A ELABORAÇÃO DO PLANO DE PARTO E NASCIMENTO COMO ESTRATÉGIA DE HUMANIZAÇÃO NO CENÁRIO OBSTÉTRICO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Publicado em 08/05/2018 - ISSN: 2595-3834

Título do Trabalho
A ELABORAÇÃO DO PLANO DE PARTO E NASCIMENTO COMO ESTRATÉGIA DE HUMANIZAÇÃO NO CENÁRIO OBSTÉTRICO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Autores
  • Rafaela Lira Mendes Costa
Modalidade
Comunicação Coordenada
Área temática
Referenciais teóricos e tecnológicos aplicados no cuidado da Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Data de Publicação
08/05/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cobeon/63720-a-elaboracao-do-plano-de-parto-e-nascimento-como-estrategia-de-humanizacao-no-cenario-obstetrico--uma-revisao-inte
ISSN
2595-3834
Palavras-Chave
Parto Humanizado. Tomada de Decisões. Autonomia Pessoal.
Resumo
Introdução: As gestantes sempre têm sentido a necessidade de planejar e comunicar aos familiares e à equipe assistencial o que consideram importante durante parto, a fim de satisfazer suas expectativas na medida do possível e se sentirem seguras e apoiadas.1 Nessa perspectiva, o Plano de Parto e Nascimento surge como um documento escrito, de caráter legal, em que a mulher, considerando seus valores, desejos e necessidades particulares, deve informar quais alternativas, pautadas nas boas práticas, prefere escolher para o seu parto, como forma de prevenir intervenções desnecessárias no âmbito hospitalar.2 Objetivo: Identificar as produções científicas atuais que abordam sobre os benefícios ocasionados pela elaboração do Plano de Parto e Nascimento nos serviços de saúde. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados eletrônicos Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature and Retrivial System on Line (MEDLINE) e Base de Dados em Enfermagem (BDENF), anexadas à Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). A pesquisa foi realizada no mês de julho à agosto de 2017. Por se tratar de um estudo que não utilizou seres humanos como objeto de pesquisa, de acordo com a resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, não houve a necessidade de que esta produção fosse submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa. A primeira etapa se deu a partir da definição da questão de pesquisa norteadora e dos descritores para a procura dos estudos. No que tange a busca das publicações componentes da amostra, nas bases de dados selecionadas, foram utilizados descritores segundo o DeCS, fazendo uso do operador booleano “and”, sendo estes: Parto Humanizado and Tomada de Decisões and Autonomia Pessoal. Os critérios de inclusão para a busca dos periódicos foram: artigos científicos publicados na íntegra, em português, inglês ou espanhol, no período de 2013 a 2017, que abordassem sobre a temática em questão. Foram excluídos periódicos incompletos nas bases de dados e que não atendessem aos critérios de inclusão. A questão de pesquisa norteadora do presente estudo foi: quais são os benefícios ocasionados pela elaboração do Plano de Parto e Nascimento nos serviços de saúde? Resultados: O presente estudo reuniu 189 de publicações, sendo 31 internacionais e 158 nacionais. O quantitativo de publicações por base de dados: MEDLINE 7 publicações, LILACS 93 publicações, BDENF 80 publicações e SCIELO 9 publicações. Vale ressaltar que as 09 publicações da SCIELO, 02 publicações da MEDLINE e 01 publicação da LILACS não foram encontradas na busca direta da base de dados com os descritores, mas apareceram na busca do Google Acadêmico. De acordo com os critérios de inclusão, foram selecionados 19 estudos, dos quais 14 responderam à pergunta norteadora do estudo e constituíram o corpus da pesquisa. Dos 9 artigos nacionais selecionados, 02 foram publicados em 2015, 04 em 2016 e 03 em 2017. Dos 5 periódicos internacionais, 01 foi publicado em 2013, 01 em 2014, 02 em 2015 e 01 foi publicado em 2017. Evidenciou-se que existe uma relação positiva entre o Plano de Parto e Nascimento e o aumento do contato pele a pele, do clampeamento tardio do cordão umbilical, da taxa de partos normais, do grau de autonomia e satisfação feminina2 e da interação entre as mulheres e seus cuidadores.3 Ademais, ocorre uma diminuição significativa do nível de dor das parturientes e melhores pontuações dos neonatos na Escala de Apgar.4 No que diz respeito à escolha da posição durante o parto, foi revelado que as mulheres que apresentaram um Plano de Parto e Nascimento tiveram mais oportunidades em adotar a posição de sua preferência, na qual se sentiam confortáveis.2 Estudos internacionais apontaram a eficácia da utilização deste documento nos serviços de saúde. Uma pesquisa americana desenvolvida com 109 mulheres que elaboraram um Plano de Parto e Nascimento, constatou que as participantes se sentiram com maior controle e com uma visão mais clara sobre todo o processo de parturição, corroborando com os altos índices de satisfação frente às expectativas e à experiência vivenciada durante o parto. No tocante ao seu caráter educativo, o Plano de Parto e Nascimento possibilita à mulher o acesso a informações, subsidiando a construção de conhecimentos indispensáveis para a tomada de decisão sobre o parto e o nascimento do seu filho. Diante da importância deste documento para a autonomia da gestante/parturiente, é fundamental que a enfermagem conheça e se aproprie dessa ferramenta para aprimorar a assistência prestada, iniciando a elaboração do Plano de Parto e Nascimento durante o pré-natal.4 Entretanto, construir este documento não garante o cumprimento dos desejos da gestante na maternidade, ou é provável que a reação dos profissionais não seja receptiva. Vale salientar que o descumprimento do Plano de Parto e Nascimento, pelos profissionais e instituições, pode ser ocasionado pelo aumento da tensão e de conflitos entre cuidadores e mulheres, pela criação de um ambiente de desconfiança entre os envolvidos e pela falta de acesso à informações suficientes e corretas, que pode manipular o processo de decisão das mulheres. A elaboração do Plano de Parto e Nascimento precisa ser estimulada por profissionais que acreditam nas evidências científicas e nos direitos das mulheres, para que a proposta desse documento não seja transformada em mais um formulário a ser preenchido de maneira burocrática e sem valor.5 Quando a prática de construção de Planos de Parto é encorajada pela maternidade, pode demonstrar o compromisso de profissionais de saúde em reconhecer e apoiar as diversas opiniões, permitir a reavaliação de protocolos e práticas clínicas e oportunizar uma melhora da qualidade do serviço.3 Conclusão: Em suma, as evidências científicas encontradas revelam que o Plano de Parto e Nascimento influencia positivamente desde o início do pré-natal até o período puerperal, proporcionando resultados maternos e fetais satisfatórios. É importante enfatizar que a tomada de decisão da mulher sobre o modelo de assistência obstétrica a ser oferecido reflete na compreensão das melhores evidências científicas, em uma discussão contínua com seus cuidadores, para então chegar à escolha pessoal. Contribuições para a Enfermagem Obstétrica: Durante o pré-natal, o enfermeiro é considerado um elo importante para orientar e acompanhar a mulher na elaboração do Plano de Parto e Nascimento, que serve como estratégia para subsidiar sua prática do cuidado e resgatar o protagonismo feminino. A elaboração conjunta deste instrumento permite que a gestante esteja bem informada sobre seus direitos, podendo assim exercer sua autonomia. Referências: 1 Gándara MML, Rial JJV, Romero MDM, Couto RA, Menéndez LA, Domínguez MIB, et al. Plan de Parto y Nacimiento. Xunta de Galicia. Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e Igualdad. Santiago de Compostela; 2013. 2 Suárez-Cortés M, Armero-Barranco D, Canteras-Jordana M, Martínez-Roche ME. Uso e influencia de los Planes de Parto y Nacimiento en el proceso de parto humanizado. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2015, Mayo-Jun; 23(3):520-526. 3 Whitford HM, Entwistle VA, van Teijlingen E, Aitchison PE, Davidson T, et al. Use of a birth plan within woman-held maternity records: a qualitative study with women and staff in northeast Scotland. Birth. 2014, Sep; 41(3):283-9. 4 Silva ALNV, Neves AB, Sgarbi AKG, Souza RA. Plano de Parto: ferramenta para o empoderamento de mulheres durante a assistência de Enfermagem. Rev. Enferm. UFSM. 2017, Jan-Fev; 7(1): 144-151. 5 Tesser C, Knobel R, Andrezzo H, Diniz S. Violência obstétrica e prevenção quaternária: o que é e o que fazer. Rev. Bras. de Medicina de Família e Comunidade. 2015, Jun; 10(35): 1-12.
Título do Evento
X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

COSTA, Rafaela Lira Mendes. A ELABORAÇÃO DO PLANO DE PARTO E NASCIMENTO COMO ESTRATÉGIA DE HUMANIZAÇÃO NO CENÁRIO OBSTÉTRICO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63720-A-ELABORACAO-DO-PLANO-DE-PARTO-E-NASCIMENTO-COMO-ESTRATEGIA-DE-HUMANIZACAO-NO-CENARIO-OBSTETRICO--UMA-REVISAO-INTE. Acesso em: 16/07/2025

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