PRÉ-NATAL AMPLIADO CASA ANGELA – A EXPERIÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DAS CONSULTAS COLETIVAS EM CASA DE PARTO

Francine Even de Sousa Cavalieri; Franciely Schermak; Juliana Mesquita; Carina Pinheiro Barreto

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Trabalho

Título do Trabalho

PRÉ-NATAL AMPLIADO CASA ANGELA – A EXPERIÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DAS CONSULTAS COLETIVAS EM CASA DE PARTO

Autores

Francine Even de Sousa Cavalieri
Franciely Schermak
Juliana Mesquita
Carina Pinheiro Barreto

Modalidade

Comunicação Coordenada

Área temática

Prêmio Ana Grijó (melhor trabalho que verse sobre Mulher, Cultura e Saúde)

Data de Publicação

08/05/2018

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/cobeon/64881-pre-natal-ampliado-casa-angela--a-experiencia-do-desenvolvimento-das-consultas-coletivas-em-casa-de-parto

ISSN

2595-3834

Palavras-Chave

Pré-natal, saúde coletiva, consulta coletiva, gestantes

Resumo

Introdução: O Centro de Parto Humanizado, Casa Angela, está instalado na comunidade Monte Azul, zona sul da cidade de São Paulo. Atualmente é conveniada à Secretaria Municipal de Saúde e atende a população através do Sistema Único de Saúde (SUS). Desde sua fundação em 2009, a instituição mantém o compromisso social baseando o cuidado oferecido nos preceitos da humanização na saúde. O modelo de assistência inclui o acompanhamento ao pré-natal, parto e pós-parto garantindo respeito e segurança às mulheres e bebês. O apoio à amamentação, o estímulo a participação do pai e grupos de apoio e suporte ao desenvolvimento da criança integram a atenção centrada nas mulheres e suas famílias em todo o ciclo gravídico puerperal. A instituição é referência por seu modelo de cuidado e primordialmente devido aos indicadores positivos dos desfechos perinatais. No segundo semestre de 2017 a Casa Angela incluiu em seu acompanhamento Pré-Natal as consultas coletivas. Nosso objetivo ao incluir esse acompanhamento coletivo foi proporcionar através dessa metodologia assistencial, um espaço de acompanhamento da gestação em conjunto, possibilitando às gestantes (e seus acompanhantes) um espaço de troca com outras mulheres, vinculação e formação de rede de apoio, mantendo a qualidade do atendimento e garantindo informação às gestantes, sem prejuízos ao seu atendimento em comparação às consultas individuais. Partimos do pressuposto de que o espaço coletivo é uma maneira rica de experimentar a participação e construção do conhecimento durante o processo da gestação. As consultas são realizadas em um salão com um grupo de no máximo doze mulheres e seus acompanhantes. Tem duas horas de duração e acontecem todos os dias da semana. Sendo que cada gestante participa de quatro encontros coletivos. A primeira consulta é sempre individual, seguida das consultas coletivas, e dos acompanhamentos individuais após 40 semanas de gestação. Os encontros coletivos são previamente agendados em “turmas” separadas por cor. Essa forma de organização é essencial para que as informações sejam adequadas à idade gestacional de todas as gestantes inseridas no grupo. No inicio da consulta, as mulheres são pesadas e é realizada a aferição de Pressão Arterial por uma técnica de enfermagem. Posteriormente, é realizado o exame físico e obstétrico de todas as gestantes. Essa avaliação é realizada por obstetrizes e enfermeiras obstétricas nos primeiros trinta minutos de duração da consulta. Esse momento é realizado em uma estação, fora da roda de mulheres. Essa estação é organizada com maca e separada por biombos para garantir privacidade. Enquanto as mulheres aguardam para serem chamadas, uma profissional acolhe as outras mulheres que ainda não estão sendo avaliadas em roda e auxilia a produção artística (confecção de uma almofada de camomila para o bebê, pintura e criação de um plano de parto ou produção de algum presente para o bebê ou para a própria gestante). Estabelece-se um ciclo entre as estações, que deverá ser percorrido por todas as participantes. Ao término do exame físico e obstétrico todas as gestantes, juntamente com os(as) acompanhantes compõe a roda novamente para inicio da conversa/consulta coletiva. É importante salientar que a consulta coletiva possui caráter diferenciado dos Grupos de Gestantes já realizados na Casa Angela. A consulta apesar de coletiva, não se enquadra como grupo com a abordagem de um tema especifico, mas sim, de acolher as demandas de cada gestante coletivamente. As orientações e condutas da profissional são sempre baseadas nas orientações do Ministério da Saúde e nos protocolos de assistência da Casa Angela. A profissional ocupa uma posição de mediadora durante sua realização, garantindo espaço de fala e troca entre as participantes, com direcionamento as queixas ou orientações de cada mulher da mesma maneira que é feita em uma consulta individual. A consulta em roda tem duração de uma hora. Enquanto uma profissional realiza essa consulta em roda, outra profissional permanece atualizando os prontuários das gestantes, avaliando os exames laboratoriais, cálculo de IMC. Essa mesma profissional faz anotações, no prontuário e avalia a necessidade de agendar consultas individuais, de acordo com cada caso. Após o tempo descrito, utiliza os últimos trinta minutos para realizar as devolutivas a cada uma das participantes, chamando cada uma individualmente em uma estação no salão. Objetivos/Método: Nosso objetivo é compreender os impactos positivos e negativos do desenvolvimento da consulta coletiva as gestantes e seus acompanhantes que acompanham o pré-natal na Casa Angela. Para isso utilizamos após o desenvolvimento de cada consulta coletivo, um questionário para compreender qual a perspectiva dos participantes da consulta coletiva. Resultados: Ao iniciar a realização das consultas coletivas, nossa maior preocupação era a satisfação das mulheres e acompanhantes. Para isso mantemos uma pesquisa de satisfação das famílias assistidas e temos tido bons resultados. A frequência dos acompanhantes aumentou em comparação as consultas individuais. Todos os acompanhantes realizam a atividade artística juntamente com as gestantes, favorecendo o vínculo entre os casais e famílias. Mesmo as mulheres que não possuem companheiro(a) relatam não sentir-se desconfortáveis com a exposição em grupo. E muitas vezes relatam sentir-se fortalecidas por possuírem um espaço de encontro entre mulheres. A atividade artística muitas vezes é entendida como um momento de relaxamento e tranquilidade em contraposição a ansiedade muitas vezes referida no final da gestação. Além das orientações dadas pela profissional, as gestantes trocam informações entre elas, compartilhando práticas, exercícios ou dicas para desconfortos gestacionais. Essa troca traz a tona aspectos culturais e sociais relativos à cada gestante e família. Uma vez que o público atendido é heterogêneo, composto por mulheres de faixa etária, paridade, classe social, raça e etnia múltiplas. Outro aspecto positivo apontado é a possibilidade de tirar dúvidas que muitas vezes elas não tirariam individualmente por esquecer-se de perguntar ou por desconhecimento. Além do sentimento de não ser a única a passar por certa dificuldade ou queixa. Foi observada também como positiva, a formação de uma rede de apoio entre as gestantes e acompanhantes. Com a mesma idade gestacional, elas acabam se encontrando em outros momentos diferentes das consultas coletivas, nas consultas subsequentes após 40 semanas, ou mesmo durante o trabalho de parto, parto e no pós-parto. É possível observar a troca de experiência entre as famílias. Troca que só é possível com a possibilidade de encontro e construção de conhecimento coletivo durante as consultas coletivas. Conclusões: e contribuições para a Enfermagem Obstétrica:Pudemos observar, durante esse trimestre, que a prática da consulta coletiva além de acompanhar o desenvolvimento da gestação através do exame físico e clínico e avaliação dos exames laboratoriais, fortaleceu e desenvolveu socialmente e culturalmente os indivíduos envolvidos durante o processo. Esse modelo colabora para a compreensão do processo de gestação, parto e nascimento como processos naturais e favorece o acompanhamento incluindo as individualidades ao mesmo tempo em que fortalece a ideia de saúde coletiva entre as mulheres. Além de ampliar a possibilidade de atendimento da instituição, à medida que poderá atender um número maior de mulheres através desse modelo de pré-natal. Possibilitando uma nova forma de atendimento ao pré-natal que poderá ser ampliado a outras instituições, fortalecendo a autonomia dos profissionais da enfermagem.

Título do Evento: X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento: Campo Grande
Título dos Anais do Evento: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

CAVALIERI, Francine Even de Sousa et al.. PRÉ-NATAL AMPLIADO CASA ANGELA – A EXPERIÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DAS CONSULTAS COLETIVAS EM CASA DE PARTO.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/64881-PRE-NATAL-AMPLIADO-CASA-ANGELA--A-EXPERIENCIA-DO-DESENVOLVIMENTO-DAS-CONSULTAS-COLETIVAS-EM-CASA-DE-PARTO. Acesso em: 04/07/2025