ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL FRENTE A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA

Publicado em 29/08/2024 - ISBN: 978-65-272-0669-9

Título do Trabalho
ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL FRENTE A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA
Autores
  • Eveline de Amorim Rodrigues da Mota
  • Dayanne Caroline De Assis Silva
Modalidade
Resumo expandido - Comunicação Oral
Área temática
Assistência em urgência e emergência e UTI
Data de Publicação
29/08/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/comuepe19/203217-atuacao-da-equipe-multiprofissional-frente-a-parada-cardiorrespiratoria-na-emergencia-pediatrica
ISBN
978-65-272-0669-9
Palavras-Chave
Pediatria. Emergências. Equipe multiprofissional.
Resumo
ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL FRENTE A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA Eveline de Amorim Rodrigues da Mota Dayanne Caroline de Assis Silva2 RESUMO A Parada Cardiorrespiratória (PCR) na pediatria é decorrente da insuficiência respiratória e circulatória. O reconhecimento precoce desse quadro e a prevenção da mesma garante o sucesso da Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), por permitir a prevenção de sequelas, como lesão cerebral irreversível, falência múltipla de órgãos e morte. Para isso é necessário que a equipe multiprofissional disponha de habilidades técnicas e emocionais, além de materiais e infraestrutura diferenciada. O objetivo desse trabalho, foi identificar a atuação da equipe multiprofissional frente a PCR na pediatria. O método tratou-se de uma pesquisa descritiva, transversal de abordagem quantitativa, realizada com uma equipe multiprofissional, de um hospital de rede privada, do município de Caruaru. Os dados foram coletados no período de abril a março de 2019, através de um questionário estruturado contendo 20 questões objetivas. Foram entrevistados 36 profissionais, 18 (50%) médicos, 4 (11,1%) enfermeiros, 10 (27,8%) Técnicos de enfermagem, 4 (11,1%) fisioterapeutas. Dentre os participantes 27 (66,7%) referiam ter efetuado a leitura do Guidelines 2015. No entanto, foi observado o deficit de conhecimento da equipe multiprofissional da instituição em questão, onde indica a necessidade de investimento em cursos de capacitação e programas de educação continuada para os funcionários que lidam com atendimento ao paciente vítima de PCR. Descritores: Pediatria. Emergências. Equipe multiprofissional. INTRODUÇÃO Os principais problemas encontrados nos serviços de emergência pediátrica, envolvem afogamentos, traumas acidentais ou provocados, doenças respiratórias, obstrução das vias aéreas e doenças neurológicas, diarreia, desidratação e intoxicações, os quais podem desencadear ou aumentar os riscos para instalação de uma Parada Cardiorrespiratória (PCR) (MACHADO; LIMA, 2010; NEVES et al., 2016; SILVA, 2016). Segundo as Diretrizes da American Heart Association (AHA), 2015 para Ressuscitação Cardiorrespiratória (RCR) em pediatria, inicia-se através do Suporte Básico de Vida (SBV). As Diretrizes da AHA, recomendam que a sequência de assistência à criança em PCR envolva o início das Compressões, seguido de correção das Vias aéreas, Respiração e Desfibrilação compreendendo-se o C-A-B-D, (excluindo-se recém-nascidos). As diretrizes recomendam que a RCP de alta qualidade assegure a manutenção de cinco componentes: compressões torácicas na frequência adequada; profundidade adequada; permitir o retorno do tórax à posição de repouso entre as compressões; minimizar interrupções entre as compressões e evitar ventilação excessiva. A desfibrilação ocorrerá se DEA disponível e caso sejam identificados os ritmos cardíacos de fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular (TV) sem pulso (GUIMARAES, 2015). De acordo com Silva, (2013) a aplicação das técnicas de SBV e SAV representam ferramentas que podem minimizar a obtenção de tentativas frustradas de reanimação por favorecer o domínio das informações adequadas a serem aplicadas diante da PCR. Frente a este contexto, o presente estudo teve o objetivo de identificar a atuação de uma equipe multiprofissional frente a parada cardiorespiratória no serviço de emergência pediátrica. METODOLOGIA O estudo foi descritivo, transversal de abordagem quantitativa. O mesmo foi realizado em Caruaru, no hospital de rede privada. A população do estudo foi composta por profissionais da emergência pediátrica que realizam prestação do cuidado no momento da ocorrência de uma PCR pediátrica. A amostra foi constituída a partir da pesquisa censitária de 36 profissionais da emergência pediátrica, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. Foram incluídas na pesquisa todos os integrantes que concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O critério de exclusão foi aplicado aos integrantes da equipe que estavam de férias no momento da pesquisa. A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa de campo, através de um questionário elaborado pelo próprio autor. RESULTADOS E DISCUSSÃO Por meio da coleta de dados foi possível identificar as principais variáveis sociodemográficas dos (n=36) 100% profissionais entrevistados, incluindo (n=26) 72,2% sexo feminino e (n=10) 27,8% do gênero masculino, com a faixa etária de idade 25 - 67 anos, média de 37,19 anos. Tabela 1– Características dos profissionais atuantes na emergência pediátrica. Caruaru-PE, 2019. Profissão n % Enfermeiro 4 11,1 Técnico de Enfermagem 10 27,8 Médico 18 50 Fisioterapeuta 4 11,1 Tempo de formação n % Menos de 5 anos 5 13,9 5 a 10 anos 20 55,6 11 a 15 anos 4 11,1 16 a 20 anos 2 5,5 Mais de 20 anos 5 13,9 Especialidade n % Sim 22 61,1 Não 14 38,9 Tipo de especialização n % Residência 3 8,3 Mestrado 0 0 Doutorado 0 0 Outro tipo 19 52,8 Fonte: Elaborada pelos autores. Os profissionais entrevistados ao serem questionados sobre a sensação apresentada na RCP pediátrica, (n=25) 69,4% afirmaram se sentir seguros, apenas (n= 24) 66,7% dos profissionais referiram ter efetuado a leitura do Guidelines 2015. Este estudo foi realizado pela American Heart Association (AHA), foi desenvolvida para que os profissionais executem a ressuscitação de forma segura e universal, além disso, explica o raciocínio adotado nas recomendações (GUIMARÃES, 2015). Os principais sinais de PCR pediátrica mencionada pela equipe entrevistada foi a ausência de pulso (n=29) 80,6%, e (n=25) 69,4% inconsciência. Segundo Guimarães, (2015) a PCR representa a interrupção das atividades respiratória e circulatória. O seu diagnóstico na pediatria é efetuado a partir dos sinais de inconsciência, ausência de movimentos respiratório ou respiração agônica e ausência do pulso de grande calibre. O gráfico 1 demonstra os sinais de PCR pediátrica apontada pelos profissionais entrevistados. Gráfico 1. Sinais de Parada Cardiorrespiratória (PCR) pediátrica mencionadas pelos profissionais da emergência pediátrica entrevistados. Caruaru-PE, 2019. Respostas múltiplas de 36 (trinta e seis) profissionais atuantes na emergência pediátrica. Ao reconhecer a PCR na pediatria, (n=23) 63,9% dos entrevistados recomendaram o início da sequência na ordem correta C-A-B em relação ao atendimento a vítima com a faixa etária superior a 1 ano de idade. Tal sequência não se aplica aos recém-nascidos devido a causa da PCR está relacionada a problemas respiratórios, então adota-se a sequência A-B-C (via aérea, respiração e compressões torácicas) (GUIMARÃES, 2015). Ao avaliar o conhecimento da equipe multiprofissional durante o SBV, envolvendo dois socorristas (n=20) 55,5% referiu que a relação compressão/ventilação deveria ser feita 15:2. O SBV é definido como a sequência primária de reanimação para salvar vidas (TOBASE et al., 2017). Em relação as condutas recomendadas no SAV, apenas (n=6) 16,7% afirmaram ser 100-120 compressões e 1 ventilação a cada 6 segundos durante as manobras de RCP pediátrica. Quanto a relação ventilação por minuto em crianças na adolescência, (n=19) 52,7% dos profissionais afirmaram que deve ser feita 10 ventilações por minuto quando em uso de via aérea avançada. O intervalo entre os ciclos de compressões/ventilações a cada dois minutos foi referido por (n=30) 83,3% dos participantes em um tempo limite de até 10 segundos. A qualidade das manobras de RCP tem relação direta com a redução do tempo de interrupções (ALMEIDA; GUINSBURG, 2016). O retorno total do tórax à posição de repouso após cada compressão, a redução nas interrupções durante as compressões e ventilar adequadamente foi afirmado por (n=30) 83,3%, dos participantes como condutas recomendadas durante a RCP. O retorno do tórax promove uma pressão negativa intratorácica que permite o retorno venoso e o fluxo sanguíneo cardiopulmonar (CARVALHO et al., 2016). Em relação a indicação do uso imediato do desfibrilador automático externo (DEA) durante uma PCR, caso disponível (n=19) 52,8% dos profissionais entrevistados indicaram a necessidade de uso deste dispositivo. Quanto aos tipos de ritmos cardíacos indicados para a desfibrilação (n=7) 19,4% dos profissionais afirmaram que, os tipos de ritmo cardíaco que envolve o uso do DEA são, fibrilação ventricular- (FV) e Taquicardia Ventricular Sem Pulso- (TVSP), conforme descrito no gráfico 2. Dos entrevistados (n=35) 97,2% concordaram que a epinefrina, representa a droga de primeira escolha neste momento. Esta medicação atua como principal vasopressor na PCR em pediatria, por aumentar a taxa de sucesso da reanimação, estimular a intensificação da contratilidade miocárdica e possibilitar o alcance da restauração cardíaca através da melhoria das perfusões cerebral e coronariana (PAULINO et al., 2016). CONCLUSÃO Os resultados obtidos através da análise abrangente dos dados sociodemográficos dos profissionais atuantes durante a PCR ofertada pela equipe multiprofissional na emergência pediátrica demonstraram fragilidade quanto ao grau de conhecimento, o que indica a necessidade de ações de educação permanente com esta equipe. Afim de estimular a leitura e aplicação das informações dispostas no Guidelines (2015), com a intenção de aprimorar os conhecimentos e melhorar a qualidade de atuação da equipe diante deste problema e reduzir a ocorrência de complicações proveniente das dificuldades em lidar com pacientes pediátricos vítima de PCR. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. F. B; GUINSBURG, R. Reanimação do recém-nascido =34 semanas em sala de parto. Diretrizes 2016 da sociedade Brasileira de Pediatria, jan. 2016. Disponível em: <http://wwws.sbp.com.br/reanimacao/wp-content/uploads/2016/01/DiretrizesSBPReanimacaoRNMaior34semanas26jan2016.pdf> Acesso em: 26 mar. 2019. CARVALHO, P. R. A. et al. Diretrizes da ressuscitação cardiopulmonar pediátrica 2015. Consensos e Diretrizes. v.6, n.3, 2016. Acesso em: <http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/251/diretrizes-da-ressuscitacao-cardiopulmonar-pediatrica---2015> Acesso em: 05 out. 2018. GUIMARÃES, H. P. Atualização das diretrizes de PCR e ACE. American Heart Associativo Guidelines, 2015. MACHADO, B; LIMA, S. A qualidade da assistência de enfermagem em pronto-socorro pediátrico. Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil, jul. 2010. Disponível em: <https://docplayer.com.br/34163756-A-qualidade-da-assistencia-de-enfermagem-em-pronto-socorro-pediatrico-pesquisa-bibliografica-1-resumo.html> Acesso em: 16 out. 2018. NEVES, F. G. et al. O trabalho da enfermagem em emergência pediátrica na perspectiva dos acompanhantes. Esc Anna Nery. 2016. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1414-81452016000300208&lng=e&tlng=e> Acesso em: 15 out. 2018. PAULINO, E. P. et al. Avaliação do conhecimento sobre parada e reanimação cardiopulmonar da equipe de enfermagem atuante em um hospital do interior paulista. Lins – SP. 2016 Disponível em: < file:///C:/Users/Eveline%20Amorim/Desktop/TCC%202/conhecimento%20e%20atuação.pdf > Acesso em: 15 mai. 2019. SILVA, I. M. et al. O atendimento de enfermagem em casos de parada cardiorrespiratória (PCR). Biblioteca Virtual de Saúde, out. 2013. Disponível em: <http://www.academia.edu/17287319/Assistencia_de_Enfermagem_ao_Paciente_em_Parada_Cardiorrespiratoria> Acesso em: 16 out. 2018. SILVA, K. C. B. et al. Conhecimento de enfermagem na parada cardiorrespiratória em crianças. Rev. Ciênc. Saúde Nova Esperança. Abr. 2016. Disponível em: <http://www.facene.com.br/wp-content/uploads/2010/11/10.-conhecimento-de-enfermagem-na-parada_pronto.pdf> Acesso em: 13 set. 2018. TOBASE, L. et al. Suporte básico de vida: avaliação da aprendizagem com uso de simulação e dispositivos de feedback imediato. Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.25 Ribeirão Preto 2017. 30 out. 2017 Disponível em: < www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010411692017000100388&lng=pt&tlng=pt> Acesso em: 19 mai. 2019.
Título do Evento
II CONGRESSO MULTIPROFISSIONAL EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE PERNAMBUCO
Cidade do Evento
Cabo de Santo Agostinho
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Multiprofissional em Urgência e Emergência de Pernambuco
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

MOTA, Eveline de Amorim Rodrigues da; SILVA, Dayanne Caroline De Assis. ATUAÇÃO DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL FRENTE A PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA NA EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA.. In: Anais do Congresso Multiprofissional em Urgência e Emergência de Pernambuco. Anais...Cabo de Santo Agostinho(PE) Hotel Canariu's de Gaibu, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Comuepe19/203217-ATUACAO-DA-EQUIPE-MULTIPROFISSIONAL-FRENTE-A-PARADA-CARDIORRESPIRATORIA-NA-EMERGENCIA-PEDIATRICA. Acesso em: 24/06/2025

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