A IMPORTÂNCIA DOS CENÁRIOS DE PRÁTICA PARA A FORMAÇÃO DO MÉDICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL

Publicado em 23/12/2021 - ISBN: 978-65-5941-500-7

DOI
10.29327/154768.1-2  
Título do Trabalho
A IMPORTÂNCIA DOS CENÁRIOS DE PRÁTICA PARA A FORMAÇÃO DO MÉDICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
Autores
  • ELIENE CARIUS NOBOA
  • ANA CAROLINA BORBA DE FRIAS
  • Danillo Benitez Ribeiro
  • Rogério Noboa da Silva Junior
Modalidade
Relatos de Caso e Relatos de Experiência
Área temática
HORA CIENTÍFICA
Data de Publicação
23/12/2021
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
https://www.even3.com.br/anais/caemed2021/440001-a-importancia-dos-cenarios-de-pratica-para-a-formacao-do-medico--um-relato-de-experiencia-do-centro-de-atencao-ps
ISBN
978-65-5941-500-7
Palavras-Chave
atenção primária, experiência, educação médica, assistência em saúde mental, prática profissional
Resumo
Introdução As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Curso de Graduação em Medicina recomendam a inserção dos acadêmicos em cenários de prática já no início da graduação (1). Partindo desse pressuposto, um dos cenários de prática utilizados na formação do médico, a que esse artigo se refere, é o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Os CAPSs são pontos de atenção estratégicos, que atuam em uma perspectiva interdisciplinar, atendendo pessoas prioritariamente com transtorno mental ou com necessidades decorrentes de algum vício. Segundo Brasil (2), o CAPS é um “lugar de referência e de cuidado promotor da vida, que tem a missão de garantir o exercício da cidadania e a inclusão social dos usuários e de familiares”. Para atingir seu objetivo, uma das estratégias é o atendimento humanizado, por meio da escuta qualificada, que, de acordo com Santos (3), é “o ato de estar sensível ao que é comunicado e expresso através de gestos e palavras, ações e emoções”, e através desta escuta ética e empática é possível acolher e criar vínculo, tão importantes ao processo de recuperação do estado de saúde do indivíduo. Objetivo Apresentar a perspectiva discente sobre a experiência de retornar à atividade prática presencial na formação do médico, destacando o enriquecimento acadêmico e os desafios decorrentes. Relato de Experiência A prática dos discentes do terceiro período de medicina se iniciou depois de dois períodos remotos decorrentes da pandemia de COVID-19. Tal evento proporcionou novas experiências de aprendizagem e novos desafios para os acadêmicos. O CAPS foi um dos cenários frequentados pelos discentes durante este semestre, em encontros quinzenais de três horas. Foram atendidos seis pacientes até o presente momento, fazendo os estudantes vivenciarem novos acolhimentos e acompanharem pacientes que já frequentavam o CAPS. Foi possível observar alguns diagnósticos já estabelecidos por psiquiatras, como esquizofrenia, transtorno bipolar, psicose e depressão. Além disso, foram identificados em alguns pacientes em acolhimento, comportamento infantilizado, ideias suicidas e características de borderline, todos estes conceitos abordados teoricamente na modalidade remota. Vale ressaltar que para cada paciente foram realizados diferentes tipos de abordagem enfatizando que, na saúde mental, não há um roteiro fixo de anamnese, sendo mais importante o desenvolvimento da escuta sensível. Reflexão O ensino remoto corroborou para um distanciamento entre os estudantes e os pacientes, de maneira que o grupo teve que reaprender critérios básicos para uma anamnese de qualidade, como a escuta ativa e a humanização, características prejudicadas pela tela dos computadores. Os estudantes, acostumados com o ensino remoto, encontram desafios no novo cenário, como identificar as condições mentais estudadas teoricamente nos pacientes em situação real de prática e diversidades de anamnese, uma vez que o contato presencial com o paciente possibilita o surgimento de muitas variáveis, tornando mais complexa a realização desse procedimento. Ademais, no presencial é possível coletar diversas informações por diferentes maneiras, o que auxilia no trabalho e no olhar clínico e humanizado, tendo em vista que o semblante, o andar, as manias, as expressões e as falas do usuário do CAPS podem ser observados mais minuciosamente. Visto isso, é preciso um comprometimento do estudante frente a cada caso, principalmente na esfera de saúde mental, a qual demonstra que cada pessoa é uma experiência única a ser vivenciada. Sendo assim, os alunos puderam observar que o que tinham estudado até então de forma remota, consolidava-se e enriquecia-se de maneira marcante nesse aprendizado prático com as vivências desses atendimentos. E esse tipo de mediação viabilizada pela prática presencial, proporciona a criação de um elo entre o médico em formação e o paciente, permitindo uma troca mais aberta e atenta em todo ato comunicativo. Portanto, a escuta ativa centrada na pessoa foge à clínica médica focada exclusivamente no diagnóstico e na conduta. Essa abordagem visa ao paciente tomar parte na condução da entrevista, priorizando-se, portanto, a pessoa, não a doença. Conclusão Em suma, na perspectiva discente, as atividades práticas em cenários de aprendizagem proporcionam a construção do conhecimento pela experiência, além de ampliar a visão. Por meio dos serviços do CAPS, foi notória a importância, por parte dos alunos, de colocar em prática as DCNs frente ao serviço de saúde mental, uma vez que algumas variáveis exclusivas de um aprendizado prático, como a escuta ativa e mais humanizada, compõem o trabalho pedagógico e proporcionam uma conexão clara entre a teoria acadêmica e a prática profissional, tornando a aprendizagem ainda mais significativa. Visto isso, a importância da inserção dos acadêmicos em cenários de prática já no início da formação é ressaltada, de modo a reforçar os ideais das DCNs. Referências Bibliográficas 1- Brasil. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação, Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/ CES no. 4, de 7 de novembro de 2001. Institui diretrizes curriculares nacionais do curso de graduação em medicina. Diário Oficial da União. Brasília, 9 nov. 2001; Seção 1, p.38. 2- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Centros de Atenção Psicossocial e Unidades de Acolhimento como lugares da atenção psicossocial nos territórios: orientações para elaboração de projetos de construção, reforma e ampliação de CAPS e de UA / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília (DF); 2015. 3- Santos AB. Escuta qualificada como ferramenta de humanização do cuidado em saúde mental na Atenção Básica. APS [Internet]. 24o de julho de 2019 [citado 24o de outubro de 2021];1(2):170-9. Disponível em: https://apsemrevista.org/aps/article/view/23
Título do Evento
I CAEMED - Congresso de Atualidades em Educação Médica
Título dos Anais do Evento
Congresso de Atualidades em Educação Médica: Anais
Nome da Editora
Even3
Meio de Divulgação
Meio Digital
DOI

Como citar

NOBOA, ELIENE CARIUS et al.. A IMPORTÂNCIA DOS CENÁRIOS DE PRÁTICA PARA A FORMAÇÃO DO MÉDICO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL.. In: Congresso de Atualidades em Educação Médica: Anais. Anais...Curitiba(PR) CAEMED, 2021. Disponível em: https//www.even3.com.br/anais/caemed2021/440001-A-IMPORTANCIA-DOS-CENARIOS-DE-PRATICA-PARA-A-FORMACAO-DO-MEDICO--UM-RELATO-DE-EXPERIENCIA-DO-CENTRO-DE-ATENCAO-PS. Acesso em: 16/07/2025

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