TRATAMENTO DE PROVÁVEL INTOXICAÇÃO POR INSETICIDA PIRETRÓIDE EM KINGUIOS (CARASSIUS AURATUS)

Publicado em 25/11/2021 - ISBN: 978-65-5941-428-4

Título do Trabalho
TRATAMENTO DE PROVÁVEL INTOXICAÇÃO POR INSETICIDA PIRETRÓIDE EM KINGUIOS (CARASSIUS AURATUS)
Autores
  • Renata Tempski Fiedler
  • Sofia de Moura Lacerda Sarantopoulos
  • Rebeca Victoria Galvão Donizetti
  • Flávia Vieira Fernandes Ribeiro Kurzac
Modalidade
Resumo - Relato de caso
Área temática
Medicina de Organismos Aquáticos
Data de Publicação
25/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/congressoabravas/392050-tratamento-de-provavel-intoxicacao-por-inseticida-piretroide-em-kinguios-(carassius-auratus)
ISBN
978-65-5941-428-4
Palavras-Chave
pesticidas, peixes, toxicidade
Resumo
Apesar de serem inseticidas amplamente utilizados, por apresentarem baixa toxicidade em mamíferos e aves, alta eficiência e baixo impacto ambiental, os piretróides sintéticos são considerados extremamente tóxicos para alguns organismos não-alvo, especialmente anfíbios e peixes (1,2). Em peixes, esta toxicidade se deve à ampla absorção do pesticida através das brânquias e à menor concentração de enzimas carboxilesterases, responsáveis pela detoxificação dos piretróides, levando ao acúmulo destes compostos e grande estresse oxidativo (2). A intoxicação apresenta caráter sistêmico, com repercussões hematológicas, como anemia e leucocitose, bioquímicas, com elevação das enzimas aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase, neurológicas, traduzidas em alterações comportamentais, e histopatológicas, como fusão de lamelas branquiais e vacuolização de hepatócitos (1). Este trabalho relata um caso de provável intoxicação por piretróide em Kinguios (Carassius auratus), com resolução clínica após instituição de tratamento empírico. Tre^s C.auratus adultos foram atendidos sob queixa de alteração comportamental (hiperexcitabilidade e natação errática seguidas de apatia), anorexia e presença de lesões hemorrágicas multifocais em superfície corporal e nadadeiras (Figura 1). À anamnese foi relatado uso de inseticida piretróide (Deltametrina) no ambiente, com provável contaminação de utensílios utilizados na limpeza do aquário. A avaliação de qualidade de água não acusou alterações dignas de nota. Ao exame físico notou-se que apesar das lesões hemorrágicas, não haviam outros sinais indicativos de infecções parasitárias ou bacterianas. Não foram observadas alterações em raspado de pele e biópsia de brânquia, porém após a colheita da amostra branquial notou-se sangramento profuso e dificuldade de coagulação. Em esfregaço sanguíneo realizado posteriormente, a partir de amostra de sangue coletada de vasos caudais, observou-se ausência de bactérias e anemia, com alterações morfológicas em eritrócitos e sinais de hemólise. Levando em consideração as informações clínicas obtidas e a ausência de sinais compatíveis com quadro parasitário/infeccioso, estabeleceu-se diagnóstico presuntivo de intoxicação por piretro´ides. Por não terem sido encontrados relatos de tratamento em peixes ou protocolos utilizados para outras espécies passíveis de adaptação, optou-se por estabelecer protocolo empírico. O tratamento baseou-se em administração de vitamina K1 (0,20mg/kg IM SID durante 5 dias), buscando recuperar a possível coagulopatia relacionada à hepatopatia, além de S-adenosil-L-metionina (30mg/kg VO SID durante 10 dias), Silimarina (20mg/kg VO SID durante 10 dias), vitamina C (25mg/kg VO durante 10 dias) e suporte nutricional, administrados por via oral através de sondagem oroesofágica, buscando ação anti-oxidante e hepatoprotetora. Durante o tratamento, os animais foram mantidos em aquário hospital, com utilização de nova fonte de água, acrescida de sal marinho sintético (3g/L). Oito dias após o início do tratamento, observou-se resolução clínica completa, com desaparecimento das lesões hemorrágicas, ausência de alterações comportamentais e normorexia (Figura 2). Assim, apesar da necessidade de novos estudos com confirmação diagnóstica, acredita-se que o protocolo descrito possa apresentar-se como uma alternativa ao tratamento de toxicoses em peixes ornamentais. 1. Ullah S, et al. Biomarkers of pyrethroid toxicity in fish. Environ Chem Lett; 2019; 17(2):945-73 (1). 2. Yang C, Lim W, Song G. Mediation of oxidative stress toxicity induced by pyrethroid pesticides in fish. Comp Biochem Physiol C Toxicol Pharmacol. 2020
Título do Evento
XXIX Encontro e XXIII Congresso ABRAVAS
Título dos Anais do Evento
Anais do XXIX Encontro e XXIII Congresso da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens - ABRAVAS
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FIEDLER, Renata Tempski et al.. TRATAMENTO DE PROVÁVEL INTOXICAÇÃO POR INSETICIDA PIRETRÓIDE EM KINGUIOS (CARASSIUS AURATUS).. In: Anais do XXIX Encontro e XXIII Congresso da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens - ABRAVAS. Anais...Sâo Paulo(SP) Online, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congressoabravas/392050-TRATAMENTO-DE-PROVAVEL-INTOXICACAO-POR-INSETICIDA-PIRETROIDE-EM-KINGUIOS-(CARASSIUS-AURATUS). Acesso em: 02/05/2025

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