INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA GESTAÇÃO: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA

Publicado em 08/05/2018 - ISSN: 2595-3834

Título do Trabalho
INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA GESTAÇÃO: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA
Autores
  • Adamerflan Gouveia De Sene
  • Letícia Ramires Figueiredo
  • Bruna Lorrany Bartolomei de Souza
  • Karoline de Aguiar Mendes
  • Maria Auxiliadora Gerk
  • ANA PATRICIA RICCI
Modalidade
Comunicação Coordenada
Área temática
Desafios para o cumprimento do terceiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU
Data de Publicação
08/05/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cobeon/63399-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-na-gestacao--educacao-em-saude-como-estrategia-de-prevencao-na-atencao-basica
ISSN
2595-3834
Palavras-Chave
Infecções Sexualmente Transmissíveis; Enfermagem Obstétrica; Educação em Saúde.
Resumo
INTRODUÇÃO: As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) representam um grave problema para a saúde pública, sendo a segunda causa de maior procura por atendimento nos serviços, perdendo apenas para o trauma. Isso ocorre especialmente nos países em desenvolvimento devido à precariedade dos serviços de saúde destinados à prevenção, diagnóstico e tratamento dessas doenças. As principais infecções sexualmente transmissíveis: cancro mole, donovanose, gonorreia, clamidíase, herpes genital, infecção pelo HPV, infecção pelos vírus das hepatites B e C, linfogranuloma venéreo, bem como a sífilis e as vulvovaginites apresentam prevalência significativa tanto na população geral quanto nas gestantes. Segundo dados do Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde (MS), sobre a prevalência de algumas IST em populações selecionadas de seis capitais brasileiras, entre 3.303 gestantes, a prevalência de infecção por clamídia foi de 9,4%, de sífilis 1,6% e de infecção gonocócica, 1,5% e entre as IST virais, a maior prevalência corresponde ao papilomavírus humano (HPV), com 40,4% seguida do vírus da hepatite B (HBV) com prevalência de 22,7%. Na tentativa de diminuir os altos riscos de transmissão materno-fetal (vertical) durante a gestação, parto ou aleitamento, é fundamental o diagnóstico precoce das IST na gestação, pois as consequências em gestantes não tratadas podem ser a ocorrência de abortos espontâneos, natimortos, baixo peso ao nascer, infecção congênita e perinatal, além de elevar os riscos de contaminação por HIV, devido à presença de inflamação no colo uterino, que torna a mulher mais vulnerável durante o ato sexual. Para isso, existem iniciativas do MS que objetivam a abordagem sindrômica das IST através de protocolos e fluxogramas para cada doença prevalente a fim de realizar tratamento oportuno e diminuição de danos; entre elas está o pré-natal de boa qualidade, que promove o acesso à saúde além de ser fundamental para redução de riscos à saúde materna infantil, o que justifica a abordagem às IST no período. Outra forma efetiva para abordagem de IST é a realização de educação em saúde, sendo uma das principais estratégias de promoção da saúde no contexto da atenção primária, sendo que, durante o período gravídico-puerperal torna-se uma importante ferramenta para a promoção da saúde e qualidade de vida no contexto familiar da mulher e do bebê. O profissional de enfermagem pode utilizar como estratégias de atuação o grupo de gestantes, grupo de puérperas ou sala de espera, buscando não só um cuidado humanizado e amplo às pacientes, mas também possibilitando o empoderamento das mesmas, bem como dos familiares participantes, no gerenciamento do seu cuidado. Além disso, o educar em saúde junto às mulheres em situação gravídico-puerperal, por meio de ações educativas, reflete em transformação de percepção e enfrentamento desses eventos, à medida que instiga a troca de saberes, o esclarecimento aos questionamentos, a crítica e a promoção da saúde, possibilitando repensar as estratégias de atuação frente à temática no contexto da atenção primária. Durante as atividades práticas referentes ao “Módulo A mulher no ciclo vital”, em um diálogo com as enfermeiras atuantes na unidade de saúde foi destacado o elevado índice de IST nas gestantes atendidas, destacando-se os casos de sífilis. Desta forma, foi realizada uma ação que teve como intuito promover a educação em saúde sobre as principais IST no período gestacional, lembrando que a meta da educação em saúde nesse contexto não se limitou apenas na explicação e informação mas, sim, em ajudar o grupo de gestantes a perceber sua realidade individual e social, para que fossem despertadas habilidades necessárias para enfrentar as condições adversas à sua saúde e dos filhos que estão gestando. OBJETIVO: Relatar a experiência de acadêmicas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) durante uma ação desenvolvida com o grupo de gestantes de uma Unidade de Básica de Saúde em Campo Grande - MS. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: A ação ocorreu no dia 15 de Março de 2017, no período vespertino na sala de reuniões de uma Unidade Básica de Saúde de Campo Grande - MS. Utilizaram-se como estratégia metodológica as dinâmicas lúdicas no sentido de estimular o interesse sobre o tema e a participação na construção do conhecimento. Previamente foram confeccionados convites para atrair o público alvo, distribuídos pelos agentes comunitários a todas as gestantes de sua área. A ação se deu inicialmente com a técnica quebra gelo “Passando o bebê”, na qual as participantes se apresentaram para o grupo, dizendo o seu nome, idade gestacional e escolha do nome do filho (a). Em seguida, num segundo momento, através da roda de conversa e do uso de imagens representando as doenças, foram discutidos os sinais e sintomas, tratamento e prevenção a partir do conhecimento prévio das participantes. No terceiro momento foram abordados os mitos e as verdades a respeito das consequências das IST na gestação através de afirmações escritas em papéis e inseridas dentro de balões de ar coloridos; as frases estavam dentro dos balões distribuídas a cada gestante no início da reunião. Foram também oferecidas placas em formato de mãos nas cores verde representando “verdade”, amarela representando “dúvida” e vermelha representando “mito” para que cada participante desse sua opinião em cada afirmação. No último momento foi desenvolvida a “dinâmica do desafio” no qual foi repassado um envelope fechado, no decorrer de uma música de fundo. Quando a música parasse a pessoa tinha a possibilidade de abrir, ou não o envelope e assim a brincadeira poderia, ou não continuar. Dentro do envelope continha a frase “Coma um bombom”. Esta dinâmica objetivou transmitir a mensagem que, por mais difícil que parecesse o desafio, ao final pode-se ter uma surpresa positiva, no caso o bombom. A avaliação da ação se deu por meio da escala de faces distribuídas no final da ação. RESULTADO: No dia da ação compareceram seis gestantes, alguns profissionais da UBSF, um profissional da Secretaria Municipal de Saúde, e a equipe do NASF. O primeiro momento da ação foi fundamental para a recepção e interação entre o grupo. Em todas as etapas da ação houve participação ativa das gestantes e dos profissionais presentes; utilizar as indicações de “verdadeiro, falso ou em dúvida”, referentes às imagens e mitos apresentados, possibilitou descontração e leveza. As participantes foram bastante articuladas ao expor suas dúvidas e conhecimento prévio, e eram valorizadas suas exposições, sobretudo as corretas. Percebeu-se que o grupo presente possuía conhecimento prévio satisfatório sobre as IST; as gestantes mencionaram o uso de preservativo e ainda o entendimento sobre o caráter não protetivo da gestação, objetivos da ação. Sobre as particularidades de cada doença, havia dúvidas e também desconhecimento sobre alguns sinais e sintomas e forma de transmissão. Todos esses pontos foram explicados de forma clara e relacionados a possíveis situações cotidianas vivenciadas por elas. Reforçou-se a importância do pré-natal, comparecer ao grupo de gestantes e à UBSF, ressaltando-se a troca de informações, esclarecimento de possíveis dúvidas e resolutividade da equipe de saúde. Ao final, a avaliação foi realizada por meio das fichas de papel a serem preenchidas pelas participantes sobre a satisfação em relação aos conhecimentos propostos na atividade. Obteve-se satisfação em 100% das respostas. CONCLUSÃO: Conclui-se a partir dos resultados da ação desenvolvida, que a realização da educação em saúde sobre as IST na gestação, mostrou-se efetiva ao se proporcionar o diálogo, interação, a troca de experiências, saberes e vivências, e a construção conjunta do conhecimento, sendo então, tais elementos evidenciados como importantes para a promoção da saúde e a prevenção de doenças, e para o desenvolvimento de uma consciência crítica e reflexiva das gestantes acerca de seu processo saúde-doença, ao torná-las ativas no processo de aprendizagem. Dessa forma, em vista dos impactos das IST na saúde materno-neonatal, destaca-se a fundamental importância da referida abordagem realizada durante a gestação uma vez que o enfermeiro é um educador por excelência.
Título do Evento
X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SENE, Adamerflan Gouveia De et al.. INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA GESTAÇÃO: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO ESTRATÉGIA DE PREVENÇÃO NA ATENÇÃO BÁSICA.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63399-INFECCOES-SEXUALMENTE-TRANSMISSIVEIS-NA-GESTACAO--EDUCACAO-EM-SAUDE-COMO-ESTRATEGIA-DE-PREVENCAO-NA-ATENCAO-BASICA. Acesso em: 14/05/2025

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