharia de Alimentos da Universidade Federal de Goiás, como exigência para a obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. 2009 FREITAS, J. B. , NAVES, M. M. V. Composição química de nozes e sementes comestíveis e sua relação com a nutrição e saúde. Rev. Nutr., Campinas, 23(2):269-279, mar./abr., 2010. Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). Manual Tecnológico de Aproveitamento Integral do Fruto do Baru. Brasília-DF: ISPN, 2010. 56 p. LOUREDO, E. G., et al. Biscoito tipo cookie enriquecido com baru. Revista Faculdade Montes Belos (FMB), v. 7, n° 1, 2014, p (16-25), 2014 ISSN 18088597 ORTOLAN, A. V., et al. Adição de farinha de baru em cupcakes: caracterização físico-química e sensorial entre crianças. Portal de Revistas Científicas em Ciências da Saúde. Mundo saúde (Impr.) ; 40 (2): [213-220], 27 de março de 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/mundosaudeartigos/adicaofarinha_bbarucupcakes.pdf. 2016. PINHO, L., et al. Enriquecimento de sorvete com amêndoa de baru (dipteryx alata Vogel) e aceitabilidade por consumidores. Revista Unimontes científica. Montes claros, v. 17, n.1 - jul. 2015. ROCHA, L. S., SANTIAGO, R. A. C. Implicações nutricionais e sensoriais da polpa e casca de baru (Dipterix Alata vog.) na elaboração de pães. Ciênc. Tecnol. Aliment. vol.29 no.4 Campinas Dec. 2009 SIQUEIRA, A. P. S. Características nutricionais e funcionais e avaliação biológica da farinha da amêndoa de baru parcialmente desengordurada. Dissertação apresentada à Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás, como exigência para obtenção do título de Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, 2013. VERA, R., et al. Características químicas de amêndoas de barueiros (dipteryx alata vog.) de ocorrência natural no cerrado do estado de Goiás, Brasil. Rev. Bras. Frutic. vol.31 no.1 Jaboticabal Mar. 2009
Título do Evento
CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Angela Ribeiro do Prado Mamedes; MASSULO, Andreia de Oliveira. CASTANHA DE BARU (DIPTERYX ALATA VOGEL), NUTRIÇÃO E SAÚDE: REVISÃO SISTEMÁTICA.. In: Anais do CONIGRAN 2020 - Congresso Integrado UNIGRAN Capital. Anais...Campo Grande(MS) UNIGRAN Capital, 2020. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/conigran2020/247152-CASTANHA-DE-BARU-(DIPTERYX-ALATA-VOGEL)-NUTRICAO-E-SAUDE--REVISAO-SISTEMATICA. Acesso em: 17/05/2025

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