INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICO-GESTÁLTICA

Publicado em 23/12/2022 - ISBN: 978-85-5722-491-9

Título do Trabalho
INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICO-GESTÁLTICA
Autores
  • Mariama Furtado
Modalidade
Minicurso
Área temática
5. SAÚDE MENTAL: UM OLHAR SOBRE AS DIVERSAS FORMAS DE EXISTIR: 5.4 Psicopatologia crítica: compreensão diagnóstica na Gestalt-terapia.
Data de Publicação
23/12/2022
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cgtrio22/515952-introducao-a-psicopatologia-fenomenologico-gestaltica
ISBN
978-85-5722-491-9
Palavras-Chave
Fenomenologia, Gestalt-terapia, Psicopatologia, Saúde Mental
Resumo
Apresentação: Nenhuma existência está imune ao sofrimento, ele é parte integrante do viver. O homem é um ser que sofre e o sofrimento, em si mesmo, não é patológico. Ao contrário, o compreendemos como fazendo parte da vida e como sinal de desequilíbrio na relação homem-mundo. Inicialmente muitos gestalt-terapeutas se colocavam resistentes as estudos da psicopatologia e o fizeram sustentando uma importante crítica que denunciava a centralidade do uso de categorias sem pensar as singularidades. No entanto, hoje entendemos que a compreensão diagnóstica não se limita a atribuição de um psicodiagnóstico ao cliente. Ela envolve um olhar complexo para a situação terapêutica e a situação de vida do cliente como um todo. Entendemos que o trabalho terapêutico não é possível sem uma adequada compreensão diagnóstica que lhe dê suporte e norte. Ela é um indicador de caminhos, um mapa indispensável. Para Yontef, diagnosticar pode ser um processo de prestar atenção, respeitosamente, a quem a pessoa é, tanto como indivíduo único, como no que diz respeito a características compartilhadas com outros indivíduos. Uma compreensão diagnóstica processual – que não se pretende definitiva nem ser a verdade sobre o cliente - envolve um olhar complexo para a situação terapêutica e a situação de vida do cliente como um todo: mapear os problemas, possibilidades, desafios, enfrentamentos, potências, ajustamentos, o campo de vida, quais são seus pontos de saúde, etc. Tudo isso faz parte de um movimento de diagnosticar, que num sentido mais amplo significa compreender a situação. Quando pensamos em saúde mental devemos ter em mente que um comportamento não pode ser tomado como patológico sem considerar todo um conjunto de condições que o sustentam, avaliando o quanto o sujeito perde autonomia e flexibilidade ao lidar com as situações de sua vida. Entendemos que na Gestalt-terapia é imprescindível que pensemos uma clínica convergente com o sentido existencial. Nela importa a existência do ser humano, pensando a transversalidade entre o singular e o universal. Partindo dessas considerações, buscaremos nesse mini-curso pensar os desafios e possibilidades da leitura gestáltica sobre a saúde mental, entendendo que esta se retira de uma compreensão do adoecimento psíquico centrado no indivíduo, para pensar uma psicopatologia do campo, da relação organismo-meio. Entendemos que as produções de ajustamentos se dão como respostas integradoras frente às demandas provenientes do meio. São as respostas possíveis para dado organismo na relação com um campo específico, que se apresenta com suas características e conformações, considerando nessas respostas as vulnerabilidades que cada organismo possui. A psicopatologia fenomenológica se apresenta, portanto, como uma via de compreensão do vivido (Lebenswelt) patológico que ficou estagnado e privado de liberdade. Para Tatossian, a expressão patológica é compreendida como a impossibilidade de viver de uma maneira diferente, é uma forma rígida de experiência que não permite o novo. A patologia, portanto, não se apresenta como um desvio de comportamento e sim como uma cristalização em uma forma única de estar no mundo. Buscaremos, portanto, apresentar as bases da psicopatologia fenomenológica em diálogo com a clínica gestáltica, a fim de pensar formas de diagnóstico processual e apresentar alguns quadros de sofrimento psíquico agravado. Sustentados por um pensamento crítico aos processos de medicalização da existência, pretendemos pensar propostas de uma gestalt-terapia ampliada capaz de atuar no âmbito da atenção psicossocial, desconstruindo estigmas sobre o sofrimento psíquico e promovendo o cuidado em saúde mental. Objetivos: Pretende-se que o/a congressista inscrito/a possa conhecer a posição epistemológica da clínica gestáltica em sua fundamentação fenomenológica; analisar o campo histórico da psicopatologia e seus desdobramentos; conhecer os principais conceitos e autores da Psicopatologia Fenomenológica; compreender as discussões atuais em torno dos manuais diagnósticos; problematizar os processos contemporâneos de medicalização da existência. Conteúdo Programático: • Reflexões sobre o campo da Psicopatologia • Os Manuais Diagnósticos: limites e possibilidades de aplicação • Processos de Medicalização da Existência • A perspectiva da Psicopatologia Fenomenológica • Psicodiagnóstico processual em Gestalt-terapia Público: Estudantes e Profissionais com conhecimento intermediário a avançado em Gestalt-terapia.
Título do Evento
VIII Congresso de Gestalt-terapia do Estado de Rio de Janeiro
Cidade do Evento
Rio de Janeiro
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

FURTADO, Mariama. INTRODUÇÃO À PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICO-GESTÁLTICA.. In: Anais do Congresso de Gestalt-terapia do Estado do Rio de Janeiro: existências anônimas - a Gestalt-terapia ocupando espaços de resistência. Anais...Rio de Janeiro(RJ) Hotel Windsor Guanabara, 2022. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/CGTRIO22/515952-INTRODUCAO-A-PSICOPATOLOGIA-FENOMENOLOGICO-GESTALTICA. Acesso em: 06/08/2025

Trabalho

Even3 Publicacoes