BIDENS PILOSA (PICÃO-PRETO): ASPECTOS ETNOBOTÂNICOS, TERAPÊUTICOS E ALIMENTARES

Publicado em 23/07/2025 - ISBN: 978-65-272-1560-8

Título do Trabalho
BIDENS PILOSA (PICÃO-PRETO): ASPECTOS ETNOBOTÂNICOS, TERAPÊUTICOS E ALIMENTARES
Autores
  • Jadna Silveira Rosso Coral
  • Caroline Vieira Búrigo
  • Marília Schutz Borges
  • Ronaldo Remor
  • Vanilde Citadini Zanette
  • Angela Erna Rossato
Modalidade
Comunicação Oral
Área temática
05. Biodiversidade, cosmologias e medicinas tradicionais
Data de Publicação
23/07/2025
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/cbee2024/858865-bidens-pilosa-(picao-preto)--aspectos-etnobotanicos-terapeuticos-e-alimentares
ISBN
978-65-272-1560-8
Palavras-Chave
Etnobotânica, Etnofarmacologia, Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC); Fitoterápico, Agroecologia.
Resumo
Bidens pilosa (picão-preto), é uma espécie cosmopolita, tem ocorrência confirmada em diversos países, incluindo o Brasil, onde cresce espontaneamente, com muita facilidade e adaptabilidade, sendo considerada uma planta nociva para lavouras agrícolas. Tradicionalmente empregada para diversos usos etnomédicos e também como alimento, transcendendo sua classificação como planta daninha para se tornar elemento central na medicina popular e culinária de diversos povos ao redor do mundo. Diante da importância etnobotânica/etnofarmacológica e do uso da espécie no sul de Santa Catarina (SC), o projeto "Fitoterapia Racional", parceria entre a UNESC e a Pastoral da Saúde, realizou encontro para a troca de conhecimentos/saberes sobre a planta. Esse intercâmbio ocorreu por meio de revisão bibliográfica/sistematização de dados segundo metodologia proposta por Rossato, et al, 2024 e dos relatos/vivências das Agentes da Pastoral da Saúde. Bidens pilosa é classificada como Planta Alimentícia Não Convencional (PANC) no Brasil. Suas folhas e ramos jovens são consumidos crus ou cozidos, como saladas, farofas, sopas, bebidas como chás e refrigerantes fermentados, dentre outros usos. Internacionalmente, é valorizada em dietas tradicionais em Uganda, Quênia, Himalaia, Austrália e Havaí, oferecendo uma rica fonte de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais essenciais, como Vitamina C, Ferro e Magnésio. A espécie é validada pelo uso tradicional como fitoterápico, pela ANVISA, para tratamento sintomático da icterícia. Apresenta aproximadamente 301 compostos, entre eles poliacetilenos, flavonóides e triterpenos, e óleos essenciais, considerados os principais constituintes ativos responsáveis ??pelas diversas ações farmacológicas, que incluem tradicionalmente pelas comunidades, propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, antitumorais, antivirais e hepatoprotetoras. Na América do Sul, os nativos da Amazônia apreciam o picão-preto como planta comestível e como chá de ervas; sua infusão é usada como diurética, emenagoga, para disenteria e para o tratamento de icterícia. Os usos populares/tradicionais sistematizados contemplaram onze sistemas orgânicos. No sul de SC, as Agentes da Pastoral da Saúde relatam que a espécie é utilizada em casos de hepatite, resfriados, dores de garganta, infecção urinária, candidíase, problemas do útero e ainda para lavar feridas. Quanto aos aspectos de segurança, a bibliografia reporta risco potencial de interação com anticoagulantes, medicamentos hipoglicemiantes e hipertensivos. Nesta atividade sobre Bidens pilosa, destaca-se seu potencial etnobotânico e etnofarmacológico através de intensa pesquisa bibliográfica e troca de saberes entre a UNESC e a Pastoral da Saúde. O resultado não apenas confirmou o uso tradicional da espécie pelas comunidades em nível mundial, especialmente para problemas hepáticos, que culminou na sua validação como fitoterápico pela ANVISA, mas também ressaltou e revelou aos participantes, seu valor nutricional como PANC, além do potencial da espécie para práticas agrícolas sustentáveis devido à sua adaptabilidade a diferentes climas. Ao integrar conhecimento científico com saberes populares, nossa pesquisa-ação reforça a importância da etnobotânica na valorização e conservação de plantas subvalorizadas e seu papel na validação de plantas medicinais pelo modelo tradicional preconizado pela ANVISA. Encorajamos a continuidade e replicação deste modelo de atividade visando integrar conhecimentos tradicionais e científicos, para promover maior inclusão desses saberes em práticas de saúde, manejo ambiental em comunidades locais/globais e instigar futuras pesquisas.
Título do Evento
XIV Congresso Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia
Cidade do Evento
Criciúma
Título dos Anais do Evento
Anais do Congresso Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital

Como citar

CORAL, Jadna Silveira Rosso et al.. BIDENS PILOSA (PICÃO-PRETO): ASPECTOS ETNOBOTÂNICOS, TERAPÊUTICOS E ALIMENTARES.. In: Anais do Congresso Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia. Anais...Criciúma(SC) UNESC, 2024. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/cbee2024/858865-BIDENS-PILOSA-(PICAO-PRETO)--ASPECTOS-ETNOBOTANICOS-TERAPEUTICOS-E-ALIMENTARES. Acesso em: 09/08/2025

Trabalho

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