ASPIRAÇÕES EUCRÔNICAS: DEBATES SOBRE ANACRONISMOS E INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS EM MODESTO BROCOS.

Heloisa Selma Fernandes Capel

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Resumo

DOI

10.29327/coloquiocbha2023.621885

Título do Trabalho

ASPIRAÇÕES EUCRÔNICAS: DEBATES SOBRE ANACRONISMOS E INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS EM MODESTO BROCOS.

Autores

Heloisa Selma Fernandes Capel

Modalidade

Comunicação (para membros do CBHA)

Área temática

Urdiduras metodológicas

Data de Publicação

26/12/2024

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/coloquiocbha2023/621885-aspiracoes-eucronicas--debates-sobre-anacronismos-e-interpretacao-das-imagens-em-modesto-brocos

ISBN

978-65-272-0969-0 | ISSN 2236-0719

Palavras-Chave

Modesto Brocos; Eucronismo; Anacronismo

Resumo

Na perspectiva da história da arte encontramos as ambições historiadoras em conjugar tempo e manifestações artísticas. Todavia, considera-se que, contemporaneamente, tal concepção esbarrou em críticas que atingiram a história tradicional e as perspectivas convencionais no trato com as imagens, ao colocar em debate o eucronismo do historiador, ou seja, a ambição de correspondência e significação entre imagens e seu próprio tempo. Tal procedimento fez com que as imagens fossem tratadas metodologicamente pelas convenções controladas da disciplina com status de legitimidade epistêmica. Os historiadores ambicionam investigar os fenômenos históricos em sua historicidade, entendendo-os com a convocação da própria época que emoldura os fatos e que conforma, eucronicamente, a cronologia e o sentido. Para historiadores clássicos, portanto, o anacronismo, condenado como a intrusão de uma época em outra, seria uma heresia historiográfica. Para o fundador dos Annales, Lucien Febvre, o anacronismo seria o maior de todos os pecados de um historiador. Trazendo o debate para o campo da história da arte e ressuscitando autores da linhagem de J. Burkhardt e Aby Warburg ou mesmo dialogando com Walter Benjamin, encontramos autores como Georges Didi-Huberman que recuperam o pensamento pelas imagens, suas múltiplas temporalidades e o inexorável olhar anacrônico no ato interpretativo dos que tecem a intriga dos tempos. Partindo do confronto entre eucronia e anacronia, a comunicação explora os métodos de análise das imagens de Modesto Brocos (1852-1836) incluindo seu contexto de produção e recepção e a conformação de seu pensamento e identidade artística, considerados contemporaneamente, com uma natureza racista e excludente, especialmente a partir de sua tela Redenção de Cã /1895 (Fig.1). Em que pese a importância das discussões atuais sobre o racismo estrutural e os aportes histórico-culturais que recebeu no século XIX, a comunicação alerta para o uso indiscriminado de interpretações anacrônicas e sua cultura de cancelamento (Fig.2). Com preocupações metodológicas, pondera que a investigação sobre o artista precisa movimentar-se entre extremos, considerando, por um lado, os questionamentos atuais sobre as posturas que alimentam o racismo no século XIX , ao mesmo tempo em que investiga o olho da época e o diálogo que complexifica sua natureza identitária e suas multiplas determinações.

Título do Evento: 43º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte
Cidade do Evento: Juiz de Fora
Título dos Anais do Evento: Urdiduras metodológicas: escolhas e disposições na pesquisa em história da arte. Anais do 43º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital
DOI

Como citar

CAPEL, Heloisa Selma Fernandes. ASPIRAÇÕES EUCRÔNICAS: DEBATES SOBRE ANACRONISMOS E INTERPRETAÇÃO DAS IMAGENS EM MODESTO BROCOS... In: Urdiduras metodológicas: escolhas e disposições na pesquisa em história da arte. Anais do 43º Colóquio do Comitê Brasileiro de História da Arte. Anais...Juiz de Fora(MG) Museu de Arte Murilo Mendes – MAMM, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/coloquiocbha2023/621885-ASPIRACOES-EUCRONICAS--DEBATES-SOBRE-ANACRONISMOS-E-INTERPRETACAO-DAS-IMAGENS-EM-MODESTO-BROCOS. Acesso em: 07/07/2025