PERCEPÇÃO DE PUÉRPERAS SOBRE PARIR NA POSIÇÃO VERTICAL PUERPERAE PERCEPTION ABOUT THE VERTICAL POSITION DURING LABOR PUÉRPERAS PERCEPCIÓN SOBRE PARIR EN POSICIÓN VERTICAL TÍTULO ABREVIADO: PERCEPÇÃO DE PUÉRPERAS SOBRE PARTO VERTICAL

Publicado em 08/05/2018 - ISSN: 2595-3834

Título do Trabalho
PERCEPÇÃO DE PUÉRPERAS SOBRE PARIR NA POSIÇÃO VERTICAL PUERPERAE PERCEPTION ABOUT THE VERTICAL POSITION DURING LABOR PUÉRPERAS PERCEPCIÓN SOBRE PARIR EN POSICIÓN VERTICAL TÍTULO ABREVIADO: PERCEPÇÃO DE PUÉRPERAS SOBRE PARTO VERTICAL
Autores
  • Joelma Lacerda de Sousa
  • Iolanda Pereira da Silva
  • Lucimar Ramos Ribeiro Gonçalves
  • Inez Sampaio Nery
  • Ivanilda Sepúlveda Gomes
  • Lívia Maria Mello Viana
Modalidade
Tema Livre
Área temática
Prêmio Madre Marie Domineuc (melhor trabalho área de Assistência de Enfermagem Obstétrica e Perinatal)
Data de Publicação
08/05/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cobeon/63629-percepcao-de-puerperas-sobre-parir-na-posicao-vertical--puerperae-perception-about-the-vertical-position-during-la
ISSN
2595-3834
Palavras-Chave
Segunda fase do trabalho de parto, posicionamento do paciente, enfermagem obstétrica.
Resumo
RESUMO: INTRODUÇÃO: Durante muitos anos, a posição vertical para parir foi utilizada por mulheres que davam a luz em ambiente domiciliar assistidas por parteiras, longe das áreas urbanas. Na atualidade com o movimento do parto humanizado e respaldada pela Organização Mundial de Saúde, esta posição é incentivada em ambientes hospitalares, casas de parto e demais ambientes onde se fazem parto normal de baixo risco1. OBJETIVO: Os objetivos, portanto, estavam direcionados a: descrever a percepção de puérperas acerca da posição vertical adotada no trabalho de parto e parto; e discutir a percepção das mulheres sobre os benefícios ou malefícios da posição vertical adotada em comparação com posição horizontal. MÉTODO: O estudo é de abordagem qualitativa, e natureza exploratória. Foi realizado em uma maternidade de Teresina, referência para todo o Piauí. As participantes foram nove puérperas que passaram pela vivência do parto normal na posição vertical e horizontal, entrevistadas no alojamento conjunto, antecedendo a alta hospitalar no período de 24 de novembro a 19 de dezembro de 2014. O critério de exclusão se aplicou às primíparas, puérperas que não passaram pela posição vertical e horizontal ou que não possuíam condição física ou mental que permitisse a realização da entrevista. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas, gravadas com uso de roteiro com perguntas abertas. O número de participantes foi determinado por critério de saturação de dados. O ponto de partida para realizar-se a análise de conteúdo foi a organização dos dados, que se voltaram para três polos: a pré-análise, a exploração do material, e, por fim o tratamento dos resultados (inferência e a interpretação). No primeiro momento, pré-análise se realizou uma “leitura flutuante”. Em um segundo momento ocorreu à exploração do material que consistiu essencialmente em operações de codificação e categorização respectivamente. No terceiro momento ocorreu o tratamento dos resultados obtidos, a inferência e a interpretação2. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo CEP da UFPI, parecer número 880.602. As participantes foram esclarecidas sobre os objetivos e o desenvolvimento da pesquisa, e manifestaram desejo de participar por escrito, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os aspectos éticos estão em conformidade com a Resolução nº 466/2012. RESULTADOS: Os resultados compreenderam as características sociodemográficas e obstétricas de nove puérperas e as suas percepções sobre parir na posição vertical. Na análise dos depoimentos emergiram duas categorias temáticas e quatro subcategorias. A primeira: percepção de puérperas acerca da posição vertical, tendo como subcategorias: a presença do enfermeiro obstetra no parto em posição vertical, e lacunas no processo educacional sobre o trabalho de parto e parto no pré-natal. A segunda, vantagens e desvantagens da posição vertical no parto e como subcategorias: comparação entre a posição vertical com posição horizontal, e percepção dolorosa relacionada ao parto vertical e horizontal. As puérperas entrevistadas tinham idades entre 16 e 33 anos; duas casadas, cinco com união estável e duas afirmaram serem solteiras. Quanto à escolaridade, três haviam concluído ensino médio, uma tinha ensino médio incompleto, uma concluiu o ensino fundamental e quatro tinham ensino fundamental incompleto. A maioria das mulheres procedentes do interior do Piauí das cidades de Altos, Alto Longá, Valença, Batalha e Miguel Alves, apenas quatro são de Teresina. Sobre a renda familiar, sete declararam um salário mínimo, uma mais de dois salários mínimos, e outra dependente dos pais. No item ocupação, três são domésticas, uma lavradora, uma estudante, uma vendedora, uma coordenadora escolar e uma afirmou que não realiza nenhuma atividade. Quanto as características obstétricas, participaram seis secundíparas (Gesta 2, Para 2) e três multíparas (Gesta 3, Para 3 - uma; Gesta 4, Para 4 - uma; Gesta 10, Para 10 - uma). Todas realizaram pré-natal, oito tiveram o número de consulta entre cinco e doze, uma não soube informar o número de consultas devido perda de carteira de gestante e documentos pessoais no trajeto até a maternidade onde se fez o estudo. As posições verticais adotadas pelas puérperas foram duas em pé, uma sentada no cavalinho, seis sentadas na banqueta e uma sentada em assento utilizado por parteira. Ao analisar os depoimentos sobre a percepção das puérperas no parto vertical, as duas categorias delimitadas surgem com o intuito de buscar respostas para apreender os objetivos deste estudo. A atuação do enfermeiro obstetra encontra-se nos depoimentos conferindo às mulheres o sentimento de terem sido ajudadas, bem acolhidas no processo de parturição, sendo submetidas ao uso de tecnologias do cuidado, além de orientações em geral durante todo o trabalho de parto e parto. Algumas mulheres foram submetidas ao uso de técnicas não farmacológicas para alívio da dor, percebidas por elas como experiência positiva, assim, houve menções das participantes quanto a realização do agachamento, deambulação, massagens, exercícios auxiliados pela barra de apoio. Os depoimentos mostram uma assistência diferenciada, na qual o profissional ganha a confiança da parturiente, em que esta, se sente amparada e ao mesmo tempo com liberdade de tomar decisões que desconheciam anteriormente. A enfermeira Obstetra é vista, segundo percepção das puérperas, como orientadoras, ajudantes, ou seja, as participantes do estudo sentiram-se como protagonistas do parto. Ao descreverem os exercícios, a presença da música no ambiente, a possibilidade de escolher a posição mais confortável para parir, demonstrando o reconhecimento da assistência ofertada3. A percepção sobre posições de parto era desconhecida para sete das entrevistadas, e duas revelaram conhecer mais de uma posição, uma pautada em propagandas sobre parto humanizado assistido na TV e em uma clínica, e a outra por ter vivenciado uma segunda posição ao ser assistida por parteiras. Todas afirmaram terem realizado o pré-natal, no entanto, o estudo revela que não foram orientadas sobre posições de parto, sendo entregues as rotinas hospitalares, sem conhecimento sobre parto e nascimento, a não ser os adquiridos nas vivências de partos anteriores. O processo educacional da gestante é ainda precário, e este deve-se iniciar do pré-natal ao puerpério. A deficiência deste processo educacional do pré-natal até a sala de parto é um dos fatores que impede a mulher de exercer sua cidadania no trabalho de parto e parto, ficando submissas as decisões somente do profissional de saúde4. Informações, estas, acerca de procedimentos que serão realizados no parto, aliadas às orientações no seu decorrer, desde a admissão até o encaminhamento para o centro de parto, que resultam minimizando a ansiedade e passam segurança com relação aos procedimentos e profissionais5. Na percepção das mulheres muitas vantagens foram agregadas a posição vertical, vantagens que eram colocadas de forma comparativa com a posição horizontal, visto que as pacientes passaram pelas duas experiências. Então, para melhor analisar os resultados, a categoria foi dividida nas subcategorias: comparação entre a posição vertical com posição horizontal, e percepção dolorosa relacionada ao parto vertical e horizontal. Nos relatos, as mulheres associam a posição horizontal a procedimentos que marcaram de forma negativa a experiência do parto, sendo citado por elas como exemplos: manobra de Kristeller, episiotomia e toques no períneo durante período expulsivo. Na percepção das puérperas, os procedimentos citados nos depoimentos parecem ser considerados por algumas como algo que faz parte do parto normal, havendo relatos de passagem pela mesma experiência em diferentes partos, que estas ligaram a posição horizontal. Fazendo associação da posição deitada a realização de procedimentos dolorosos. O estudo evidencia realização de episiotomias associadas a manobra Kristeller, com dor posterior ao parto. Associação esta, que está intimamente relacionada como causadora de dispaurenia e dor perineal posterior ao parto em comparação com lacerações de parto espontâneo3,5. A posição vertical foi colocada pelas mulheres como diferente e estranha. Entretanto, oito das nove entrevistadas a consideraram como a melhor posição para o período expulsivo em comparação com a horizontal. Sendo evidenciado nos depoimentos como vantagens: rapidez, menos esforço, posição confortável, facilidade para impulsionar e ajudar o bebê sair, melhor para fazer força, menor dor, a não necessidade de ponto3,4. No entanto, este estudo por meio do relato das parturientes traz resultados contrários, nos relatos, referem sangramento semelhante aos partos horizontais, e foi revelado por quatro mulheres sem relato de laceração na posição vertical, e apenas duas que não passaram pela episiotomia, sem história de laceração na horizontal. A palavra dor apareceu várias vezes nas transcrições relacionadas à posição da mulher, tanto durante o período da fase ativa como no parto. Entretanto, as entrevistadas que relatam maior dor como a 08 e a 09, revelam alguns fatores que podem estar relacionados com esta sensação de maior sofrimento, como: manteve-se deitada durante todo o trabalho de parto, sem participação ativa; e chegada ao hospital quase completa, não passando pelo processo de orientação e preparação para o momento do parto. O que leva a deduzir que a percepção de diminuição da dor está relacionada à posição vertical, e também a outros fatores como, uma assistência que proporcione a mulher compreensão do fenômeno do parto e mudança comportamental, reduzindo o stress, passando tranquilidade, resultando no controle da parturiente sobre o processo doloroso do trabalho de parto e parto5. O que confirma mais uma vez a importância do profissional obstetra junto a parturiente, visto que este influencia por meio de suas orientações, no enfretamento da mulher à dor proporcionada pelo parto. CONCLUSÃO: A percepção das mulheres revela desconhecimento das participantes sobre a posição vertical antes do parto, evidenciando a existência de uma lacuna no processo de educação em saúde sobre parto e nascimento desde o pré-natal. A maioria das mulheres perceberam a posição vertical como a melhor posição em comparação com a horizontal. Existe nos serviços de saúde a necessidade de melhor capacitação dos profissionais, tanto das enfermeiras generalistas, como da área obstétrica quanto às práticas educativas sobre trabalho de parto e nascimento e a cobrança da realização destas atividades educativas no serviço, tanto na atenção básica englobando pré-natal, como média e alta complexidade, envolvendo as maternidades. REFERÊNCIAS: (1). Santos JS, Okazaki ELFJ. Assistência de enfermagem ao parto humanizado. Rev Enferm UNISA. 2012; 13(1):64-68. (2). Bardin L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70. 2011. (3). Progianti JM, Costa RF. Práticas educativas desenvolvidas por enfermeiras: repercussões sobre vivências de mulheres na gestação e no parto. RevBras de enferm. 2012; 65(2):257-63. (4). Sartore A, De Seta F, Maso G, Ricci G, Alberico S, Borelli M, Guaschino S. The effectsof uterine fundal pressure (Kristeller maneuver) on pelvic floor function after vaginal delivery. Arch Gynecol Obstet. 2012; 286(5):1135-9. (5). Costa AVM, Sales RM, Moura FMJSP, Costa RS, Moura LJSP. Vivência das mulheres sobre episiotomia. Rev Enferm UFPI. 2012; 1(1):50-5.
Título do Evento
X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SOUSA, Joelma Lacerda de et al.. PERCEPÇÃO DE PUÉRPERAS SOBRE PARIR NA POSIÇÃO VERTICAL PUERPERAE PERCEPTION ABOUT THE VERTICAL POSITION DURING LABOR PUÉRPERAS PERCEPCIÓN SOBRE PARIR EN POSICIÓN VERTICAL TÍTULO ABREVIADO: PERCEPÇÃO DE PUÉRPERAS SOBRE PARTO VERTICAL.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63629-PERCEPCAO-DE-PUERPERAS-SOBRE-PARIR-NA-POSICAO-VERTICAL--PUERPERAE-PERCEPTION-ABOUT-THE-VERTICAL-POSITION-DURING-LA. Acesso em: 28/06/2025

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