LESÕES ORAIS EM PINGUINS-DE-MAGALHÃES (SPHENISCUS MAGELLANICUS) CAUSADAS POR INTERAÇÃO COM PRESAS COM ESPINHOS

Publicado em 25/11/2021 - ISBN: 978-65-5941-428-4

Título do Trabalho
LESÕES ORAIS EM PINGUINS-DE-MAGALHÃES (SPHENISCUS MAGELLANICUS) CAUSADAS POR INTERAÇÃO COM PRESAS COM ESPINHOS
Autores
  • Luis Felipe Mayorga
  • Renata Hurtado
  • Leandro Egert
  • Renata Cristina Campos Bhering
  • Ralph Eric Thijl Vanstreels
Modalidade
Resumo Científico
Área temática
Medicina de Organismos Aquáticos
Data de Publicação
25/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/congressoabravas/391828-lesoes-orais-em-pinguins-de-magalhaes-(spheniscus-magellanicus)-causadas-por-interacao-com-presas-com-espinhos
ISBN
978-65-5941-428-4
Palavras-Chave
ave marinha, comportamento alimentar, trauma
Resumo
Os pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) visitam a costa brasileira durante o inverno e primavera (1), sendo comum o encalhe de indivíduos juvenis apresentando um quadro de caquexia, desidratação e hipotermia (2). Em condições ideais, os pinguins se alimentam de pequenos peixes pelágicos com alto teor de gordura, como anchoítas e sardinhas. Em condições de rarefação alimentar, eles podem passar a consumir outros itens como cefalópodes e peixes bentônicos, sugerindo perda de seletividade alimentar devido à fome extrema (3;4). Neste trabalho, relatamos a incidência de lesões orais relacionadas à tentativa de predação de peixes com espinhos em pinguins encalhados no sudeste do Brasil. Foram avaliados 473 pinguins-de-Magalhães encalhados vivos no litoral do ES e norte do RJ nos anos de 2012 e 2013 e encaminhados ao Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (IPRAM) para reabilitação. Todas as aves passaram por exame físico à admissão, sendo avaliada a presença de lesões orais. Quando possível, os espinhos foram removidos com pinça e coletados em álcool 70% para posterior identificação da espécie. Os pinguins receberam analgésicos e AINEs, e as lesões limpas com Periogard® BID. Espinhos encapsulados não necessitaram procedimento cirúrgico para remoção, pois eram naturalmente expulsos pelo organismo do animal. Lesões orais foram registradas em 150 pinguins (31,7%), correspondendo a aumentos focais de volume com conteúdo caseoso, fistulados ou não, com diâmetro de até 1,5 cm, na região de comissura oral, palato ou esôfago proximal. As margens da lesão apresentavam-se hiperêmicas e edemaciadas. Quando a lesão estava nas proximidades da articulação mandibular, a ingestão de alimento era prejudicada; por outro lado, lesões no esôfago não aparentavam prejudicar a deglutição. Em 34 casos foi possível remover um ou mais espinhos de peixes teleósteos (22,7% das aves com lesões orais), sendo quase a totalidade identificada como opérculos de larvas pelágicas do falso-peixe-voador (Dactylopterus volitans), com exceção de um espinho serrilhado pertencente a um bagre não identificado (Doradidae). Peixes com espinhos não fazem parte da dieta de pinguins-de-Magalhães; a presença de espinhos destes peixes em lesões orais, associada ao quadro de debilidade e subnutrição apresentado, sugere que estas aves fizeram tentativas de consumir presas atípicas, possivelmente motivadas por fome e inexperiência. A elevada frequência com que estas lesões foram registradas corrobora a interpretação de que a dificuldade em encontrar alimento é um desafio importante para indivíduos juvenis desta espécie em águas brasileiras. Os ferimentos podem dificultar o consumo de outras presas por várias semanas e contribuir ao quadro de subnutrição. Referências bibliográficas: 1 Boersma PD. 2013. Magellanic penguin (Spheniscus magellanicus). In: Borboroglu P, Boersma PD (editors). Penguins: natural history and conservation. Seattle: University of Washington Press; 2013. p.233-63. 2 Hurtado R, et al. Manual de terapia intensiva para pinguins recolhidos na costa brasileira. Cariacica: IPRAM, CEMAVE. 2018. 3 Marques FP, et al. Trophic ecology of Magellanic penguins (Spheniscus magellanicus) during the non-breeding period. Estuarine, Coastal and Shelf Science; 2018; 210:109-22. 4 Brandão ML, et al. Marine debris ingestion by Magellanic penguins, Spheniscus magellanicus (Aves: Sphenisciformes), from the Brazilian coastal zone. Mar Pollut Bull; 2011; 62:2246-49
Título do Evento
XXIX Encontro e XXIII Congresso ABRAVAS
Título dos Anais do Evento
Anais do XXIX Encontro e XXIII Congresso da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens - ABRAVAS
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MAYORGA, Luis Felipe et al.. LESÕES ORAIS EM PINGUINS-DE-MAGALHÃES (SPHENISCUS MAGELLANICUS) CAUSADAS POR INTERAÇÃO COM PRESAS COM ESPINHOS.. In: Anais do XXIX Encontro e XXIII Congresso da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens - ABRAVAS. Anais...Sâo Paulo(SP) Online, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congressoabravas/391828-LESOES-ORAIS-EM-PINGUINS-DE-MAGALHAES-(SPHENISCUS-MAGELLANICUS)-CAUSADAS-POR-INTERACAO-COM-PRESAS-COM-ESPINHOS. Acesso em: 10/07/2025

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