RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A GESTAÇÃO GEMELAR COM FETO VIVO E MOLA HIDATIFORME COMPLETA EM UM HOSPITAL ESCOLA DE ALAGOAS.

Publicado em 08/05/2018 - ISSN: 2595-3834

Título do Trabalho
RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A GESTAÇÃO GEMELAR COM FETO VIVO E MOLA HIDATIFORME COMPLETA EM UM HOSPITAL ESCOLA DE ALAGOAS.
Autores
  • Cynthia de Cássia Albuquerque Silva
  • MARIA ELISANGELA TORRES DE LIMA SANCHES
  • Lahys Firmino Silva
  • Anna Elisa Franco Leal
  • Ilza Rafaely Alves Da Silva
  • Jovânia Marques de Oliveira e Silva
Modalidade
Comunicação Coordenada
Área temática
Referenciais teóricos e tecnológicos aplicados no cuidado da Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Data de Publicação
08/05/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cobeon/63121-relato-de-experiencia-sobre-assistencia-de-enfermagem-a-gestacao-gemelar-com-feto-vivo-e-mola-hidatiforme-completa
ISSN
2595-3834
Palavras-Chave
Enfermagem Obstétrica, Assistência de Enfermagem, Mola Hidatiforme.
Resumo
A Mola Hidatiforme (MH) é uma complicação da gravidez incluída no diagnostico de Doença Trofoblástica Gestacional (DTG). Podem ser completas, sem feto, sem cordão, com membranas ausentes e o cariótipo invariavelmente feminino 46 XX ou parciais, com feto, cordão, membrana amniótica frequentemente presentes e o cariótipo é triplóide, com par adicional de cromossomos de origem paterna1. A existência de uma gravidez gemelar bicoriônica com uma mola hidatiforme completa e um co-gêmeo viável é um evento raro 2,3,4,5,com incidência de 1:22.000 a 1:100.000 gestações1. Existem quatro possíveis tipos de gestação que resultam na coexistência de feto vivo e gestação molar2: Gêmeos dizigóticos com mola hidatiforme completa e feto normal (diploide com placenta normal); Gêmeos dizigóticos com mola hidatiforme parcial e feto normal; Gestação única com feto triploide e placenta molar hidatiforme parcial; Gestação gemelar na qual um feto é normal diploide com placenta normal e o outro é triploide com placenta molar hidatiforme parcial. É fundamental o diagnóstico diferencial entre mola hidatiforme parcial com mola completa num ovo e gravidez normal no outro. Na primeira situação o feto apresenta malformações relacionadas à triploidia e cursa com óbito, ao passo que na segunda situação o feto é normal e pode sobreviver3. Objetivo: Relatar a experiência de enfermeirandas na assistência à gravidez gemelar com feto vivo e mola hidatiforme completa. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência vivenciada por enfermeirandas do 9º período de graduação durante o estágio supervisionado na maternidade de alto risco de um hospital escola de Alagoas, juntamente com as Enfermeiras obstétricas do serviço, utilizando como referencia teórica e tecnológica para prestar assistência e cuidados de enfermagem a SAE e tomando como base a CIPE. Resultados: A gestante foi admitida no hospital no dia 27/06/2016 com IG: 23s3d, queixando-se de sangramento transvaginal, com hipótese diagnóstica de: Gestação tópica + mola hidatiforme. Foi construído o Sumário de Situação atestando: MS, 26 anos, solteira, primigesta, negra, residente em Arapiraca/AL. Nega HAS, DM e neoplasias pessoal e afirma HAS familiar. Afirma alergia medicamentosa a dipirona. Portando USG do dia 26/04/2016, com IG: 14s3d, corrigido para 23s3d (27/06/2016). Dados Subjetivos: Apresentava-se comunicativa, lúcida, orientada no tempo e espaço, solícita às indagações e ao exame, eupneica, ventilando espontaneamente em ar ambiente. Ao exame físico: Crânio íntegro, couro cabeludo íntegro e higienizado, boa distribuição e implantação capilar. Hemifaces simétricas, mucosas conjuntivais hipocoradas (+/4+), esclerótica normocorada, pupilas centrais e isofotorreagentes. Pavilhão auricular implantado à altura da fenda palpebral, higienizados externamente, trago indolor à palpação. Narinas pérvias, com vibrissas bem distribuídas. Lábios hidratados e íntegros, dentição incompleta, língua saburrosa (+/4+). Rede ganglionar cervical e subclavicular impalpáveis. Tireoide palpável. Pele hidratada, com turgor preservado. Tórax simétrico, mamas simétricas, macias, tubérculos de Montegomery presentes, mamilos protusos e íntegros. AP: MVU +, em AHT, SRA. AC: RCR, BNF em 2T. Abdomen gravídico, indolor à palpação, AFU: 21 cm, feto em situação longitudinal, BCF: 146bpm. TV evitado. Sangramento Transvaginal presente em pequena quantidade. Genitália externa íntegra. MMII aquecidos, perfundidos, sem edema. SSVV: T: 35,7ºC, FR: 19 irpm, P: 83bpm, PA: 110x70 mmHg. Após a avaliação foram construído os Planos de Cuidados de Enfermagem, obtendo como diagnósticos de enfermagem: Presença de sangramento em quantidade moderada; Risco para prematuridade e óbito fetal; e Ansiedade em nível aumentado por desconhecimento do quadro clínico. As intervenções de enfermagem realizadas foram: Avaliar a perda sanguínea, continuamente e o aspecto do sangramento; Monitorar a perda sanguínea, continuamente; Aferir dos sinais vitais; Monitorar os Batimentos Cardíacos Fetais, continuamente; Administrar tocoliticos conforme prescrição médica; Orientar a comunicar movimentação fetal; Orientar sobre quadro clinico; Acionar serviço de psicologia; Realizar conversa terapêutica; Promover ambiente tranquilo e confortável. A gestante evoluiu sem alteração no quadro, recebendo alta hospitalar no dia 07/07/2016, encaminhada para acompanhamento ambulatorial de mola no Hospital. Em 25.08.16, retorna a unidade hospitalar, com IG: 31s5d, queixando-se de sangramento transvaginal, leucorreia, prurido vaginal e disúria. Prescrito Nistatina 25000 UI/g, por 7 dias, 1x ao dia por via vaginal. EAS acusando Trichomonas vaginalis e Leveduras. Para o quadro de infecção no trato geniturinário foram realizadas como intervenções de enfermagem a orientação quanta higiene íntima regular, estimulo ao autocuidado e orientações quanto ao uso correto da medicação. Em 01.09.16 foi realizada USG atestando feto em apresentação pélvica, ILA: 9,2, placenta anterior apresentando áreas anecoicas em borda inferior. Com IG: 32s6d a mesma queixa-se de dor em BV + STV e refere melhora para queixas urinárias. Dado início a corticoterapia para maturação pulmonar fetal, com Dexametasona 4 doses 1,5mL IM. Em 07/09/2016, com 33s4d, parturiente foi admitida no pré-parto em TPP. Iniciado tocolítico, Nifedipina 20mg 8/8h. Com DU: 4/10’ (40”), BCF: 164bpm em QIE. MF (+). TV realizado por obstetra: colo pérvio para 6cm, 90% apagado, BI, apresentação cefálica. STV presente. MMII sem edema. SSVV: T: 37,3ºC, FR: 23irpm. Parturiente encaminhada para cesariana por apresentação pélvica, de acordo com prescrição médica, sendo realizada salpingectomia esquerda. A placenta foi enviada para histopatologia, apresentando vesículas. Puérpera retorna do centro obstétrico, em Alojamento Conjunto com seu Recém Nascido, sem queixas álgicas, portando sonda vesical de demora, com débito urinário de coloração amarelo claro. Ao exame obstétrico: Mamas macias, mamilos protusos e íntegros, com ejeção de colostro à expressão. Abdomen semigloboso, com ferida operatória em região suprapúbica, com curativo oclusivo simples, seco e limpo externamente; útero contraído e involuindo abaixo da cicatriz umbilical e lóquios rubros, em pequena quantidade, de odor característico. Foram estipulados os seguintes diagnósticos de enfermagem: Lactação efetiva em puérpera; Ferida cirúrgica em nível esperado; e Loquiação fisiológica em nível esperado na puérpera. As intervenções para a assistência no pós parto realizadas pelas enfermeirandas foram: Reforçar sobre a importância da amamentação; Orientar importância da amamentação exclusiva e em livre demanda; Orientar e corrigir pega correta para amamentação; Monitorar ferida operatória quanto à presença de sinais flogísticos; Orientar higiene da ferida operatória para alta hospitalar; Avaliar necessidade de troca de curativo diária; Orientar higiene íntima regular; Monitorar aspectos do sangramento; Orientar troca de absorvente de 3/3h; Promover ambiente tranquilo e seguro para o binômio; e estimular e ensinar cuidados com RN. A alta do binômio foi instituída no dia 09/09/2016, com encaminhamento para acompanhamento ambulatorial no hospital. Conclusão: A partir dessa experiência, pode-se concluir que a assistência de enfermagem, monitoramento e avaliação do quadro clinico foram efetivos, visto que o desfecho do parto foi positivo. Contribuições e ou implicações para Enfermagem Obstétrica: A experiência vivenciada pelas enfermeirandas foi de grande aprendizado, ficando clara a importância da capacitação, principalmente em situações clinicas raras como a exposta no estudo, que se torna relevante pela escassez de pesquisas publicadas sobre o tema apresentado e a importância da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem para promoção de um cuidado integral e efetivo na assistência obstétrica.
Título do Evento
X COBEON - Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Cidade do Evento
Campo Grande
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Cynthia de Cássia Albuquerque et al.. RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A GESTAÇÃO GEMELAR COM FETO VIVO E MOLA HIDATIFORME COMPLETA EM UM HOSPITAL ESCOLA DE ALAGOAS... In: Anais do Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Anais...Campo Grande(MS) CCARGC, 2018. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cobeon/63121-RELATO-DE-EXPERIENCIA-SOBRE-ASSISTENCIA-DE-ENFERMAGEM-A-GESTACAO-GEMELAR-COM-FETO-VIVO-E-MOLA-HIDATIFORME-COMPLETA. Acesso em: 19/07/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes