ELAS SAÍRAM DO ARMÁRIO, E AGORA? INTERSECCIONALIDADE, LUGAR DE FALA E EMPODERAMENTO NA CONFIGURAÇÃO DAS MULHERES GORDAS PELA REVISTA FEMININA DONNA

Publicado em 29/12/2022 - ISBN: 978-85-5722-520-6

Título do Trabalho
ELAS SAÍRAM DO ARMÁRIO, E AGORA? INTERSECCIONALIDADE, LUGAR DE FALA E EMPODERAMENTO NA CONFIGURAÇÃO DAS MULHERES GORDAS PELA REVISTA FEMININA DONNA
Autores
  • Caroline Roveda Pilger
  • Nísia Martins Do Rosário
Modalidade
Template para envio do Trabalho Completo para Anais
Área temática
Estudos Transdisciplinares das Corporalidades Gordas
Data de Publicação
29/12/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/congressopesquisagorda2022/515906-elas-sairam-do-armario-e-agora-interseccionalidade-lugar-de-fala-e-empoderamento-na-configuracao-das-mulheres-
ISBN
978-85-5722-520-6
Palavras-Chave
Mulheres gordas, Revista Donna, Interseccionalidade, Lugar de fala, Empoderamento.
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo compreender de que modos o corpo jornalístico da revista Donna configura os corpos das mulheres gordas e suas respectivas pautas levando em consideração os eixos interseccionalidade, lugar de fala e empoderamento. O corpus é composto por 172 edições da revista Donna (Grupo RBS), coletadas entre os anos de 2016 a 2019. Levando em consideração o período de reposicionamento editorial e mercadológico da revista, em 2017, no que tange à proposta de inserção da diversidade feminina nas produções do periódico, construí a questão problema: como o corpo jornalístico da revista Donna configura os corpos das mulheres gordas e as suas respectivas pautas no entrecruzamento com os eixos interseccionalidade, lugar de fala e empoderamento? O quadro teórico se organiza pelo jornalismo em conexão com feminismos, interseccionalidade (COLLINS, 20019; CRENSHAW, 2002; AKOTIRENE, 2019), lugar de fala (SPIVAK, 2010; KILOMBA, 2010; RIBEIRO, 2019) e empoderamento (SARDENBERG, 2018; BERTH, 2019). Para responder à problematização, realizo um levantamento quantitativo correspondendo a 366 textos jornalísticos em que foram coletadas informações sobre as mulheres gordas, interseccionalizadas por raça, classe, gênero, sexualidade, faixa etária, deficiência, tamanho, profissão e território. Também elenco os locais (editorias/seções) da revista em que elas puderam existir e sobre o que estavam autorizadas a falar, considerando eixos de opressão e privilégio. Já para o recorte qualitativo, foco em 52 textos com protagonismo gorde, que também foram analisados de acordo com o tripé teórico-metodológico da pesquisa. Como principais resultados, levando em consideração a interseccionalidade, encontrei uma padronização do não-padrão, quando as mulheres gordas de Donna são majoritariamente brancas, jovens, com corpos menores a médios, sem deficiência, modelos, reproduzindo o que já é naturalizado no universo das mulheres magras da revista. Quando inserem as gordas como protagonistas, as narrativas oferecidas superincluem o eixo de opressão gordofobia, raramente preocupando-se com o entrecruzamento de outras avenidas identitárias, universalizando as mulheres gordas e suas vivências. Quanto ao lugar de fala, identifiquei dois principais caminhos que caracterizam as temáticas associadas a elas. (a) Ocupando maior destaque estão as reivindicações pela inclusão na sociedade de consumo, moda, beleza e mídia. Neste cenário, estão as gordas adequadas ou gordas light, vinculadas ao universo plus size e ao feminismo de mercado. (b) Em menor proporção, estão as temáticas relacionadas à problematização das violências geradas pela marginalização e exclusão desses corpos no meio social. Neste viés, há uma gorda ativista, e inadequada, vinculada a pautas dos feminismos contemporâneos, ou feminismos da diferença. Já o empoderamento se dá, principalmente, pelo direito de acesso ao mundo da moda, mídia, beleza e consumo. As gordas foram autorizadas a existir, primordialmente, na Coluna da jornalista e mulher gorda Thamires Tancredi, configurando uma liberdade demarcada pela revista, e não fazendo parte do cotidiano de Donna. Thamires Tancredi foi responsável por 80% dos textos em que as mulheres e pautas gordas foram protagonistas, evidenciando que o lugar de fala é fator fundamental para a visibilidade das mulheres gordas em Donna quando sua inserção de destaque depende, quase exclusivamente, da presença de uma jornalista gorda na equipe.
Título do Evento
PESQUISA GORDA: ATIVISMO, ESTUDO E ARTE
Título dos Anais do Evento
Anais da Pesquisa Gorda: ativismo, estudo e arte
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PILGER, Caroline Roveda; ROSÁRIO, Nísia Martins Do. ELAS SAÍRAM DO ARMÁRIO, E AGORA? INTERSECCIONALIDADE, LUGAR DE FALA E EMPODERAMENTO NA CONFIGURAÇÃO DAS MULHERES GORDAS PELA REVISTA FEMININA DONNA.. In: Anais da Pesquisa Gorda: ativismo, estudo e arte. Anais...Rio de Janeiro(RJ) UFRJ, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congressopesquisagorda2022/515906-ELAS-SAIRAM-DO-ARMARIO-E-AGORA-INTERSECCIONALIDADE-LUGAR-DE-FALA-E-EMPODERAMENTO-NA-CONFIGURACAO-DAS-MULHERES-. Acesso em: 28/08/2025

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