A INTERFACE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À UMA ADOLESCENTE GRÁVIDA COM DIAGNÓSTICO DE OLIGO-HIDRÂMNIO GRAVE: UM OLHAR DIFERENCIADO

Publicado em 08/05/2018 - ISSN: 2595-3834

Título do Trabalho
A INTERFACE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À UMA ADOLESCENTE GRÁVIDA COM DIAGNÓSTICO DE OLIGO-HIDRÂMNIO GRAVE: UM OLHAR DIFERENCIADO
Autores
  • KARINA BARROS LOPES
  • Bruna Damasceno Marques
  • Evandro Cesar Natividade de Sousa
  • Jackeline Chaves Fonseca
  • Stelacelly Coelho Toscano SILVEIRA
  • Débora Talitha Neri
Modalidade
Comunicação Coordenada
Área temática
Enfermagem Obstétrica e Neonatal fazendo a diferença no cenário nacional
Data de Publicação
08/05/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cobeon/63279-a-interface-da-assistencia-de-enfermagem-a-uma-adolescente-gravida-com-diagnostico-de-oligo-hidramnio-grave--um-ol
ISSN
2595-3834
Palavras-Chave
Complicações na gravidez, Gravidez na adolescência, Oligo-Hidrâmnio.
Resumo
Introdução: A gestação é um período de transição para as mulheres, caracterizado por transformações biológicas complexas, que envolve mudanças no papel social, novas adaptações e reajustes pessoais1. Estas alterações, na grávida, podem influenciar positiva ou negativamente a sua qualidade de vida, ainda mais quando ela está sujeita a uma série de complicações e patologias, e muitos mais quando essa gestante na maioria das vezes não tem a maturidade suficiente que o processo de gravidez necessita e seu corpo fisiologicamente falando também como é o caso da gravidez na adolescência. Então soma-se as peculiaridades da gravidez, com a falta de preparo da adolescente para uma gravidez e um quadro de oligo-hidrâmnio. O oligo-hidrâmnio é caracterizado pela deficiência na quantidade de líquido amniótico (LA), essa redução patológica do volume de L.A., incide de 0.5 a 5% das gestações, no quadro de oligo-hidrâmnio o Índice de Líquido Amniótico (ILA) é menor que 5cm3. Vários fatores podem causar esse quadro. As causas podem ser maternas como Síndrome Hipertensiva, fetais como Crescimento Intrauterino Restrito e anexiais como a Rotura Prematura de Membranas Ovulares (RPMO) ou amniorrexe prematura que é a causa mais frequente. Essa assim como outros tipos de complicações obstétricas deve ser identificada na Atenção Primária em Saúde durante o pré-natal para que possa ser tomada as providências afim de tratá-la e prevenir agravos. O diagnóstico para oligohidramnia pode ser clínico, através da mensuração da altura uterina, palpação das partes fetais durante as manobras de Leopold e ausculta cardiofetal em busca de anormalidades, assim como o diagnóstico ultrassonográfico que irá mostrar o volume de LA, possibilitando a avaliação. O tratamento é baseado primeiramente na busca e tratamento da causa, hidratação materna através do aumento da ingesta hídrica, amnioinfusão que consiste na infusão de líquidos, principalmente solução salina, na cavidade amniótica, não sendo recomendada rotineiramente, administração de corticoides para maturação pulmonar se a idade gestacional estiver entre 24 – 34 semanas e avaliação da vitalidade fetal por exames de imagens 3. Objetivo: Discorrer sobre a experiência vivenciada por acadêmicos de enfermagem, em consulta à uma adolescente gestante, internada em uma enfermaria de patologias obstétricas com diagnóstico de oligo-hidrâmnio grave com indicação de interrupção da gravidez. Bem como ressaltar a importância do apoio do profissional de enfermagem diante desse contexto. Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência, no período de junho de 2017 durante as práticas da atividade curricular de Enfermagem Obstétrica, Ginecológica e Neonatal, em um hospital de referência no atendimento à gestante de alto risco. Com consulta ao prontuário da cliente para melhor abordagem. Utilizou-se bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) para fundamentação teórica. Resultados: Foi realizada a consulta de enfermagem com levantamento do histórico da paciente, realização do exame físico com mensuração de sinais vitais, exame obstétrico, prescrições de enfermagem e o registro de tudo em prontuário, obtendo os seguintes dados: Primigesta, 16 anos, impressão diagnóstica de oligo-hidrâmnio grave com indicação de interrupção da gravidez. Queixando-se de perda de L.A. Idade gestacional: 22 semanas e 6 dias. Data provável do parto: 21/10/2017, realizou pré-natal regularmente desde o 1º trimestre, deu entrada na emergência obstétrica no dia 15/06/17 apresentando perda de líquido amniótico, sangramento vaginal e dor em baixo ventre, na ultrassonografia foi observado ILA 0. Ao exame obstétrico: Útero gravídico com presença de feto em situação longitudinal, apresentação pélvica, dorso à esquerda, altura uterina: 17 cm, movimentos fetais presentes, batimentos cardíacos fetais 136 batimentos por minuto. Prescrições de enfermagem: repouso total no leito, aumento da ingesta hídrica, observação das perdas vaginais e dos movimentos fetais. Durante a consulta foi possível perceber a postura incisiva da genitora da adolescente a favor da interrupção da gravidez, justificada pela preocupação dos riscos que a situação trazia à sua filha, em contrapartida a adolescente pretendia dar prosseguimento a gravidez no hospital para a maturação do feto, com a esperança que ele pudesse sobreviver. Neste momento, viu-se certa impotência por partes dos acadêmicos diante da situação, muitos sentimentos afloraram ali, a compressão de quem estava preocupada com a vida da filha e a mesma preocupação por quem só queria a oportunidade de ser mãe e carregar seu filho no colo, então palavras de apoio, esperança e fé foram dispensadas sobre aquela jovem, saindo daquele lugar atordoados por ver aquela futura mãe, sendo tão guerreira e forte mas enquanto futuros profissionais sabia-se que as chances do feto sobreviver eram mínimas. Então alguns dias depois ela foi submetida a cirurgia cesárea, na qual o bebê infelizmente acabou vindo a óbito, um tempo impreciso depois, pois neste segundo momento não houve mais contato algum. Sem dúvidas será algo que ficará gravado na vida acadêmica que será levado sempre na vida pessoal. Dentro desse cenário, os acadêmicos puderam desenvolver além das prescrições de enfermagem para recuperar a homeostasia daquela gestante, a escuta ativa, solidariedade que foi de fundamental importância pois foi percebido a necessidade desta ação, na qual proporciona olhar o outro de forma holística e entendê-lo em seu sofrimento, com suas Necessidades Humanas Básicas prejudicadas. Passar friamente por essa experiência sem nenhum envolvimento emocional seria impossível, uma vez que além da cientificidade que a área da Enfermagem exige, não podemos esquecer que o ser humano é um ser biopsicossocial e não podemos tratar apenas de aspectos biológicos, existem outras questões que permeiam e influenciam o processo saúde-doença. Conclusão: Entende-se que o profissional de enfermagem dentre todos os profissionais da equipe obstétrica, é o que muitas vezes estará mais próximo da paciente, seu apoio a ela faz toda a diferença, ainda mais lembrando da sensibilidade que aflora na mulher grávida e da necessidade que ela tem de ser apoiada. A gravidez representa uma etapa da vida onde surgem diversas alterações físicas, psicológicas, sociais e culturais. É de grande importância para os acadêmicos enquanto profissionais em formação experienciar tal vivência, principalmente para quem deseja seguir essa área de enfermagem obstétrica ou saúde da mulher. Ressalta-se ainda dentro desta perspectiva a relevância de ter conhecimento e praticar o que diz a Redes de Atenção à Saúde – Rede Cegonha e a Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal sobre o direito da gestante de ser assistida em sua totalidade de forma humanizada4. Nesse contexto é grande a gama de conhecimento que as aulas práticas trazem para os discentes, pois não basta saber a teoria, precisamos praticá-la, de forma correta, respeitando as especificidades de cada indivíduo. Vivenciar experiências singulares como esta que agregada à ciência torna-se um diferencial para a construção do perfil profissional, devendo ser estimulada dentro das Instituições de Ensino Superior, especificamente nos cursos da área da saúde, pois nada substitui a vivência para consolidação do conhecimento teórico. Fomentar e difundir a busca por conhecimento sempre é algo necessário, fazendo com que tanto o professor quanto o aluno sejam estimulados a aprender mais, individualmente e coletivamente, permitindo troca de conhecimentos e mudança de percepções. Contribuições e/ou implicações para a enfermagem obstétrica: A Assistência de Enfermagem tem papel sine qua non para a identificação de possíveis intercorrências durante a gravidez, desta forma faz-se necessário que o profissional esteja preparado para realizar esse acompanhamento de forma integral, principalmente durante gravidez na adolescência tendo em vista as singularidades que essa faixa etária apresenta, sendo rodeada de peculiaridades, em decorrência da fase de transição da infância para a vida adulta. A Política Nacional de Atenção Obstétrica e Neonatal e toda as articulações em rede de atenção para esta mulher, vem justamente propiciar tanto ao profissional de enfermagem quanto a mulher uma experiência positiva e satisfatória, o profissional por ter em mãos uma ferramenta norteadora para a execução dos seus deveres de forma que o faça ser um profissional diferenciado e a mulher por ter assistidos seus direitos, uma vez que ela nesse contexto é a protagonista, enquanto o profissional estará para auxiliá-la e contribuir para o empoderamento materno desta no processo de parto e nascimento.
Título do Evento
X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

LOPES, KARINA BARROS et al.. A INTERFACE DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À UMA ADOLESCENTE GRÁVIDA COM DIAGNÓSTICO DE OLIGO-HIDRÂMNIO GRAVE: UM OLHAR DIFERENCIADO.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63279-A-INTERFACE-DA-ASSISTENCIA-DE-ENFERMAGEM-A-UMA-ADOLESCENTE-GRAVIDA-COM-DIAGNOSTICO-DE-OLIGO-HIDRAMNIO-GRAVE--UM-OL. Acesso em: 27/05/2025

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