RELAÇÃO ENTRE DOENÇA DE CROHN E DEPRESSÃO: ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E EPIDEMIOLÓGICOS

Publicado em 27/01/2023 - ISBN: 978-85-5722-552-7

DOI
10.29327/1169609.1-2  
Título do Trabalho
RELAÇÃO ENTRE DOENÇA DE CROHN E DEPRESSÃO: ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E EPIDEMIOLÓGICOS
Autores
  • ROBERTA PEREZ
  • Isabella Santos Domingues
  • Karoline Favoreto
  • Livia Ometto Figueiredo
Modalidade
Resumo
Área temática
Geral
Data de Publicação
27/01/2023
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/comaae2022/585976-relacao-entre-doenca-de-crohn-e-depressao--aspectos-fisiopatologicos-e-epidemiologicos
ISBN
978-85-5722-552-7
Palavras-Chave
Depressão, Inflamação, Doença de Crohn, Doença Crônica.
Resumo
Introdução: A Doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal crônica, com períodos de atividade e remissão, intimamente influenciados por fatores ambientais, imunológicos e genéticos. É uma doença imunomediada regida por um estado pró-inflamatório que leva a agressões na mucosa intestinal. Em paralelo, pacientes com DC, comumente desenvolvem quadros depressivos-ansiosos, que podem ser explicados pela interação bidirecional que envolve o eixo cérebro-intestino. Portanto, o objetivo é identificar e descrever a relação entre DC e transtornos depressivos. Metodologia: Realizou-se uma revisão bibliográfica nas bases de dados SciELO, PubMed, Lilacs e Google Scholar utilizando os descritores Depressão, Doença de Crohn, Doença Crônica, Inflamação. Foram selecionados 15 artigos, sem restrição temporal de publicação. Resultados: Pesquisas revelaram predominância de depressão em pessoas portadoras de doenças crônicas, que pode ser explicado pela redução de qualidade de vida e autopercepção negativa da saúde, vinculada às restrições alimentares, às atividades sociais e laborais, fenômeno esse ainda mais expressivo em pacientes portadores da DC, especialmente em períodos ativos. Sabe-se que o intestino e cérebro estão intimamente relacionados através do eixo cérebro-intestino, desempenhando uma modulação psico-neuro-endócrina-imune fundamental na patogênese da DC. Consequentemente, a via de imunomodulação compreende aferências autonômicas vagais, NTS em SNC, e eferências de respostas intestinais, que incluem o sistema imunológico intestinal. Associa-se também, o estresse, representado pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, estimulado por neurônios do NTS, causando alterações na mucosa intestinal. Logo, a desregulação imunológica e a carga inflamatória intestinal na DC, com mediadores inflamatórios IL-1, IL-6 e TNF-a, estimula domínios fisiopatológicos que caracterizam o comportamento psiquiátrico, vinculados com o metabolismo dos neurotransmissores, função neuroendócrina, plasticidade e comportamento sináptico. O aumento dessas citocinas interage com vias neurais por interação humoral, através da competência de permear a barreira hematoencefálica e interagir com fibras aferentes vagais, e por interação celular, em que células imunes periféricas adentram a circulação cerebral. Essa interação resulta na diminuição da disponibilidade de neurotransmissores monoaminas, produção de metabólitos neurotóxicos e ativação da via de quineurenina, que somados aos fatores debilitantes e restritivos causados pela DC, predispõem ao desenvolvimento de sintomas depressivos. A interação bidirecional neuro-entérica permite supor que a depressão seja fator de risco para desenvolvimento da doença inflamatória intestinal, em pacientes com sintomas gastrointestinais. Portanto, o estresse persistente nos episódios depressivos induz perturbações intestinais, determinando alterações de motilidade, secreção, sensibilidade visceral, permeabilidade e inflamação intestinal. Além disso, estimula o eixo HPA, mediando desequilíbrio entre amígdala e córtex pré-frontal, influenciando negativamente no sistema imunológico periférico através de vias autonômicas e neuroendócrinas, desencadeando maior expressão inflamatória leucocitária mediada por NF-B e IL-6, e hipersecreção de citocinas pró-inflamatórias. Apesar dessas constatações, existe a possibilidade da depressão pré-mórbida ser consequência dos sintomas gastrointestinais prévios de DC não diagnosticada, o que dificulta o estabelecimento concreto da fisiopatologia entre essas doenças. Conclusão: Conclui-se que a relação existente entre a DC e os transtornos depressivos deve nortear a conduta médica perante pacientes portadores da doença. Apesar dessas constatações, mostra-se necessário maior aprofundamento de estudos para definir a natureza fisiopatológica desta relação e então incorporar as medidas necessárias ao manejo desses pacientes.
Título do Evento
III Congresso Médico Acadêmico Albert Einstein
Cidade do Evento
São Paulo
Título dos Anais do Evento
Anais do Terceiro Congresso Médico Acadêmico Albert Einstein
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

PEREZ, ROBERTA et al.. RELAÇÃO ENTRE DOENÇA DE CROHN E DEPRESSÃO: ASPECTOS FISIOPATOLÓGICOS E EPIDEMIOLÓGICOS.. In: Anais do Terceiro Congresso Médico Acadêmico Albert Einstein. Anais...São Paulo(SP) FICSAE - Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/comaae2022/585976-RELACAO-ENTRE-DOENCA-DE-CROHN-E-DEPRESSAO--ASPECTOS-FISIOPATOLOGICOS-E-EPIDEMIOLOGICOS. Acesso em: 08/09/2025

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