GASTROENTERITE GRAVE EM TAMANDUÁ-BANDEIRA (MYRMECOPHAGA TRIDACTYLA) PARASITADO POR GIGANTORHYNCHUS ECHINODISCUS: RELATO DE CASO

Publicado em 25/11/2021 - ISBN: 978-65-5941-428-4

Título do Trabalho
GASTROENTERITE GRAVE EM TAMANDUÁ-BANDEIRA (MYRMECOPHAGA TRIDACTYLA) PARASITADO POR GIGANTORHYNCHUS ECHINODISCUS: RELATO DE CASO
Autores
  • Keniker Junior Borges Batista
  • Rafael Ferraz de Barros
  • Geovanna Pereira da Mota
  • Camila Mendes De Deus
  • Caroline Shigema Nakagomi
Modalidade
Resumo - Relato de caso
Área temática
Medicina da Conservação
Data de Publicação
25/11/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/congressoabravas/391601-gastroenterite-grave-em-tamandua-bandeira-(myrmecophaga-tridactyla)-parasitado-por-gigantorhynchus-echinodiscus--
ISBN
978-65-5941-428-4
Palavras-Chave
Xenarthra, helminto, ultrassonografia abdominal.
Resumo
Os animais silvestres podem ser hospedeiros reservatórios de diversos parasitos representando uma ameaça para programas de conservação da fauna silvestre, além de seu potencial zoonótico. O conhecimento dos principais helmintos que acometem os xenarthras é fundamental para garantir a escolha do melhor protocolo terapêutico pelo clínico veterinário (1). Objetivou-se relatar um caso de gastroenterite em um espécime de Myrmecophaga tridactyla parasitado por Gigantorhynchus echinodiscus (filo Acanthocephala). O animal foi encaminhado ao Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres de Patos de Minas – IEF em decorrência de um quadro de prostração e apatia. Tratava-se de um indivíduo adulto, macho, 23,5 kg de peso. Na avaliação clínica o paciente se apresentava com escore corporal ruim, desidratado e hipotérmico. Pressão arterial não invasiva sistólica e diastólica se apresentava em 100 mmHg e 60 mmHg, respectivamente. Não foram observadas outras alterações significativas durante a anamnese. Foi realizada coleta de sangue através da punção da veia cefálica. Os valores hematológicos foram compatíveis com um quadro de anemia macrocítica normocrômica, leucopenia, hipoproteinemia e trombocitopenia. Observou-se também aumento das enzimas transaminase pirúvica e amilase pancreática. Não foram encontrados hemoparasitos nos esfregaços de sangue periférico. Testes rápidos para antígeno do vírus da cinomose e anticorpos para erliquiose apresentaram resultados negativos. Foi realizado acesso venoso através da punção da veia cefálica para instituição de fluidoterapia terapêutica. O paciente passou a receber omeprazol (1 mg/kg SID) e dipirona (20 mg/kg TID) ambos pela via intravenosa, sucralfato (1 g TID), ácido ursodesoxicólico (15 mg/kg SID), mesalazina (7 mg/kg TID), ambos pela via oral. No segundo dia de tratamento paciente passou a apresentar quadro de diarreia profusa com presença intensa de helmintos posteriormente identificados como Gigantorhynchus echinodiscus. O paciente passou a receber uma associação de pirantel, praziquantel e fembendazol (10 mg/kg, 5 mg/kg e 30 mg/kg, respectivamente, SID) e azitromicina (10 mg/kg SID), ambos pela via oral. O paciente foi sedado com uma associação de cloridrato de cetamina (1 mg/kg), cloridrato de midazolan (0,4 mg/kg) e dexmedetomidina (1 mcg/kg) para realização de exame ultrassonográfico. Os achados mais significantes foram: aumento da espessura da parede estomacal com perda acentuada das estratificações, sugestiva de processo ulcerativo, peristaltismo intestinal exacerbado e aumento das dimensões e fluxo vascular pancreático. Paciente foi à óbito após 3 semanas de tratamento. Evidenciou-se na necropsia a presença de ulcerações estomacais e petéquias em alças intestinais, compatíveis com lesões causadas pelos ganchos presentes na probóscide do Gigantorhynchus echinodiscus (1, 2). Embora seja um parasito comumente relatado em necropsias de xenarthras, pouco se conhece sobre seus mecanismos patofisiológicos, sugerindo a necessidade de mais estudos sobre o assunto neste grupo de animais. Referências bibliográficas: 1. Oliveira WJ, et al. Caracterização da fauna helmintológica de tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) e tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) atropelados nas rodovias BR-050 e BR-455 (Minas Gerais, Brasil). Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 2020; 72 (06). 2. Gomes APN, et al. New morphological and genetic data of Gigantorhynchus echinodiscus (Diesing, 1851) (Acanthocephala: Archiacanthocephala) in the giant anteater Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758 (Pilosa: Myrmecophagidae). Parasites and Wildlife. 2019; 281–288.
Título do Evento
XXIX Encontro e XXIII Congresso ABRAVAS
Título dos Anais do Evento
Anais do XXIX Encontro e XXIII Congresso da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens - ABRAVAS
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

BATISTA, Keniker Junior Borges et al.. GASTROENTERITE GRAVE EM TAMANDUÁ-BANDEIRA (MYRMECOPHAGA TRIDACTYLA) PARASITADO POR GIGANTORHYNCHUS ECHINODISCUS: RELATO DE CASO.. In: Anais do XXIX Encontro e XXIII Congresso da Associação Brasileira de Veterinários de Animais Selvagens - ABRAVAS. Anais...Sâo Paulo(SP) Online, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congressoabravas/391601-GASTROENTERITE-GRAVE-EM-TAMANDUA-BANDEIRA-(MYRMECOPHAGA-TRIDACTYLA)-PARASITADO-POR-GIGANTORHYNCHUS-ECHINODISCUS--. Acesso em: 16/07/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes