AUTOMEDICAÇÃO POR PARTE DOS ENFERMEIROS EMERGENCISTAS NO BRASIL

Publicado em 29/08/2024 - ISBN: 978-65-272-0669-9

Título do Trabalho
AUTOMEDICAÇÃO POR PARTE DOS ENFERMEIROS EMERGENCISTAS NO BRASIL
Autores
  • Jéssica Sayonara Tomaz Neves
  • Maria Karoline Santos Lima
  • Marillya Pereira Marques Diniz
  • Angela Mônica Almeida de Sousa
  • Cleber Freire Tavares da Silva
  • Layla Christina De Oliveira Lira
  • Maria do Carmo Aranha Almeida
  • Josivan Soares Alves Júnior
Modalidade
Resumo expandido - Comunicação Oral
Área temática
Saúde Pública
Data de Publicação
29/08/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/comuepe19/202773-automedicacao-por-parte-dos-enfermeiros-emergencistas-no-brasil
ISBN
978-65-272-0669-9
Palavras-Chave
Automedicação, Emergência e Efeitos adversos.
Resumo
Resumo: Este trabalho busca apresentar, estudos referidos a pratica de automedicação no Brasil pelos enfermeiros da emergência, identificando o motivo dos profissionais praticarem a automedicação. Foi realizada uma análise integrativa com a utilização de 141 artigos científicos publicados nos últimos 12 anos a partir da Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS), tomando como base de dados o LILACS e BDENF. Foi observado que a procura imediata por saúde compreende um vasto espectro de usuários da automedicação. No Nordeste brasileiro, (23,8%) fazem uso da automedicação, sendo jovens (16,1%) com média de idade de 33 anos com prevalência do sexo feminino e (48,2%) possuem formação especializada. Os que mais utilizam-se da pratica da automedicação são os médicos com (43%), em segundo lugar destacam-se os enfermeiros e odontólogos com (32,4%). Os trabalhadores com doenças ocupacionais que estão submetidos a sobrecarga de trabalho e estresse constante somam grande parcela dos que automedicam-se. As enfermidades mais comuns que foram relatadas pelos entrevistados são dores de cabeça (24%), e dores nas costas (19%). As drogas mais utilizadas são: analgésicos, anti-inflamatórios e psicotrópicos Deste modo, se torna essencial à reflexão por parte dos profissionais, que a automedicação ou auto prescrição tem diversos pontos negativos, e quem recorre a essa prática pode acarretar em efeitos adversos que em sua maioria podem se tornar irreversíveis. Torna-se assim a facilidade do tratamento feito por conta própria inadequada tendo em vista os inúmeros prejuízos trazidos não somente a saúde do responsável como também refletindo nos cuidados ao paciente da emergência, este que em sua maioria necessita de cuidados rápidos e qualificados devido ao quadro que se apresenta a maioria das vitimas. 1. INTRODUÇÃO Segundo Melo (2019) a automedicação é a pratica de consumir fármacos sem a prescrição médica ou do dentista. Na sociedade brasileira onde há uma saúde mal estruturada e que muitas pessoas não têm condições para pagar um plano de saúde, no Brasil, segundo a associação de indústrias farmacêuticas (Abifarma) morrem 20 mil pessoas vitimas da automedicação esse fato deve-se á facilidade de compra, a dificuldade e má qualidade de atendimento de saúde no Brasil. A prática de fazer uso segundo costumes antigos que passaram de geração em geração e também segundo a vivência popular, como recorrer a plantas medicamentosas acontece desde os primórdios e hoje com a evolução sociocultural e tecnológica o consumo está direcionado aos medicamentos industrializados. De acordo com Arrais et al. (2016) a prevalência da automedicação no Brasil foi de 16,1% (IC95% 15,0–17,5), sendo maior na região Nordeste (23,8%; IC95% 21,6–26,2). Os analgésicos e os relaxantes musculares foram os grupos terapêuticos mais utilizados por automedicação, sendo a dipirona o fármaco mais consumido. No geral, a maioria dos medicamentos usados por automedicação foi classificada como isentos de prescrição (65,5%). Assim que o profissional sente uma dor na coluna, ou percebe uma diferença em sua temperatura, encontra medicamentos de forma muito prática nas ambulâncias, e, em farmácias, onde aparentemente seria um lugar seguro para o armazenamento e compra dos medicamentos, muitos são disponibilizados sem prescrição médica partindo apenas da confiança de quem os consume. Os enfermeiros sentem-se seguros a realizar o uso indiscriminado de medicamentos mesmo quando os alívios são em sua maioria imediatos, sendo uma medida paliativa concomitante a diversos riscos. A automedicação pode vir acompanhada de outras atitudes, como a dosagem incorreta, frequência maior ou menor que o necessário e o uso acompanhado de outros fármacos, na tentativa de acelerar o processo de cura. Podendo levar à intoxicação, dificuldade em certos diagnósticos, dependência, resistência á algumas doenças e a morte (SILVA et al., 2015). 2. METODOLOGIA Para a realização do presente estudo, foram analisados 40 artigos, onde 10 foram selecionados com os critérios de inclusão; Conteúdos não repetidos, que fossem publicados nos últimos 12 anos. Onde o principal objetivo foi encontrar artigos que tratassem da causa da automedicação por enfermeiros da emergência. Como base de dados utilizou-se: Foi realizada uma análise integrativa com a utilização de 141 artigos científicos da Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS), tomando como base de dados o LILACS e BDENF. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os principais motivos que geram o uso inadequado desses fármacos são interesses econômicos, políticos, fatores estruturais e os padrões de uso de medicamentos na sociedade. Aspectos como a relação na comunicação entre profissionais e pacientes no sistema de saúde, suas percepções, valores e crenças que determinam as atitudes individuais com relação à busca de solução para os problemas de saúde (NAVES et al.; 2008). Os altos níveis de automedicação são decorrentes de doenças atribuídas a sobrecarga de trabalho, os fenômenos psicossociais de pacientes que são só matizados ao estresse dos profissionais e atingem a qualidade física e mental nas grandes demandas de atividades exercidas nas emergenciais das ambulâncias. Vários sintomas e doenças são atribuídos devido a o excesso de trabalho, sendo elas: hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, etilismo, estresse, distúrbios osteomusculares relacionado ao trabalho, além de angústia e depressão que causam danos físicos e mentais aos enfermeiros Pereira et al. (2017). O Estudo de Worm et al. (2016) que avaliam o riscos do trabalho do enfermeiro nas UTI´S Móveis revelou por meio do índice dos fatores de riscos estão relacionados aos problemas físicos, psicológicos e sociais. Quando avaliado os danos físicos, a avaliação foi moderada, crítica. Ainda foi encontrado avaliação moderada, crítica e considera que os distúrbios biológicos são causados pelo trabalho, sendo os mais comuns os distúrbios musculoesqueléticos. Essas dores ocorrem devido ao excesso de trabalho e sobrecarga muscular. Os danos psicológicos estão relacionados a responsabilidade na precisão do atendimento onde qualquer erro pode ser fatal. Estes fatores levam os profissionais a se automedicar visto que se torna mais pratico resolver suas dores e confusões psicológicas. Foram realizadas pesquisas, quanti-qualitativas, com 100% dos profissionais do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Cajazeiras - PB. A partir disso, viu-se que 80% dos profissionais afirmaram realizar automedicação apesar do conhecimento sobre os riscos e consequências da prática. Dentre os medicamentos pesquisados, a utilização de analgésicos e anti-inflamatórios foi os mais mencionados. Antibióticos foram os menos utilizados. (MELO; CASTRO, 2015). O predomínio da faixa etária dos profissionais que atuam no APH, descrito nos resultados foram de 28 a 48 anos. Onde 78,4% eram técnicos de enfermagem e 21,6% enfermeiros, formados. A autonomia foi o componente mais importante da satisfação profissional, seguido componente remuneração, interação, requisitos do trabalho, normas organizacionais e “status” profissional (PAI et al., 2015). A automedicação, baseada na formação e prática, revela o descuidado dos profissionais de enfermagem que buscam minimizar sintomas físicos ou psíquicos sem a recomendação médica adequada. As drogas usualmente consumidas na automedicação são: analgésicos, anti-inflamatórios e psicotrópicos. A formação e a prática proporcionam ao profissional o conhecimento sobre doenças, seus sinais, sintomas e fármacos utilizados para o tratamento de suas enfermidades. Estes conhecimentos são fundamentais para a prática do cuidado, no entanto, utilizar tais fundamentos sobre saúde e doença para autodiagnóstico e automedicação, sem a adequada avaliação de um profissional especializado, pode ser entendido como negligencia (BAGGIO; FORMAGGIO, 2009). Constatou-se também que as maiores causas da violência no pré-hospitalar são a demora na chegada à ocorrência e a desconformidade com o atendimento prestado, ainda os episódios de violência laboral no APH afetam emocionalmente os trabalhadores, causam desinteresse pelo trabalho, sendo estes motivos de insegurança, transtornos psicológicos que levam a recorrer a automedicação e propicia melhor conforto e alivio da carga negativa atribuída nesses tipos de ocorrências (SOARES et al., 2018). 4. CONCLUSÃO Foi possível concluir que mesmo a automedicação sendo uma prática como um todo perigosa, é utilizada cotidianamente como algo natural pelos enfermeiros. Foi identificado como motivos que os levam a se automedicar, carga horária exaustiva, não veem necessidade de buscar a ajuda de outro profissional, a difícil acessibilidade à saúde no Brasil, praticidade de se medicar, a alta carga de estresse e pressão psicológica enfrentada por eles no trabalho, também com a percepção de tentar passar uma imagem de corpo e mente saudável. Medidas preventivas e educativas devem ser aplicadas, como educação continuada, campanhas de conscientização associadas ao governo e instituições tanto acadêmicas quanto hospitalares, contribuindo para a diminuição dos riscos não só a saúde do profissional bem como a do paciente. 5. REFERÊNCIAS ARRAIS, Paulo Sérgio Dourado et al. Prevalência da automedicação no Brasil e fatores associados. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 50, n. 2, p.1-11, 14 jan. 2016. BAGGIO, Maria Aparecida; FORMAGGIO, Filomena Maria. AUTOMEDICAÇÃO: DESVELANDO O DESCUIDADO DE SI DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM. Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, p.224-228, 12 jul. 2009. MELO, Maria Erilene dos Santos et al. A AUTOMEDICAÇÃO E O USO ABUSIVO DE FÁRMACOS PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE. Mostra Interdisciplinar do curso de Enfermagem, [S.l.], v. 3, n. 2, jun. 2019. ISSN 2448-1203. MELO, Daniela Oliveira de; CASTRO, Lia Lusitana Cardozo de. A contribuição do farmacêutico para a promoção do acesso e uso racional de medicamentos essenciais no SUS. Revista Ciências da Saúde, São Paulo, v. 22, n. 1, p.235-244, 9 set. 2015. NAVES, Janeth de Oliveira Silva et al. Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivações. Revista Ciências da Saúde Coletiva, Brasilia, v. 12, n. 1, p.1751-1762, 1 set. 2008. PAI, Daiane dal et al. Equipes e condições de trabalho nos serviços de atendimento pré-hospitalar móvel: revisão integrativa. Revista Eletrônica de Enfermagem, Rio Grande do Sul, v. 17, n. 4, p.2-12, 31 dez. 2015. PEREIRA, Itaniele Francisca et al. Depressão e uso de medicamentos em profissionais de enfermagem. Revista. Arq. Ciênc. Saúde, Minas Gerais, v. 24, n. 1, p.70-74, 23 abr. 2017. SILVA, Alexandre do Nascimento et al. AUTOMEDICAÇÃO: o descuidado de si entre dos profissionais do serviço móvel de urgência e emergência. Revista Ciência e Desenvolvimento, Vitória da Conquista, v. 8, n. 2, p.125-140, 05 ago. 2015. WORM, Fabiana A. et al. RISCO DE ADOECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM NO TRABALHO EM ATENDIMENTO MÓVEL DE URGÊNCIA. Revista Cuidarte, Santa Catarina, v. 7, n. 2, p.1288-1296, 07 abr. 2016. SOARES, Millâny Kivia Pereira Soares et al. Perfil dos usuários atendidos por um serviço préhospitalar móvel de urgência no nordeste brasileiro. Revista Online de Pesquisa, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, p.503-509, 10 abr. 2018.
Título do Evento
II CONGRESSO MULTIPROFISSIONAL EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA DE PERNAMBUCO
Cidade do Evento
Cabo de Santo Agostinho
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Multiprofissional em Urgência e Emergência de Pernambuco
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

NEVES, Jéssica Sayonara Tomaz et al.. AUTOMEDICAÇÃO POR PARTE DOS ENFERMEIROS EMERGENCISTAS NO BRASIL.. In: Anais do Congresso Multiprofissional em Urgência e Emergência de Pernambuco. Anais...Cabo de Santo Agostinho(PE) Hotel Canariu's de Gaibu, 2019. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/Comuepe19/202773-AUTOMEDICACAO-POR-PARTE-DOS-ENFERMEIROS-EMERGENCISTAS-NO-BRASIL. Acesso em: 02/05/2025

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