ORIENTAÇÃO SEXUAL E REPRODUTIVA DURANTE CONSULTA DE ENFERMAGEM À ADOLESCENTE EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM PORTO ALEGRE.

Júlia Schneider da Silva; mariene jaeger riffel

Título do Trabalho

Autores

Júlia Schneider da Silva
mariene jaeger riffel

Modalidade

Comunicação Coordenada

Área temática

Contribuições da Enfermagem Obstétrica e Neonatal para a cobertura e acesso universal em saúde sexual e reprodutiva

Data de Publicação

08/05/2018

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/cobeon/63712-orientacao-sexual-e-reprodutiva-durante-consulta-de-enfermagem-a-adolescente-em-uma-estrategia-de-saude-da-familia

ISSN

2595-3834

Palavras-Chave

Educação em saúde, Cuidado ao adolescente, Enfermagem obstétrica

Resumo

Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) delimita a adolescência como a segunda década de vida, entre os 10 e os 19 anos 11 meses e 29 dias. Tal fase da vida, também caracterizada por inquietações, descobertas, e modificações corporais, emocionais, mentais, psicossociais, muitas vezes coincidentes com o início da vida sexual, requer intervenções desafiadoras por parte das equipes de saúde. Para uma atenção adequada aos adolescentes preconiza-se a delicadeza e a privacidade que podem traduzir-se na reserva de espaço reservado e apropriado para a consulta de enfermagem. Assim, realizar uma consulta de enfermagem sobre orientação sexual e reprodutiva ao adolescente é ação que requer sensibilidade e conhecimento do profissional visto não se tratar apenas de fornecer informações e orientações mas, também, conhecer as necessidades de cada indivíduo e decidir a forma e profundidade que tais necessidades precisam ser atendidas. Isto não significa que os temas sejam tratados de forma superficial, mas que tais temas podem ser explorados em suas múltiplas manifestações a fim de potencializar efeitos desejados e minimizar efeitos indesejados sobre este indivíduo. A OMS e o Ministério da Saúde dirigem atenção especial à população por meio de programas e protocolos sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis, câncer de colo uterino e prevenção e cuidados com a gravidez na adolescência. Esclarecer dúvidas sobre mudanças corporais à adolescente e, em alguns momentos à sua família, companheiro ou amigos(as) que as acompanham, possibilita a prevenção de danos, de forma segura e saudável e a consulta de enfermagem em Estratégias da Saúde da Família é um dos meios para se atingir tal fim. Objetivo. Descrever a experiência de cuidado e de orientação à adolescente durante consulta de enfermagem sobre saúde sexual e reprodutiva. Metodologia. Relato de experiência de acadêmica de enfermagem do sétimo semestre, durante atividade de monitoria junto à disciplina de Cuidado de Enfermagem às Mulheres e aos recém-nascidos, localizada no quinto semestre do curso, em uma Estratégia de Saúde da Família na cidade de Porto Alegre-RS composta por equipe multiprofissional (Enfermeiras, Médicos, Técnicas de Enfermagem, Dentistas e Agente Comunitário de Saúde). As atividades são desenvolvidas em grupos de cinco alunos supervisionados por uma docente e uma acadêmica em situação de monitoria, durante 10 horas semanais, num período de 5 semanas. Nestes períodos as acadêmicas se adequam à agenda de consultas de enfermagem da Estratégia de Saúde da Família, realizando acompanhamento pré-natal e atenção à mulher, da adolescência ao climatério. Desenvolvimento / resultados. O episódio a que se refere este relato ocorreu entre os meses de maio e julho de 2017, quando os profissionais da equipe de saúde solicitaram que o grupo de acadêmicos e docente atendessem uma adolescente de 16 anos para orientação sobre saúde sexual e reprodutiva visto que era algo incomum na ESF ocorrer consultas de enfermagem a adolescentes meninas que não estivessem grávidas ou que não tivessem vida sexual ativa, a marcação desta consulta deu-se de forma incomum na ESF visto que a consulta foi marcada pelo pai e o motivo não era a realização de pré-natal. A situação gerou certa apreensão devido a possibilidade da adolescente estar sendo abusada sexualmente pelo pai. A adolescente compareceu à consulta no horário marcado acompanhada pela madrasta. Logo após as apresentações a adolescente foi questionada sobre a possibilidade de dispensar a presença da madrasta durante a consulta caso se sentisse constrangida, não quisesse compartilhar de sua intimidade com algum familiar ou qualquer outro motivo, ouvindo-se que a presença da madrasta durante a consulta seria bem vinda. Ao início do atendimento percebeu-se a timidez da jovem que, À medida em que a consulta de desenvolvia e suas dúvidas foram sendo esclarecidas foi ficando mais descontraída. Os assuntos abordados referiam-se a contracepção e métodos contraceptivos disponíveis, indicações, riscos e benefícios; o ciclo menstrual e seus efeitos no cotidiano feminino e fecundidade; principais IST e cuidados preconizados pelo Ministério da Saúde na prevenção e tratamento; a gravidez inesperada e os efeitos das IST sobre mãe e feto; a vacinação disponível para prevenção de hepatite B e HPV entre outras; atualização da carteira de vacinação. Após a consulta o grupo de acadêmicos, monitor e docente refletiu e verbalizou sobre a semelhança entre as necessidades, dúvidas e inseguranças entre a adolescente e as integrantes do grupo enquanto usuárias e profissionais em formação. Conclusão. A consulta de enfermagem sobre saúde sexual e reprodutiva é um desafio para profissionais de saúde, famílias e para os adolescentes. A função educativa do enfermeiro se manifesta em atitudes como a escuta qualificada, as orientações para a saúde, grupos educativos que auxiliem na prevenção e redução de agravos, na melhoria da qualidade de vida. É preciso ter conhecimento para subsidiar este cuidado ao adolescente frente às suas dúvidas e à preocupação de seus cuidadores ao perceberem que o adolescente está iniciando sua vida sexual, portanto, o profissional precisa estar preparado para investir em ações preventivas e educativas durante a orientação sobre sexualidade. Nem sempre a busca do atendimento se dá para a prevenção de gravidez, a consulta de enfermagem pode ser dirigida para a prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis, cuidados corporais com ênfase à higiene perineal, vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde para prevenção de HPV e Hepatite B. Salienta-se a variedade de possibilidades de formas de atenção e de tópicos que podem ser abordados à adolescentes em ESF, considerando-se as decisões, escolhas, necessidades, particularidades e curiosidade das adolescentes, preenchendo lacunas existentes em sua saúde e educação. Importante a observação acurada e anamnese cuidadosa a fim de identificarem-se possíveis abusos intra familiares que essa adolescente possa estar enfrentando. Contribuições para a enfermagem obstétrica. A atividade de monitoria junto a uma disciplina como a Enfermagem no Cuidado às Mulheres e Recém-nascidos possibilita o aprendizado e a aquisição de habilidades para a desafiadora competência profissional da enfermeira que atua na atenção básica. Eventualmente percebe-se um despreparo nas equipes que recebem um adolescente com suas inúmeras necessidades e o reconhecimento dos profissionais na necessidade de investimento em ações educativas com os jovens, reconhece-se a necessidade de investir em tais ações, orientado-os sobre as principais mudanças hormonais e psicossociais que permeiam esta etapa da vida sendo esta, uma etapa tão importante da vida como a adolescência. Referências. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.120 p.: il Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde da criança : crescimento e desenvolvimento / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: il. – (Cadernos de Atenção Básica, nº 33) Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 300 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 26)

Título do Evento: X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento: Campo Grande
Título dos Anais do Evento: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

SILVA, Júlia Schneider da; RIFFEL, mariene jaeger. ORIENTAÇÃO SEXUAL E REPRODUTIVA DURANTE CONSULTA DE ENFERMAGEM À ADOLESCENTE EM UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM PORTO ALEGRE... In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63712-ORIENTACAO-SEXUAL-E-REPRODUTIVA-DURANTE-CONSULTA-DE-ENFERMAGEM-A-ADOLESCENTE-EM-UMA-ESTRATEGIA-DE-SAUDE-DA-FAMILIA. Acesso em: 07/07/2025