LESÕES NEUROLÓGICAS ASSOCIADAS AO MERGULHO: UM RELATO DE CASO

Publicado em 12/02/2025 - ISBN: 978-65-272-1187-7

Título do Trabalho
LESÕES NEUROLÓGICAS ASSOCIADAS AO MERGULHO: UM RELATO DE CASO
Autores
  • Ana Júlia Carvalho Paulinelli
  • Adriano Bondezan Anatolio
  • João Vitor de Freitas Naresse
  • Matheus Xavier Resende Oliveira
Modalidade
Temas Livres
Área temática
Clínica Médica - Neurologia
Data de Publicação
12/02/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/congresso-clinico-cirugico-454475/927468-lesoes-neurologicas-associadas-ao-mergulho--um-relato-de-caso
ISBN
978-65-272-1187-7
Palavras-Chave
Palavras-chave: Doença Descompressiva; Embolia gasosa; Mergulho; Oxigenoterapia hiperbárica; Recompressão hiperbárica
Resumo
Introdução As lesões associadas ao mergulho têm origem do Barotrauma e da Doença Descompressiva. O Barotrauma é explicado pela Lei de Boyle: a redução da pressão na emersão do mergulhador, a uma temperatura constante, gera o aumento do volume dos gases, como o Oxigênio, podendo causar expansão alveolar, com consequente Pneumotórax e Embolia Gasosa Arterial. Já a Doença Descompressiva é explicada pela Lei de Henry: a solubilidade dos gases varia a uma temperatura constante e sob diferentes pressões, de forma que a descompressão súbita ocasiona menor solubilidade dos gases e maior formação de bolhas. Isso pode ocorrer com bolhas de Nitrogênio (gás inerte) no intravascular (gerando isquemia) ou nos tecidos (gerando inflamação tecidual). Este relato de caso descreve a evolução clínica e manejo terapêutico de um paciente de 43 anos, mergulhador, que apresentou sintomas neurológicos e sistêmicos após um mergulho em profundidade, com suspeita de doença descompressiva. Objetivos Este relato de caso visa descrever a evolução clínica, os achados diagnósticos e a abordagem terapêutica de um paciente com suspeita de doença descompressiva. Método Trata-se de um relato de caso retrospectivo observacional baseado na evidência clínica e análise dos exames complementares coletados a partir dos registros médicos. Resultados Paciente, masculino, 43 anos, mergulhador profissional, sem comorbidades, apresentou dor torácica opressiva imediatamente após mergulho a 20 metros de profundidade. Cerca de 30 minutos depois evoluiu com perda de força de MMII que impedia a deambulação e dificultava a micção. O paciente foi internado em um hospital público e apresentava força grau III proximal em MMII, grau V distal à esquerda e grau III distal à direita, além de hipoestesia térmica, dolorosa, tátil e vibratória com nível sensitivo aproximado em T10. Foi aventada a suspeita de lesão neurológica associada ao mergulho. Durante a internação, exames como Angio-TC de tórax e abdome, Angio-RNM e RNM de neuroeixo foram realizados para afastar diagnósticos diferenciais, não sendo evidenciada dissecção aórtica ou doença isquêmica em medula espinhal. Haja vista os sinais e sintomas clínicos, a hipótese diagnóstica mais provável foi de doença descompressiva, de forma que o paciente recebeu tratamento emergencial com oxigênio em alto fluxo, com melhora progressiva dos sintomas e indicação de tratamento definitivo em câmera hiperbárica. No entanto, o hospital não detinha do tratamento definitivo e, após 3 dias do ocorrido, o paciente decidiu evadir e procurou clínica particular, onde realizou 5 sessões de recompressão hiperbárica com pressão de 2,5 ATA, por 90 minutos, com melhora significativa do quadro e deambulando após a segunda sessão. Recebeu alta com indicação de fisioterapia motora para déficits residuais. Considerações Finais O mergulho, segundo a Associação Internacional de Empreiteiros Marítimos (IMCA), não é isento de riscos e pode resultar em morte por distúrbios disbáricos. Ademais, o manejo da doença descompressiva é desafiador, pois o diagnóstico é prioritariamente clínico e os exames complementares precoces não confirmam ou excluem. Assim, o caso mostra como a oxigenoterapia em alto fluxo mostrou-se benéfica na melhora dos sintomas neurológicos, embora o tratamento definitivo com câmara hiperbárica seja o mais eficaz. Em casos com acometimento neurológico grave, mesmo com tratamento adequado, os déficits podem ser definitivos. Referências Bibliográficas BARRATT, Diana Marie; HARCH, Paul G.; VAN METER, Keith. Decompression illness in divers: a review of the literature. The Neurologist, v. 8, n. 3, p. 186-202, 2002. FÚNEZ, M. Luisa et al. Practice guideline for multidisciplinary investigation of diving fatalities. Spanish Journal of Legal Medicine, 2024. SOARES, Beatriz Delvaux Turano Pessôa. Doença descompressiva e a atividade de mergulho. O Periscópio, v. 70, n. 70, p. 66-75, 2019. VANN, Richard D. et al. Decompression illness. The Lancet, v. 377, n. 9760, p. 153-164, 2011. IMCA. International Code of Practice for Offshore Diving. Rev. 1. London: International Marine Contractors Association, 2007
Título do Evento
I Congresso Clínico Cirúrgico do Triângulo Mineiro
Cidade do Evento
Uberlândia
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Clínico Cirúrgico do Triângulo Mineiro
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

PAULINELLI, Ana Júlia Carvalho et al.. LESÕES NEUROLÓGICAS ASSOCIADAS AO MERGULHO: UM RELATO DE CASO.. In: Anais do Congresso Clínico Cirúrgico do Triângulo Mineiro. Anais...Uberlândia(MG) UFU, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/congresso-clinico-cirugico-454475/927468-LESOES-NEUROLOGICAS-ASSOCIADAS-AO-MERGULHO--UM-RELATO-DE-CASO. Acesso em: 07/05/2025

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