A SÉRIE DE REPORTAGENS "REPÚBLICA DA IGNORÂNCIA" (FOLHA DE S. PAULO, 1991) E OS DEBATES SOBRE A CRISE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

LUÍSA GRANDO ORFALI

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Resumo

Título do Trabalho

A SÉRIE DE REPORTAGENS "REPÚBLICA DA IGNORÂNCIA" (FOLHA DE S. PAULO, 1991) E OS DEBATES SOBRE A CRISE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Autores

LUÍSA GRANDO ORFALI

Modalidade

Comunicação Individual

Área temática

Eixo Temático 03 - Imprensa e impressos educacionais

Data de Publicação

14/01/2025

País da Publicação

Brasil

Idioma da Publicação

Português

Página do Trabalho

https://www.even3.com.br/anais/cbhe2024/864082-a-serie-de-reportagens-republica-da-ignorancia-(folha-de-s-paulo-1991)-e-os-debates-sobre-a-crise-da-educacao

ISBN

978-65-272-1084-9

Palavras-Chave

República da ignorância, Educação brasileira, crise.

Resumo

Este trabalho concentra o interesse em analisar a série de reportagens intitulada "República da Ignorância", publicada em 1991 pela Folha de S. Paulo. Anunciada no jornal em agosto de 1991 como "uma radiografia profunda do quadro negro do nosso sistema educacional" (República da….30 de agosto de 1991), a série foi publicada nos meses de setembro e de outubro de 1991, com reportagens segundas, quartas e domingos. Nesta análise, tive como objetivo compreender quais eram os assuntos predominantes nas notícias, dando especial atenção às estatísticas publicadas e aos debates contidos ao longo da série. As notícias das reportagens tratavam sobre diferentes níveis da educação brasileira, debatendo desde o alto nível de analfabetismo no 1º grau até as dificuldades encontradas nos programas de pós-graduação das universidades públicas de São Paulo. Interessante destacar que, apesar de a série abranger diferentes níveis da educação e com demandas das mais variadas, as notícias salientavam, na maioria das vezes, uma ideia de “crise do sistema educacional” ou de “falência da escola” ou, no caso da pós-graduação, da universidade. Ademais, outro aspecto que chama a atenção na análise é que muitas das notícias apresentavam como argumento que as soluções encontradas, seja para a crise, seja para quaisquer outras dificuldades da educação, eram, até então, ineficazes e, por vezes, convocavam a população para que se indignasse com os resultados entregues pelo governo, seja ele estadual, municipal ou federal. Como aporte teórico-metodológico, as categorias de espaço de experiência e horizonte de expectativa de Reinhart Koselleck (2006) tornaram-se muito promissoras para a pesquisa, visto que “todas as histórias foram constituídas pelas experiências vividas e pelas expectativas das pessoas que atuam ou que sofrem” (Koselleck, 2006, p. 306). Dessa forma, nota-se na análise que as notícias produzidas por essa série tinham como prognóstico melhoras significativas nos diversos âmbitos da educação brasileira, mas que acabaram por não se concretizar, criando uma frustração, não só por parte do jornal, mas da sociedade em geral, que interage ativamente com a série. Por conseguinte, a partir do exame do conteúdo das notícias, foi possível perceber que no início da década de 90, momento em que se almejava que pelo menos parte dos índices de analfabetismo, repetência e qualidade do ensino estivessem melhores, a Folha ressaltava que não havia muito que comemorar, visto que o “horizonte de expectativa” (Koselleck, 2006) não se tornou verdadeiro e, na opinião da série, o novo horizonte não se demonstra promissor.

Título do Evento: XII Congresso Brasileiro de História da Educação
Cidade do Evento: Natal
Título dos Anais do Evento: Anais do XII Congresso Brasileiro de História da Educação
Nome da Editora: Even3
Meio de Divulgação: Meio Digital

Como citar

ORFALI, LUÍSA GRANDO. A SÉRIE DE REPORTAGENS "REPÚBLICA DA IGNORÂNCIA" (FOLHA DE S. PAULO, 1991) E OS DEBATES SOBRE A CRISE DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA.. In: Anais do XII Congresso Brasileiro de História da Educação. Anais...Natal(RN) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cbhe2024/864082-A-SERIE-DE-REPORTAGENS-REPUBLICA-DA-IGNORANCIA-(FOLHA-DE-S-PAULO-1991)-E-OS-DEBATES-SOBRE-A-CRISE-DA-EDUCACAO. Acesso em: 02/08/2025