OCORRÊNCIA DE ICTERÍCIA NEONATAL EM UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCO

Publicado em 08/05/2018 - ISSN: 2595-3834

Título do Trabalho
OCORRÊNCIA DE ICTERÍCIA NEONATAL EM UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCO
Autores
  • Kéllida Moreira Alves Feitosa
  • Gésica Suleny Nunes Duarte
  • Priscila Santos Alves Melo
  • Danielle Santos Alves
  • Leila Katz
  • Aline Maria de Amorim
Modalidade
Tema Livre
Área temática
Enfermagem Obstétrica e Neonatal fazendo a diferença no cenário nacional
Data de Publicação
08/05/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cobeon/67262-ocorrencia-de-ictericia-neonatal-em-uma-maternidade-de-baixo-risco
ISSN
2595-3834
Palavras-Chave
Clampeamento tardio. Icterícia Neonatal. Clampeamento Precoce.
Resumo
Introdução: A icterícia neonatal é uma condição clínica, que afeta a saúde do recém-nascido, caracterizada pela coloração amarelada da pele, mucosas e outros órgãos1. A icterícia aparece em bebês saudáveis quando há um nível excessivo de bilirrubina acumulada no sangue (acima de 10mg/dl), sendo considerada uma ocorrência comum, uma vez que existe uma tendência à elevação dos níveis de bilirrubina em recém-nascidos, quando comparado ao adulto, devido à imaturidade do fígado, que não consegue metabolizar com eficácia o excesso dessa substância no organismo2. Vários fatores podem contribuir para a ocorrência de icterícia neonatal e ainda não existem estudos com resultados suficientes sobre o impacto que o clampeamento tardio do cordão umbilical pode causar sobre a saúde do recém-nascido3. Diante do possível excesso de volume de sangue que é transferido ao neonato pelo cordão umbilical, quando seu fígado supostamente ainda está imaturo para metabolizar uma grande quantidade de bilirrubina3. O momento ideal para realizar o clampeamento tardio do cordão ainda permanece controverso. O fluxo placentário parece cessar em dois minutos, contendo em média 20 ml de sangue, que equivale a aproximadamente 30% do volume sanguíneo no recém-nascido4. Nesse sentido, retardar o clampeamento após três minutos ou até cessarem as pulsações permite a transfusão placentária de maior quantidade de sangue, considerada uma medida fisiológica que não está associada a efeitos adversos relevantes para o neonato5. Objetivo: Identificar a ocorrência de icterícia neonatal em uma maternidade de baixo risco. Métodos: Trata-se de um estudo observacional do tipo transversal, descritivo, com abordagem quantitativa, realizado em junho de 2017, no alojamento conjunto do Hospital da Mulher do Recife, em Pernambuco, região Nordeste. Os dados foram coletados por meio da análise em prontuário eletrônico e de entrevista realizada com as puérperas que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa Foi utilizado como instrumento para coleta de dados um formulário estruturado, contendo as informações pertinentes para a realização da pesquisa. Os critérios de inclusão foram: recém-nascidos de parto normal, de mulheres de baixo risco, com idade gestaional de 37 a 42 semanas, gestação de feto único, peso ao nascer maior ou igual a 2.500Kg e apgar maior ou igual a seis no primeiro e quinto minuto. Foram excluídos do estudo os recém-nascidos com anomalia congênita. Os dados foram tabulados em um banco de dados e analisados pelo programa Microssoft Excel 2010. O estudo atendeu às determinações do Conselho Nacional de Saúde 466/2012, iniciado somente após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, sob nº 2.102.608/2017. Resultados: A amostra deste estudo contemplou 75 recém-nascidos, em sua maioria a assistência foi prestada por enfermeiros obstétricos (77,3%;n=58). A média de peso ao nascer foi de 3.336g, com apgar > 7 no 1º e 5º minuto de vida 90,6% (n=67) e 98,7% (n=73), respectivamente. A maioria teve contato pele a pele imediato após o nascimento (86,7%;n= 59), amamentação na primeira hora (50,7%;n=38), e regularidade na amamentação durante os dias de internamento (77,3%;n=58). Estudos comprovam que o contato pele a pele nos primeiros minutos de vida do neonato permite acalmar, aliviar a dor, reduzir riscos de infecção neonatal, promover a vinculação com a sua genitora e favorecer a manutenção da amamentação. Além disso, traz consideráveis benefícios à saúde da materna, como aumento dos níveis de ocitocina, que promove a diminuição dos riscos de hemorragia pós-parto3. Apesar de um pouco mais da metade da amostra ter amamentado na primeira hora de vida, esse número é considerado preocupante, tendo em vista o que preconiza o Ministério da Saúde, todo recém-nascido deverá ser colocado junto à mãe na primeira meia hora de vida, sempre que ambos estiverem em boas condições2. No presente estudo o clampeamento tardio do cordão umbilical ocorreu em 78% dos casos, sendo a maioria em tempo oportuno (após cessarem as pulsações), e 13% da amostra apresentou icterícia neonatal nas primeiras 24 horas de vida. Destes, somente 9% necessitaram realizar fototerapia. A técnica do clampeamento precoce em salas de parto ainda é realizada por grande parte dos profissionais de saúde que prestam cuidados imediatos e mediatos ao recém-nascido, por acreditarem que tal pratica é um indispensável método profilático para a ocorrência de icterícia neonatal e policitemia, uma vez que pinçar o cordão umbilical logo após o parto diminui cerca de 20% no volume de sangue transferido ao neonato e consequentemente diminui também o volume de glóbulos vermelhos, que segundo alguns estudiosos chegam a ser reduzidos em até 50% com o pinçamento imediato5. Contudo, uma revisão sistemática com ensaios clínicos que compararam o clampeamento imediato e o clampeamento tardio em neonatos a termo para determinar sua influência na ocorrência de anemia, policitemia e icterícia neonatal nas primeiras 24h de vida5. Até meados dos quatro meses de vida, ficou evidenciado que o pinçamento tardio, apesar de aumentar os níveis de hematócritos no plasma do neonato, não foi relacionado à ocorrência de policitemia ou mesmo icterícia na criança2. Conclusão: Foi possível identificar no presente estudo uma reduzida casuística de icterícia neonatal, mesmo em recém-nascidos que tiveram o clampeamento tardio. Contudo, torna-se necessária a continuidade do estudo, no intuito de aumentar a amostra para que seja possível realizar uma análise mais aprofundada da prevalência e dos fatores associados à icterícia neonatal quando o clampeamento é realizado tardiamente. Contribuições e/ou implicações para a enfermagem obstétrica: O presente estudo possibilita identificar o clampeamento oportuno do cordão umbilical como uma prática segura e baseada em evidências científicas sólidas, devendo, portanto, ser disseminada na assistência ao recém-nascido em sala de parto de forma segura, eficaz e livre de danos à mulher e ao neonato. Referências 1. Mercer MS, Rocha F. Icterícia neonatal: caracterização populacional e repercussões no neurodesenvolvimento ao longo dos três primeiros anos de vida, 2013. Dissertação (Mestrado em Medicina), Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Beira interior, 2013. 2. González AC, et al. Hiperbilirrubinemia neonatal agravada. Rev Cubana Ped, 2010;82:3(13-19). 3. Souza ABM, Sena DSL. Hiperbilirrubinemia Neonatal: considerações sobre fisiopatogenia, modalidades terapêuticas e complicações. Revista Facid,Teresina, 2012;8:2(17-23). 4. Mc Donald SJ, Middleton P, Dowswel T, Morris PS. Effect of timing of umbilical cord clamping of term infants on maternal and neonatal outcomes. Evidence-Based Child Health: A Cochrane Review Journal 2014;9(2):303-397. 5. Abd El-Moneim A. Fawzy, Azza A. Moustafa, Yasser S. El-Kassar, Manal S. Swelem, Ahmed S. El-Agwany, Dina A. Diab. Early versus delayed cord clamping of term births in Shatby Maternity University Hospital. Prog Obstet Ginecol 2015;58(9):389-92.
Título do Evento
X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FEITOSA, Kéllida Moreira Alves et al.. OCORRÊNCIA DE ICTERÍCIA NEONATAL EM UMA MATERNIDADE DE BAIXO RISCO.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/67262-OCORRENCIA-DE-ICTERICIA-NEONATAL-EM-UMA-MATERNIDADE-DE-BAIXO-RISCO. Acesso em: 23/05/2025

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