FATORES RELACIONADOS À INTEGRIDADE E TRAUMAS PERINEAIS ESPONTÂNEOS OU POR EPISIOTOMIA

Publicado em 08/05/2018 - ISSN: 2595-3834

Título do Trabalho
FATORES RELACIONADOS À INTEGRIDADE E TRAUMAS PERINEAIS ESPONTÂNEOS OU POR EPISIOTOMIA
Autores
  • Beatriz Cappelline Dalla Vecchia
  • Thaís Alves de Lima
  • Marlise de Oliveira Pimentel Lima
  • Maristela Belletti Mutt Urasaki
  • Miriam Siqueira do Carmo Rabello
  • Isabel Cristina Pereira Matos
Modalidade
Comunicação Coordenada
Área temática
Enfermagem Obstétrica e Neonatal fazendo a diferença no cenário nacional
Data de Publicação
08/05/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cobeon/63564-fatores-relacionados-a-integridade-e-traumas-perineais-espontaneos-ou-por-episiotomia
ISSN
2595-3834
Palavras-Chave
Episiotomia, Períneo, Parto normal.
Resumo
Introdução: A ocorrência de trauma perineal no parto vaginal é elevada. É sabidamente um evento adverso que pode desencadear diversas complicações como dor perineal crônica, disfunção sexual, distúrbios urinários e intestinais. Na Inglaterra estima-se que cerca de 85% das mulheres que tiveram um parto vaginal sofreram algum trauma perineal, seja espontâneo (lacerações perineais) ou como consequência de uma episiotomia.1 A adoção de protocolos para o uso seletivo da episiotomia fez crescer o interesse e necessidade pelo estudo das lacerações espontâneas, no entanto, os dados publicados no Brasil ainda são escassos. Devem ser objetos de estudo a frequência de traumas perineais e fatores associados para auxiliar na promoção da integridade perineal e na prevenção lesões que podem ter repercussões de curta e de longa duração para a mulher. Objetivos: Identificar a frequência de integridade e traumas perineais espontâneos ou por episiotomia decorrentes de partos vaginais não operatórios e verificar os fatores relacionados. Método: Estudo transversal, quantitativo, retrospectivo, sobre os resultados perineais de 4898 partos vaginais espontâneos ocorridos nos anos de 2015 (2579 partos) e 2016 (2319 partos) no centro obstétrico de um Hospital Público Municipal da zona sul de São Paulo. Foram excluídos os partos vaginais operatórios, cesáreas e abortos. É um hospital que atende às mulheres no âmbito do SUS, com cerca de 3500 partos/ano, e que faz parte do Parto Seguro Mãe Paulistana, programa de parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo SMS/SP e o Centro de Estudos e Pesquisa Dr. João Amorim – CEJAM, para a assistência ao parto de baixo risco ofertado majoritariamente por enfermeiras obstetras, bem como realização de todos os protocolos estabelecidos pela Rede Cegonha para o parto como uso seletivo de episiotomia, posição de escolha da mulher para o parto, acompanhante de escolha da mulher durante todo o trabalho de parto e parto, dieta livre, deambulação, contato pele a pele imediato após o nascimento entre a mãe e o recém-nascido, dentre outros procedimentos. O centro obstétrico do Hospital é local de prática clínica do curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. A coleta dos dados se deu em junho de 2017, a partir dos dados existentes no Livro de Parto, sendo coletados através de um formulário que contemplava as variáveis de estudo. O projeto obteve parecer favorável do CEP da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo e do Hospital. Foi realizada análise estatística descritiva e inferencial por regressão logística. Significância adotada de p=0,05. Resultados: Os dados foram separados por ano de ocorrência do parto. Em 2015 a idade materna média foi de 24,8±6,7 anos, sendo 11,9% de adolescentes. Eram primigestas 44,5%. Dentre as com parto anterior, 49,2% foram partos normais. A idade gestacional média foi de 38,6±2,5 semanas e na admissão a dilatação média foi de 4,8±2,5 centímetros. Dos partos, 65,5% foram conduzidos ou induzidos, a posição semi-sentada foi a mais frequente durante o período expulsivo em 1926 partos (74,7%), seguida pela lateral (18,8%) e vertical (2,8%). As menos utilizadas foram, respectivamente, litotômica (1,5%), quatro apoios (1,2%) e ginecológica (1,0%). Do local de parto 70,7% ocorreram em sala de parto seguidos do pré-parto (22,2%) e quarto PPP (6,9%). A enfermeira obstetra assistiu a 61,2%. O peso médio ao nascer foi de 3082,8±553,5 gramas sendo que 10,2% pesavam menos de 2500 gramas. Do Apgar de 5º minuto, 95,2% ficaram entre 9 e 10. O períneo foi classificado como íntegro em 34,5% dos partos, as lacerações de primeiro e segundo grau ocorreram em 49,3%, de terceiro em 0,3% e a frequência de episiotomia foi de 15,8%. Embora tenham ocorrido 410 episiotomias apenas em 346 (84,4%) foram apresentadas as justificativas, que se dividiram por ordem de frequência em: presença de anel vulvar (43,9%), decisão médica não relacionada às demais causas (35,3%), bradicardia e ou mecônio fetal (17,9%), distócia de ombro (2,3%) e prematuridade (0,6%). Na regressão logística foram fatores relacionados à integridade perineal: o peso do recém-nascido (p=0,000) ter tido parto normal anterior (p=0,000), o local do parto (p=0,001) e o profissional que assistiu ao parto (p=0,020). Em 2016 a idade materna média foi de 25,1±6,7 anos, sendo 11,2% de adolescentes. Eram primigestas 41,9%. Dentre as com parto anterior, 10,8% foram cesárea. A idade gestacional média foi de 38,7±2,2 semanas e na admissão a dilatação média foi de 4,8±2,6 centímetros. Dos partos, 22,0% foram conduzidos ou induzidos. A posição mais adotada durante o período expulsivo foi a semi-sentada em 1590 partos (68,6%), seguida pela lateral (24,5%) e quatro apoios (2,8%). As menos utilizadas foram, respectivamente, vertical (2,6%), litotômica (1,5%) e ginecológica (0,1%). Os partos ocorreram mais no pré-parto (37,8%), seguidos da sala de parto (33,8%) e quarto PPP (28,2%). A enfermeira obstetra assistiu a 61,1%. O peso médio ao nascer foi de 3105,5±514,8 gramas, sendo que 8,9% pesavam menos de 2500 gramas. Do Apgar de 5º minuto, 95,4% ficaram entre 9 e 10. O períneo foi classificado como íntegro em 35,5% dos partos, as lacerações de primeiro e segundo grau ocorreram em 50,1%, de terceiro em 0,5% e a frequência de episiotomia foi de 13,9%. Apenas 127 (39,4%) justificativas foram apresentadas para as episiotomias ocorridas no ano de 2016. Por ordem de frequência foram: presença de anel vulvar (43,3%), decisão médica não relacionada às demais causas (32,3%), bradicardia e ou mecônio fetal (18,1%), distócia de ombro (2,4%) e decisão da enfermagem não relacionada às demais causas (3,9%). Na regressão logística foram fatores relacionados à integridade perineal nos partos ocorridos em 2016: o peso do recém-nascido (p=0,000) posição no expulsivo lateral (p=0,001), ter tido parto normal anterior (p=0,000) e não ter cesárea anterior (p=0,004). Conclusões: Os fatores relacionados à integridade perineal recorrentes nos dois anos foram peso do recém-nascido e ter tido um parto normal anterior. Os resultados são compatíveis com os encontrados na literatura.2 Contribuições para a enfermagem obstétrica: Considerando que a frequência de trauma perineal é alta e as repercussões para a mulher podem ser de longa duração, informações sobre sua ocorrência e fatores relacionados contribuem para que a mulher e os profissionais envolvidos com o parto estejam mais capacitados a atuar na promoção de períneos íntegros e na prevenção de lesões que terão repercussão a longo prazo.
Título do Evento
X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

VECCHIA, Beatriz Cappelline Dalla et al.. FATORES RELACIONADOS À INTEGRIDADE E TRAUMAS PERINEAIS ESPONTÂNEOS OU POR EPISIOTOMIA.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63564-FATORES-RELACIONADOS-A-INTEGRIDADE-E-TRAUMAS-PERINEAIS-ESPONTANEOS-OU-POR-EPISIOTOMIA. Acesso em: 03/08/2025

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