Título do Trabalho
UBUNTU – INCLUSÃO E VISIBILIDADE POR TODOS NÓS
Autores
  • Maria das Graças Gouvêa N Silva
Modalidade
Workshop
Área temática
2. INCLUSÃO SOCIAL E VISIBILIDADE: 2.8 Necropolítica, soberania e formas de violência: apoio e acolhimento às existências vulneráveis.
Data de Publicação
23/12/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cgtrio22/521166-ubuntu--inclusao-e-visibilidade-por-todos-nos
ISBN
978-85-5722-491-9
Palavras-Chave
ubuntu, teoria de sistemas, teoria de campo, comunidade.
Resumo
A sustentação teórica do presente trabalho fundamenta-se nos pressupostos sistêmicos e de campo, coerentes com as bases da Gestalt-terapia, em articulação com a teologia Ubuntu e os princípios da ética dialógica. Na obra Ego Fome e Agressão, Perls (2002) traz a noção de sistema como um correlato da noção de organismo, sem aprofundar uma discussão conceitual sobre sistemas, entretanto, diferentes autores da Gestalt-terapia reconhecem a abordagem como um modelo sistêmico em Psicologia (GINGER; GINGER, 1995; TELLEGEN, 1984). Bertalanffy (1975), em sua teoria geral de sistemas, aborda que um sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação, de tal forma que interação significa que os elementos estão em relação e que o comportamento de um elemento é diferente de seu comportamento em outra relação. Por sua vez o Gestalt-terapeuta Gary Yontef (1998) destaca a visão de campo da Gestalt-terapia, definindo campo como uma totalidade de forças mutuamente influenciáveis que, em conjunto, formam uma “fatalidade interativa unificada”. Seja pela noção de sistema ou de campo, a Gestalt-terapia é uma abordagem na qual as interações e as relações se destacam como constitutivas do ser e são consideradas sempre a partir de seus contextos. Tomamos a concepção da teologia Ubuntu, de autoria do arcebispo anglicano Desmond Tutu (1931-2021) e baseada em um conceito ancestral da tradição africana dos povos Bantu (DJU; MURARO, 2022; HAWS, 2009), para servir ao eixo da discussão ética que a autora do presente trabalho pretende promover com esta experimentação vivencial. A concepção ancestral Ubuntu carrega a ideia de um ser-sendo, uma concepção no gerúndio, tão cara à Gestalt-terapia. Segundo Dju e Muraro (2022) significa o ser-sendo humano, criando a materialidade do mundo, ao fazer a política, a religião e criar a lei. Desse modo, a humanidade de cada indivíduo só pode ser concebida na relação com outros, considerando a materialidade dos contextos sócio-histórico-culturais nesta dinâmica e o fato de estarmos coletivamente submetidos à história, à contingência e ao destino como apresenta o teólogo americano Charles Haws (2009). Dju e Muraro (2022) destacam como a retomada da filosofia Ubuntu na África do Sul possibilitou o resgate da humanização diante da política do apartheid. Assim como estes autores, a autora do presente trabalho toma o conceito de humano/humanização como integração com o mundo, a partir da “ética da libertação e da solidariedade”, considerando o processo sócio-histórico-cultural. A filosofia Ubuntu destaca como, no pensamento africano, o indivíduo é intrinsecamente comunitário. Entendendo que a humanização nos cobra o rigor ético em defesa da dignidade humana. Uma ética coerente com os fundamentos existenciais da Gestalt-terapia, em especial, uma ética da dialogicidade buberiana (BUBER, 1982), mas também afim aos pressupostos de Paulo Freire e Desmond Tutu, como referem Dju e Muraro (2022). Com isto, o presente trabalho se propõe como estratégia de reflexão e visibilização dos processos de violência e exclusão que existem nas relações, particularmente no contexto brasileiro. Deste modo, a proposta vivencial colocará em foco a percepção da exclusão e da invisibilidade de partes da coletividade humana, sensibilizando os participantes para que reconheçam como tal perspectiva os afeta e os co-constitui, ampliando a reflexão para além da noção de exclusão e buscando correlacioná-la ao processo sócio-histórico que nos dá origem como povo e como comunidade. Plano de trabalho: Os participantes serão sensibilizados através de fotos de pessoas em contextos socioculturais de exclusão. Caminhando entre as fotos dispostas na sala os participantes devem escolher uma foto e ficar alguns minutos olhando e fazendo contato com a situação. Após isto cada participante assumirá a responsabilidade de representar esta pessoa, e buscará uma outra pessoa, a fim de se apresentar a partir do ponto de vista de quem está representando. Ao final faremos uma reflexão em grupo sobre como foi ver e representar este “diferente”, questionando nosso próprio olhar de exclusão. Recursos: Fotos do acervo da autora. Máximo: 40 participantes.
Título do Evento
VIII Congresso de Gestalt-terapia do Estado de Rio de Janeiro
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

SILVA, Maria das Graças Gouvêa N. UBUNTU – INCLUSÃO E VISIBILIDADE POR TODOS NÓS.. In: Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Hotel Windsor Guanabara, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/CGTRIO22/521166-UBUNTU--INCLUSAO-E-VISIBILIDADE-POR-TODOS-NOS. Acesso em: 03/08/2025

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