O OLFATO, A INCONFIDÊNCIA E UM VESTIDO-CAMISA

Publicado em 26/12/2024 - ISBN: 978-65-272-0969-0 | ISSN 2236-0719

DOI
10.29327/coloquiocbha2023.623428  
Título do Trabalho
O OLFATO, A INCONFIDÊNCIA E UM VESTIDO-CAMISA
Autores
  • Angela Brandão
Modalidade
Comunicação (para membros do CBHA)
Área temática
Urdiduras metodológicas
Data de Publicação
26/12/2024
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/coloquiocbha2023/623428-o-olfato-a-inconfidencia-e-um-vestido-camisa
ISBN
978-65-272-0969-0 | ISSN 2236-0719
Palavras-Chave
Cinco Sentidos;,Olfato, Inconfidência Mineira, História da Moda, Iluminismo.
Resumo
Embora os estudos sobre moda e têxteis no Brasil tenham recebido importantes contribuições nos últimos anos, ainda restam muitos pontos a serem esclarecidos, especialmente no que tange o período colonial e, tanto mais, por uma lente histórico-artística. Na Sacristia da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Conceição do Mato Dentro-MG, encontra-se um teto pintado, cuja autoria ainda está sob investigação, com representações das Cinco Chagas de Cristo, combinadas a Alegorias femininas das Três Virtudes Teologais e dos Cinco Sentidos. Interessa-nos observar especialmente a Alegoria do Olfato, com ênfase no modo como está vestida. Em lugar dos vestidos de luxo, ao estilo da aristocracia do Antigo Regime, veste uma camisola branca. A representação do Olfato como Alegoria feminina, como de resto a dos demais Sentidos, adotou desde o século XV o caráter das Ninfas Antigas. Esta seria a primeira hipótese para explicar o modo como está vestida. Para compreender melhor a questão, é preciso recuperar o artigo de Nordenfalk, The Five Senses in Late Medieval and Renaissance Art, de 1985. Mas não apenas. Importa abranger os aspectos culturais que envolvem a representação do Olfato no século XVIII a partir de autores como Robert Jütte, em seu livro de 2005, A History of the Senses, ou Michel Delon, em seu Savoir Vivre Libertin, de 2000, além do recurso a fontes primárias, como a obra do Padre Balthazar da Encarnação, Cidade da Consciencia em cinco discursos pelos cinco sentidos, editado em Lisboa, no ano de 1700. Ocorre que nosso problema não estará resolvido somente com o entendimento dos significados do Olfato e dos Cinco Sentidos no contexto Setecentista, pois o modo como a Alegoria está vestida requer outras explicações. Isso nos remete a autores como Carolina Weber, Giorgio Riello ou Daniel Roche, para tratar da mudança na moda, por influência do Iluminismo, de abandono dos luxos dos trajes de corte, em direção a escolhas mais simples e campestres, como o vestidocamisa de musselina branca, que se tornaria um símbolo de despojamento rousseauniano; um gosto bucólico arcádico e um sinal das transformações da produção de tecidos na Europa; um passo aristocrático ambiguamente revolucionário. Ademais, numa proposta intertextual, arriscaremos combinar nossa Alegoria do Olfato com os poemas de Tomás Antônio Gonzaga dedicados a Marília e os acontecimentos políticos em torno da Inconfidência Mineira.
Título do Evento
43º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte
Cidade do Evento
Juiz de Fora
Título dos Anais do Evento
Urdiduras metodológicas: escolhas e disposições na pesquisa em história da arte. Anais do 43º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

BRANDÃO, Angela. O OLFATO, A INCONFIDÊNCIA E UM VESTIDO-CAMISA.. In: Urdiduras metodológicas: escolhas e disposições na pesquisa em história da arte. Anais do 43º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte. Anais...Juiz de Fora(MG) Museu de Arte Murilo Mendes – MAMM, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/coloquiocbha2023/623428-O-OLFATO-A-INCONFIDENCIA-E-UM-VESTIDO-CAMISA. Acesso em: 10/08/2025

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